Explicações da fanfic nas notas iniciais. 

Natasha’s POV.

Ajustei novamente o vestido preto ao meu corpo, guardei minha arma na pequena bolsa que me acompanhava e então entrei no clube. Eu estava me arriscando entrando aqui, mas como uma boa amiga, eu estaria ajudando Steve e Rebekah, porque a loira? Pelo simples fato de que ela e James Barnes serem melhores amigos em 1940, quase irmãos. O que me faz pensar que talvez ele saiba sobre ela e que certamente ela ainda não contou isso a Steve.

Sem dizer que eu estava parada por muito tempo e como foi uma das pistas sobre o Soldado Invernal que Sam não podia seguir, eu me voluntariei. Espero que isso não seja uma perda de tempo.

Um garçom passou do meu lado e eu rapidamente peguei uma taça de champanhe bebendo um pouco, não era dos melhores. Comecei a caminhar olhando em volta, se a S.H.I.E.L.D ainda estivesse em pé com certeza esse lugar estaria vazio.

Havia mercenários, bandidos, comerciantes e qual quer tipo de pessoa que estaria na lista do Soldado Invernal. Passei rapidamente pela cozinha colocando um dispositivo de vigia ali, entrei em uma porta onde dizia “somente funcionários” e subi as escadas antes que um dos guardas me visse, não queria carregar corpos hoje.   

Me sentei na escada tirando o notebook da bolsa, tentei invadir a o sistema de segurança e depois de uns vintes minutos eu consegui, a pessoa que montou esse sistema não é muito esperta. A tela do aparelho foi tomada pelas cenas que as câmeras captavam. Nada de Soldado Invernal.

Continuei olhando até que um grupo de homens me chamaram atenção, eles estavam na entrada e não foram nada discretos ao esconderem as armas. Fui seguindo eles com as câmeras até que percebi que eles estavam vindo para cá. Droga, me levantei guardando a notebook e subi as escadas rapidamente.

Entrei no primeiro quarto do corredor e antes que eu pudesse me virar uma mão estranhamente gelada e forte segurou meu pescoço me prensado contra a parede. Rapidamente peguei uma faca presa e escondida no meu antebraço colocando no seu pescoço.

— Calma, vim em paz. – Falei segurando seu pulso com a outra mão assim que vi de quem se tratava, era inútil lutar, no final ele fugiria e eu queria conversar com ele. – Não se lembra de mim?

Ele se afastou lentamente confuso com a minha pergunta, talvez estivesse tendo lapsos de memórias.

— Nos conhecemos? – Perguntou baixo com a voz grossa.

— Nos encontramos duas ou três vezes. – Respondi me afastando. – Sou amiga do Steve.

Ele me encarou por alguns segundos e pensei que ele fugiria ou votaria a agir com frieza, mas parece que ao citar o nome do loiro ele ficou sem ação.

— O que está fazendo aqui? – Perguntou. – E onde está Steve?

— Ele está com alguns problemas e não tinha como te procurar, então me disponibilizei. – Falei passando a mão pelo pescoço.

— Então ele está me procurando? Deveria parar, eu não quero ser achado. – Respondeu voltando atenção a suas armas sobre a cama.

— Vai matar mais alguém. – Perguntei, mas logo recuei quando ele apontou uma arma em minha direção.

— Talvez você.

Antes que eu pudesse responder a porta foi escancarada com um chute fazendo um estrondo ao bater contra a parede, seis homens de preto entraram apontado a arma para nós dois.

— Olha que ironia de destino. Viúva Negra e Soldado Invernal juntos, relembrando os velhos tempos? – Perguntou com sarcasmo fazendo-me o encarar confusa. Como assim velhos tempos?

Antes que eu pudesse perguntar algo, James já atacava o primeiro homem tirando a arma de sua mão e atirando em sua cabeça. Dei de ombros, fazer o que né? Desviei do soco de homem moreno que veio para cima de mim e aproveitei para segurar sua nuca e bater sua cabeça contra a mesa. Chutei o segundo homem que veio para cima de mim e logo em seguida soquei seu rosto, quando tentei desviar de mais um golpe um loiro me puxou pelos meus cabelos me fazendo cair no chão.

Assim que ele se abaixou para me socar, coloquei minhas pernas em volta do seu pescoço o enforcando, ele se levantou me puxando junto e me bateu contra a parede, soquei seu rosto mais duas vezes e então usei o peso do meu corpo para derruba-lo, assim que ele caiu no chão ouvi o estalo do seu pescoço sendo quebrado. Me levantei em um pulo olhando James desacordar o ultimo homem que sobrava.

