Em Meio a Guerra escrita por Cinthia Feitoza


Capítulo 5
Agosto de 1918


Notas iniciais do capítulo

O fim está próximo! A guerra está quase acabando e esta fanfic também! Prontos para o penúltimo capítulo? Então, ai está! Boa leitura ^^



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Desde o dia em que Hermione me contou sobre a cegueira, eu permaneci no posto de enfermagem; ela gentilmente leu e respondeu em meu nome cada uma das cartas que eu recebera, inclusive uma de Gina, explicando a todos o que havia me acontecido. Minha visão não apresentou grandes mudanças no decorrer do tempo; tudo ainda era um borrão, que ficava mais claro dia após dia. Eu segurava a fotografia que recebera de Gina anos atrás; este era o único papel que eu não precisava enxergar para saber do que tratava; a visão de ruiva ao meu lado estava guardada em minha mente, impregnada em todas as minhas memórias.


— Sr. Potter? — uma voz grave e paternal se fez ouvir no recinto. Virei minha cabeça na direção de onde ela vinha e ouvi o riso suave do Doutor Lupin; ele me visitava e examinava quase diariamente, assim como fazia com todos os outros feridos de guerra.


— Doutor Lupin! Muito trabalho hoje? — perguntei, tentando demonstrar humor em meu tom, algo que eu havia perdido já há algum tempo.


— Com certeza meu colega alemão está tendo mais trabalho do que eu— ele disse risonho, como sempre; talvez na faculdade de medicina ensinem a sorrir mesmo em meio a dor, ou, quem sabe, o Doutor Lupin tenha desenvolvido tal capacidade sozinho.


— Mas não vim até aqui para comparar as baixas dos nossos inimigos com as nossas; minhas razões dizem respeito unicamente a você! — pisquei os olhos, visivelmente confuso.
— Entrei em contato com alguns colegas de

faculdade, contei seu caso e um deles me enviou isto! — ele falava enquanto mexia em seus pertences, a julgar pelo som abafado de vidro e metal se chocando. Lupin trouxe até minhas mãos um fraco pequeno e gelado com um bico fino na parte de cima.


— Isto em suas mãos é uma solução que reverte a inflamação em suas retinas. O gás cloro não causou lesões muito graves, mas se não revertermos a inflamação com o tempo você perderá toda a sua visão. Esta solução pode evitar que isto aconteça! Ele me garantiu que funciona e que sua visão retornará quase que completamente. É provável que você necessite de óculos para uma visão mais límpida, mas isso com certeza é tolerável dentro do seu quadro clínico.


— E como faço para usá-lo, Doutor? — perguntei visível e genuinamente empolgado com aquela notícia. Eu não me importaria de usar óculos pelo resto da minha vida; contanto que eu pudesse enxergar o mundo e as pessoas que eu amo através de suas lentes, estava satisfeito.


— Você tem certeza disso, Harry? — o doutor perguntou esperançoso.


— Claro que sim! Não tenho mais nada a perder!

***

Era a primeira vez em meses que eu via alguma coisa com clareza. As letras, de uma grafia fina e delicada, escritas num papel desbotado pelo tempo, saltavam do papel para os meus olhos. O sorriso de excitação, o brilho nos olhos sedentos que passeavam pelas linhas... Era maravilhosa a sensação de poder enxergar outra vez. O tratamento com a solução enviada pelo amigo do Doutor Lupin funcionara perfeitamente e no dia seguinte eu voltaria ao campo de batalha; a guerra parecia chegar ao fim e o nosso exército, com o espírito renovado à luz desta possibilidade e também pela chegada das novas armas vindas da América, investia com tudo sobre o inimigo vencendo todas as pequenas batalhas que travava. Aproveitei os poucos instantes de paz que me restavam para ler a última carta que recebi; era de Gina e eu estava ansioso para respondê-la e dizer que agora estava tudo bem, que eu voltara a enxergar e que estava cada dia mais perto de voltarmos para casa. Abri o envelope e o cheiro floral de seu perfume se espalhou pelo ambiente. Fechei os olhos, inspirando o doce aroma, a saudade crescendo em meu peito.

Querido Harry
A resposta de Hermione a minha última carta foi, no primeiro momento, um verdadeiro choque! Eu quis sair correndo de Londres e ir ao seu encontro; queria ter certeza de que você estava bem, apesar de tudo. Temi que você desistisse de toda a vida que ainda tem pra viver porque não poderia mais enxergá-la com os olhos, e se assim fosse eu não sobreviveria ao vê-lo sucumbir ante a isto. Então, meu amor, decide escrever-te esta carta, não porque sinta pena de sua situação, ou apenas para dizer que estarei sempre contigo; escrevo para que se lembre de contar consigo mesmo e com sua força. Você sobreviveu a tantos outros horrores, sobreviverá a mais esta batalha também. Permaneça firme, meu amor! Continue sendo forte e corajoso! Sobreviva, Harry, sobreviva! Estamos esperando por você!


Com amor
Gina

Terminei de ler a carta enviada muito meses antes daquele em que estávamos agora, sentindo-me sortudo por amar alguém tão perfeito como Ginevra Weasley. Se eu possuía alguma dúvida quanto a ela e ao futuro que deseja compartilhar ao seu lado, com aquela carta todas elas foram sanadas. Gina era única neste mundo; não havia mulher mais forte, encantadora, gentil e corajosa que ela, e por um golpe de sorte, intervenção do divino, ou ação do destino, ela era minha. Ela me amava e por amá-la, eu sobreviveria, voltaria para o calor dos seus braços e seria dela para todo sempre.


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