Como posso dizer isso sem quebrar? Como posso dizer isso sem assumir? Como posso colocá-la em palavras? Quando é quase demais para a minha alma sozinha. Eu amava e eu perdi você. Sim, dói como o inferno. Eu não quero que eles saibam os segredos. Eu não quero que eles saibam do jeito que eu amei você. Eu não acho que eles entenderiam isso.

Steve POV.

Abri a porta dupla com cuidado já que maior parte dela era de vidro e entrei no cômodo acedendo a luz. Marcel não havia entrado, apenas ficou de guarda junto com seus vampiros.

Hayley vinha logo atrás de mim em silencio com Hope nos braços. Não havíamos falado muito desde que impedi sua fuga na mansão Mikaelson. Ela provavelmente estava irritada comigo, principalmente seu marido, mas o que ela iria fazer era errado. Ela tomou uma decisão precipitada que poderia afetar a Rebekah e seus irmãos.

Ao avistar uma silhueta feminina abri um sorriso ao mesmo tempo em que Hayley parava protetoramente longe de mulher. Natasha deu um pequeno sorriso em minha direção, mas não se aproximou ao perceber que Hayley se sentira ameaçada.

— Quem é você? – Perguntou baixo para não acordar Hope, mas não deixando sua voz menos ameaçadora.

— Tudo bem Hayley, eu a chamei. – Falei tentando acalma-la.

— Você a chamou fazendo uma decisão sozinho que poderia prejudicar minha filha?

— Hayley você sabe que a segurança de Hope é importante para mim. – Justifiquei me aproximando um passo dela. – Você confiou em mim, será que poderia confiar novamente?

A morena ficou me encarando por alguns segundos, até baixar a guarda encarando Natasha.

— Sou Natasha. – Se apresentou estendendo a mão em direção a Hayley que a apertou firmemente. – Amiga do Steve e da Rebekah.

— Rebekah não é de ter muitas amigas. – Hayley comentou analisando o local, vendo uma cama colocada lá a pouco tempo. Caminhou até lá deitando Hope no meio para que não caísse e ficou em pé ainda perto de sua filha. E continuou nos encarando provavelmente sem explicações. – Você a chamou?

— Eu vim para cá, ninguém me atendia e eu não gosto de ficar no escuro. Quando cheguei aqui, Steve finalmente me atendeu. – Natasha respondeu por mim.

— Estávamos ocupados. – Me desculpei, afinal eu quase não pegara no celular por semanas, era uma das coisas que eu menos usava.

— Eu percebi. – Falou analisando Hope que dormia tranquilamente envolta a cobertas. – Não precisa ficar na defensiva, eu nunca prejudicaria alguém importante para Steve ou Rebekah.

— Hayley. – Se apresentou ao perceber que Natasha esperava por uma resposta. – Mas sinceramente não vejo em que uma humana pode ajudar.

— Posso não ter superpoderes, mas sem muito bem como brincar. – A ruiva respondeu com um pequeno sorriso de canto, fazendo Hayley assentir. Suspirei me afastando delas, ficaríamos aqui por um tempo.

— Ok, a boa notícia é que Dahlia ainda não descobriu onde estamos. E a má é que ela nos deu até amanhã para vir atrás da Hope. – Hayley murmurou depois de alguns minutos no telefone.

— Então a gente tem que sair daqui. – Jackson pronunciou enquanto eu observava Natasha revirar os olhos enquanto carregava suas armas, agora com balas de madeiras e com wolfsbane, que Marcel fez questão de entregar a ela. Ele finalmente havia achado outra pessoa que não gostava do Jackson.

— Olha, Jack, eu quero ir tanto quanto você. – Respondeu Hayley baixo, provavelmente pensando que eu e Natasha não ouviríamos. – Mas pensa, a Freya falou que a Dahlia é atraída pela magia da Hope. Não importa onde formos, ela poderá nos rastrear. Pelo menos esse lugar foi enfeitiçado para ninguém fazer magia aqui. Nem a Hope nem a Dahlia.

— Claro esse lugar foi enfeitiçado, mas já vimos feitiços maiores serem quebrados. – Jackson argumentou. – Vamos fugir daqui enquanto dá.

