Na hora marcada, Seika foi se encontrar com Nathaniel na Tokyo Candy, assim que chegou, percebeu que o amigo estava esperando em uma mesa próxima à porta. Se aproximou e se desculpou pelo atraso, sentando-se ao lado do amigo.

– Ah, você não se atrasou. - ele sorriu. - Eu acabei de chegar.

– Bem, eu tenho que e perguntar uma coisa importante, espero que você possa me ajudar com isso, por favor.

– Pode perguntar. - ele respondeu, sério.

– O que aconteceu na época em que a Debrah estudava em Sweet Amoris? - a ruiva foi direto ao ponto, ansiosa. - Por favor, Nath, não esconda nada, principalmente as partes que te envolvem. - o olhar da garota sobre o amigo fez o loiro se sentir em um interrogatório.

– Ahn... - ele gaguejou. - Bem, por onde eu posso começar? Olha, a Debrah era a pessoa mais falsa que eu conhecia, ela namorava o Castiel, era super bondosa com todo mundo na frene dele, mas, quando estava sozinha, ela ameaçava os outros, uma vez eu vi a Debrah ameaçando a Violette, eu fiquei observando, porque elas estavam no clube de jardinagem e... você sabe...

– Alergia... - ela comentou. - Continue, estou anotando tudo, mas, não se preocupe, só eu vou saber que você me falou isso, e minha equipe, claro.

– Estou me sentindo em uma das minhas séries policiais.

– Eu estava pensando em Death Note, mas algo menos perigoso. - a garota pôs a mão no queixo, pensativa.

– Continuando, eu escutei a conversa inteira e... parece que a Debrah e a Violette já se conheciam de ouro lugar, porque a Vi sabia quem ela era de verdade, então a Debrah foi ameaçá-la. Depois disso, ela percebeu que o Castiel conversava muito com a Rosalya, e ficou com ciúmes, então, um dia, ela foi até o Grêmio falar comigo...

– Espere um segundo... - Seika anotou as palavras do amigo. - Pronto, pode continuar.

– Ela se aproximou, e ficou dando em cima de mim, eu não queria falar com ela, porque sabia do que ela tinha feito, mas parecia que as minhas respostas grossas não estavam dando certo, porque, ela se aproximou e... me beijou. - ele fez uma careta de nojo. - Eu tentei me soltar, mas aquela garota era forte, e, então, bem nessa hora, o Castiel entrou no Grêmio, e viu a cena. A Debrah se soltou do beijo e falou para o Castiel, o idiota acreditou, é claro, afinal, ela é uma ótima atriz. Então, nós discutimos, e ele parou de falar comigo, desde então, ele só fala comigo sendo grosso, e essas coisas.

– Sei como é. - a menina suspirou. - Mas, bem, não consigo e imaginar sendo grosso com alguém, não vestido desse jeito. - ela riu.

– Alguns dias depois, eles terminaram e a Debrah saiu de Sweet Amoris, o Casiel mudou de estilo depois disso, pintou o cabelo e parou de falar comigo, ele começou a se meter em um monte de burradas, e ficou com uma fama ruim no colégio. - Nathaniel completou, desanimado. - Bem, é isso que eu sei.

– Obrigada, Nath. - a garota abraçou o amigo, animada. - Agora eu tenho várias provas para desmascarar aquela garota!

– De nada, - sorriu, abraçando a amiga de volta. - se precisar de mais alguma coisa, pode falar comigo.

– Certo.

Nesse momento, Castiel e Debrah entraram no local, conversando sobre a banda, se sentaram na mesa ao lado, sem perceberem a presença dos dois. Até que, de repente, Castiel se virou para os dois, fazendo uma cara irritada, só então os amigos perceberam que ainda estavam abraçados, o ruivo se levantou, andando até a mesa deles, irritado.

– Uau, a garota acabou de voltar, Nath, - ele deu um sorriso, irônico. - já está dando em cima dela?

