Rebel escrita por Blake


Capítulo 14
Spaceman




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– Todos sabem suas funções, certo ? – indagou uma última vez, olhando para o grupo. Alexia, Kyle, Bishop, Riley e Grant. Todos acenaram em concordância, e só então partiram do complexo.

Taylor, Riley e Alexia iriam num carro, enquanto Grant, Kyle e Bishop no outro. Se aquela ação não fosse meticulosamente calculada, os dias na prisão seriam bem desagradáveis, se é que iriam chegar até lá.

Alexia e Taylor entraram na cafeteria às 18:25, passavam-se por amigas e conversavam amenidades, sem levantar nenhuma suspeita. Escolheram uma mesa bem próxima à bancada e pediram dois cafés normais, com algumas rosquinhas. Alexia era bem natural naquilo, por nenhum segundo ficou nervosa, ou se ficou, não demonstrou. Às 18:57 o segurança surgiu, ficou na fila por cerca de sete minutos e quando enfim chegou sua vez, fez o mesmo pedindo de todos os dias. Taylor também havia calculado quantos minutos a moça levava para preparar a bebida, de 1 à 2 minutos, nunca mais do que isso, quando ela já estava pondo a tampa sobre o copo, apertou na mão de Alexia e no instante seguinte o mais completo breu tomou conta de todo o lugar. Dez segundos depois, as luzes voltaram.

O segurança olhava com certa confusão aquela “queda de energia”, mas considerando o quão caótico era o sistema de distribuição de energia de NY, deveria estar acostumado a essa altura. A recepcionista apenas terminou de pôr a tampa, entregando-o o copo em seguida, ele agradeceu e se retirou. Dois minutos depois, foi a vez de Taylor e Alexia fazerem o mesmo.

– Está feito – a loura anunciou no comunicador e Grant apenas concordou.

– Já estamos em posição – ele respondeu.

Riley não esperou nenhum comando e apenas acelerou, seguindo o carro de Rosalind a uma distância segura.

Em vinte minutos o carro da mulher estava no exato ponto em que deveria; num congestionamento filho da puta, comum naquela cidade infernal. Rosalind estava com uma dor de cabeça que não cabia em si (cortesia do veneno não mortal que Taylor pôs no seu café) e o prédio dela só ficava a três quarteirões daquele ponto, ela não esperaria trinta minutos parada no tráfego estando tão perto de casa, pelo menos era o que grupo deduziu, afinal, naquele ramo, sorte era um fator essencial.

Como esperado, a morena desceu do carro, num ar meio irritado, foi seguida por apenas um dos seguranças, já que o outro não poderia deixar o carro no meio da avenida já congestionada. Riley chegou instantes depois de Rosalind descer do carro e Alexia rapidamente os seguiu, andando na calçada atrás da dupla. Antes que Rosalind e seu segurança chegassem à viela, na qual Grant e os demais os esperavam, a ruiva apagou todas as luzes, até os faróis dos carros perderam o brilho, e, novamente, foram envolvidos pela completa escuridão. Sem perder tempo Bishop atirou na cabeça do segurança, enquanto Grant envolvia a mulher por trás, aplicando um sonífero no braço da mesma, toda a operação não demorou sequer trinta segundos. A ruiva permitiu que “houvesse luz” e continuou a caminhar, como se nada houvesse acontecido, pegou a bolsa de Rosalind, assim como sua pasta, e foi deixá-los em algum ponto do prédio onde a mulher morava, pois era bem óbvio que cada movimento da morena era monitorado e todos queriam que a agência acreditasse que ela estava em casa, pelo menos por hora. Ward escondeu o corpo do segurança e Bishop pôs a Diretora no carro, que no instante seguinte não estava mais lá, já que Kyle havia o tornado invisível. Tomaram à direção contrária, saindo dali, sem atraírem nenhuma atenção. O celular de Rosalind já havia sido posto num dos vasos do hall e tudo correu como o previsto.

Riley e Taylor sorriram com satisfação – Rússia, aqui vamos nós – exclamaram com divertimento e só então foram buscar Alexia, Riley praticamente pulou no pescoço da ruiva quando a encontraram sentada no exato banco que Taylor a havia indicado.

– Você foi incrível – Carter elogiou a nova espiã.

– Esse friozinho na barriga, tão emocionante – a outra declarou, ainda sorrindo e foi impossível não acompanhá-la.

– Vamos para casa – declarou e todas concordaram.

△REBEL

Foi necessário exatas três horas para enfim notarem o desaparecimento de Rosalind Price, a essa altura, o corpo da mulher jazia sobre uma cama dura, numa das celas do covil hidrônico e se ela esperava que a dor de cabeça fosse melhorar, teria uma ingrata surpresa. Uma busca nacional foi montada para procurá-la, mas eles não faziam ideia do que procurar, afinal, carros invisíveis não aparecem em câmeras de segurança. Aquele plano foi tão perfeito que até Taylor estava emocionada com a própria genialidade.