Peguei meu celular, tentado inutilmente parar, inutilmente, de ouvir a conversa deles. Mas ao que parecia eles não sabiam ser discretos e com vampiros ao lado de fora, tenho certeza que qualquer plano deles será falho. Natasha travou arma guardando em seu coldre na perna e se aproximou de mim, sentando-se ao meu lado.

— Bela foto. – Murmurou ao ver uma foto minha e de Rebekah sorridentes. – Ela está bem, certo?

— Ela sabe se proteger e os irmãos estão com ela. – Natasha me encarou com uma expressão confusa e logo em seguida arqueou a sobrancelha. – Niklaus pediu para que não me preocupasse, ele a protegeria e em troca eu protegeria Hope. O alvo não é Rebekah, ela prometeu que se cuidaria.

— Caso contrário, eu mesmo mato ela. – Natasha deu de ombros falando com simplicidade, enquanto eu a olhava meio surpreso, pela sua frase e por Natasha estar demonstrando sentimentos.

— É um risco dos dois jeitos. Ela é tão pequena. – Hayley murmurou completamente confusa em sua escolha enquanto Jackson tentava persuadi-la a fugir.

Hayley sabia que essa escolha não estava certa, era tão óbvio. Se nem mesmo os primeiros vampiros podiam proteger sua filha, ela acreditava mesmo que lobos conseguiriam. Eu não estava julgando Jackson, ele estava pensando na proteção das duas, mas seu orgulho de Alpha parecia falar mais alto.

Ele queria afasta-las dos Mikaelson e isso poderia acabar matando as duas. Isso não ocorreria, não com os vampiros, Natasha e comigo aqui.

— Eu estou começando a cogitar a ideia de atirar nesse cara. – Natasha comentou com raiva enquanto se recostava no pequeno sofá, não deixando de ficar atenta a qualquer movimento suspeito, assim como eu, que estávamos aqui há dois dias. – É claro que ele está deixando o orgulho de macho falar mais alto que sua mente, ele com certeza sabe que não é a melhor escolha fugir. E quanto a ela, parece querer aceitar isso como se fosse uma ordem. Eles deveriam pensar na bebe em primeiro lugar, se fossem para fugir teria que ser para um lugar muito longe, e mesmo assim, isso não adiantaria.

— Não é justo. – Antes que eu pudesse formular as mesmas palavras em minha mente, Hayley as pronunciou, chamando novamente nossa atenção. – Bruxaria, feitiços, ela não pediu por nada disso. Então, ela não sentiria falta. – Murmurou de modo pensativo. – Jack, talvez seja isso. A Dahlia só pode a sentir quando ela usa magia, mas e se tivéssemos um jeito de impedi-la em primeiro lugar?

— Ela só é um bebe como vamos... – Jackson começou, mas foi rapidamente interrompido.

— Eu tenho uma ideia. Embora seja perigosa, especialmente agora. – Murmurou.

— Deixe comigo, seja o que for. – Aiden se pronunciou ao aparecer na porta, fazendo com que eu e Natasha nos levantássemos rapidamente, apontando armas em sua direção.

O moreno parou na passagem da porta levantando as mãos em forma de rendição, enquanto eu abaixava a arma, sendo imitado por Natasha ao perceber meu ato. Ele deu um pequeno sorriso entrando dentro do cômodo logo em seguida.

 – Foi culpa minha não terem fugido ontem.  – Voltou a se pronunciar.

— Não foi sua culpa Aiden, eu barrei eles. – Respondi calmamente não querendo que ele se entregasse. Josh seu namorado havia falado comigo antes do ocorrido. Aiden estava indeciso sobre obedecer a ordem de Klaus e continuar vivo e não ajudar Jackson perdendo seu melhor amigo. Ele ajudaria no plano de fuga e como Josh não o queria morto, recorreu a mim como última esperança.

— Por favor, me dê uma chance de compensar. – Aiden voltou a falar para Jackson depois de me lançar um pequeno sorriso, provavelmente já sabendo que eu o ajudara.

Deixei o escudo seguro em minhas costas enquanto caminhávamos pelo perímetro do local, apenas um cômodo a todos estava deixando todo o clima mais tenso do que o normal. Natasha deu a desculpa que iriamos checar se tudo estava bem, enquanto Marcel ficava de guarda a porta do quarto.

