A Sociedade Rubi escrita por Mari e Léo


Capítulo 26
A Ordem do Obscuro


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Quem estava ansioso pela Ordem levanta a mão! o/ kkk ok pessoal. Chegou o capítulo! Espero que gostem e estou aguardando os comentários!



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Não conseguia enxergar direito. Apenas senti o chute, escutei a voz e fui colocado na garupa de algum cavalo. O trote fazia meu corpo doer, mas parecia que algo mais havia acontecido. E eu tentava lembrar, mas estava tudo negro e vazio.

A mata parecia não ter fim, pelo que lembrava, eu não havia ido tão longe. Ou fui? Tentei e tentei lembrar. Nada. Até que o trotar cessou e escutei um grito.

– Cavaleiros e amazonas, chegamos ao casarão! – era a mesma voz de quem me chutou.

Aos poucos a imagem foi se formando. Estávamos em frente ao casarão. Eu estava na garupa de um cavalo e o homem que havia me chutado estava no cavalo da frente, liderando aquela tropa. Todos usavam um uniforme negro de cavaleiros. Todos os cavalos eram negros e também pareciam usam um uniforme. Senti um calafrio só de levantar os olhos para aquela gente. E o pior de tudo, eu havia dormido tanto que já estava amanhecendo.

O líder do grupo se virou para mim e desceu de seu cavalo. Caminhou até mim e olhou nos meus olhos.

– Trouxemos você invocador, é melhor cooperarem.

Não consegui responder. Quem era aquele homem estranho? De olhar humano e frio como nenhum que já tenha visto.

Desci do cavalo e minhas pernas doeram muito quando encontraram o chão. Eu não estava bem e nem lembrava o motivo.

As luzes avermelhadas do casarão estavam acesas. Daquela forma era mais assustadora, mostrando nossa realidade. Limpei os olhos. Disso eu lembrava.

Em outros dois cavalos desceram duas pessoas que não se vestiam como os cavaleiros. Depois de algumas olhadas reconheci quem eram. Corea e Jasper. Ambos da mesma forma que eu. Visivelmente cansados.

– O que houve com vocês? – perguntei quando caminhava até eles.

– Eu não consigo me lembrar. – Corea respondeu. – Mas houve algo. Não tenha dúvida.

– Quem são esses caras? – Jasper perguntou.

Completo silêncio. Apenas uma coruja cantando. Olhei para os lados. Eram estranhos homens e mulheres altivas. Assim como nós. Então descobri quem eram.

A porta da frente se abriu num estrondo. Lá estava Rhodes com a expressão de preocupação, o que ele temia estava ali.

– A Ordem do Obscuro! – Rhodes gritou e nós corremos até ele. – Vejo que não são mais tão pontuais. E pelo que percebo achou três invocadores meus. Espero que não tenham feito nada com eles. Filhos de Helsing, caçadores do obscuro.

– Rhodes Rubi, senhor do casarão da mata e invocador de vampiros da Sociedade Rubi. Espero que esteja pronto para redimir seus erros.

– Não descumprimos o acordo. – Rhodes respondeu. – Entrem, vamos conversar melhor.

Todos os cavaleiros desceram dos cavalos. Em seguida os soltaram. Deixando livres para seguir seu caminho. Alguns cavaleiros também foram embora, parecia ser uma escolta. Entramos no casarão temendo a reação de Rhodes. Ele poderia achar que estávamos do lado da Ordem do Obscuro. Mas nem tínhamos ideia.

– Invocadores, podem guiar os cavaleiros para a cozinha, devem estar cansados da viagem. – Rhodes pediu. – Imagino que devem ter enfrentado coisas ruins enquanto vinham para cá. Costuma ser conturbado viajar nas costas de um cavalo trovão.

Olhei para Corea e ela levantou a sobrancelha, tínhamos que obedecer a ordem dada. Eu sinceramente ainda não compreendia.

Levamos os cavaleiros para a cozinha. Botas molhadas e olhos complemente normais. Cabelos presos e em maioria castanhos. Todos visivelmente bem preparados para qualquer coisa. Mas humanos. Eram quinze cavaleiros ali. Sete mulheres e oito homens. Outros dois cavaleiros estavam com o líder do pequeno bando, uma mulher e um homem. O casarão contava com dezoito estranhos naquela noite.

Na cozinha, eles se dividiram em três grupos de cinco pessoas. Em cada grupo havia uma espécie de líder e cada líder se aproximou de nós.

– O que houve com vocês? – o mais alto parecia-se com Gaspar, pele morena e altivo.

– Diga seu nome que talvez respondamos. – Jasper respondeu. – Diga o nome e direi quem és.

– Malleus Helsing. – ele respondeu.

– Cavaleiro do obscuro, capitão do décimo segundo time. – Jasper continuou. – Elevado de cargo pelo chefe da Ordem do Obscuro por ter aos dezesseis anos salvo a vida de uma família inteira do ataque de uma hidra. Só por este fato, já tem meu respeito.

– E você deve ser Jasper Rubi. – o outro invocador que usava óculos ergueu um sorriso. – Invocador de vampiros da Sociedade Rubi. Inteligente, observador, frio e perfeito arqueiro. Sua família morreu num incêndio, tudo de uma vez e no seu aniversário. Não tem muita sorte invocador.

