Elena Pov:

   Eu estava no pátio interno, era hora do almoço, e apesar da comida desse lugar ser um lixo, ainda era muito bom comê-la. O bebê dentro de mim é digamos que...insaciável. Sorri tímida pondo a mão na enorme barriga, faz alguns dias desde aquela visita desagradável do Damon.

   E eu espero realmente que ele não volte nunca mais.

   — Sério, eu realmente não consigo acredita como ele é tão tapado — Falou Carolina gargalhando. Eu, ela, e uma amiga que eu fiz a algum tempo, Megan, estávamos na fila para pegar a comida.

   — Homens normalmente são assim — Respondeu Megan dando de ombros — Antes de vim para cá eu amostrei o teste de gravidez para o Jáspin — Jáspin era o ex-namorado dela, o cara que a colocou nessa cilada, ele era um traficante do Brooklyn — Ele pensou que era um termômetro.

   Gargalhei, eu ando de bom humor ultimamente, mesmo com os enjoos.

   — Elena, antes de ir para sua cela, passa na minha para pegar aquilo — Murmurou no Megan no meu pé de ouvido, assenti discretamente. Levantei a bandeja para uma das detentas que estava trabalhando na cozinha hoje mas antes dela colocar as batatas doces no meu prato, a moça ao seu lado cochichou algo em seu ouvido.

   Troquei olhares com Megan e com Caroline. A mulher saiu do seu posto e nós ficamos ali confusa, logo ela voltou com uma caixinha. As outras detentas da fila começaram a xingar e foram logo repreendidas pelos guardas.

   De dentro das caixinhas a mulher tirou uma vasilha descartável e deu uma para e mim e uma pra Caroline.

   — O que é isso? — Perguntei franzido o censo. Caroline levou a embalagem ao nariz e lambeu os lábios.

   — É comida, agora sai da minha frente — Disse a mulher, eu, Caroline e Megan continuamos confusas e paradas — Vamos! Vamos! Saiam da fila duas idiotas.

   Caroline foi me empurrado até a mesa e Megan continuou na fila para pegar o seu almoço. Ao abri as embalagens nos deparamos com uma fricassê de camarão delicioso.

   — Nossa — Dei uma lambida nos lábios antes de ataca a comida assim como Caroline, Megan logo se aproximou e se sentou ao nosso lado — Quer um pouco?

   Ofereci pra Megan e ela rapidamente assentiu, eu e Caroline dividimos com ela, afinal, ela também está gravida, ela faz 5 meses daqui a alguns dias.

   — Ainda não entendi porque as outras detentas estão comendo batata e a gente está comendo fricassê de Camarão — Disse Caroline.

   — Suborno — Respondeu Megan e eu arregalei os olhos.

   — Como assim, suborno? — Ela deu de ombros.

   — Isso aqui dentro é muito normal. As detentas não trabalham para ter uma espécie de fichas para comprar produtos de higiene de cigarro? — Assentimos — Outras pessoas tem a sorte de ter alguém de fora que dar o dinheiro para ser trocado por essas fichas.

   — E...? — Insistimos para ela continuar. Megan tinha traços europeus, mas ela era negra.

   — Tem gente que dar muito dinheiro e “compra” coisas que não deveriam ser compradas. Exemplo, obviamente foi o pai do seu filho que mandou te darem um tratamento melhor do que as outras detentas, ele pagou ao diretor do presidio — Ela apontou com a cabeça pra um baixinho magrinho que estava saindo de um dos corredores de controle, ele olhava diretamente pra gente — E o diretor vai garanti que você coma as melhores comidas.

   — Nossa — Murmurou Caroline.

   — E não é só isso, também funciona com drogas — Arregalamos os olhos — Compra drogas aqui dentro custa bem caro. Mais não é impossível. Tem detentas que tem todo o luxo do mundo, televisão, ar condicionado e outras regalias dentro de suas celas.

   — As coisas não deveriam funcionar assim, isso aqui é uma prisão! — Caroline me repreendeu com o olhar.

   — Elena shiu — Ela sorriu de forma brincalhona pra Megan — Com quem eu faço para pedi essas coisas...ilegais?

   — Você usa drogas Caroline? — Perguntou indignada.

   — Não. Mas eu preciso de um ar condicionado, a minha cela parece o inferno, é muito quente lá, e eu também quero um celular com todos episódios de Pretty Little Liars baixados!

   Depois do almoço, as detentas tem mais 30 minutos fora de suas celas, e eu os aproveitei até acompanhar Megan até o que chamamos de “Posto”, é um lugar onde pegamos produtos de higiene, alguns tipos de comida que nunca vai ter na cantina, cobertores, e remédios. Depois de pegamos os comprimidos, eu fui com Megan até a área externa do corredor, onde se concentrava menos guarda.

   Lá foi o único lugar que ela pode me dar os comprimidos que na verdade eram vitaminas para gravidas sem ninguém perceber. Depois disso eu voltei para a minha sala e não deveria ter me surpreendido quando encontrei em cima da minha cama uma caixa de presente pequena.

Quando abri encontrei várias fotografias do Chris, em todas as fotos ele parece estar se divertindo. Logo em baixo das fotografias tinha um cartãozinho.

“Hoje ele me perguntou o que eu daria a ele de aniversario

Que será daqui a 5 dias.

5 dias, 5 anos

Eu perguntei o que ele queria,

E ele me disse que queria você”. — D.S.

   Antes que pudesse perceber já estava deitada de lado, já que de bruços se tornou impossível por causa da barriga, com meu rosto encharcado e abafado pelo travesseiro. Doía tanto, tanto, tanto.