– Não estou dando em cima de ninguém, - o loiro reclamou, soltando a amiga e se levantando, para ficar da altura do ruivo. - não sou de fazer essas coisas, diferente de certas pessoas. - ele encarou Debrah, que se fez de desentendida.

– Olhe como você fala da minha namorada, seu metidinho ridículo! - eles se encararam fuzilando um ao outro com o olhar. - Ela vale mais do que você.

– Não acredito que disse isso! - Seika exclamou, indignada. - Você tem o que na cabeça? Porque um cérebro não é!

– C-Como assim? - o ruivo olhou para a amiga, espantado.

– Você acabou de falar que aquela garota, estúpida, falsa, arrogante e aproveitadora, vale mais do que uma amizade de infância! - ela se irritou, levantando e ficando frente a frente com Castiel. - Você não é o Castiel que eu conhecia, ou, pelo menos, pensava conhecer.

– M-Mas, Seika... - ele parecia espantado demais para dizer qualquer coisa.

– Eu só não desisto disso aqui, - ela apontou para o caderno, com a capa do Death Note, onde estavam todas as anotações sobre Debrah. - porque não quero ver meus amigos sofrerem, porque, se dependesse de você, eu parava com isso agora mesmo. O meu amigo Castiel não falaria isso.

Ela segurou o pulso de Nathaniel e arrastou o amigo para fora do estabelecimento, com o caderno debaixo do braço, pararam em frente à escola, encontrando com uma garota de cabelos negros, com uma mecha verde, e olhos cinzentos. Seika examinou melhor e conseguiu reconhecer Kayla, sua amiga de infância, irmã de Castiel, ela estava passeando com Dragon.

– Kayla! - gritou, se aproximando. - Que saudades! Saudades de você também, Dragon! - fez carinho na cabeça do cachorro.

– Seika? - a garota sorriu. - Quanto tempo!

– Uma eternidade! - brincou, se despedindo de Nathaniel. - Como anda a vida?

– Normal, estou no clube de jardinagem, então, tenho que ficar até mais tarde na escola. - comentou. - Mas, pelo menos, eu não fico sozinha, posso conversar com o Jade e a Violette.

– Legal. - sorriu.- Bem, a gente se fala.

– Claro!

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Assim que Seika se afastou, Kayla deixou Dragon em casa e rumou para a escola, entrou no clube de jardinagem, sorridente, seus pais viriam visitar Castiel e ela, a menina não podia estar mais radiante. Se aproximou de Jade e Violette, animada, e pegou os materiais para começar o trabalho.

– Tem alguém animada hoje. - riu Jade, passando a mão no cabelo da amiga. - Qual a novidade? Seus pais vem visitar vocês?

– Exatamente! - Jade era o melhor amigo de Kayla, ele sabia quase tudo sobre a garota. - Pode me passar as sementes de Lisianthus, por favor?

– Claro, suas flores preferidas, estão bem aqui. - entregou a caixinha para a amiga. - Bem, de qualquer maneira, espero que se divirta com eles.

– É... - continuou, animada.

Passaram a tarde assim, até que, finalmente, Castiel chegou, junto com Debrah, para buscar a irmã. Kayla se levantou, limpando a terra das mãos, e se aproximou, com Jade ao seu lado.

– Finalmente, maninho. - reclamou. - Não quero perder tempo com o papai e a mamãe...

– Kay... - o garoo começou. - eles não vêm.

– Como assim?

– Eles não vêm falar com a gente!

– Mas, não pode ser! - ela reclamou. - Eles prometeram!

– Eu sei disso! - respondeu, já irritado. - Mas eles não ligam pra gente, só pensam no trabalho, se eles realmente se importassem, teriam cuidado da gente quando precisávamos de cuidado!

– Eles se importam com a gente sim! - a garota exclamou, com os olhos marejados. - Pare de falar besteiras!

– Você sabe que não! Quando vai crescer e deixar de ser uma idiota que acredita em contos de fadas?

– Quando você vai voltar um pouco e lembrar que a vida nem sempre é uma porcaria?! - ela gritou, correndo para fora do clube. - Eu ODEIO ter que ouvir você falando essas coisas!