Em Meio a Guerra escrita por Cinthia Feitoza


Capítulo 6
Novembro de 1918


Notas iniciais do capítulo

Enfim... O Último Capítulo! Obrigada a você pela paciência de ler até aqui! Espero que tenha gostado de todos os capítulos anteriores e torço muito para que goste deste aqui também! Me acompanha na última parte desta jornada? =D

Musiquinha do capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=mDLfPZkZalc



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A GUERRA ACABOU! A GUERRA ACABOU!

O grito dos mensageiros ecoava por todos os lados anunciando que a Grande Guerra chegou ao fim. Vivas de alegria e alívio saiam dos lábios dos soldados, bandeiras brancas eram erguidas dos dois lados das trincheiras e salvas de tiros soavam aos céus, como fogos em comemoração ao retorno da paz. Nossos oficiais abriram suas garrafas de champanhe e todos brindaram ao início de uma nova era de paz; uma onda de sorrisos largos, palmas, música tomou todo o acampamento e, no meio de tanta alegria, Ronald, esquecendo-se que o restante de nós estava presente, colou seus lábios nos de Hermione apaixonadamente, curvando o tronco da morena um pouco para trás, enquanto ela agarrava-lhe os ombros.

— Isso aê, Roniquinho! Comemorando com estilo! — Jorge berrou, atraindo a atenção de todo para a cena, que resultou num momento quase constrangedor para o casal; mas Ronald pareceu não ligar depois que as palmas e os assovios diminuíram, pois só se preocupou em beijar a esposa novamente. Comemoramos até o anoitecer e então nos recolhemos sob ordens de nos preparamos... Dentro de três dias voltaríamos para casa!

***

O trem começava a perder velocidade ao passo que a plataforma da estação ferroviária de Londres aparecia a nossa frente. Dentro do trem, os homens olhavam ansiosos pelas janelas em busca de suas famílias. Olhei para eles com seus sorrisos quase infantis; quatro anos haviam passado desde a última vez em que todos nós estivemos naquela mesma estação. Éramos apenas rapazes, cheios de sonhos e projetos; retornamos como homens, alguns fisicamente incompletos, outros emocionalmente em pedaços, mas todos felizes por estarem finalmente em casa. Da janela mesmo avistei a cabeleira ruiva de Gina esvoaçar enquanto ela sorria a minha procura nos vagões do trem. Ela estava linda, exatamente como eu me lembrava. Assim que o trem parou, peguei meus pertences, desci do vagão e andei ao encontro da minha amada, perdendo-a de vista na comoção que se formou com a descida dos outros soldados. Enquanto procurava um espaço entre as pessoas, Ronald e Hermione passaram por mim, ela oferecendo-me um sorriso e ele apontando algo a minha frente, para onde eu olhei a avistei Gina a segurar um pequeno pacote branco em seus braços.

— Vá ser feliz, amigo! Você merece! — abracei meus amigos e sai andando rápido em direção a ela. Assim que estávamos próximos o suficiente, abracei-a apertado, inspirando o doce aroma de seus cabelos. Senti suas lágrimas molharem meu uniforme e afrouxei o abraço para enxugar suas lágrimas com beijos.

— Você voltou... Voltou pra nós! — disse ela entre lágrimas e sorrisos. Não pude evitar sorrir com aquilo e beijei sua testa, acariciando seu rosto com o polegar.

— É claro que eu voltei, amor! Eu te fiz uma promessa! — ela sorriu, seus olhos castanhos brilhando pelas lágrimas ainda guardadas, e beijei seus lábios calidamente por alguns segundos. Um som rouco, com um choro fraco de criança se fez ouvir e Gina apressadamente separou nossos lábios, desviando sua atenção para o pacote em seus braços, que na verdade não era apenas um punhado de tecido branco como eu pensava. Debaixo da manta dormia tranquilamente um pequeno, que aparentava ter quase um ano de idade, de pele branca e poucos cabelos castanhos sobre a cabeça. Com poucos dentes em sua boca, ele chorava e dizia “mama” enquanto Gina o embalava carinhosamente. Olhei confuso dela para o garotinho que possuía algo de familiar. Ele estava vestido num roupinha amarela com um pequeno “J” bordado na altura do peito, bem no centro; o pequeno abriu os olhos verdes e olhou em minha direção, estendendo sua mãozinha direita para mim; e só então eu notei o que ele possuía de familiar. Aquele menino se parecia muito com o meu pai, mas possuía olhos verdes muito parecidos com os... Meus! Aquele pequeno era meu filho! Meu filho? Mas, como? Eu e Gina só havíamos dormido juntos uma única vez, no natal, há quase dois anos atrás... Não tinha como acontecer só com uma vez, tinha?

— Já reconheceu o papai, pequeno? — Gina falou no seu tom maternal e eu a olhei surpreso. Ela balançou a cabeça, numa confirmação silenciosa da pergunta que eu fazia na minha mente. — Este é James Sirius Weasley Potter, nosso filho, Harry! Nosso pequeno milagre de amor. — Gina falou, começando a se emocionar enquanto eu tomava o pequeno em meus braços, que levava suas mãos aos óculos em meu rosto.

— Nosso filho, Gina? — agora eu estava emocionado. Beijei a testa do meu filho, segurando-o junto ao meu corpo, numa espécie de abraço. Queria tê-lo visto nascer, queria ter sido o primeiro a pegá-lo no colo. Queria ter escolhido o seu nome e ter ficado acordado todas as noites em que ele não conseguia dormir. — Quanta coisa eu perdi por culpa desta guerra! — lamentei, olhando cabisbaixo para Gina que negou com a cabeça.

— Não, meu amor, você não perdeu nada. É agora que a nossa vida começa, Harry! Eu, você e nosso filho, num mundo de paz que você ajudou a construir. Um dia James saberá que o pai dele esteve longe, garantindo que o mundo fosse um lugar melhor para ele crescer. — ela sorriu, as lágrimas rolando por seu rosto. Beijei os lábios de Gina e em seguida ergui nosso pequeno James um pouco acima da minha cabeça para olhá-lo melhor.

— Que assim seja, meu amor. Que o nosso pequeno James viva em mundo de paz! — disse eu, entregando meu filho nos braços da mãe e deixamos a plataforma, juntos, como a família que éramos agora.


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Notas finais do capítulo

Então é isto! Espero que tenham gostado e espero vê-los em breve!!!! Obrigada e por favor deixe seu comentário me dizendo o que achou da estória! Até uma próxima ^^



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