Segunda, 28 de Setembro.
Nick se vira sonolento, boceja acordando aos poucos naquela manhã de segunda-feira, vê Ally adormecida ao seu lado, a acaricia o rosto admirando sua beleza e se levanta.

Mais tardar, Ally começa a despertar calmamente, percebe o tempo ao redor movendo os olhos, nota que por baixo do lençol que a cobre, nada a veste.
  - Bom dia minha garota! - Nick diz deitado ao lado dela. A vê com o olhar um tanto confuso e expressão fofa.

  - Hã... Bom dia! - Coça os olhos.

Ela se mexe devagar:
  - Como se sente? - A pergunta.

  - Eu... Eu acho que bem. - Fica sem saber o que falar.

Com um sorriso fofo ele a faz ficar envergonhada:
  - Tome um bom banho e se arrume. Vou fazer o café da manhã. - Avisa.

  - Você já se arrumou? - Questiona.

  - Sim. - Levanta. - Já!

  - Hum... - Resmunga.

  - Vou indo. - Caminha. - Ah! - Ele para em frente a porta. - Levante com cuidado, não faça nada com rapidez. Talvez sinta um pouco de dor. - Comunica calmo.

  - Hã... Está bem! - Engole seco.

Ele sorri leve e sai fechando a porta.
  - Meu Deus! - Ela esconde o rosto com o travesseiro. - O que eu fiz?! 

Após se ajeitar, Ally desce até a cozinha, chegando o vê terminando de arrumar a mesa:
  - Sua mãe ligou. - A conta. - Ela disse que seu pai chega hoje. Disse que quer fazer um grande jantar para comemorar a volta dele para casa, chamou minha mãe e Nane, além de mim. 

  - Virá? - Pergunta se sentando. 

  - Por que não viria?! - Sorri de lado. - Quer leite?

  - Sim. Obrigada! - Agradece meiga.

  - Torrada ou bolo? 

  - Só o leite está bom. - Conta o tomando.

  - Ally, precisa de alimentar muito bem depois da noite de ontem. - Fala de propósito. 

Ela se engasga com o leite; tosse boba enquanto ele ri:
  - Muito boba! - Bagunça seu cabelo. 

  - Para com isso! - Fica envergonhada abaixando a cabeça. 

Distraído com a fofura dela, Nick bate o braço no copo de suco que caí na mesa, o sujando.
  - Wow! Aish, que saco! - Se levanta com tudo. - Merda!

  - Tenha calma! - Ela o pede. - Posso te emprestar uma camiseta de papai. 

  - Hum, vou aceitar. - Diz estressado.

  - Vem comigo! - O chama saindo. 

Eles vão para o quarto de Ellie. Ela abre o guarda-roupa e pega uma camiseta azul marinho do pai:
  - Aqui! Veja se esta fica boa! - O entrega.

  - Ok.

Nick tira a camisa suja a colocando no criado-mudo. Ally o observa cautelosa, admira seu corpo bem feito, até notar marcas:
  - O que foi isso nas suas costas?! - Indaga. 

  - Como assim, o que foi!? - Termina de se vestir.

  - Hum? - Fica confusa.

Ele sorri malicioso:
  - Foi você Ally. Você arranhou toda as minhas costas com suas unhas, ontem a noite. - Se aproxima lentamente.

  - Eu... Eu não lembro direito de ontem de noite. - Gagueja. 

  - É claro que não. Estava em êxtase! - Conta. - Então vou te ajudar a lembrar. Você sabia que vira uma gatinha muito safada na cama Ally?! - Malícia. 

  - Viro?! - Indaga assustada.

  - Sim. Vira! - A encara. - Você arranhou minhas costas, me mordeu, me alisou, pegou em todo o meu corpo; bunda, braço, pernas, barriga. Além de saber exatamente o que fazer. - Afirma.

  - Então... Você gostou? - Interroga. 

  - Se eu gostei?! - Sorri a segurando forte na cintura. - Sentir sua boca, seu corpo, seu calor, descobrir novas coisas sobre você. - A aperta mais. - Eu amei! Foi uma das melhores noites que já tive; gostoso, quente, prazeroso e inesquecível. E com mais algumas vezes, ninguém te segura. 

  - Nick... - Ela se intimida com ele mordendo a boca. 

  - Bom... Agora temos que ir. - A solta. - Vamos almoçar na casa Blacker. 

  - Está... Está bem. - Entende.

  - Ah, antes que me esqueça! Depois que seu pai se estabilizar em casa, precisa contar para eles. Não os detalhes, acho que nenhum pai quer saber os detalhes, mas eles precisam saber, é uma coisa importante que aconteceu com você. É a separação do corpo de uma menininha, para o de uma mulher. - Acentua consciente.

  - Eu... Eu não sei como vou contar isso. - Passa a mão na cabeça receosa.

  - Ei. - Levanta seu rosto. - Eu sei que não vai ser fácil, mas é preciso contar. Sei que não vai ser uma grande surpresa para eles, tem quase 18 anos, e estando ao meu lado era provavelmente que isso iria acontecer. O que precisa realmente falar é que foi com segurança e nada forçado. Coisas que vão os acalmar. Eu sei que consegue! - Beija sua testa.

  - Eu vou contar, claro! Só estou tentando pensar em como falar. - Receia.

  - Vai achar as palavras certas. Bem, vamos? - A chama. - Preciso tomar um bom banho. 

  - Sim, vamos!

Arrumam a cozinha e saem.  Naquela manhã quase tarde, o clima está esfriando, com previsões de uma leve nevasca ao entardecer, neve da última tempestade ainda descongela das árvores, e o céu permanece esbranquiçado. Nick para o carro na garagem:
  - Está nervosa? - Vê Ally calada demais.

