Ally: Jogo de Amor escrita por Ella


Capítulo 8
Chácara




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Correndo pela floresta Nick leva Ally nos braços, o mais rápido que consegue mover seus pés, ela está queimando e mole, seu cabelo longo e roxo balança com a velocidade em que Nick corre. Ele sai da floresta e dá de cara com o professor e as guias, vendo Ally naquele estado nos braços de Nick o professor se assusta e indaga:
– Nick, o que aconteceu? Íamos atrás de vocês agora, você e Ally sumiram. O que houve com Ally? Por que ela está desacordada?

– Professor. - Nick está muito ofegante e cansado. - Ally foi picada por uma abelha, e ela é muito alérgica.

Uma das enfermeiras se impõe, e começa a examinar Ally ainda estando nos braços de Nick:
– Rápido, pegue uma maca. - Ela diz para seu assistente. - Você sabe à quanto tempo ela foi picada? - Pergunta para Nick.

– Há uns 40 minutos, Srta. Bell (Enfermeira) ela disse que a respiração dela para em menos de uma hora que é picada. - Ele diz a informação pois acha importante.

– Uma hora? - Ela indaga. - Estamos sem tempo.

O assistente chega com a maca e Nick a deita, ainda sem consciência eles levam ela para a enfermaria. Como a chácara é um local afastado da cidade eles precisam ter o necessário para cuidar dos casos, tipo o de Ally pelo menos. Vendo ela sendo levada desmaiada Nick se apresenta exausto, toda a raiva e indignação se neutralizam restando apenas o cansaço pela corrida.
Já dentro da chácara indo tomar banho, o professor chama Nick:
– Nick, vamos conversar!

Os dois vão para a varanda, onde não tem ninguém pois todos estão espalhados pelo pomar, horta e jardim:
– O que aconteceu para vocês saírem da trilha? Como Ally foi picada? - O professor questiona sério.

Nick respira:
– Nós discutimos e essa discussão se estendeu até a floresta, ela acabou sendo picada mas só me disse quando estava passando muito mal. Acabou apagando então a trouxe.

– Discutindo por que motivo? - O professor pergunta curioso.

– Como já deve ter percebido, Ally não se agrada muito comigo, sendo assim, qualquer coisa é um motivo. - Nick responde. - Se não se importa professor, agora vou tomar banho, toda essa situação foi cansativa e suja.

– Sabe Nick?! - O professor exclama. - Às vezes estamos tão acostumados a ver as coisas de um ângulo que não percebemos outros. Você está muito acostumado a ver as garotas de um modo e acaba não percebendo que Ally é de outro, Ally é outro.

– Outro!? - Nick ressalta confuso.

– Sim, outro ângulo, outro modo, outro caminho, outra perspectiva... Outro ser. - Responde o professor.

– Obrigado professor. - Ele acena com a cabeça e entra na chácara.

O professor vai ver Ally na enfermaria enquanto Nick se banha. Chegando lá ele fala com a enfermeira Thaís, que veio com eles para a chácara:
– Como ela está?

– Agora ela está bem, as reações alérgicas cessaram mais e ela pode dormir, uma reação da injeção. Quando ela acordar vai estar melhor. Porém, não boa o suficiente para fazer uma viajem, 4 horas dentro do ônibus não irão fazer bem a ela, Ally tem que descansar. - Ela explica.

– Eu vou ter que ver o que vou fazer, se mantendo todos na chácara ou se mando os outros para casa e deixo ela aqui. Bem, obrigado por ajudar nesse momento Srta. Thaís. - Agradece.

– Não tem de quer professor, afinal de contas, estou aqui exatamente para isso.

Nick vai saindo do banheiro enxugando o cabelo na toalha, seguindo pelo corredor ele observa as fotos nas paredes, quando de repente as luzes se apagam e toda a chácara fica sem energia. Todos os alunos correm atrás do professor querendo saber o que aconteceu, porém, nem mesmo ele sabe:
– Professor o que houve?

