Continuei correndo e buscando por Dylan, quando uma mão agarrou meu braço me fazendo cessar minha corrida, olhei para o dono da mão e vislumbrei um Dylan ofegante com roupas ensopadas de suor e uma expressão aflita, ao me ver ele ficou em silêncio esperando por uma explicação. Abri minha boca para falar algo, mas logo a fechei, o que eu podia dizer ao garoto, e se ele fosse um mortal como Rachel que via através da névoa, ou então fosse um semi-deus como eu.

- Percy, quem era aquele homem? O que ele queria? O que aconteceu? - Dylan jogou as perguntas em cima de mim, não me dando outra escolha.

- Eu te explico tudo quando fizermos uma visitinha no internato de Annabeth, ok? - Ele assentiu, droga, eu não queria meter Annabeth nessa confusão, mas se alguém podia me ajudar a descobrir quem era esse garoto, esse alguém era ela.

Mudamos de direção, e começamos a caminhar em passos largos para o internato em que Annabeth se encontrava, fazia uma semana que eu não via ela, com as aulas e as reformas no Olimpo, eu quase não pude vê-la desde que voltamos do acampamento. Eu sorri, Dylan me olhou de esguelha, ao notar o olhar do garoto, voltei à minha expressão séria.

A cada passo que Dylan e eu dávamos em direção ao internato, o silêncio entre nós se solidificava, só dava pra se ouvir o som de nossos passos e das pessoas ao redor. Logo chegamos ao internato, Annabeth nos recebeu, ao vê-la, não consegui deixar de sorrir, ela estava linda, ela sempre estava linda ... apesar de estar com os cabelos arrumados em um rabo de cavalo, uma blusa e uma calça qualquer, o que me chamou a atenção foram as olheiras embaixo de seus olhos, ela não dormir a dias, algo a estava preocupando, eu podia sentir.

Ela também sorriu ao me ver, percorri o espaço que nos separava e peguei em suas mãos, entrelaçando nossos dedos e ao mesmo tempo, dando lhe um rápido beijo, o qual ela correspondeu com muito prazer. Só paramos de nos beijar quando ela notou Dylan nos olhando um pouco incomodado. Ela afastou seu rosto do meu, e notei que ela corou um pouco, mas deixou nossos dedos entrelaçados, ao mesmo tempo olhou confusa para o garoto.

- Esse é Dylan, meu amigo da escola, e Dylan essa é Annabeth, minha namorada - Ele deu um sinal como se fosse um "oi". 

- Oi Dylan, e então cabeça de alga por que a visita surpresa? Não que eu esteja reclamando nem nada, eu realmente queria te ver, só fiquei surpresa ao te ver aqui com seu amigo. Aconteceu alguma coisa? - Ela disse com um olhar de preocupação.

- Sim, aconteceu. Eu e Dylan precisamos falar com você, será que poderíamos ir para o seu quarto? - Ela assentiu, e juntos fomos para o quarto de Annabeth.

- E então? - Ela disse ao fechar a porta de seu quarto.

- Bom, primeiro eu preciso falar a sós com Annabeth, ok? - Eu disse a Dylan, novamente ele assentiu e se sentou em uma cadeira perto da porta. Annabeth e eu entramos no banheiro que tinha no quarto dela e eu contei tudo.

- Bem, ele pode ser um meio-sangue como nós, temos de falar com Quíron. Mas não é normal as fúrias atacarem um meio-sangue sem que ele seja filho de algum deus poderoso, você sabe disso não é? - Eu assenti.

- Mas e se ele não for um meio-sangue e se machucar ao tentar entrar no acampamento?

- Bem, temos de correr o risco, não temos muita escolha. Devemos contar tudo a ele?

- Nada mais justo, se ele não for um meio-sangue podemos apagar sua memória com a névoa, então, não tem problema.

- Tudo bem então cabeça de alga - Ela me disse e colocou suas mãos ao redor do meu pescoço me dando mais um beijo rápido.

Entramos no quarto e Dylan se dirigiu até nós, Annabeth lhe explicou tudo, o papo de ele talvez ser um meio-sangue, que talvez seu pai fosse um deus grego. Ele me olhou como se fôssemos loucos.

- Então meu pai é um deus grego? - Ele disse sarcasticamente.

- Ou sua mãe ou seu pai - Annabeth lhe explicou.

- Bem, eu não sei quem é meu pai, eu só sei que ele me deixou quando eu era pequeno e minha mãe morreu no parto. Agora eu moro com minha avó, então não se essa história de eu ser um meio-sangue pode ser real - Ele disse com sinceridade.

- Você realmente pode não ser um meio-sangue cara, você já viu algumas coisas estranhas que nunca pôde explicar?

- Não - Novamente ele me olhou como se eu fosse louco.

- Então, você deve ser um meio-sangue, vamos te levar para o acampamento e falar com Quíron, lá teremos respostas, o que acha? - Ele assentiu.

- Vamos agora então, cabeça de alga - Ela colocou algumas coisas dentro de uma mochila e nós fomos para a rua chamar um táxi.