Rebel escrita por Blake


Capítulo 16
Tragedy




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/655167/chapter/16

A equipe de Coulson se dividiu em três carros, com a adição dos Inumanos ao grupo, ficou difícil comportá-los em apenas um veículo.

May dirigia o primeiro, na companhia de Phil, Hunter e Barbara. Sendo seguida por Skye, que levava o time ‘Inhumans’ e por último, Tripp, trazendo os cientistas.

– Separem-se agentes e se acharem qualquer coisa, não se aproximem sem reforços – May delegou e pôde telepaticamente dizer que Skye havia revirado os olhos dentro do outro carro. – Skye?! – exigiu, quando a garota foi a única a não dar o “ok” esperado.

– Ok – a mais nova respondeu com mau humor. Odiava ser tratada como uma criança e por favor, que reforços precisaria ? Estava na companhia de pessoas com poderes! Não que May ou Coulson se importassem com esse detalhe.

– Torcer para encontrarmos... – antes que Coulson pudesse terminar sua frase começaram a ser alvejados com tiros que vinham do céu. Por sorte o carro era blindado, embora os pneus não fossem.

– São drones – May vociferou, fazendo suas conhecidas manobras para despistar o inconveniente objeto.

– Isso significa que estamos perto – Hunter anunciou, já sacando seu revolver, abriu minimamente a janela, apenas o suficiente para o cabo da semi-automática passar – Eu não consigo mirar com você fazendo essas manobras assassinas, May – gritou para a asiática que enfim parou de zanzar pela avenida, permitindo que ele atirasse com precisão.

– Eles sabem que estamos chegando – agente Morse constatou com certa apreensão.

– Não faz sentido atirar nos nossos carros blindados, Ward não é idiota. Não seria mais fácil nos pegar de surpresa ? Uma emboscada ou sei lá ? – Phil divagou, coçando a têmpora, enquanto forçava todos a acompanharem seu raciocínio.

– Ele parece assustado – May concordou com o marido.

– Não é o Ward – Skye tirou todos das suas respectivas reflexões. – São dois moleques, não tem mais ninguém aqui – anunciou fazendo May e Coulson se entreolharam irados com a audácia da garota.

– Estamos a caminho – anunciaram em uníssono, antes de May sair queimando o asfalto.

**

– Você perdeu sua sanidade ? Desobedecer uma ordem direta do Diretor da SHIELD ? – Coulson puxou Skye para um canto reservado para lhe passar um sermão.

– Tecnicamente foi uma ordem da May – a garota cruzou os braços e, ao notar a cara pouco amigável de Coulson, mudou sua abordagem – Olha, se não fosse por mim, vocês seriam alvejados por mais drones e aqui é um campo minado, Lincoln desabilitou os explosivos, mas... – se embaralhava nas próprias palavras, gesticulando apressadamente, como sempre fazia quando estava nervosa.

– Acho que o que você está tentando dizer é: ‘Desculpa, Sr., isso nunca tornará a acontecer e sim, eu aceitarei minha advertência’ – o homem não estava preocupado com as explicações dela.

– O que, advertência?! – indagou com descrença.

– Você quer ser tratada como uma agente ? Então faça por onde – finalizou de forma séria e se distanciou da morena. Indo até onde May e os demais supervisionavam os dois garotos, Bae suava mais que tampa de chaleira e estava muito pálido, obviamente nenhum dos dois eram os terríveis assassinos que a equipe esperava encontrar.

– Então, quais seus nomes? – Coulson iniciou aquele interrogatório de forma entediada.

Os dois mantiveram-se calados, embora Bae estivesse bem tentado a começar a falar tudo ou chorar, um dos dois, definitivamente, ele faria em breve.

O Diretor notou a ansiedade do coreano e apenas fez um aceno com a cabeça, ordenando May a levá-lo para outra sala. Separá-los era o mais acertado a se fazer.

– Você sabe que seu amigo vai começar a cantar que nem um passarinho, não é? – prosseguiu, cruzando os braços e encarando o garoto a sua frente – É melhor salvar sua pele antes dele me dar as informações que quero saber e não sobrar nenhum acordo para você – aconselhou, mas nada saiu dos lábios de Alex, que apenas encarava as próprias mãos, sem demonstrar nenhum nervosismo.

**

Bae por outro lado, ansiava por falar e se livrar de vez daquele peso que tinha no peito. Bastou May jogá-lo numa cadeira qualquer para o coreano iniciar.

– Eu fui sequestrado por eles, não tenho nada a ver com o sequestro daquela mulher – dizia apressadamente.

– Para onde a levaram? – May questionou numa calma desconcertante.