— Até que fazemos um boa dupla. – Falei dando de ombros pegando minha bolsa pronta para sair dali.

— Eu trabalho sozinho. – Respondeu guardando suas coisas em uma mala e saindo do quarto.

— Não discordo. – Ironizei.

James me puxou de volta para a corredor e no segundo seguinte ouvimos tiros, me manter disfarçada não deu em nada.

Abri minha bolsa pegando mais uma arma e rapidamente estiquei meu braço para o outro corredor e disparei três vezes acertando dois tiros, me abaixei quando os tiros vieram em minha direção. James virou o corredor atirando e se protegendo com seu braço mecânico. O segui antes que mais homens aparecessem.

Saímos rapidamente do prédio correndo quando vimos carros se aproximando em alta velocidade, fui atirando sem olhar quando corria, abaixei minha cabeça enquanto os homens atiravam na gente. Estou sendo um alvo por estar com o Soldado Invernal? Isso faz muito sentido.

Puxei James para o primeiro beco escuro que encontrei e nos encostamos na parede tentando nos disfarçar na escuridão. Os carros passaram por nós e esperamos ficar silencio para sairmos.

Seguimos a rua sorrateiramente sem chamar a atenção e nos misturamos as várias pessoas que esperavam na entrada de uma balada que estava lotada. Quando estávamos nos distanciando, vi mais uma vez os carros preto e sem ter opção me encostei na parede puxando James para mim e antes que ele pudesse evitar colei nossos lábios em um beijo.

Intensifiquei o beijo quando o carro se aproximou e James colocou as mãos em minha cintura a apertando, parecíamos dois adolescente em um beijo urgente. James pediu passagem com a língua e eu cedi. Eu cedi? Passei o braço por seu pescoço quando o beijo ficou urgente quase selvagem.

— Ei vão para um motel! – Um adolescente bêbado gritou, fazendo-nos afastar um do outro.

Que droga foi essa? Tentei agir normalmente, ou seja, de forma fria, mas meus lábios estavam formigando. Que isso Natasha? Se concentre.

Saímos andando dali como se nada tivesse acontecido até nos aproximarmos de uma rua mais movimentada onde eu tinha deixado meu carro.

— Despistamos eles. – James falou chamando minha atenção, olhei em volta confirmando.

— Vai sumir novamente? – Perguntei. – Steve não vai desistir de procurar por você.

— Fale que na hora certa nos encontraremos, Natalia. – Respondeu me chamando pelo primeiro nome.

— É Natasha. – O interrompi vendo ele dar de ombros.

Peguei as chaves do meu carro guardando minha bolsa e voltei a olhar para carro.

— Não demore para aparecer, ele sente sua falta, Rebekah também. – Falei citando a loira para ver se ele lembrava dela.

— Não lembro muito de Rebekah, mas pelo que recordo, ela sentiu saudade por muito tempo, mais um pouco não irá fazer diferença. – Respondeu se afastando de mim.

— Tudo bem. Até James. – Falei sabendo que ele iria embora.

— Até Natalia. – Falou sumindo logo em seguida entre a multidão.

Suspirei, eu provavelmente não contaria isso a Sam. Entrei no meu carro o ligando e logo saindo dali. Depois de alguns minutos dirigindo encontrei um hotel longe o suficiente da confusão e sai do carro. Peguei uma suite e fui literalmente correndo para lá.

Tomei um demorado banho de banheira e coloquei minhas peças intimas com apenas o roupão branco por cima. Me sentei na cama pegando meu notebook.

“Encontrei com James, estava onde você disse, e talvez ele não estivesse lá para matar alguém, trocamos poucas palavras e ele parece confuso, tendo lapsos de memória. Fomos atacados lutamos e no final no separamos. Ele sumiu”.

Mandei a mensagem para Sam e joguei o aparelho do outro lado da cama, me levantei indo em direção a janela olhando as poucas estrelas que apareciam, muita confusão em pouco tempo. Instintivamente coloquei a mão por cima dos meus lábios ao sentir um pequeno formigamento ali, logo me lembrando o que aconteceu.

James e eu nos beijamos e por algum motivo, não foi só para disfarçar. James provavelmente está muito confuso ou gosta de aproveitar. Suspirei, foi só um beijo, nada de mais. Fiz isso com Steve e não significou nada, é apenas um disfarce que eu, nós, agentes seguimos.

Meu celular começou a tocar fazendo com que eu saísse da janela o pegando e ficando surpresa com quem estava me ligando.

