Os Filhos do Olimpo e Os Artefatos de Hermes escrita por LordPoseidonXx


Capítulo 8
Desviando Olhares (Yan)




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Yan ainda estava assustado. O modo como aquilo aconteceu, fazia seus pensamentos palpitarem, princialmente, o fato de Kath querer aumentar a situação. Ele olhava contastemente para o desenho cravado em seu braço. Dessa vez, Kath corria mais rápido que ele, e várias vezes, ele quase fez seus olhos serem perfurados por pequenos galhos.
–Kath! Sério! Para um pouco, eu estou realmente cansado.
–Você cansado? Ah, sei.
–É sério.
–Mesmo?
–Sim.
–Vamos andar mais devagar, então.
Yan suspirou forte. Talvez, não estivesse realmente cansado, estava muito preocupado pelo que que aconteceu.
–Yan...
–Sim?
–Eu quero muito terminar isso, mas, eu também estou com medo, você sabe. Eu queria muito, que você estivesse comigo nessa.
–Quando a gente sair daqui, eu prometo que vamos achar todos os que faltam, eu vim até aqui com você, não vou voltar atrás.
–Eu... Obrigada - ela sorriu de lado - agora, é-é, vamos sair daqui, logo. Esse lugar está me dando calafrios.
Yan assentiu com a cabeça, e mesmo cansado, ele continuou a caminhar, desviando de cada armadilha que aquele lugar apresentava.
Seu suor, já fazia a camisa grudar em suas costas, enquanto Katherine, parecia bem, mesmo tendo certeza que estava desconfortável.
Após um tempo caminhando em silêncio, eles conseguiram sair da floresta, e chegaram no fim do jardim do internato, no qual se encontrava, uma árvore antiga, a primeira daquele lugar, nunca tinha frutificado, e nem apresentado um sinal diferente, os diretores também não sabiam qual sua espécie, mas Kath se apresentava muito chegada a ela, Yan nunca soube realmente o por quê.
–Faça silêncio - sussurrou Kath com o dedo indicador na boca - ninguém pode desconfiar que estivemos lá.
Yan fez o favor de não dizer uma palavra, era o mínimo que ele podia fazer.
–Lá aonde? - disse uma voz atrás da multidão de folhas.
Kath paralisou seu olhar em Yan, ele fez o mesmo.
–Não responda - ela sussurrou mais baixo ainda.
Yan engoliu em seco.
–LÁ AONDE? - a voz voltou a falar, porém, com tom autoritário.
Katherine suspirou, segurou a mão de Yan, e avançou.
Quando eles conseguiram enxergar o primeiro pedaço de concreto, viram também o dono da voz:
Josh Donel, 14 anos, ruivo, intrometido, forte, engraçado as vezes, líder da turma
–Kath! - ele falou com ânimo e ironia.
–KA-THE-RI-NE, pra você.
Ele deu um sorriso malicioso, Kath odiava aquele sorriso, pelo menos, era o que Yan achava.
–Então... Continuando nosso assunto de quinze segundos atrás, lá aonde?
–Eu já sou grande o suficiente pra cuidar de mim mesma, aliás, você não é sequer um professor, me deixa.
–Bom... Não sou, lógico - ele passou a mão nos cabelos - mas isso não quer dizer, que eles não fiquem sabendo. Não sabia que vocês - ele olhou Yan de cima a baixo, expressando desaprovação - estavam... Eh... Juntos.
–Não do jeito que você pensa - Yan gritou.
–E de qual jeito você acha que eu estou pensando?
–Bom, é-é - ele gaguejou.
–Olha - Katherine interrompeu - só queremos ir, podemos?
–Podem, até vocês me falarem o que estavam fazendo.
Yan revirou os olhos.
Josh esfregou o braço na camisa.
–Quer mesmo saber? - Kath disse.
–Quero, lógico - respondeu novamente esfregando o braço na camisa.
–Nós... É... Nós estávamos pesquisando sobre plantas silvestres.
Ele não pareceu acreditar muito, e de novo, esfregou o braço na camisa.
–Olha, eu acho... AAAH! - ele gritou e começou a coçar o pulso - que droga de coceira.
Yan riu baixinho.
–Tá rindo do quê? - disse Josh furioso.