Assim que Natasha me encontrou em New Orleans eu a deixei a par de tudo, ela não pareceu se espantar ao saber que Rebekah não era a única vampira vira. Mas nada parecia surpreender a Romanoff.

Andávamos silenciosamente atentos a qualquer ataque. Isso me lembrava quando encontramos por acaso com Bucky em Washington, quando tínhamos que derrubar a H.I.D.R.A. E eu ao menos sabia da existência do sobrenatural.

Não eu não estava reclamando, mas quando se passa tanto tempo salvando o mundo como herói, você acaba sentindo falta quando muda um pouco o rumo.

— Sabe que talvez, eles estejam tentando nos enganar, certo? – Natasha perguntou me tirando dos meus pensamentos, enquanto eu a olhava confuso. – Com uma pulseira em Hope que a impeça de fazer magia, eles podem sumir com ela e nem Dahlia ou os Mikaelson poderiam achar eles.

— Sim, Hayley acha que isso pode dar certo. Ela está tornando a própria família em inimigos. – Respondi de forma cansada. – Isso afetará a todos. Jackson disse que até grandes feitiços podem ser quebrados e esse também poderia, assim Dahlia descobriria a localização deles.

— Eles sem perceberem estarão facilitando o trabalho da bruxa. O trabalho dos irmãos da Rebekah será todo jogado fora. – Analisou a agente ao meu lado como se cogitasse algum plano que estivesse formando em mente.

Antes que eu pudesse responder um corpo de um dos lobisomens de Jackson foi jogado em nossa direção. Eu e Natasha nos encostamos rapidamente na parede do galpão. Peguei meu escudo silenciosamente enquanto a ruiva destravava sua arma. Em um movimento rápido sai de trás da parede me preparando para um ataque, mas apenas me deparei com corpos caídos ao chão.

Corri até o mais próximo aliviado ao ver que ele tinha pulso.

— Vamos. – Chamei Natasha enquanto corria em direção a porta sabendo que Hayley estava sozinha com Hope. – Tem uma porta nos fundos, provavelmente trancada...

— Eu dou conta. – Natasha me interrompeu virando-se e correndo na direção oposta à minha.

Entrei silenciosamente pelo corredor com pouca claridade, as paredes que antes estavam sujas de poeira se encontravam completamente cheias de flores dálias. 

— Não vai demorar muito. – Ouvi uma voz estranha feminina que julguei ser de Dahlia o que fez apressar meus passos. – Você deve ter percebido que o feitiço protetor está enfraquecendo.

— Se você colocar um dedo nela eu juro que vou ter de fazer sofrer de jeitos que nem sua mente maligna imagina. – A voz de Hayley se fez presente ameaçadora.

— Hayley não é mesmo? – A mulher perguntou depois de uma curta risada. – Eu não tenho problemas com você. A Esther fez esse acordo há muito tempo, é uma infelicidade você ter sido arrastada para ele, assim como esse rapaz que pretende me atacar.

Ao movimento leve de sua mão eu fui jogado contra a parede mais próxima dela, segurei meu escudo fortemente ao amortecer minha queda. Levantei de forma rápida, jogando meu escudo em sua direção, mas ela esticou a mão fazendo ela desviar.

Entrei para dentro do quarto ficando ao lado de Hayley, ao mesmo tempo em que o escudo voltava para mim. Ela não poderia entrar naquele quarto, afinal ele estava selado e nenhuma magia funcionaria ali dentro, assim ela estaria em desvantagem.

— Você fala como se não tivesse escolha, mas você está fazendo isso. – Comentei ficando passos à frente ainda dentro do cômodo.

— Quando eu prometo, eu cumpro. – Respondeu de forma óbvia. – E eu espero que os outros façam o mesmo. A Esther e eu fizemos um acordo há muito tempo. Então, entenda, essa criança é minha. A pergunta que vocês dois tem que fazer é, vão me negar? Sabendo que isso apenas resultaria em suas mortes.

— Não vai leva-la. – Hayley confirmou ao mesmo tempo em que eu levantava o escudo novamente.

