A Sociedade Rubi escrita por Mari e Léo


Capítulo 33
Lua crescente


Notas iniciais do capítulo

Olá invocadores! Posso chamá-los assim? Hoje temos um capítulo para arrepiar, ou não?! kk Pessoal, agora uma decisão séria. Minha ideia principal era dividir a história em duas partes, mas agora não tenho certeza, preciso da ajuda de vocês, o que acham? Eu continuo escrevendo nesta mesma história ou inicio outra? Enfim, boa leitura!



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Eu não tenho medo, sou um invocador. Tenho conhecimento da verdade. Por mais cruel e dura que ela seja. Mas é minha vida, o que minha mãe decidiu que eu fosse, mesmo sem saber direito o que estava fazendo. Não reclamo. Era melhor saber a verdade do que sofrer as consequências de um mundo dito como imaginário. E hoje eu perdi o que havia se tornado minha casa.

– Você tá bem? – perguntei para Yves.

– Estou sim. – ela respondeu com os olhos inchados. – Obrigada, por tudo Hooper.

– Sou um amigo. – sorri para ela. – Não sou?

– Mais. – Yves deu um pequeno sorriso. – Mais. – ela assentiu.

Yves deitou no meu ombro. Eu nunca havia sentido o que sentia naquele instante. Estranho, porque já vivi isso e foi com ela, mas ainda era embaçado, não dava para lembrar tudo.

Aos poucos comecei a notar que estava esquecendo como era minha vida antes. Não lembrava direito dos momentos. Era como se as lembranças tivessem sido apagadas. E eu sabia que este era um efeito colateral de ser um invocador.

O ônibus parou. Como em qualquer viagem, os invocadores e cavaleiros desceram as pressas, como se tivessem algo muito importante para fazer. Nós fomos os últimos a descer.

Lá estávamos nós. Mais uma vez no meio de uma mata. O casarão de Blackriver não tinha um aspecto de velho como o casarão da outra cidade. A entrada era idêntica a do outro casarão. Era como estar em casa de novo, a casa dos invocadores. Mas eu ainda estava incomodado.

– Casa nova. – Doc suspirou. - Mas vai ser como antes?

– Nada é como antes. – Jasper levou para dentro da casa o que conseguiu salvar.

Entramos no casarão. Era praticamente igual. De fato era como uma casa reserva. Havia um porão, exatamente como o do outro casarão, porém era menor. A grande diferença eram os quartos. Teríamos que dividi-los, sendo em cada quarto seis pessoas. Doc, Jasper, Murphy, Ramone, Malleus e eu ocupamos um dos quartos. Havia tudo lá, roupas descentes, camas e armamento, a munição que usamos no dia da batalha vermelha.

Naquele momento eu estava na sala de estar dos invocadores. Acompanhado por Rivera, Yves e Malleus.

– O que acham que vai acontecer agora? – Rivera perguntou. – Eu sei que as coisas irão piorar, mas não tem curiosidade?

– É a curiosidade que atormenta mais. – Yves respondeu. – Não sei o que vai acontecer conosco. E o medo só piora as coisas.

– Nunca vi o mundo da forma que vocês, invocadores vêm. – Malleus estava sentado na janela. – Fui criado vendo vocês como vilões, quando na verdade, nós jogamos o mesmo jogo. É confuso. Agora estamos unidos, mas a pergunta é outra, até quando?

– Espero que consigamos. – respondi. – Isso já vai estar de bom tamanho.

– Já se perguntaram como elas são? – Rivera tinha curiosidade. – Ok. Eu sei que são monstros, assim como as criaturas que protegemos. Mas e elas?

– Não quero descobrir tão cedo. – falei.

Yves se levantou e saiu dali. No momento que ela estava tão perto, ela parecia excessivamente distante e esse era um dos momentos. Algo a incomodava. Tudo bem. Todos nós estávamos tensos. Mas e quanto a ela? Parecia que algo mais estava acontecendo.

– Tem algo estranho no ar. – disse Rivera. – Eu sinto isso muito mais forte a cada dia.

– O que acha que é? – Malleus perguntou.

– A hora está chegando. – Rivera respondeu. – Sinto que com Eudora com seu medalhão, as invocadoras de bruxas conseguirão iniciar a lua. Está na fase da lua nova, perceberam? Antes, era cheia e do nada ela está nova, logo ela irá para a fase crescente e eu tenho medo do que veremos.

– Os dias estão ficando mais escuros. – disse Malleus. – Isso é um sinal, certo.

– Sinto em dizer, mas é. – respondi.

Você está bem?

Tomara que não esteja.

A hora está chegando.

O que vão fazer?

Logo ela estará no céu.

E vocês irão começar a sucumbir.

Nos cinco continentes da Terra.

Vão implorar para nunca terem nascido.

E nós seremos a causa de todo o mal.

Vocês sofrerão pelo ódio.

Balancei a cabeça. Não era uma visão. Eu não conseguia mais tê-las. O que eu recebia era uma ameaça ou um aviso. Eram as damas da noite se comunicando comigo. O que me atormentava cada dia mais.

– O que houve? – Malleus perguntou.

– Eu sou um canal de comunicação com as damas da noite. – respondi. – Elas me ameaçam. Mandam uns avisos estranhos, cheio de mistério. Sempre referente ao fim do mundo. Eu já me acostumei. Tenho que falar com Rhodes.

Levantei e sabia onde encontrá-lo. Ele estava com Jasper, Yves e Otan, os quatro conversam sobre os acontecimentos anteriores. Disse a eles sobre o comunicado e isso deixou Rhodes irritado de algum modo. E eu não poderia fazer nada.

Voltei para a sala de estar. Tudo silencioso. O que poderíamos fazer para evitar? Nada. Nossa vida, apenas isso. Era melhor saber a verdade do que ser um humano e receber uma descarga de acontecimentos brutais. Logo aconteceria.

As horas passaram. Conversamos um pouco, como forma de distração. Era difícil não ficar tenso. Todos nós estávamos incomodados. Mas com o que?

Era noite. Estava escuro e silencioso. O vento era quente. Jogava uma sensação que nos deixava zonzos. Talvez o clima dali fosse diferente, talvez algo ruim estivesse por perto.

Estávamos todos reunidos jantando. A janela aberta, como forma de tirar todo aquele calor. Corea se levantou e foi até a janela. Olhou para fora e depois olhou para nós. Seu olhar denunciava uma única coisa, mas ela preferiu dizer:

– Vocês não vão acreditar.

Corremos para fora da casa. Todos olharam para o céu. E lá no alto estava o pesadelo se concretizando. Elas haviam conseguido. Era a primeira fase. O começo do fim. A lua estava na fase crescente e o pior. Vermelha.

Levei as mãos na cabeça e olhei para os outros. Aquilo não era bom. Era nada bom. Estávamos ferrados. Havia começado. Eu estava em desespero. Tinha que manter a calma. Mas como?

O relógio de bolso de Rhodes começou a apitar. Ele o tirou do bolso e o fitou. Olhou para nós. Olhos vermelhos e desesperados. Algo havia acontecido e era muito pior do que a lua vermelha na primeira fase. Foi então que me lembrei do que eles haviam falado uma vez. Desiquilíbrio. Coisas ruins acontecendo. E não era uma simples sereia.

– Entrem agora! – Rhodes gritou. – Nosso pesadelo começou. Há um dragão a nossa espera.


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Notas finais do capítulo

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