–A-ah - Yan gaguejou - nada! - ele riu novamente.
–Quer saber - ele não parava de coçar o pulso - podem ir, eu resolvo isso depois.
–Vamos, então - Kath puxou o braço de Yan.
Quando se afastaram um pouco, o bastante para não serem escutados, Yan riu freneticamente.
–Porquê está rindo? - Katherine perguntou.
–Bom, foi engraçado, o jeito como ele se coçou de repente.
–Eu não achei engraçado.
–Não?
–Não. Isso me lembrou, essa marca no pulso, coçou e ardeu antes de tudo aquilo acontecer.
–Ah, você não está querendo dizer... Não, seria obvio demais, os mocinhos da história e o chato. Acontece sempre.
–Eu pareço estar brincando? - jogou um olhar sério.
Aquele olhar fez Yan se calar, ele sabia muito bem como Kath estava quando lançava esse tipo de olhar.
Eles atravessaram e jardim que terminava numa parede alta, e havia corredores na direita e esquerda que seguiam para o pátio ao ar livre do internato, onde tinham bancos de concreto, madeira, grama mal cortada. Geralmente as crianças menores, ficavam após uma cerca que dividia o espaço, tinha um parquinho com brinquedos de madeira e um vasto espaço pra correr, se esconder e etc.
Os dois revistaram os caminhos, e o mais seguro, no momento, era o da direita.
–Yan - Katherine quebrou o silêncio.
–Quê?
–Não fica com essa cara.
–Que cara?
–Essa cara de medo, todo mundo vai perceber, saiba atuar.
Ela jogou o cabelo pra trás, mudou totalmente a expressão do rosto, e agora, parecia que estávamos apenas andando por aí, como se nunca tivesse acontecido nada.
–Ótimo - Yan disse - você sabe atuar, mas como vamos esconder essas marcas?
–Eu penso depois, agora, esconda, finja, faça o que eu faço, e vamos nessa.
Eles então, atravessaram o corredor com naturalidade, pelo menos Yan achava que estava sendo natural.
A namorada de Josh, estava sentada, usando o celular, e no final, com fone de ouvido, estava Ísis, uma garota, um pouco... Calada. Ela era simpática, gostava de roupas escuras: cinza, roxo, preto.
Mas as vezes opitava no vinho mais claro, ela era apenas calada demais.
Yan não falou com a namorada de Josh, Kath não ía muito com a cara dela.
Os cabelos escuros de Ísis, caiam dos ombros e íam até a altura dos seios (não que Yan estivesse prestando muita atenção nos seios dela), seus olhos eram azul escuro, e à noite se tornavam lilás, uma tonalidade que Yan nunca tinha visto. Vestia uma calça e uma blusa de manga comprida que estava dobrada. Ela estava na sombra, sempre buscava ficar longe do sol. Apesar de Yan achá-la linda, ela parecia muito enigmática, e por esse motivo, ele ainda não tinha engatado uma conversa de verdade com ela. Às vezes, quando ele acordava de noite, e olhava pela janela, ele a via deitada num banco, com um casaco escrito: Times Square, e ela olhava pro céu. Talvez ela gostasse das estrelas, coisa que Yan também apreciava.
–Oi - disse ele cumprimentando Ísis.
–Oi - ela respondeu.
O ladrão de torradas olhou bem no fundos dos olhos dela, e por um instante, ele mergulhou na sua misteriosa imensidão azul, e voltou a realidade.
O vento assobiu e fez uma ninhada de pássaros voarem, também, bagunçando um pouco o cabelo de Yan. Mas Ísis ficou alí, parada, apenas sua música e ela, desligada do mundo, vivendo uma realidade totalmente diferente, porque é isso que música faz, nos faz viver num mundinho só nosso. Sua franja voou, mas ela a pôs no lugar, abaixou as costas da camisa, e levantou a manga.
Então, Yan tropeçou.
–Presta atenção no caminho.
–Ah-h, okay.
Então ele desviou os olhos dela, e como Katherine ordenou, ele procurou prestar atenção no caminho.


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