Ally: Jogo de Amor escrita por Ella


Capítulo 58
Romeu




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Quarta, 30 de Setembro.

Carina mostra toda a indignação e raiva que sente por Nick, solta tudo em sua cara:

  - Porra Nick, você conseguiu ser tão ridículo e estúpido como antes. Achei que havia mudado, diante desse amor que tem por Ally. - Anda pela sala o vendo paralisado no sofá  

  - Eu não sabia como agir, já disse. - Retoma sua desculpa.

  - Não venha me dar essa desculpa outra vez. Caramba! Você foi muito idiota, como as atitudes que teve e seu modo de agir podem mudar tanto?! Nicolas, você foi um completo babaca com a Ally, quando ela precisava de sua proteção! - Frisa a última frase.  - Se não fosse por Douglas, seu melhor amigo, talvez ela estivesse num buraco nos cortiços do lado leste. 

  - Tenha calma, amor. - Douglas pede encostado na parede. 

  - Eu sei que agi mal. Não precisa ficar retomando isso. - Nick se enche de pensamentos.

  - Acho que realmente não mudou nada, você e Ally ainda continuam sendo de mundos diferentes. Ela é minha amiga Nick, e eu vou cuidar de seu bem estar se eu puder, assim como você é meu amigo e eu quero te ajudar. Abrindo seus olhos, sua mente, sua alma... - Cansa de falar e respira fundo.

  - Ela já me desculpou. - Conta.

  - E você acreditou?! Você é muito tolo! Além de estúpido, grosso e babaca! - O insulta. - Aja como deve, seja motivo de admiração, tenha caráter. E não um filho da mãe ridículo. 

  - Carina... - Douglas chama sua atenção. 

Ela para, respira e se afasta:
  - Acho que já foi o suficiente para ele cair na real. - Desencosta da parede. - Carina sabe o que fala Nick, ela falou por todos que estão indignados contigo. Agora vai para casa, tome um banho para esfriar a mente e pense no que fez. Te vejo na escola. 

  - Ok. - Ele se levanta e sai sem rodeios. 

Em casa ele se arruma, e almoça em silêncio. Sua mãe estranha:
  - Como foi lá em Douglas? 

  - Mais difícil do que eu imaginei. Preciso ir, até de noite. - Beija sua bochecha. 

  - Tchau querido. - O vê saindo. 

Chegando na escola, ele procura por Ally, a vê perto de Jessy e Emilly:
  - Oi moça. - Sorri.

  - Olá. - O olha rápido o rosto e logo vira. - Tchau meninas! 

  - Tchau Ally!

Ela anda devagar seguindo até a sala.
  - Como está? - Pergunta educado, e interessado.

  - Respirando, e você? - Responde sem o olhar.

  - Vivo. - Entram na sala. - Onde vai? - A vê guardar a bolsa e sair.  - Ally! - Ela não responde. 

Após um tempo, com o professor já na sala, Nick começa a achar estranho a ausência de Ally. No segundo horário, quando o professor deixa a sala, ele decide ir procurá-la. Passando pelo refeitório, encontra conhecidos conversando:
  - Viram Ally? - Pergunta já se intrometendo entre eles.

  - Não, não.... - Ouve vários. 

  - Eu a vi, ela estava subindo a escadaria para o telhado. - Informa.

  - Obrigado. - Agradece.

Em pé vendo a paisagem nublada de frio, Ally é interrompida os pensamentos:
  - Ally, o que faz aqui? Está muito frio! - A questiona. 

  - Só estou observando e admirando. - Permanece séria.

  - Ally, está tudo bem? - Toca seu ombro. 

  - Não. - O encara.

  - Achei que tinha me desculpado. 

  - Eu também achei. - Se afasta. - Mas entenda, quando acordei hoje cedo, e lembrei de tudo, não entendi e nem entendo como consegui te beijar ontem. Nick, eu lembrei e raciocinei todo o seu comportamento comigo, suas ações... - Fixa seu olhar no dele. - Foi tão estúpido... E babaca. Eu só queria seu abraço e carinho, mas não foi isso que me deu. - Para.

  - Estou ouvindo... - Se dispõe a ouvir o que tem a dizer. 

  - Tenho em mim uma pessoa que ama, que cuida, que confia, mas quando é magoada dificilmente esquece. Você me magoou muito, o modo como agiu, depois de tanta coisa, depois daquela noite na minha casa... - Respira fundo. - Não consigo, por mais que tente, talvez eu tenha ficado muito fora de mim ontem, eu não sei, mas hoje estou bem lúcida e eu sei que estou magoada, eu te desculpo Nick, mas eu não entendo. Quem realmente é você? Um garoto estúpido e babaca, ou um que já deixou de ser isso para ser melhor?! Preciso ir para a aula, com licença. - O deixa só. 

 

Indo para casa Blacker, Nick não sabe o que falar, Ally está no banco do passageiro ouvindo música alta, ele vê seus fones vibrando e seu rosto o ignorando. Começa a cair pequenos flocos de neve, eles entram rapidamente pela porta da sala que Nane abre:
  - Se aqueçam crianças. - Os dá casacos. - O jantar está quase pronto. 

  - Obrigada, Nane. - Exclama meiga. 

  - Venham. 

Todos ao redor da mesa, mas Nick não sente conforto vindo de Ally, e sim desconforto em relação à ele.

Arrumam a cozinha para servirem a sobremesa.
  - Eu pego os pudins, Sophie. 

