A Sociedade Rubi escrita por Mari e Léo


Capítulo 19
Evidências obscuras


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Bom, esse capítulo é meio que um complemento do anterior. Tirem suas conclusões e não esqueçam de comentar!

Obs: pessoinhas, a história Nível Zero foi postada, só que mudei o nome, agora se chama The Intended. Aguardo vocês lá!



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Na varanda da casa estávamos reunidos. A casa estava dividida. Ali estavam Rivera, Yves, Jasper, Delaware, Doc e eu. Murphy estava recebendo cuidados por conta dos braços em feridas.

– Agora devem saber que não era medo. – disse Rivera.

É. Eu havia descoberto isso. Não era medo de algo desconhecido. Era que a garota misteriosa tinha um mistério, algo oculto e provavelmente perigoso. Yves, Rivera e Jasper tentavam ao máximo descobrir o que era. Toda ligação com magia eles tentavam unir a garota.

– Ela tem uma lua na jaqueta. – disse Doc.

– Lua é ligada as damas da noite. – disse Yves. – Eu estou falando, aquela garota é uma bruxa.

– Muito exagerado. – disse Jasper. – Acho que ela não é tão forte assim. Pelo menos não desse jeito.

– Eu não era tão forte assim. – disse Yves. – Mas quando mostrei meu dom pra magia o conceito mudou totalmente.

– Ela esconde algo. – disse Rivera. – Ninguém aparece do nada, na hora certa, no lugar certo. Isso tudo foi planejado, só pode.

Olhei para Yves. Eu sabia que algo mais havia acontecido com ela. Mas ela não parecia querer falar, mas sabia que tinha. Nosso instinto era sempre mais forte do que nossa consciência.

– Eu tive uma visão quando olhei pra ela. – disse Yves. – Não sei se ela quis me mostrar. Mas tinha algo lá.

Todos ficaram em silêncio. Escutando. Yves tirou uma mecha de cabelo do rosto e olhou para nós. Qualquer um poderia notar que ela estava nervosa. Algo a incomodava.

– Os olhos dela são vazios. – disse Yves. – Só escuridão, mais nada. E quando você olha bem no fundo mesmo, pode ver uma pedra preciosa. Só que quando vi, ela meio que bloqueou e eu saí andando. Não era eu. Era ela.

– É uma grande evidência. – disse Jasper. – Ela tem uma lua e escuridão. Já são duas coisas.

– E uma mancha negra na mão. – falei. – Parece de nascença.

– Ah é mesmo? – Rivera sorriu. – Sem falar também que os vampiros que atacaram a garota morreram, que eu saiba ela pode ter colocado uma marca neles, para mata-los.

– Marcas são formas de defesa ou ataque. – disse Jasper. – Muito bem Rivera. Agora que marca?

– Vamos descobrir. – Yves se levantou.

Corremos para dentro da casa. Totalmente afobados para descobrir do que se tratava. Subimos para o sótão e Jasper pegou um livro grosso, de capa marrom feita de couro. Segundo ele, era melhor ficarmos em outro lugar para ler aquele livro.

Descemos e nos trancamos no meu quarto. Fechamos a janela e todo o quarto ficou escuro. Ligamos a luz vermelha e nos esprememos tentando sentar.

Jasper olhou para nós. O livro estava sobre as pernas. O invocador estava tenso, assim como cada um de nós. Abriu o livro e olhou para nós.

– Alguma ideia de que marca é? – ele perguntou.

– Acho que é uma marca de ataque. – disse Rivera.

– Tenho certeza que é. – completou Yves. – Quando encontrei os vampiros eles estavam assustados e cheirando cinzas já. Marca de ataque, sem dúvida.

– Uma marca que transforma em cinzas. – disse Jasper. – Uma marca de ataque que consegue incinerar uma pessoa lentamente no início e depois de uma hora para outra. – ele folheava as páginas do livro atrás da resposta.

Olhei para Yves do meu lado. Ela estava tensa. Os olhos avermelhados estavam focados nas mãos e seus dedos mexiam sem parar. Levei a mão no seu braço e ela rapidamente desviou.

– Não é momento. – disse Yves. – Temos um monstro dentro de casa.

– Não sabemos se é um monstro. – disse Delaware.

– Então vá lá conferir. – disse Rivera. – Temos que ficar de olhos bem abertos, mas não olhar nos olhos dela.

– É só uma garota. – falei. – Vai ver ela teve sorte.

