Katherine enviou um daqueles olhares maliciosos, um daqueles que te faz sentir medo, e ao mesmo tempo, que te faz ficar animado.
–Você está querendo dizer que... - Yan engoliu em seco - que nós vamos entrar na floresta?
–Exato.
Ele vidrou seu olhar para uma direção, por uns 5 segundos.
–Você está louca. Ninguém entrou aí, por que acha que deveríamos entrar?
–Porque temos que se aventurar, você quer realmente, passar sua infância aqui? Quero dizer, Yan, qual foi sua maior aventura aqui? Roubar torradas? Por favor né.
–Na verdade, eu já pus chiclete na poltrona do diretor, já joguei baratas no quarto das meninas, já...
–Yan - Kath semicerrou os olhos - Chega. Você indo ou não, eu vou.
–Que droga!
–O quê?
–Não consigo recusar seus pedidos.
–Ai que fofo.
Yan revirou os olhos e Katherine deu um beijo no rosto dele.
–Valeu.
–Eu devia ter trago umas sessenta torradas, vai que a gente se perde, e passa a noite lá.
–Yan...
–Vai que um animal ataca a gente.
–Yan...
–Vai que o carinha dos jogos mortais aparece no triciclo e...
–YAAAAAAAAN. CALA A BOCA.
Ele deu um passo pra trás.
–Vai que você fica furiosa e quer me matar... Não, vai que você fica furiosa e de repente, sente uma vontade de me pegar.
–Eca. Vamos logo.
Ela segurou a mão dele, e atravessando o jardim, eles caminharam floresta adentro.
Ela achou meio esquisito no começo, não era como o jardim, era úmido e silencioso, mas Kath não entendia, apesar de tudo, ela se sentia bem ali, cercada da natureza.
Katherine se sentia sufocada. Mesmo gostando do ambiente, não gostava de lugares fechados.
Ela se deparava com insetos horrendos de vez enquanto. Mas Yan não estava com dificuldade, ele tinha facilidade de desviar, e passar pelos menores lugares possíveis.
Um espinho, dois... Todos arranhando o rosto bronzeado de Katherine. Agora, o solo estava começando a ficar lamacento, e isso irritou Kath, além de não ser muito ágil, a lama a desacelerava.
–Com problemas Kath? - Yan perguntou.
–Ainda pergunta? Eu não sou igual você, o que você tem nos pés? Motores?
–Eu tenho T-A-L-E-N-T-O.
–Tudo que eu preciso agora.
Enquanto eles desviavam de galhos caídos, pendurados, rochas, insetos, espinhos, Katherine viu uma flor curiosa.
–Yan, pera.
Ele olhou com concentração para a planta, e chegando cada vez mais perto, ela a tocou, e por incrível que pareça, a planta também.
Assim que a ponta do dedo junto Kath tocou no caule mole que estava junto à flor, o caule se enrolou no dedo dela, e ele não enrolou normalmente, ele cresceu, assim, de repente.
–Ah!! - ela gritou apavorada.
E então comeu a correr, atropelando Yan e passando na sua frente.
Porém, ela se assustou ao ver algo fumaçando na sua frente.
–Yan... Olha isso - disse com uma expressão séria.
–O quê? - quando viu, se assustou - Mas que... QUE DROGA É ESSA?
–Eu não sei, será que foi isso? O barulho? Parece ter caído, como, como...
–Como um meteoro.
–Isso.
O lugar cheirava a queimado, o solo estava seco, e com uma cratera média, o vento soprava frio, e Katherine suava frio. Eles se aproximaram, mas algo aconteceu.
–Ai - os dois falaram em uníssono.
–Meu pulso... Ele tá ardendo! Aii!
–O meu também Yan. Ai!
Os dois olharam para os pulsos e algo impressionante aconteceu.
Um ponto vermelho surgiu no pulso dos dois, assim como ao redor do pedregulho, e começaram a se mexer sozinho... Eles estavam...
–Desenhando! - Kath gritou.
Estavam desenhando ao mesmo tempo que na terra, o desenho tinha cor de lava, e ardia.
–KATH! QUE DROGA É ESSA!!
Ao fim do desenho, a vermelhidão sumiu, e no pulso de Katherine, havia uma lua em forma de "C" com um traço grande no meio que se estendia bem em baixo, como uma lua presa num bastão.
No pulso de Yan havia um triângulo com um "S" dentro, e nas duas pontas dele, havia um pequeno triângulo, como se o "S" se transformasse numa seta dupla.
Os mesmos desenhos se formaram no chão ao redor do pedregulho.
–Katherine, eu tô com medo.
–Eu também.
Katherine analisou os desenhos no chão com precisão.
–Olhe.
–O quê? - perguntou Yan.
–Entre o meu e o seu desenho no chão, tem um espaço que cabe mais um, e acima do nosso, há espaço pra mais dois. São cinco desenhos, formando um círculo ao redor da pedra. Mais três pessoas.
–Mais três pessoas?
–Sim. Temos que encontrar.
–Encontrar? Você já parou pra pensar no que pode acontecer quando o círculo se completar? Você deve estar doida.
–Você tem alguma idéia melhor? Temos que descobrir o que significa.
–Eu estou com medo.
–Eu também estou, mas é o melhor que nós podemos fazer.
–Tenho uma idéia, que tal sairmos daqui?
–Concordo.
E em dois segundos, eles desapareceram.