ELENA POV:

   As coisas para mim nunca foram fáceis, sempre tinha alguma coisa para atrapalhar a minha felicidade, seja um namorado estuprado, a um marido monstruoso. Damon provou mais uma vez que controlava a minha vida, mesmo, quando eu achava que ele nunca mais poderia me tocar. Ele provou mais uma vez que não importa onde esteja, quando for, ele sempre me perseguira.

   Respirei fundo colocando a mão no rosto ao senti uma tontura, não era a hora de passar mal. Eu preciso ser forte. Analisei novamente os vários computadores que eram conectados a vários fios que iam para dentro da parede. Quando fui presa, Damon comprou a prisão. Por Deus, quem compra uma prisão? Ele manipulava cada passo meu, não só meu, da Caroline, da Megan, das outras detentas.

   Era impossível ele...Coloquei a mão na minha barriga rapidamente.

   — Já mandei a baba levar o Chris para casa — Engoli seco ao ouvir a voz dele, ele tinha acabado de entrar na sua sala. Ele construiu um prédio em um local mais afastado das campos e pátios da prisão, uma espécie de sede da Salvatore Tecnology. E na cobertura desse prédio, tem um enorme escritório, onde ele me viajava.

   Me virei vendo que ele não estava sozinho, estava na companhia do que suponho ser a sua nova secretaria e nova amante. Ela me olhou de cima a baixo e me lançou um sorriso debochado. Ela não me era estranha. Kate, a empregada.

   — Damon, o seu advogado ligou mais cedo, disse que o divórcio já saiu.

   Kate trabalhava na nossa casa a muito tempo, me lembro bem quando a Eda a humilhou uma vez que eu tomava café com a Caroline, lembrou-me também quando ela atrapalhou o meu quase beijo com o Damon a poucos meses.

   Minha cabeça girou, eu estava confusa, não tem motivo nenhum para ela ser a nova secretaria dele a não ser se eles estivessem transando.

   — Velhos hábitos não mudam né, Damon? — Disse amarga — Você paga a sua secretaria em euros ou com sexo oral?

   Ele nada respondeu, apenas me olhou de relance e voltou a sua atenção para os papeis do divórcio. Não tem sentido. Damon tem câmeras de vigilância da minha cela desde que cheguei aqui, ele não seria tapado ao ponto de não perceber a minha gravidez, já que tantas vezes eu falei sobre isso com a Caroline e com a Megan. Mas...se ele sabia, porque aquele teatrinho todo?

   — Esses são os papeis do divórcio — Fez uma pausa dramática andando até a mesa e colocando os papeis em uma espécie de cúpula de prata — Creio que eles não serão mais necessários.

   Demorei alguns segundos para entender o que ele queria dizer, até que vi ele pegar o isqueiro e tocar fogo.

   — Não! — Gritei indo na sua direção, o empurrei com força, enfiei a minha mão no fogo para tentar salvar os papeis, mas nada. A minha liberdade estava sendo queimada bem na minha frente. Duraria meses, ou anos para que eu finalmente pudesse consegui esses papeis.

   — Já vou tratar da soltura da Caroline, vocês duas saíram daqui como mulheres livres — Meu sangue gelou, lagrimas de ódio desciam pelo meu rosto. Olhei para ele deixando toda a minha raiva visível.

   — Sai daqui — Disse sentindo todo o meu corpo tremer. Ele abaixou a cabeça, e se dirigiu até a porta. Engoli seco. Isso não vai ficar assim, não vai mesmo. Me virei, olhando para a secretaria/empregada/puta, ela parecia estar se lamentando ao mesmo tempo se divertindo com a cena. Ai eu percebi o que tinha acontece — Sabe, a segundos atrás eu não entendia bem o porquê do Damon não ter percebido a minha gravidez, já que ele vivia me observando...

   — Ele não passava a maior parte do tempo aqui — Disse — Ele ainda tem a Salvatore Tecnology, lembra?

   — O que me leva a crê, que ele deixava alguém aqui — Apontei para a poltrona que ficava em frente aos computadores — Alguém para anotar cada passo meu. E esse alguém, era você!

   — Talvez — Disse indo se sentar no sofá, ela se esticou pelo sofá, como se fosse a rainha do mundo — Não pensei que fosse tão esperta.

   — Você cortava e editava todas as cenas em que deixavam obvias a minha gravidez antes de entregar para o Damon — Ela assentiu debochada e eu ri sem humor.

   — Não vai me agradecer? — Andei até ela rapidamente, a puxando pelos cabelos e a virando de costa no chão, e subi em cima dela ainda puxando o seu cabelo. Foi difícil por causa da barriga, mas eu estava com tanta raiva. Ficar na prisão me fez bem, vi tantas brigas que sei como derruba uma puta dessas.