  - Eu te ajudo. - Ele se levanta.

  - Não precisa. - Nega. 

Nick suspira se sentando. Tenta novamente se aproximar dela na hora de levar a louça:
  - Você é convidada, não precisa lavar Ally. 

  - Nick, eu morei aqui quase um mês, não sou só uma "convidada". - Frisa. - Sabe que sua casa faz parte da minha vida. 

  - Não quero parecer mais babaca para você. Só que como posso parecer menos idiota se não me deixa te ajudar?! - Indaga.

  - Ora, não faça drama. - O encara.

Vira de costas o ignorando, ele a segura o braço, ela o olha imediatamente:
  - Vocês dois precisam se entender. - Sophie se intromete. - Nenhum dos dois vai lavar essa louça, agora vão conversar para resolver essa situação.

  - Desculpe, Sophie. Eu gostaria de ir para casa. - Abaixa o semblante.

  - Tudo bem. Filho...

  - Vou pegar as chaves. - Sai. 

Na sala:

  - Eu ligo. - Se despede. - Beijos. 

  - Tchau querida. - Elas acenam a vendo ir embora com Nick. 

 

Mesmo com Sophie tendo pedido, uma resolução é difícil de achar para a situação deles. Nick para na porta da casa dela:
  - Vamos resolver isso. 

  - Mas está resolvido. - Diz calma.

  - Não. Mal está falando comigo. - Sublinha.

  - Nick, eu te desculpei, eu só não consigo entender muito bem o que aconteceu contigo. Estou magoada, entenda por favor, não é tão difícil entender isso, pelo menos não do mesmo jeito que é difícil entender você. Acho que nem se entende. - Suspira lamentando. - Devo entrar, meus pais estão me esperando. Tenha uma boa noite, Nicolas. - Abre a porta.

  - Ally... - Chama. 

Ela abre a porta de casa e entra.

Tarde da noite, 00h23, Ally lê deitada na cama, distraída e avoada ouve ruídos vindos do lado de fora. Se levanta com cuidado e caminha até a porta do quarto, o abre e fecha, não vê ninguém, vira:
  — AAH!— Grita, mas tampam sua boca.
 
  - Shiii... - Tira a mão.

  - Está louco Nick?! Quer me matar de susto?! - Briga com ele num tom de voz mais baixo para não ser ouvida.

  - Desculpe, não achei que iria se sustar tanto. - Pede. 

  - O que faz aqui? Como entrou? - Interroga vendo a situação. 

  - Subi pela sacada e entrei. Esqueceu a porta da sacada aberta. Cuidado, garota. - Se aproxima. 

  - Eu tenho cuidado. - Se afasta e caminha. - Agora precisa ir embora. Se alguém te pegar aqui no meu quarto, essa hora, estamos ferrados. 

  - Ally, não vou embora. - Afirma.

  - Nick... Você subiu no meu quarto por uma árvore até minha sacada. Caraca! Você não é Romeu e eu não sou Julieta! - Diz séria. 

  - Ally, eu não fui para casa depois que te deixei aqui. Fiquei procurando saber o que fazer, pensando, mas tudo que eu consegui fazer, foi fixar ainda mais a conclusão de que eu preciso resolver essa situação. Eu subi aqui sim, e talvez eu seja sim Romeu, ora, por que não?! Talvez você seja Julieta! - Exclama.

  - Não. Romeu cuida de Julieta, ele a protege, não machuca. - Vira o rosto. - Além de que, é um romance muito trágico para fazer parte deste mundo atual. 

  - Ally! - Segura sua mão. - Me desculpe, não vou te dar motivos porque agi daquele jeito, porque não sei quais são, eu só sei que preciso do seu sorriso, do seu carinho, do seu beijo. Eu preciso de... 

Ela puxa a mão:
  - Eu também precisava de tudo isso, na verdade preciso. Nick... - O olha com os olhos fundos. - Eu estou apavorada. Não consigo dormir direito, porque fico tendo pesadelos, e não sei se quando acordar vou ver coisas ruins, ou acontecer algo de ruim no meio da noite, tenho medo de não acordar. - Realça. - Saio na rua com medo, vou para a escola com medo, volto com medo, eu-não-estou-me-sentindo-segura. Thomás está solto por aí, pode estar na porta da minha casa agora, pronto para fazer qualquer coisa, e eu não tenho como mudar isso. - Seus olhos gritam com medo, brilham molhados de lágrimas guardadas. - Mas... Mas eu sinto isso diferente quando estou nos seus braços. - Escorre uma lágrima, que chama as seguintes. - Você me faz me sentir totalmente protegida e segura quando me abraça, quando me acolhe com todos os seus sentimentos. É tão acolhedor e confortante sentir o calor e carinho que tem por mim. - Chora. - As palavras que falta me dizer são expressadas e demonstradas nesses abraços, nos beijos, nos carinhos aleatórios, e... eu estou sem isso, por tal motivo não paro de temer e me sentir vulnerável. Fiz de você minha armadura, e talvez esse seja o maior erro que já cometi. 

Nick vai até ela e a abraça forte, fazendo o que Ally necessita, sentir segurança.
  - Eu afirmo para você que vou te proteger e cuidar, sempre. Eu não vou deixar nada de mal te acontecer, porque... - Trava. - Porque... Porque você é minha garota! 

A noite se torna mais escura, na presença de amores, sonhos, pesadelos, e medos.


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