– Por que faltou energia? Cortaram?

– Vai ficar assim por muito tempo?

– Gente, calma. - Ele pede. - Eu não sei o que aconteceu, vou fazer umas ligações e daqui a pouco chamo vocês. Fiquem aqui na sala.

Ele vai primeiro até a enfermaria, novamente. Ele procura saber se mesmo diante daquela falta súbita de luz Ally ficará bem:
– Srta. Thaís, isso pode causar algum mal a ela?

– Não professor, ela não está usando aparelhos, então essa falta de energia não vai a atingir.

– Está bem então. - Ele olha para Ally que está dormindo e sai mexendo no celular.

Após um tempo, os alunos estão apreensivos sem sabe o que houve, o professor entra na sala dando lhes a notícia:
– Então pessoal, eu já sei o que aconteceu. - Ele diz deixando-os curiosos. - Houve um acidente na rodovia, um caminhão bateu em outro e eles fizeram uma confusão. Um poste de energia caiu com a batida fazendo a luz cair subitamente.

Todos fazem uma cara de compreensão:
– E mais uma coisa, pelo fato de a rodovia no qual teve o acidente ser o único modo de sair da chácara e ela ter sido interditada, vamos ter que passar a noite aqui. Eu já falei com o Sr. Claus (Dono da chácara) e depois vou dizer como vai funcionar os quartos, agora só peço que entendam e que me passem o número dos seus responsáveis pois tenho que avisar a eles. Não se preocupem com nada, aparentemente amanhã a rodovia já vai ser liberada e vamos para casa.

Eles levam os números dos responsáveis para o professor, ele liga para todos, uns compreendem rapidamente, outros reclamam brevemente com compreensão depois, o único responsável pelo qual ele se sente confortável em falar é com a mãe de Ally, que já ligou antes por causa do acidente com a abelha. Enquanto o professor liga para todos, os alunos ajudam a acender as velas e as luminárias artesanais por toda a chácara. Horas passam chegando o jantar, enfermeira Thaís vai até Ally ver como ela está, quando chega Ally começa a acordar:
– Olá Ally, como se sente? - Srta. Thaís pergunta.

– Bem, só um pouco tonta. O que aconteceu? - Ela permanece deitada.

– Do que você se lembra?

– Bem, eu estava na floresta, acho que comecei a passar mal por causa de, por causa da minha alergia a abelhas, eu não conseguia ficar em pé e minha respiração estava muito fraca. - Ela para de falar e olha para a enfermeira séria. - Como eu vim para cá? Eu não lembro de mais nada.

– Isso é porque você desmaiou. A reação foi muito forte. - Srta. Thaís a examina.

– Hum. Mais então, quem me trouxe pra cá? - Curiosa.

– Quem estava com você na floresta. - Ela verifica o pulso de Ally.

– Quem estava comigo na floresta... - Ally pensa. - Quem estava comigo ... Nick! - Como uma bomba ele vem em sua mente.

– Sim, ele te trouxe nos braços. Você estava respirando o mínimo e sua pele queimava. Porém, agora você está bem. Está com uma leve febre, a pressão arterial está boa. Como está sua respiração?

– Está boa.

– E sua cabeça? Está doendo, apertando?

– Não, só um pouco tonta.

– Está Bem. Bom, está na hora do jantar, todos estão na sala de jantar, você vai querer se juntar à nós ou prefere comer aqui? - Ela pergunta.

– Vou me juntar à vocês.

– Tem certeza? - Ela pergunta preocupada.

– Sim, estou bem.

– Okay. Eu lhe ajudo. - Srta. Thaís a ajuda a se levantar.

– Srta. Thaís, tenho uma pergunta.

– Diga.

– Por que a chácara está toda à luz de velas?

Srta. Thaís ri:
– Vamos, eu lhe explico no caminho.