– Ninguém tem. – Jasper respondeu. – E você deve ser Ramone Helsing. Não é tão notável como Malleus, mas tem suas qualidades. É inteligente, observador e frio também. Não somos muito diferentes. Apenas você empunha uma espada e eu um arco. Salvou alguns colegas em situações pequenas, mas foi elevado a capitão apenas porque é habilidoso. Somos iguais, mas pare para pensar, sempre há alguém melhor no futuro.

– E Yves Rubi veio e tomou seu lugar. – Ramone rebateu. – Acho que foi difícil ser substituído por uma garota.

Aquilo foi sem dúvida um golpe no estômago de Jasper. Mas ele apenas deu de ombros e sorriu. Ele tinha mais uma característica, o sarcasmo.

– Meninos, não se exaltem. – disse Corea. – Não quero ver uma batalha se formando dentro de outra. Aliás, vocês estão na frente de duas damas. Educação por favor.

Olhei para Corea. Ela realmente disse aquilo? Não era do seu feitio. Abaixei a cabeça, estava quase rindo.

– Corea Rubi. – disse a mulher capitã. – Ou seria Corea Esmeralda. A única invocadora híbrida. Parte invocadora de vampiros e a outra parte invocadora de dragões, já que o pai era da Sociedade Esmeralda. Ousada, teimosa e incrivelmente habilidosa. É corajosa e se mete em encrenca sem ter medo. Você caçoa da lei e encara as consequências. É um ultraje.

– Acho que alguém fez o dever de casa. – Corea sorriu. – Leis foram feitas para serem quebradas e eu acho que quando fazemos algo devemos lidar com o que vem depois. Medo não faz parte da essência de um invocador. Imagino que nem de vocês. Humanos espertos. – ela riu. – Você é Lucinda Helsing. Pais de sangue puro, Otan é seu pai, é inteligente, cuidadosa. A garota perfeita. O orgulho dos pais, mas me diga quando salvou alguém? Diga quando fez algo pela sua gente. Esses caras que estão do seu lado valem muito mais do que você.

– Vou ignorar seu comentário. – a voz de Lucinda era irritante.

A caçadora era uma mulher bonita sem dúvida. Olhos azuis e cabelos lisos até o fim das costas. Tinha um sorriso confiante e unhas longas. Encantadora, mas irritante. A voz fina e o olhar esnobe eram sem dúvida insuportável.

– Gostaria que se lembrasse dele. – Corea respondeu com um sorriso maior. – Faço questão.

– Não ligo pra vocês. – Lucinda estava provocando Corea. – Estão encrencados mesmo. Acho que Drácula vai deixar de confiar em vocês.

– Não insulte nosso mestre. – respondi.

Ela girou os olhos. Aquilo irritava muito mais. Os dois homens pareciam respeitosos, mas a mulher era esnobe demais. Olhei para Corea, ela apenas suspirou.

– Não vamos discutir. – disse Jasper. – Temos problemas demais para começar uma batalha dentro de outra.

– Sangue novo? – Ramone olhou para mim com desprezo.

Fiquei em silêncio. Não era o tipo de gente que eu gostaria de socializar. Ainda mais pelo jeito que olhavam para mim.

– Hooper Rubi. – Jasper respondeu. – Da nova geração de invocadores, a geração que poderá mudar nosso mundo. Salvá-lo se vocês cooperarem. O garoto tem o dom da vidência e graças a ele, descobrimos coisas avançadas sobre o que nos espera. Basta vocês acreditarem.

Silêncio novamente. Então eu era uma espécie de esperança. Uma arma contra um futuro obscuro. Não sabia como devia me sentir. Só sei que aquilo jogava um peso muito maior sobre minhas costas. Abaixei minha cabeça. Essa realidade estava começando a me atormentar de verdade.

– Chega de baboseiras. – disse Lucinda. – O que aprontaram monstros?

– Seu líder deve estar sabendo disso agora. – Jasper respondeu. – Pergunte a ele depois. E provavelmente vocês já fazem ideia, já que ocorreu em várias regiões.

Malleus olhou para nós. Não o tipo de olhar de quem queria arrancar informações. Parecia que ele estava começando a entender. Era sem dúvida diferente de Ramone e Lucinda.

– Acho que uma aliança maior será feita. – disse Jasper.

– Eu vejo o mesmo. – Malleus concordou.

– O que está acontecendo? – Lucinda perguntou enquanto olhava para os lados.

A luz piscou rapidamente três vezes, quase imperceptível. Corea sentou na janela aberta e olhou para fora. O vento entrou gelado. Uma coruja piou no alto de uma árvore. Um sorriso se formou nos lábios de Ramone, mas ele estava tenso.

– O que está vindo? – Lucinda insistiu.

– As coisas não são mais as mesmas, deve ter percebido. – disse Corea.

– A noite está começando a ganhar força. – Jasper continuou. – Em breve ninguém mais será o mesmo.

– Por quê? – Lucinda perguntou.

– Porque está chegando o dia em que elas voltarão. – Malleus respondeu. – As damas da noite. As bruxas da escuridão.

O silêncio caiu completamente. Toda vez que aquelas palavras eram ditas, um medo intenso inundava tudo. Arrancava esperança e implantava medo. Tanto que naquele momento ninguém percebeu um som desesperado. Mas esse som não vinha do inconsciente. Vinha do lado de fora da casa. E a voz era de Doc.

– Abram logo essa maldita porta!


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Notas finais do capítulo

O que acharam? E agora? O que aconteceu com o Doc?? Só no próximo capítulo pessoal! Estou aqui para responder todas as dúvidas e ficarei muito feliz em saber a opinião de vocês quanto a história.