— Você está com muito medo pela sua filha. – Dhalia se voltou a Hayley revirando os olhos. – Eu te garanto que tudo que a Freya possa ter dito, sobre a nossa vida. Bem, ela sempre teve uma queda pelo drama.

— Vejo que é de família. – Murmurei.

— É claro que muito dos meus problemas com Freya só aconteceram porque eu a peguei muito tarde. – Continuou nos ignorando. – Ela tinha uma memória muito forte da família que eu tirei dela. Mas a Hope ainda é jovem. Ela não vai se apegar a sua memória, ou chorar por você a noite. Vocês podem se confortar com o fato que, para ela, vai ser como se vocês não tivessem existido.

— Chega mais perto. Vamos ver como uma bruxa sem magia se sai contra nós. – Hayley ameaçou mostrando sua face de hibrida.

— Você assustou a criança. – A mulher comentou enquanto Hope começava a chorar nos braços da mãe que inutilmente tentava acalma-la. – Uma pena, você não devia passar as últimas horas com ela assim. É melhor usar esse tempo para se despedir. A noite de amanhã vai chegar em breve.

O som de um tiro ecoou alto pelo cômodo. Empurrei levemente Hayley para trás ao avistar Natasha aparecer correndo, ela atirou novamente, mas Dahlia desviou a bala fazendo ela ir em direção ao teto. Natasha jogou a arma no chão quando se aproximou de Dahlia tentando golpeá-la, mas a mulher simplesmente se esquivou jogando Natasha longe.

 Joguei novamente meu escudo em sua direção, dessa vez a acertando já que estava distraída, fazendo com que ela se chocasse contra a parede. Antes que qualquer um de nós pudemos nos mover, ela sumiu, com uma expressão de ódio no rosto.

— Adeus, por agora pequena... – Sua voz sussurrou de todas as direções.

Sai do quarto correndo em direção de Natasha a ajudando se levantar. Entramos novamente olhando silenciosamente para Hayley que abraçava Hope como se fosse a última vez que estivesse fazendo isso.

— É claro que eu te liguei, Elijah. – Hayley argumentou enquanto andava de um lado para o outro. Olhei novamente para cama, apenas para ter certeza de que Natasha estava conseguindo manter Hope calma. Sorri com isso, ela parecia muito feliz com uma criança. – Mas se a Dahlia pode derrotar o Klaus e o Mikael juntos, imagino que uma torre de telefone seja fácil.

— E onde estavam os lobos de guarda? – Perguntou Elijah parando na sua frente.

— Estavam tomando uma surra de Dahli, assim como Klaus tomou. Os únicos que conseguiram se manter em pé foram Steve e Natasha. – Respondeu olhando rapidamente para mim no canto da sala e depois mostrando à Elijah, a ruiva que estava sentada entretida com Hope.

— Já chega! Você vem comigo para casa. – Klaus exclamou passando ao meu lado depois de entrar pelo cômodo.

— Para onde a Dahlia mandou um corpo morto hoje? – A morena rebateu irritada.

— Oi. – Uma voz conhecida sussurrou perto do meu ouvido me fazendo virar rapidamente.

Rebekah deu um pequeno sorrido segurando minha mão e logo em seguida me dando um leve selinho, rápido demais. Apesar de tudo, ela estava bem e isso era ótimo.

— Me desculpe, mas quem é você? – Klaus perguntou com sua voz exalando raiva.

 Virei-me ao mesmo tempo que Rebekah, ao vermos ele apontar para Natasha que entregava Hope para mãe. Ela se aproximou alguns passos não deixando-se abalar por ninguém no cômodo.

— Natasha, impedi que sua filha fosse levada hoje. – Respondeu dando um pequeno sorriso irônico, que apenas pareceu enfurecer ainda mais Klaus, mas ele apenas deu um sorriso falso.

— Sem chance de voltar para mansão. Seriamos presa fácil assim como vamos ser aqui, quando esse feitiço acabar. – Hayley voltou ao assunto. – Por isso nós temos que ir. O Jackson está pegando suprimentos, depois nós vamos para o pântano com os lobos.

— Pântano? Para minha filha ser protegida pelos mesmos lobos, que Dahlia derrotou tão facilmente? – Niklaus murmurou com ironia deixando sua voz ameaçadora. Absolutamente nem pensar.