   Ela gritou mais eu enfiei a minha mão na sua boca para ela parar. Ela me mordia com força, arrancando um pouco de sangue, mas eu pouco me importava.

   — Só que agora sua cadela — Sussurrei no seu ouvido, falando alguns centímetros do seu ouvido — Eu estou de volta e eu não vou deixar você ficar com o MEU MARIDO!

   Bati a testa dela no chão fazendo um corte profundo. Me levantei deixando ela atordoada no chão e dei um chute na sua barriga, perto dos seus seios, ela urrou de dor.

   — Você não tem ideia do que a droga desses hormônios faz comigo — Dei outro chute — Eles me deixam nervosa — Pisei na sua mão — E com raiva! E você não vai ser uma versão mais nova da Eda! — Pisei na sua perna — Você não vai foder mais COM A MINHA VIDA!

   — Elena! — Não, não era Damon. Era a última pessoa que eu esperava ver aqui, era o Elijah. Ele correu até mim segurando o meu braço com delicadeza e me puxando para trás.

   Puxou uma cadeira e me colocou sentada.

   — Esta enjoada? Com dor em alguma área do corpo? — Perguntou preocupada analisando a minha barriga, e pela sua surpresa, ele não sabia da minha gravidez. Quando neguei ele engatinhou até a mulher a colocando no sofá. Segundos depois a porta foi aberta e Damon entrou junto com Caroline, assim que viu o estado da sua possível amante ele correu na direção dela tocando no seu rosto. Caroline parecia apavorada ao ver o meu estado.

   — O que aconteceu? — Perguntou Damon exaltado, Elijah olhou para mim sem saber o que dizer.

   — Ele ameaçou o bebê! — Disse nervosa — Ela falou apontou para janela — Engoli seco olhando as janelas de vidro — E disse que se eu não saísse pela janela o mais rápido possível, ela mataria o bebê.

   Damon olhou para a garota em seus braços incrédulo.

   — Eu tinha que proteger o bebê — Coloquei a mão na barriga.

   Ele assentiu.

   — Acho melhor levar vocês duas para o hospital — Ele se levantou confuso carregando a mulher no colo, fomos rapidamente para o hospital mais próximo.

(...)

   A última coisa que me lembro foi de ter chegado no hospital e de ter sido dopada pra ser realizado alguns exames, quando abri os olhos a primeira pessoa que encontrei foi a Caroline, ela parecia mais limpinha, tinha tomado banho, assim como eu, coloquei a mão na barriga rapidamente.

   Assim que percebeu que eu acordei ela se levantou e veio na minha direção ver como eu estava.

   — Você esta bem? — Assenti, ela me ajudou a sentar — Liguei pra mamãe, ela estava na Georgia, mas já está chegando.

   — Cadê o Damon e a puta particular dele?

   — Damon pediu pra Elijah levar ela pra outro hospital para não causar mais confusão, ele saiu agora pouco, deve esta conversando com Enzo. — Ela mordeu o lábio inferior preocupada.

   — Algum problema? — Ela nada respondeu — Algum problema com o bebê?! — Me exaltei.

   — Não, não, está tudo bem.

   — Então... qual o problema Caroline? — Ela pareceu pensar bem.

   — Eu te conheço a anos, e sei reconhecer quando você está mentindo e hoje você estava...aquela mulher ameaçou realmente você e o bebê, Elena?

   Engoli seco.

   — Ela não nos ameaçou — Caroline franziu o censo, e antes que ela pudesse fazer mais perguntas eu disparei — Sabia que o Damon queimou o processo de divórcio?

   Ela arregalou os olhos.

   — Pode demorar meses, ou anos para eu consegui aqueles papeis novamente — Ela assentiu compreensiva.

   — Mas porque bateu naquela mulher, Elena? Não tem lógica.

   — Foi ego, ela sairia vitoriosa, e eu não queria que a amante do Damon tivesse o privilégio de acabar comigo. Eu bati naquela mulher porque ela ameaçou tirar tudo o que eu estou preste a recuperar.

   — E o que seria isso?

   — O Damon, o Chris, o meu filho e todo o dinheiro dos Salvatore’s. Ela iria tirar tudo deles!

Autora Pov:

   Enquanto Elena estava deitada em uma cama de hospital planejando exatamente quais serias as próximas coisas que faria na sua vida. Nickolai banhava-se na sua piscina na cobertura, estava em Veneza.

   — Quer mais bebida, meu amor? — Perguntou Bonnie se aproximando e dando um beijo em sua testa enrugada.

   — Mais é claro — Sorriu estendendo a taça de champanhe já vazia.