– Rússia, eu ouvi Taylor comemorando que iriam para Rússia – afirmou e suspirou – Por favor, você tem que acreditar em mim, eu não queria nada disso, mas estávamos sendo caçados, minha cara estava no jornal... Eu não tive escolha – revelou e cobriu o rosto com ambas as mãos.

A asiática não prestou muita atenção ao que ele disse após pronunciar o nome da sua filha, mas duvidava que aquele coreano com cara de personagem infantil estivesse mentido, parecia ser muito covarde para isso.

– Me fale sobre essa... Taylor – pediu com a voz fraca, deixando o corpo afundar naquela cadeira.

– Eu não sei, ela é loura, alta, dezoito anos talvez... – ele prontamente atendeu, embora não soubesse o que dizer de relevante – Ela é meio que um das líderes, ao lado de Ward e ela é bem assustadora, eu nunca a vi matando alguém, mas todos têm medo dela, ou têm medo do que o Ward fará com eles caso mexam com ela... – divagou e May rapidamente ergueu a cabeça.

– O que? – queria ter certeza que ouvira realmente aquilo.

– Eles dormem juntos, são tipo um casal – Bae explicou, com um quê de confusão pelo interesse da mulher num detalhe tão técnico.

Não, não, não, aquilo não podia estar acontecendo.

– Onde estão os outros capangas da HYDRA? – após um longo momento em silêncio, se pôs no controle novamente, trancando aquela informação sobre Taylor até que fosse oportuno destrancá-la.

– Sr. Von Strucker os realocou para outras bases, Ward levou os demais – respondeu sem gaguejar.

– E por que vocês ainda estão aqui? –

– Ward – admitiu – Ele disse que precisaria de nós para limpar os drivers – revelou e parecia quase arrependido por não ter feito o que foi pedido horas atrás, ao invés disso, iniciou um duelo de RPG com Alex, perdendo completamente a noção do tempo, até serem hackeados por Skye e tudo virar uma confusão. – Eu disse pro Alex pra gente fugir, mas ele disse que se a gente fugisse sem limpar o lugar, Ward iria nos matar e alimentar os tubarões com nossos restos mortais – pausou, ainda trêmulo com essa possibilidade – Vocês podem nos proteger dele, certo? – questionou com a voz entrecortada.

A asiática suspirou de forma cansada, o lançando um olhar de puro desdém.

– E Ward simplesmente os abandonou? – indagou sem muita paciência.

Bae balançou a cabeça negativamente, limpando o suor que se formava sobre seu nariz.

– Mas só o Alex sabe o ponto de encontro, ele não me disse, se não estivermos lá em duas horas Ward saberá que fomos capturados – respondeu com a voz falha, os olhos esbugalhados refletiam seu medo.

May deixou o gordinho na sala e se dirigiu até Coulson, dando um breve resumo de tudo que havia coletado, muito embora tenha deixado a parte da Taylor de fora.

– Onde é o ponto de encontro, Alex? – o Diretor questionou entre dentes, mas Alex era um túmulo. Nunca trairia as pessoas que o acolheram, por mais distorcido que aquilo soasse, eles eram sua família e não se trai a própria família. Que não pusessem aquele gordo maldito na mesma cela que ele, pois tinha certeza que iria matá-lo e o faria desejar que tivesse sido devorado por um tubarão.

△REBEL

– Ficou de babá? – Rosalind tentou iniciar uma conversa, mas se Taylor havia pegado algo de May era o jeito recluso e a carranca fechada. Assim sendo, permaneceu exatamente onde estava; sentada no outro extremo do cômodo, sendo uma presença quase onipresente ali. – Que mal fará conversar? Eu provavelmente vou morrer mesmo – prosseguiu com amargura, suspirando ao ver que aquele drama não surtiria nenhum efeito sobre a jovem.

– Para uma pessoa que vive só, você é bem sentimental – avaliou sem nenhum tato. Na sua conhecida sinceridade escrachada.

A agente sorriu, abaixando a cabeça – Quem sai aos seus não degenera – sussurrou antes de encarar a jovem novamente – Esse tipo de emprego não nos permite o luxo de ter alguém nos esperando em casa, mas isso não significa que eu não sinta falta, ou pense em como seria ter uma família – declarou.

– Hm... – a garota não estava nem um pouco interessada naquela conversa.

– Você já tem uma família, não tem que pensar sobre isso – avaliou com presunção. Possivelmente quisesse ver qual seria a reação de Taylor diante daquela afirmação.

– A única coisa que tenho para pensar são meus anos no reformatório caso volte para minha família, minha viagem, assim como a sua, é sem ticket de volta – respondeu sem demonstrar nenhum remorso.

– Creio que seus pais a perdoariam – pontuou num ar experiente.

