Memorias de Guerra - Interativa escrita por Capitu


Capítulo 6
VI - Cemitério de Borboletas


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, ansiosos para conhecer a narradora do Cemiterio de borboletas?
Então, antes que falem algo... eu fiquei com preguiça de fazer uma capa para esse ep, desculpa meus amores.
Então espero que gostem da personagem e conheçam ela mais um pouco.



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"A vida não é uma canção, querida. Aprenderá isso um dia, para sua tristeza". - A Guerra Dos Tronos

Olho para a garota na minha frente, ela me encara, sua cicatrizes são visíveis, o rosto uma vez doce se tornou amargo, a escuridão do quarto em que estou não me permite ver direito, tento me mover para chegar na garota, mas ao fazer sinto dor.

– Hinna... Hinna, o que esta acontecendo? Onde esta o papai?

– Não é a Hinna, é você Harley e esta na hora de dormir. – uma mulher de cabelos curtos se aproxima e derruba o que parece ser um espelho, estilhaços se chocam contra o chão fazendo um som horrível, grito e me debato na cama, noto os tubos no meu braço e na minha nuca.

Minha visão escurece aos poucos.

Sei que é um sonho, mas minha mente projetou algo perfeito, lembranças e pude vê-las como num computador enorme de alta tecnologia, flutuo no meu subconsciente selecionando memórias como fotos, dou risada de algumas e resolvo abrir minha ultima memória, a imagem está preta... Ela me puxa para dentro.

Abro os olhos e sinto uma dor enorme na nuca, estou no chão olhando Angel sumir com o carro, estico a mão e grito, porém nada sai. Coloco a mão na minha garganta e noto que algumas coisas não posso mudar e muito menos falar, levanto do chão e vejo o cogumelo cair na direção da rua em que moro, penso imediatamente na Hinna, corro desviando de pessoas queimadas e sangrando, ouço seus gritos de desespero, cúpulas quebradas e criaturas estranhas matam as pessoas ao meu redor. Cruzo os dedos desejando que Hinna esteja viva, paro em casa e coloco minha mão na fechadura, meu acesso é negado, limpo a mão de sangue na roupa e entro.

Uma criatura com a aparência de um homem esta amarrando Hinna numa cadeira, lembro que nesse dia eu me escondi embaixo da mesa, vou em direção a cozinha e pego uma faca, Hinna me vê e abre um sorriso, coloco a mão nos lábios para que ela faça silencio.

A criatura nota isso e fala em uma língua estranha e em seguida pisa na perna de Hinna, vejo o osso de sua coxa sair para fora e sangue jorrar do local, Hinna chora, ele pega um pedaço de vidro e enfia no braço de Hinna rasgando até seu antebraço. Aparentemente o homem é cego, corro em direção a criatura e enfio a faca no seu pescoço fazendo sangue esguichar na direção de Hinna, na primeira vez não foi tão fácil, estava com medo, em choque e ao enfiar a faca o sangue coagulado saiu aos montes, fiquei olhando a criatura cair no chão, Hinna se movia sem parar enquanto sangue saia de seus ferimentos.

Saio da lembrança do mesmo jeito que entrei, sendo sugada, vou para os últimos segundos.

– Pai...? – sussurro.

Ele esta na sala conversando com Hinna, Hinna apenas assente enquanto ele sorri sem parar contando as maravilhas da cúpula e o que o melhoramento poderia fazer com ela.

– Então filha aceita? – ele ajeita o óculos e abre um sorriso insano.

– E...eu... hum... – Hinna tenta falar.

– Pai? O que quer com a Harley?

Hinna me olha confusa.

– Oh Hinna é você, tenho que te levar a um lugar...

Sou sugada novamente para o meu subconsciente, noto que é um quarto submerso em agua que se esvazia aos poucos, consigo respirar perfeitamente, nunca havia entrado em um lago e me pergunto de onde vem essa lembrança.

O quarto esvazia e fica preto, as paredes começam a dissolver e eu entro em desespero tudo esta queimando, lembro-me dessa lembrança o dia em que me queimei.

Abro os olhos, estou dentro de um tubo cheio de agua, estou nua e com tubos pelo meu corpo todo, vejo meu pai tocar no ombro da mulher e parabeniza-la, sinto raiva e começo a sentir dor de cabeça. A mulher assume um olhar preocupado e meu pai aperta um botão azul, um liquido sobe pelo tubo em direção a minha nuca, adormeço só que dessa vez não há sonho.

**

– Precisamos inserir o soro, passe o R.107.L senhorita Edwards. – pisco varias vezes, meu pai esta na minha frente fazendo carinho no meu cabelo molhado, sinto-o desembaraçar meus fios como sempre fazia.

– Tem certeza senhor Grant? Essa é a garota errada, essa é a sua filha, a que nos ajudou com os chips. – a mulher segurava a seringa fina e longa.

– Sim Rose, por isso me assegurei de fazer o experimento na Harley eu mesmo. – ele aperta a seringa retirando o ar preso. – Vamos torcer para que ela não morra.

Ele aproxima a seringa ao meu olho, vejo a ponta fina brilhar bem próximo, entro em desespero, mas não consigo me mover ele insere a seringa na minha retina, tudo fica escuro, consigo sentir o liquido adentrar meu corpo e se espalhar pelo meu sistema.

– Senhorita Edwards testar procedimento, iniciar todos. – Ouço o tilintar da seringa na mesa de ferro.

Todos os botões são acionados, uma imagem se forma na minha mente enquanto líquidos vindos dos tubos entram no meu corpo, vejo varias borboletas voarem numa sala preta, são todas azuis, a cor da loucura. Eu estava louca? Eu me perguntava o tempo inteiro.

– Apertar o botão de inicio e prepare-se para explicar como ocorreu o procedimento.

Me lembro de vê-las brilharem próximo a mim, tento toca-las mas ela voam mais alto, se afastando de mim, eu nunca tinha visto borboletas, apenas em livros de biologia, só via baratas e formigas. E ela era tão linda... fui em sua direção e senti o frio nos meus olhos, toquei-os e em minha mão havia sangue.

As borboletas pararam de brilhar e caíram no chão, segundos depois o chão se quebrou e eu cai sem parar, meus músculos tremiam.

– Senhor Harley está tendo uma crise epilética.

– Deixe-a, vamos apenas torcer para que ela acorde.


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Notas finais do capítulo

Então galera? Gostaram?
Vamos para a proxima etapa '0' -> Perigo Eminente