— Não querendo me intrometer em casos de família. – Natasha foi rápida antes que Klaus explodisse. – Mas você acha mesmo que você tem alguma chance de vitória estando apenas com seu marido? Quando aqueles que foram intitulados primeiros vampiros da terra não conseguem a derrotar essa bruxa.

— E o que isso tem a ver com você? – Haley questionou irritada.

— Rebekah é minha amiga e eu vim aqui para ajudar. Eu passei o dia inteiro ouvindo você e seu marido montando planos para fugirem com Hope, pelo que eu entendi ele é apenas um lobisomem. Acha que ele tem a mínima chance contra Dahlia? – Natasha falou com indiferença deixando surpresos até os originais.

— E você poderia contra ele? – Rebateu a morena com deboche.

Antes que Romanoff respondesse, Rebekah sumiu do meu lado aparecendo em frente a Natasha tentando a golpeá-la duas vezes, mas a ruiva foi mais rápida em desviar do primeiro soco e segurar a outra mão de Rebekah em questões de segundos.

— Jackson não tem chance contra ela. – Rebekah confirmou olhando para Hayley, mesmo que tivesse falado alto o suficiente, para que entendêssemos que ela quis mostrar isso aos seus irmãos. – Senti sua falta. – Falou com simplicidade dando um abraço na outra.

— Sabe, eu cansei de ouvir seus conselhos, Klaus. – Hayley comentou passando por Elijah e parando a frente do outro. – Tudo o que aconteceu, foi pôr a Hope em perigo. E a partir de agora eu faço o que eu acho melhor. E nós vamos.

— O que você acha melhor ou o que o Jackson acha? – Rebekah rebateu se pondo ao lado de Klaus. – Desde de que casou com ele, o obedece como uma beta seguindo ordens de um Alpha.

— Você não vai a lugar nenhum, a não ser que eu diga. – Klaus rosnou quando Hayley tentou passar pelos dois irmãos.

— Eu não sou sua prisioneira! – Bateu de volta, cara a cara com ele.

— Vocês dois, por favor! – Elijah exclamou, tentando buscar novamente a razão. – Essa discórdia toda só ajuda a Dahlia.

— Não fazer o que falo, ajuda ela. – Klaus gritou voltando-se para o irmão. – Enquanto vocês reverenciam a Freya e inventam um jeito de fugir com o rabo entre as pernas.... Eu criei um novo caminho. Eu sei o que a Freya estava planejando e eu sei como matar a Dhalia.

Narradora POV.

Aiden havia comprado flores, ele estava feliz com a decisão que havia tomado. Depois de tudo isso, tomou uma decisão sem Jackson ou Klaus. Ele iria embora, apenas ele e Josh, seu namorado.

Ao olhar novamente para suas flores antes vivas, agora todas estavam murchas e escuras.

— Que pena. – Dahlia se pronunciou aparecendo na sua frente. – Elas eram quase tão jovens e bonitas quanto você.

— O que você...

— Olá, Aiden, doce rapaz. – Cumprimentou. – Vamos começar sem medo...

Então se virou e como se tivesse uma corda invisível em mãos, ela passou a puxar o rapaz. Ele andou por alguns minutos contra sua própria vontade até o beco onde tinha combinado de se encontrar com Josh.

— Você é o que chamam de ponto chave. – Pronunciou novamente quebrando o silencio. – Para botar Mikaelson contra Mikaelson.

Ela girou sua mão fazendo com que Aiden sentisse uma forte dor no pescoço, ele sentia como se tivesse sido mordido.

— É verdade, você é peça pequena, mas só precisa de um fósforo para queimas acres de floresta. No meu plano dividir e conquistar, e você é a faísca perfeita.  – Dahlia respondeu a uma pergunta silenciosa na mente do rapaz. Como a mão em forma de garra, ela rascou o ar, ao mesmo tempo em que o rosto de Aiden sangrava.

— Por que está fazendo isso comigo? – Ele perguntou em tom choroso tentando não pensar na dor.

— Porque... – Começou ao mesmo tempo em que fechava a mão em punho. – Eu preciso que pareça convincente.

Ao abrir a mão. O coração de Ainden voou para fora de seu peito caindo no chão, ao mesmo tempo que seu corpo sem vida e Dahlia passou a andar como se nada tivesse acontecido.