A garota tinha uma caixa de chocolate sobre a barriga, enquanto assistiam ao noticiário, onde a repórter dizia que a líder da nova divisão anti-Inumanos, havia desaparecido de forma “pouco convencional”, insinuando claramente que fora uma armação dos Inumanos contra a agência. Aquilo, definitivamente, não iria levar a população no geral a aceitá-los melhor, era óbvio, seriam vistos como ameaças ainda maiores.

– Acho que você ganhou sua viagem, Dama – Ward declarou, com um sorriso largo sobre o rosto e uma latinha de cerveja na destra, a qual ergueu numa espécie de “brinde”.

– É, acho que sim – a mais nova respondeu – E levarei três pessoas comigo – decretou sem o menor receio da reação que receberia.

– Você levará bem mais do que isso, afinal, todos iremos com você – ele declarou, fazendo a jovem fitá-lo em confusão.

– O Presidente não faz acordos com terroristas, você mesma me disse isso, Daminha, mas eu conheço uma pessoa muito interessada em fazer negócios pela Sra. Price, e pagará muito bem por isso – ele enfim revelou seu “plano”, pretendia vendê-la para alguma organização Russa, que tinha interesse nas informações privilegiadas que a agente dispunha ?!

A loura o fitava de forma imparcial, mas era possível notar todas suas fibras enrijecerem – Seu desgraçado – sussurrou, jogando a caixa de chocolate para o lado e saindo dali. Tudo que conseguia pensar era “prisão perpétua”. Aquele infeliz a fez de acessório no sequestro e provável assassinato de uma agente. Se a CIA os capturassem fora dos EUA, poderiam tortura-los numa das suas prisões secretas e ninguém nunca daria por falta de nenhum deles. Eram insignificantes e descartáveis. Não era o fim que almejava para si.

– Calma aí, Taylor, você realmente achou que eu fosse me importar com o irmão de alguém ?! – Ward a seguiu e puxou seu braço, forçando-a a encará-lo.

– E ele foi mesmo preso ? – aquilo era um outro nível de sadismo.

O homem apenas concordou com a cabeça e deu de ombros – Nem o Bishop se preocupa com ele, o que não é uma surpresa, todo mundo aqui tem uma família meio fodida, olhe só você –

– Não me use como exemplo, seu infeliz – ela o respondeu com os punhos já cerrados.

– Não se faça de inocente – recomendou de forma ameaçadora, o que não a afetou nem um pouco.

– Você é um desgraçado! Deveria ser uma simples troca, onde ela nunca tivesse que ver nossas caras – a garota falava entre dentes, visivelmente alterada, o que não era do feitio de Taylor.

– Eu te vi torturar uma pessoa para descobrir a verdade, aposto que você também mataria se esse fosse o preço – o moreno rebateu, os olhos faiscavam em maldade. As vezes ele era simplesmente um psicopata.

– A diferença é que eu não preciso matar alguém, especialmente a maldita diretora da ATCU – retrucou e puxou o braço, livrando-se do aperto dele.

– Aquele avião partirá com o sem você, decida-se antes dele decolar, porque essa é uma oferta única – ele completou friamente e a deixou partir, cruzando com Riley no seu caminho de volta, esbarrou propositalmente na mulher, que apenas o encarou com certo desdém.

– Você virá conosco ? – Riley indagou, tirando as mechas douradas do rosto da jovem. Caminharam em silêncio por algum tempo, até estarem no enorme bosque que ladeava o covil.

Foi o tempo necessário para Taylor pensar e pesar sua decisão, deu um aceno em concordância após refletir longamente, o que diabos tinha mais a perder ? Absolutamente nada.

– Mas eu não irei voltar – revelou e mordeu o lábio inferior – Aquele plano de fugir, ainda está de pé ? – indagou de forma incerta, geralmente não lidava bem com negativas e realmente torcia para não ouvir uma da mulher a sua frente.

– Olhe para mim – ordenou e uma loura muito desconfiada acatou – Pensei que você nunca fosse perguntar – declarou e alargou um sorriso sobre o rosto, envolvendo-a num abraço.

– Nós poderíamos morar na Bélgica, muitos bancos, diamantes... – Taylor falou e os olhos de Riley brilharam em expectativa, a mulher era praticamente uma cleptomaníaca.

– Ou poderíamos morar na Turquia, África ? – era divertido ver o entusiasmo da morena. Beijaram-se com desejo, diversas promessas veladas em seus toques, em suas respectivas urgências.