– Era pra ela ser um lacaio cinza já. – disse Doc. – Já vimos pessoas se tornarem lacaios cinza por muito menos. Acredite Hooper, mesmo nós estando em um momento de desiquilíbrio isso não a impediria de se transformar. Estou com Yves, a garota tem alguma ligação com a lua e sabemos bem quem a comanda. Por enquanto é só um palpite, mas sabemos bem que estamos perto.

– E se alguém se aproximasse dela? Alguém que não pode ser controlado. – falei.

– Do que está falando? – Rivera parecia interessada.

– Uma sereia não me controlou. – falei. – Posso muito bem me aproximar dela e descobrir. Se ela for uma bruxa não vai me controlar. Sou especial lembram?

Rivera bateu na minha testa. Ela não sorriu nem nada. Estava com a expressão normalizada, mas logo se transformou em desprezo.

– Esqueceu que nós também somos? – Rivera lembrou.

– Então explique o Hiden ter sido controlado. – disse Delaware.

– Simples. – disse Doc. – Ele não é da geração de vocês. Ele foi tocado pelo vento uma geração antes de dever ser. Algo aconteceu com quem seria invocado junto com vocês, acho que morreu antes de ser salvo. Ou seja, Hiden é da equipe, mas não é da geração correta.

– Como sabe? – Delaware estava curiosa.

– Pesquisei a ficha de cada um de vocês. – Doc respondeu. – Não sou só uma enciclopédia ambulante de criaturas.

A invocadora de sereias arregalou os olhos. Respirou fundo e parecia nervosa. Em seguida olhou para Doc.

– Isso é sério? – Rivera perguntou e Doc apenas assentiu. – Por Iara, isso só pode ser brincadeira. Não dá pra ter minha ficha, é impossível. Eu mesma cuido dela.

– Desculpe Rivera, mas eu sou um gênio. – disse Doc. – Sei de cada um de vocês, assim que chegaram nas sedes até hoje. Não se pode confiar em companheiros se não souber como agem.

– Que seja. – disse Jasper. – A questão é outra. O que acham da ideia de Hooper?

– Não precisam achar nada. – respondi. – Apenas precisam aceitar a ideia. Vou me aproximar da garota e vou descobrir se tem algo de errado.

– É claro que tem. – disse Rivera num deboche.

– Então acho que aceitam. – levantei e olhei para Yves, esperando que ela dissesse algo.

A invocadora de vampiros continuou silenciosa, mas seus olhos avermelhados estavam fixos em mim. Encarei-a também e seu silêncio foi como um tiro no meu peito. Eu realmente esperava que ela dissesse algo, mas isso não acontecia, não iria acontecer. O pior é que eu não sabia por que esperava aquilo.

– Confiamos em você. – disse Doc. – Se fazer algo errado sabe que te punimos.

– Terei prazer. – Jasper sorriu, mas continuava frio. – Garoto, você é especial e útil, então não morra.

– É só uma garota. – respondi e olhei novamente para Yves.

– É uma bruxa ou algo do tipo. – disse Yves. – Não a subestime. Principalmente porque é uma garota.

– Está bem. – respondi. – Vejo você depois. – respirei fundo. – Vejo todos vocês depois.

Saí do meu quarto e desci a escada. No jardim estava exatamente quem eu esperava encontrar. Valentina estava sentada num banco lateral. Continuava usando a jaqueta com o desenho da lua. Aquela grande evidência que nos atormentava. Os cabelos negros e a pele extremamente pálida. Era um contraste que realmente não parecia humano, pelo menos não daquele jeito.

– Oi. – falei.

– Oi. – ela respondeu. – O que houve? Decidiu pegar lepra?

– Não entendi. – na verdade tinha entendido.

– Idiota. – Valentina sorriu. – Vocês estão me tratando como se eu fosse uma leprosa. Sou só uma garota. Já disse. Não me lembro de nada.

– Tá. – respondi. – Acredito em você. As pessoas nunca acreditam em nós né?! Sei como é.

– É um adolescente, é claro que sabe. – Valentina deu espaço para eu sentar.

Olhei em seus olhos com a mesma curiosidade de Yves. Mas não fui controlado. Não me senti mal. Vi apenas o esperado. A escuridão e no fundo algo brilhando, uma pedra.

– Vamos ser amigos? – Valentina perguntou.

– Vamos. – respondi não sentindo medo, estava determinado.


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Notas finais do capítulo

Oii povo! Chegou sua vez! COMENTE!