Os Mikaelson, Hayley, Steve e Natasha discutiam sobre se confiar ou não em Freya. Klaus achava que todos eram idiotas por confiar tão facilmente nela, como não poderiam ver que podia ser uma armadilha. E se no final das contas ela estivesse ao lado de Dahlia. Era óbvio que ele estava surpreso ao perceber que a mulher ruiva que a pouco chegara, pensava do mesmo jeito que ele.

Todos foram interrompidos por gritos repetitivos de Jackson chamando por Klaus. Ao chegarem na sala, todos pararam ao ver o marido de Hayley colocar Aiden ensanguentado no chão.

— Klaus! – Gritou com raiva, enquanto era seguido por seus lobos.

— Ah meu Deus. – Steve murmurou. – O que houve?

Haley correu em direção ao Aiden tentando desesperadamente achar por pulso, mas era tarde demais. Jackson estava irritado e sabia muito bem a quem culpar.

— O Klaus pediu ao Aiden para nos espiar. Ele me contou tudo e você o matou. – Gritou olhando com raiva em direção a Klaus, pronto para atacar.

— Você matou ele? Um dos lobos que jurou proteger sua filha? – Haley perguntou confusa, sem entender o motivo.

Todos ficaram em silencio esperando por uma resposta. Klaus pensava no que poderia ter acontecido, mas logo percebeu que esse era o plano de Dahlia, ela queria os afasta-los e ele usaria isso ao seu favor. Seu plano já havia começado.

— E se eu matei? – Perguntou recuperando sua postura indiferente. Fazendo com que Steve olhasse confuso para ele e Hayley e Elijah trocassem olhares chocados. – Isso é o que acontece com quem cruza o meu caminho.

— É só você mandar, Jackson. – Um dos betas murmurou esperando a ordem para atacar.

— Isso! Podem vir todos. – Exclamou o loiro. – Mas vocês só estariam arriscando a vida por alguém que estava disposto a traí-los. Talvez isso não acontecesse, se tivessem um Alpha de verdade.

Jackson avançou em Klaus socando seu rosto, ao se recuperar ele empurrou o moreno que foi segurado pelos betas. Hayley irritava tentou ataca-lo, mas foi rapidamente jogada ao chão. Elijah interrompeu a tempo, empurrando Niklaus para trás.

— Você quer morrer? – Elijah perguntou para Jackson seriamente.  Hayley levantou usando sua velocidade hibrida e empurrou Elijah para longe.

— Você também quer me matar? – Perguntou irritada. Fazendo o moreno de terno recuar assustado.

— Lutem com ele... E lutarão conosco. – Elijah se pronunciou.

Rebekah e ele se colocaram á frente de Klaus prontos para atacar. Deixando os dois humanos presentes tensos, era fato que eles eram fortes, mas não o bastante para separarem uma briga entre vampiros e lobisomens.

— Eu sugiro que usem melhor seu tempo. – Klaus ironizou ainda no papel. – Eu posso sugerir enterrar seu morto.

— Sai daqui! – Hayley gritou.

Natasha parecia indiferente a tudo, mas ela não sabia quem ela queria matar primeiro naquela sala. Hayley por só tomar atitudes sem pensar, ou seu maridinho que a tirava do sério muito rápido. Steve olhava preocupado para todos. Hope estava no cômodo ao lado e ele com certeza não queria uma briga ali, sem dizer que todos seus princípios agiam contra mortes.

— Você falou que tinha um plano, Niklaus. Eu sugiro que comece. Hayley e Hope estarão seguras por enquanto – Elijah comentou sem olhar para o irmão, mesmo sabendo que ele sorria. – Elas não vão a lugar nenhum.

— Eu não demoro. – Klaus respondeu saindo do local, sendo seguido por Rebekah, Steve e Natasha.

Ao adentrar a mansão Mikaelson, Klaus se separou dos outros indo rapidamente para outro cômodo. Rebekah, Steve e Natasha se manteram no escritório sem saberem ao certo o que fazer. Seu irmão acabará de matar um lobisomem, era impossível ele ao menos saber se controlar? Ele destruiria tudo que toca.