△REBEL

– Sequestraram a Diretora da ATCU – Coulson anunciou o óbvio, enquanto todos os presentes se encaravam com certa confusão, sabiam que ela havia sido sequestrada, só não entendiam porquê aquilo os interessava.

– Se a acharmos, acharemos a base da HYDRA e ... – May suspirou, incapaz de prosseguir.

– Taylor – Skye completou e a sorriu de canto.

– Os outros Inumanos – Hunter pontuou, cruzando os braços sobre o torso.

– E pelo ótimo trabalho de vocês, agora temos reforços para tal – o Diretor falou e sorriu para os novos “integrantes”: Lincoln, Alisha, Olivia e Eric.

– O que temos sobre esse sequestro ? – Barbara questionou, fincando ambos os cotovelos sobre a mesa da sala de reunião.

– Bem ... Não muito – Jemma foi a pessoa a responder, minimamente envergonhada, mas igualmente fofa. A britânica lançou imagens para o painel que tomava a parede à frente do grupo – Três fatos incomuns me chamaram a atenção. Primeiro, na lanchonete, todas as luzes se apagaram por dez segundos, do nada. Segundo, cerca de vinte minutos depois, Sra. Price desce do seu veículo e todas as luzes tornam a se apagar, ela foi pega, mas como eles escaparam ?! – questionou numa retórica, e todos se mantiveram calados, esperando ela prosseguir – O carro ficou invisível, Alexia Mitchell e Kyle Darren os ajudaram com esse sequestro. Sr. – concluiu.

– Ainda estamos preocupados com o bem- estar deles ? – Hunter quebrou o silêncio, e como usual, com muita irreverência.

– Eles não estão sendo mantidos reféns, mas isso não significa que eles não tenham sido manipulados – Fitz, muito diplomático, tentou dar-lhes o direito da dúvida, recebendo um sorriso terno de Skye como agradecimento, assim como dos demais Inumanos.

– Nós estamos te ajudando e acreditamos estar fazendo a coisa certa, mas se não estivermos ? – Olivia rebateu astutamente e sorriu de forma cínica na direção do britânico.

– Aquela mulher pegou meus primos, eu faria muito pior do que apenas sequestrá-la – Alisha revelou friamente, olhando com todo desdém possível para foto de Rosalind.

– Vamos deixar algo bem claro aqui, o que eles fizeram é errado, ponto. Eu não me importo com os motivos, sequestrar um ser humano é errado, vamos apenas estabelecer isso – Coulson tentou pôr uma pedra sobre aquele embate, recebendo alguns olhares céticos como resposta, inclusive de Skye, se bem se lembrava, ela havia sido sequestrada por ele... Preferiu manter-se calada sobre esse assunto.

– Estamos falando sobre uma enfermeira e um professor, pessoas que devotaram suas vidas para ajudar, eles não machucariam alguém propositalmente – a morena saiu em “defesa” deles, embora ficasse difícil considerando aquelas “evidências”.

– Você conseguiu achá-los, agente Simmons ? – Tripp tomou as rédeas da situação, ou ficariam naquele debate de merecimento ou não, por um longo tempo.

– Não exatamente – novamente a britânica foi obliqua – Mas eu e o Fitz temos essa teoria de que o Sr. Darren não consegue deixar algo REALMENTE invisível, porque isso seria meio impossível, quebraria no mínimo três leis da física – a cientista divagou e ao notar isso, assim como a cara pouco amigável dos presentes, resolveu manter-se focada - Ele apenas refrata a luz, deixando o objeto invisível para a visão humana, mas se usarmos um filtro específico, podemos deixar algo invisível, visível novamente – enfim revelou, com um sorriso confiante sobre o rosto.

– Puta merda, custava ter dito isso desde o princípio ?! – Hunter questionou, erguendo as mãos no ar e fazendo uma cara de tédio.

O inglês recebeu um olhar recriminador da parte do Diretor, que logo tratou de voltá-los para a cientista – E quando saberemos se essa teoria procede, agente Simmons ? – o homem questionou de forma respeitosa, sabia que estava diante de uma das mais geniais mentes da atualidade, sentia-se grato por tê-la ali, o mesmo valia para Fitz.

– Quando o computador conseguir detectar os padrões, Sr., ele gera cerca de 1.000 combinações por hora, levará no máximo um dia para termos a resposta para essa questão, Diretor Coulson – ela o respondeu e sentou-se ao lado do seu melhor amigo.

Sabiam que um dia era uma perspectiva sombria para agente Price, mas, por hora, era o melhor que poderiam fazer. Esperar e torcer para ela permanecer viva durante seu cativeiro, caso contrário, salvar a pele de Taylor ficaria impossível. Ela enfrentaria perpétua, e ninguém poderia livrá-la disso.

△REBEL


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