   — Você tem visita — Disse a carcereira, enxuguei o meu rosto no travesseiro e me levantei. De repente senti uma tontura e dei uns passos para trás caindo na cama — Vamos menina, vamos! Levanta.

   Respirei fundo me levantando com a mão na barriga. Não é horário de visita, então eu apostei que ou era o meu advogado, ou Lily, ou infelizmente, Damon.

   Era o Damon, ele estava com a aparência melhor do que da última vez. Não tinha mais olheiras e usava um terno Armani. Ele deu um sorrido tímido quando me viu. Andei com desgosto até a cadeira e me sentei, colocando as minhas mãos sobre a mesa.

   — Oi — Disse nervoso — Como você está? Gostou do almoço?

   — Estava bom — Respondi desanimada e ele claramente também ficou.

   — Viu o meu presente? O aniversário de 5 anos do Chris é daqui a alguns dias e está tudo perfeito! É algo bom, para ocupa a mente — Ele olhou para a minha mão, e a segurou sobre a mesa — Te Amo, Elena.

   — Você ver o amor de uma forma tão distorcida.

   — Preciso de você — Ele parecia desesperado — Chris e você são tudo para mim, tudo o que eu mais amo no mundo! Eu preciso que você saiba de uma coisa, o filho da Jessica...

   Meu sangue ferveu e puxei a minha mão da dele e quando estava preste a levantar ele disse: — Não era meu! Nickolai era o pai! O Nickolai! Eles tiveram um caso, Elena.

   Parei alguns segundos atônica.

   — Jessica estava gravida quando morreu, mas não fui eu quem mandou mata-la, longe disso, eu a entreguei ao Nickolai para que ele cuidasse dela! Mas...Eu não sei bem o que aconteceu, mas eu sei que ela morreu, Nickolai fala que foi um acidente, mas eu acho que ele a matou, ele era o pai, e me fez achar que eu era para simplesmente ter algo para me chantagear!

   — É, isso é bem a cara do Nickolai — Concordei ainda tonta. — Mas o fato de você não ser o pai não muda nada do que aconteceu.

   — Eu sei, eu sei! Giuseppe colocou o Stefan para trabalhar na Salvatore Tecnology, e eu preciso da sua ajuda para tira-lo de lá! Stefan é o seu filhinho bastardo — Assenti confusa. — Tenho um presente para você.

   A porta se abriu e o Chris entrou correndo, ele veio na minha direção e me deu um abraço apertado. Eu o apertei tanto que pensei que ele se quebraria ao meio, e já chorava desesperadamente.

   — Ai meu amor como eu senti a sua falta! — Disse emocionada.

   — Também senti sua falta, pensei que nunca mais ia te ver, você é a minha nova mamãe né? — Perguntou vermelhinho.

   — Sim, sim, eu sou — O apertei mais.

   — Então você vai para minha festa de aniversário né? Papai Simon me disse que você estava nesse lugar, mas não quis me dizer que lugar é esse, mas ele me prometeu que você estaria na minha festa de aniversário.

   — Eu vou está lá, Chris, prometo!

   — O papai Simon disse que os meus primeiros pais foram para o céu, e que eu nunca mais vou ver eles, mas que eles sempre vão me ver e vão me proteger, eu pensei que você também tinha ido com eles. Mas você foi.

   — Eu quase fui.

   — Obrigado por ficar comigo, mamãe Elena.

   — Obrigada por esta comigo, filho Chris — Ele sorriu.

   — Mamãe, porque você está tão gorda? Você também comeu um bebê? — Só agora notei a bobagem que eu fiz, na hora da emoção, da vontade louca de abraçar o Chris, eu o coloquei no meu colo e como ele não é idiota, e por esta colado na minha barriga ele notou o quanto ela estava grande e dura.

   Senti o olhar de Damon queimar sobre as minhas costas.

   — Não amor, eu não comi um bebê. Só estou me alimentando mais que normal — Tentei reverte a situação mas acho que não deu certo, Damon me encarava incrédulo, ele me analisava de cima a abaixo.

   — De quantos meses você está? — Perguntou com a voz embargada.

   — Vou fazer 7 meses — Ele mordeu o lábio com tanta força que eu estava vendo a hora dele parti-lo ao meio, ele parecia tonto e lágrimas saiam dos seus olhos.

   Numa rapidez e força incrível ele levantou a mesa com mão esquerda a atirando contra a parede. Ele não estava com raiva, mas ele precisava fazer isso. Puxei Chris, para perto de mim, eu não conseguia carrega-lo por causa da barriga, um guarda entrou na sala rapidamente e assustado.

   — Saia! — Gritou Damon.

   — Senhor...

   — EU mandei você sair! — O Guarda visivelmente preocupado fechou a porta saindo. — Qual é o sexo?

   — Ainda não sei — Ele cambaleou para trás e se apoiou na parede — Porque não disse?

   — Eu tinha medo de que você prejudicasse o bebê, como aconteceu com o bebê da Jessica.

   — Achou mesmo que eu o machucaria?! — Engoli seco — Achou mesmo que eu machucaria o filho da Jessica? Não! Eu NUNCA MACHUCARIA UMA CRIANÇA, ELENA! Ainda mais sendo o MEU FILHO! O NOSSO FILHO!

   — Papai! — Chris começou a chorar assustado.

   — Não chora, Chris — Damon veio e pegou o menino no colo — Está tudo bem!

   — Então porque você está gritando com a mamãe Elena? — Perguntou enxugando as lágrimas.

   — Porque o papai Simon é um idiota — Riu sem humor.