Mas apesar de tudo era seu irmão e talvez ele tivesse uma boa razão para ter matado Aiden. Essa história estava mal contada para ela. Como ele havia tido tempo de matar alguém, sendo que ela passou o dia inteiro com ele?

— Sua família é bem complicada. – Natasha quebrou o silencio, mas não foi o suficiente para atrair o olhar da loira.

— Eu sei. – Murmurou contendo a vontade de chorar, encostando o rosto no peito de Steve.

— Klaus. – Camille apareceu chorando as costas do Original. – Por favor. Diz que você não fez isso.

— Camille. – Falou de modo cansado.

— Disseram que você admitiu. – Ele falou entre um soluço e outro.

— Então por que vir aqui? – Perguntou tentando a manter distante, se ela se aproximasse descobriria a verdade. E ele não queria isso, mas era difícil mentir para ela. – Para ver você mesma? Curiosidade mórbida? Mais uma peça no seu quebra-cabeça da sua análise do bastardo imortal? Se eu te disser quem eu sou, mas você se recusar a acreditar eu não posso ser culpado pela sua decepção.

— Eu queria ter acreditado e talvez você esteja certo. – Argumentou a loira se aproximando quando o hibrido lhe deu as costas. Essa conversa não tinha terminado. – Sobre tudo isso, até a Freya. Talvez ela não seja o que parece, ela pode querer te pegar e está virando todos contra você. Talvez ela seja uma pessoa horrível, mas sabe o que ela não fez, Klaus? Ele não matou o Aiden. A Freya não matou um rapaz inocente.

— Nem eu matei! – Gritou voltando-se para ela. Ele não conseguiria fazer isso, não com a única pessoa que acredita nele.

— O que? Por que disse a eles que o matou então? – Perguntou sentindo sua expressão ir de triste a chocada. Sem ao menos perceber a esperança entrando novamente.

— Se eu derramasse sangue dos lobos, a Hayley questionaria a lealdade dos lobos a Hope e ela não iria fugir.

— Mas se eles não protegerem ela, então quem...

— Só eu posso salvá-la. E eu preciso muito ser temido. – Exclamou erguendo as mãos, mas logo as baixando.

— Eu devo ter medo de você, também? – Camille perguntou depois de alguns segundos.

— É melhor para você se tiver. – Respondeu ele abaixando o tom de voz novamente. – Se você acreditar que eu sou o monstro que eles dizem que eu sou. Então um dia, quando isso finalmente acabar, eu vou poder te achar e proclamar minha inocência. E por ser você, vai acreditar em mim. – Contou tocando no rosto dela levemente. – Um homem melhor te protegeria com essa mentira, mas eu não sou bom. Então vou te deixar com fardo da verdade que ninguém acredita.

Ele se virou saindo de lá em direção ao seu quarto onde Elijah estava parado com um pincel em mãos.

— Você devia estar com a Hayley. – Klaus falou já vendo que novamente foi enganado por seu irmão.

— Ela foi embora. – Respondeu com simplicidade. – Ela e Jackson levaram a Hope e você não vai acha-los, irmãos.

— Você ajudou ela a fugir.... Com a minha filha? – Perguntou baixo em sussurro enquanto andava ameaçadoramente em direção ao irmão.

— Alguém tinha que proteger aquela criança.

Rápido demais para olhos humanos. Klaus pegou Elijah pelo pescoço o empurrando até a varanda e o prensado no ferro.

— Como você ousa? – Gritou irritado. Elijah revidou empurrando o irmão de volta para o quarto e o derrubando no chão. Novamente Klaus se levantou jogando o irmão ao chão o segurando pelo pescoço. – Eu sou um hibrido, Elijah. Por que provocar uma luta que não pode vencer?

Antes que Klaus pudesse notasse, Elijah pegou uma adaga dourada de dentro do terno cravando no peito do irmão.

— Isso é pela Hope. – O moreno falou após se levantar largando o irmão no chão.

Rebekah entrou no quarto se aproximando pronta para tirar aquilo do irmão. Mas algo no olhar de Niklaus a impediu. Freya entrou logo em seguida parando ao lado dos outros. Mais uma vez Niklaus Mikaelson fora traído. A última coisa a ser ouvir foram as badalas do grande relógio da cidade. Um dia já se passara.