Na mesa todos se calam vendo Ally chegar, ela cumprimenta dizendo oi e se senta.
– Como você está Ally? - O professor pergunta falando por todos.

– Estou bem professor, no final foi só um susto. - Ela sorri.

– Que bom. Bem, acho que Srta. Thaís já lhe contou o porquê de estarmos jantando à luz de velas.

– Sim, contou.

– Okay. Vamos comer então.

Todos começam a se servir; Costela com molho, ovos cozidos, arroz temperado com lingüiça e palmito, frango à passarinha e batatas recheadas. Ally olha para tudo porém não coloca nada em seu prato; a cozinheira aparece querendo saber se gostaram de sua comida:
– Então, estão gostando?

– Siiim! - Todos dizem com a boca cheia.

Ela olha para Ally que revira a boca:
– Está tudo bem? Por que não come nada? A comida está ruim? - Ela pergunta singela.

– Não, não, problema algum. - Ally responde.

– Certeza?

– Bem, é que não como carne. Sou vegetariana. - Ela explica. - Mas não se preocupe, eu como o que puder.

– Ora, de maneira alguma. Venha, vamos até a cozinha, vamos preparar algo para você comer.

– Não precisa se preocupar com isso.

– Ora essa. Venha! - Ela puxa Ally.

Ally vai para cozinha com ela segurando uma luminária. Reaparece minutos depois trazendo um prato de macarrão com pedaços de tomate e de queijo, se senta e começa a comer. Durante a refeição surgem conversas aleatórias entre os alunos; Emilly repara que os pulsos de Ally estão enrolados com ataduras:
– O que aconteceu com seus pulsos?! - Ela exclama.

Ally se assusta:
– Hum?

– Seus pulsos, por que estão com essas ataduras? - Ressalta Emilly.

– Reação. - Ally responde e sorri.

Nick observa tudo, sem demonstrar qualquer comportamento.

– Essas reações alérgicas realmente são muito fortes. - Diz Gaby.

– Sim. - Concorda Ally.

O assunto do final do jantar vira a alergia de Ally, ela conta como descobriu, a primeira reação, os tratamentos, tudo.
Ao passar da noite, o professor lhes falar sobre como irá funcionar os quartos:
– Estão disponibilizados 6 quartos para nós, a divisão será assim, as meninas ficam com 2 quartos e os meninos também, se dividam em grupos de 5, tentem ficar com quem se tem afinidade, para não ser uma noite desconfortável. Os quartos das meninas e o dos meninos são de frente e para não ter problemas, Srta. Thaís, Srta. Bell e Srta. Taylor (Enfermeiras) que estaram no quarto no mesmo lado serão responsáveis pelas meninas, e o Sr. Dominic, Sr. Sebastian (Motoristas), Emanuel (Assistente de Bell) e eu seremos responsáveis pelos meninos, nosso quarto é do lado de vocês. Mais uma coisa, a hora, depois da meia-noite não quero ver ninguém andando, conversando ou até mesmo pensando pela chácara, todos em seus quartos para não haver problemas. Entendido? - Ele indaga.

– Sim! - Respondem.

Na sala à turma forma uma roda, onde conversam e riem, quando à noite vai caindo gradativamente um por um vai dormi, até ficar apenas Ally, Gaby e Emilly.
– Ally, vamos? - Chama Gaby.

– Eu vou ficar aqui mais um pouco.

– Certeza? Não pode ficar aqui até tarde. - Ela avisa.

– Sim, eu sei, não se preocupe. Daqui a pouco estou indo. - Diz Ally.

– Está bem. - Emilly e Gaby vão para o quarto.