– Quem disse que estou em busca de perdão? – retorquiu de forma pedante – Eu fiz minha escolha e não me arrependo dela – finalizou, caindo em silêncio.

– Você fala como o Kevin – avaliou num ar distante, mantendo os olhos sobre a jovem.

– Então talvez o único erro dele tenha sido me fazer de rato de laboratório – concluiu. Levantando-se e abandonando o cômodo.

△REBEL

Bae e Alex haviam sido postos na sala de interrogatório do Bus, não houve objeção sobre levá-los naquela missão. Talvez eles viessem a calhar. Skye recuperava os dados da base da HYDRA, que apontava para instalações espalhadas por todo o globo, enquanto os demais distraiam-se da melhor forma que conseguiam, afinal, aquela viagem seria particularmente longa.

– Ela está dormindo com Ward – May jogou a bomba sobre o colo do marido sem a menor misericórdia.

– O que?! – Coulson realmente se esforçou para manter o tom de voz baixo, mas o choque era visível.

– O que você esperava? – a asiática já havia entrando em bons termos com a própria consciência. Taylor era um caso perdido, era melhor aceitar aquilo ao invés de ficar se iludindo.

– Isso é estupro, pedofilia, aquele desgraçado, deveria tê-lo matado! – esbravejou, chocando ambas as mãos contra a mesa.

– Estupro, sério Phil?! – a mulher indagou com um quê de sarcasmo – Taylor sabe as merdas que está fazendo, ela não é uma criança, nem quando ela era uma criança ela parecia uma... – jogou-se no sofá num ar infeliz.

– Então você está me dizendo que um cara com o dobro da idade da nossa filha, não está tirando vantagem dela? Poderíamos usar isso na defesa de Taylor – anunciou de forma esperançosa, sem se abalar pelas palavras duras deferidas pela mulher.

May sorriu nervosa, era um riso triste, carregado de melancolia.

– Coulson, entenda uma coisa, Taylor é quem está tirando vantagem nessa situação, ela está enganando Ward, porque é isso que ela faz, ela manipula as pessoas e quando ela tem o que quer, ela os abandona – declarou num ar feroz – Ela não se importa com os meios, não importa quantas pessoas ela irá machucar, a única coisa que Taylor se importa é com ela mesma – finalizou e sua fúria era visível.

– Eu não acredito nisso – rebateu com a mesma frieza imposta por May. Não acreditava... Não estava pronto para desistir da própria filha, não ainda. – Eu irei pegá-la de volta, Melinda, e ela terá que dizer isso na minha cara, só assim eu irei acreditar que minha Taz realmente se foi – concluiu com um nó se formando na garganta.

– Ela irá, Phil, ela irá confirmar cada mínima coisa que eu disse, porque ela talvez não tenha uma alma, mas aquela criança nunca mentiu na vida – retorquiu e se retirou do cômodo.

Melinda sentia-se enojada, todo seu estômago revirava com o quão baixo Taylor estava disposta a chegar para concluir seus planos. Usando-se como moeda de troca... Permitindo que alguém a usasse a fim de satisfazer os próprios desejos. Aquilo era simplesmente nojento. Nunca pensou que sua tímida criança se transformaria numa pessoa tão promíscua... Nunca pensou que Taylor se transformaria em algo tão terrível.

**

– Você está bem, Skye? – Lincoln puxou a garota pela cintura, arrancando um sorriso tímido daqueles lábios tão convidativos.

– Eu sempre ouço coisas que não deveria – admitiu num ar infeliz, fazendo um bico adorável.

– Hm... – murmurou no ouvido dela, de forma sugestiva – Que tipos de coisas? – quis saber, fazendo um leve cafuné sobre os cabelos castanhos dela.

– Não importa, não é ninguém importante – mudou rapidamente de assunto.

Ouvir sobre Taylor e Ward não a faria ficar cabisbaixa por aí, talvez eles se merecessem, ambos eram inescrupulosos. Ouvira absolutamente tudo que May dissera sobre a garota e se antes tinha dúvidas que ela fosse ruim, agora tinha absoluta certeza, só sentia-se mal por Coulson, ele realmente queria acreditar que existia algum resquício de bondade dentro de Taylor, o único que mantinha alguma esperança quanto a isso.

– Ótimo – Lincoln a enlaçou mais fortemente, selando-lhe os lábios com ternura, para só então aumentar a intensidade do beijo, ao notar que fora correspondido – Tenho uma coisa bem mais interessante para fazermos – sugeriu todo malicioso e ela riu novamente. Preenchendo o bus com aquela gargalhada tão conhecida por ali.

– Você é um cretino – afirmou e o seguiu até um dos dormitórios, trancando a porta as suas costas.

△REBEL


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rebel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.