— O mundo está sendo invadido para você me ligar? – Perguntei sarcástica fingindo desespero.

— Ah Romanoff, você é sempre engraçadinha, não é? Pode falar você morreu de saudades.— Perguntou do outro lado da linha dando risada.

— Nem me lembrava do seu nome até aparecer no visor do meu celular, Stark. – Respondi fazendo pouco caso.

— Quem está tentando enganar? A você mesma. – Tony perguntou zombeteiro.

— Para de ser infantil Anthony Stark. – Falei fingindo estar séria e olhei rapidamente o relógio. – Posso saber porque está me ligando as três da manhã? Tenho certeza que não é apenas para ouvir minha voz.

— Seu humor nunca muda, Nat. – Resmungou enrolando.

— Então? – Perguntei levantando as sobrancelhas, mesmo que ele não pudesse ver.

— Então que a torre dos Vingadores está pronta e eu gostaria que você viesse morar aqui.— Falou me fazendo rir, mas logo continuou. – Banner já está aqui, logo vou convidar o Picolé.

— Se convidar o Steve, terá que convidar a namorada dele. – Comentei já prevendo o escândalo.

— Meu Deus! Steve Picolé Rogers arrumou uma namorada? Vamos ter que comemorar.— Gritou do outro lado da linha.

— Para de ser gay. – Respondi tirando com a sua cara.

— Nós dois sabemos que de gay eu não tenho nada.— Zombou e uma careta se formou no meu rosto. – Mas você tem razão , provavelmente é uma velhinha que ele conheceu em uma biblioteca.

— Ah Tony. Vou te mandar uma foto dela. – Falei tentando parar de rir. Mandei uma foto da Rebekah que eu tinha no meu celular para ele sem encerrar a ligação.

— Deus, onde ele arrumou essa deusa? E porque ela está com ele?— Tony perguntou parecendo indignado, me fazendo rir.

— E quando a Pepper, Tony? – Perguntei.

— Nós terminamos, na verdade ela terminou. – Respondeu com a voz um pouco triste.

— Não se preocupe tenho certeza que logo, logo você estará com ela de novo.

— É. – Respondeu achando que eu não ouvi antes ele sussurrar “Não dessa vez”. – Mas então você vem? Vamos Nat, festa, farra e uma ótima casa com ótimas companhias.

— Se você é uma ótima companhia, não quero ver uma péssima. – Respondi.

— Pelo amor Natasha, para de ser irritante e venha para cá. – Mandou fingindo estar bravo.

— Tudo bem, tudo bem. Amanhã mesmo eu vou. – Respondi.

— Para quem não queria, vai vir bem rápido. – Falou me fazendo imaginar sua cara de convencido.

— Vai se ferrar, Stark. – Gruni.

— Boa noite para você também, Natasha. – Respondeu desligando o telefone logo em seguida.

Me joguei na cama com o celular na mão e minhas costas reclamaram ao baterem contra o coxão me lembrando que aquele merda havia me jogado no chão, pelo menos o matei. Não matava pessoas fazia um tempo, James pareceu não se importar ao matar todos aqueles homens, mas por tudo o que ele passou, talvez tenha parado de se importar com mortes a sua vão, eu pararia de me importar. Em uma época eu parei de ver essa importância.

Balancei a cabeça tentando desviar os pensamentos, pensar sobre o passado não ajudaria em nada. Agora eu tinha pessoas que podiam ser chamadas de amigos. Como Clint, Steve, Rebekah, Thor e por mais estranho que pareça Tony.

Eu tinha alguém a recorrer, mas e James? Quando ele precisava a quem ele recorria. No passado provavelmente ele pedia ajuda a Steve, mas e agora com todos o caçando e o querendo morto, para onde ele iria quando estava desolado? Para.

Por que eu estou pensando nele? Ele tentou me matar várias vezes. Mas hoje ele pareceu confiável, não estava sobre o controle da H.I.D.R.A ou qualquer outra organização que o controlava. Eu mesma já fui controlada e fui perdoada, por que ele não?

Bufei quando reparei que estava pensando nele novamente, que droga está acontecendo comigo? Talvez o tempo sozinha não seja realmente bom, foi uma boa ideia ter aceitado ir morar na torre com os vingadores. Passei as mãos por entre meu cabelos tentando relaxar e me virei para ir dormir, mas não antes de mandar uma mensagem para Steve.

“Ei Steve, como andam as coisas? Faz tempo que não nos falamos e a loira não responde minhas mensagens ou ligações, de sinal de vida”.