Com a chuva que começa a cair do céu e bater no telhado Ally se senta perto da lareira e fica admirando as labaredas enquanto pensa. Nick tenta dormir em seu quarto, porém a escuridão e coisas em sua mente não o deixam em paz, ele se levanta e vai até o espelho, aperta seu peito que dói, está dolorido, roxo, vermelho e incomodando, hematomas causados pelos socos de Ally na floresta. Estressado, ele sai do quarto, andando pela chácara à uma da madrugada o silêncio corre pelos corredores, entrando na sala ele se depara com Ally dormindo, sentada no chão com a cabeça encostada no sofá, perto da lareira. Ele pega uma luminária em cima da mesa e caminha até ela, a observa e se abaixa perto, seu rosto dormindo é calmo, como um anjo adormecido, Nick movimenta o rosto dela levemente caído para cima, ilumina-o bem com a luz das velas da luminária e pensamentos vem em sua mente:
– Menina estúpida, se tivesse me dito antes que estava em perigo nada disso teria acontecido. - Ele resmunga muito baixo e calmo enquanto a admira. - Você podia ter morrido sabia?! podia mesmo! - Ele para, alisa sua bochecha suavemente e a sente quente. Examina todo seu rosto, pescoço, braços; percebe que ela ainda está um pouco febril. Suspira forte. - Por que você está aqui? Está frio, chovendo e se o professor te pegar aqui ele vai dar uma bronca.

Nick coloca a luminária no chão, olhando detalhadamente a beleza de Ally ele se sente brando e de tão brando que se sente arrepende-se das palavras que a disse na floresta, abaixa a cabeça em negativo apertando os olhos. A luz da lareira clareia partes dela, seus pulsos que já não estão mais com as ataduras ficam expostos, ele os encara e pega, virando de um lado e do outro nota como estão vermelhos, então a imagem de ele a segurando na floresta se recorda. Consequentemente não foi apenas Ally que o machucou, Nick também a feriu.
Suspiros saem, ele coloca os braços dela envolta do seu pescoço, ficando com os rostos bem próximos, conduz uma mão nas costas dela e a outra nas pernas e a levanta:
– Está na hora de ir para cama. - Sussurra.

Ele carrega Ally pelo escuro até o quarto, assim que vai abrir a porta Gaby abre do lado de dentro e se assusta:
– Nick! O que faz aqui? - Indaga ela.

– Eu só vim trazer Ally antes do professor a ver. - Responde sério.

Ele entra no quarto, sem saber onde deitá-la encara Gaby:
– A cama dela é a debaixo da de Jessie. - Diz Gaby encabulada.

Nick a deita apreciando sua ingenuidade que vislumbra dormindo:
– Pode deixar que eu cuido dela. - Impõe Gaby. - Obrigado por trazê-la. - Ela dá a entender para ele sair.

Saindo do quarto, Nick sente-se incerto e vai para seu quarto, onde dorme.

Ao amanhecer o dia o professor noticia no café da manhã que a rodovia foi liberada, sendo assim em uma hora é para estarem no ônibus com suas coisas. Ally já se sente bem, vai na hora marcada para o ônibus. Os alunos começam a subir porém Nick permanece parado:
– Vamos Nick. - Chama o professor.

– Eu vou de carro professor, tenho que levá-lo de volta. - Explica.

– Está bem. Tome cuidado.

Nick balança a cabeça, Ally que acha que ele iria com eles sobe sem expressão e se senta no mesmo canto de antes, sozinha. Ele a olha ir embora no ônibus, assim que partem se dirige até o carro e segue pela rodovia.
Já pelo caminho Baby liga para Ally, ela atende aturdida e avoada:
– Olá Ly! - Exclama alegre Baby.

– Oi. - Ally responde sem ânimo.

– O que aconteceu? Você não aparece bem. Ainda não se recuperou?

– Estou bem. - Ela tenta disfarçar.

– Vamos me diga o que houve, eu te conheço. Você não está bem. - Afirma.

Enquanto isso Nick dirige com a cabeça nas nuvens, uma música termina de tocar na rádio seguindo começa Call Me Baby, ele encara o rádio e desliga a música:
– Eu acho que estou enlouquecendo! - Diz Ally e Nick no mesmo instante com vozes atordoadas.


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