  - Não, eu... eu só não sei como agir com Sophie e Nane. - Diz tensa.

  - Está tudo bem!

  - Está... - Fala bem confusa.

  - Allyson. - A encara fixamente. - Allyson, está arrependida do que fez? Está arrependida do que fizemos!? - Questiona receoso.

  - Não, não. - Assegura. - Eu só estou sem reação mesmo. Não se preocupe quanto a isso, eu escolhi e não me arrependo. Foi uma noite maravilhosa, não tem do que me arrepender. - Conclui.

  - Ótimo. Isso é um alívio! - Respira fundo. - Então vamos! 

  - Okay!

Eles entram na casa, Sophie os recebe já na sala, abraça Ally forte:
  - Estava com saudades querida! - Exclama.

  - Não fique tanto tempo sem vir. - Nane pede. 

  - Desculpem, eu estava tentando me adaptar a minha vida. - Explica. 

  - Tudo bem filha! 

  - Eu vou tomar banho. - Nick avisa subindo a escada. 

  - Está bem filho. 

Ele e Ally se olham antes dele sumir de vista. Sophie percebe aquele olhar de cumplicidade.
  - Como foi a noite querida? 

  - Hã..? - Resmunga. 

  - Ora, Nick foi encontrar você,  passou a noite fora, e chegou contigo. Com certeza a noite foi ao seu lado. - Deduz.

  - Ah... Sim. Ele estava comigo. - Confirma sem saber como agir.

  - Ele te tratou bem? Teve cuidado? - Interroga.

  - Sophie! - Nane chama sua atenção.

  - Mãe, já sou bem grandinha. Só quero saber como foi a primeira noite deles. - Reclama. - Então querida, foi bom? Gostou? 

  - É... Eu... - Gagueja desesperadamente.

  - Não adianta negar, eu sei que vocês transaram. - Frisa. 

Ally paralisa:
  - Está... Está tão na cara assim? - Pergunta repleta de vergonha.

As duas riem:
  - Está estampado na sua testa. - Detalham.

  - Aish! 

  - Diga, foi bom? - Insiste.

  - Sim, Sophie. Foi muito bom! - Bochechas douram.

Terminado o banho, Nick desce até a sala e vê a mãe e a avó cheias de euforia ao redor de Ally:
  - O que está acontecendo aqui!? - Interrompe a agitação delas. Olha para Ally que está totalmente vermelha.

  - Elas já sabem. - Fala com toda a timidez possível. 

  - Aish! - Revira os olhos. - As perguntas vão durar para sempre! 

Sorri bobo ao ver a expressão meiga da moça ao qual transborda de paixão.

O almoço finalmente fica pronto, tudo puramente natural. Na hora da sobremesa Ally se oferece para partir o bolo, cortando cada fatia com perfeição. Ela por mais que tente, não consegue tirar a noite passada da mente, ficando distraída o tempo todo:
  - Ally, Ally... Allyson!

  - Hã? - Acorda. 

  - Você vai cortar sua mão, me deixe partir este bolo. - Nick se levanta tentando tomar a faca de sua mão.

  - Não precisa, eu sei partir. Se sente, tenha calma. - Manda.

  - Estou calmo! - Destaca.

  - Então relaxe! - Pede.

  - Estou relaxado! - Brinca.

  - Ora, então só me deixe partir o bolo em paz. - Reclama.

  - Estou deixando, mas fico preocupado com a faca passando tão perto da sua mão. - Ressalta.

  - Não fique. 

  - Fico sim. - Teima.

  - Nick, se preocupe com quem precisa de ajuda. - Informa. - Se preocupe com quem precisa ser cuidado. 

  - Estou fazendo isso. Mas você é muito teimosa! Aish! - Ironiza. 

  - Ah! - A timidez a consome. Ela morde a boca sem jeito.

  - Teimosa e fofa! - Come um pedaço de bolo.

Nane e Sophie admiram os dois encantadas.

O telefone toca avisando que Marcelo chega em casa, com a carona de Nick, Ally vai embora sem demora.
No quarto, na chegada da noite, o celular toca. Baby conversa com a amiga extasiada:
  - Meu Deus!! Não acredito! Sou a primeira a saber? — Ela grita do outro lado da chamada.
 
  - Não. Sophie descobriu só de olhar para mim. - Conta tentando não fazer alarde.

  - Claro! Você nunca foi boa em esconder nada. Mas uaaau, me conta. Como foi? Gostou?— Interroga. 

  - Foi... Foi maravilhoso! - Sorri. 

  - Maravilhoso? Fala mais. 

  - É difícil explicar. Cada toque dele, beijo, o contato do nosso corpo. Nossa.. - Esconde o rosto lembrando.

  - Então gostou?— Reponta.

  - Se eu gostei?! Amei! - Revela. - Não sei como ele fez, o que fez, como conseguiu, só sei que ele fez da minha primeira vez mágica e memorável! 

  - Uau! Você que fez do Nick um rapaz apaixonado! — Realça. 

Ela sorri boba:
  - Ally! Eles chegaram!! — Gritam da sala.

  - Estou indo! - Responde. - Baby, tenho que sair. Te ligo mais tarde. Beijos!

  — Beijos amor. Até! 

Descendo a escada correndo ela vê Nick entrar com Sophie e Nane. Sem pensar o abraça instantaneamente, o surpreendendo:
  - Wow! - A segura forte.

  - Olá! - Diz doce sentindo seu cheiro.

  - Olá moça! - Beija sua bochecha com o coração descontrolado.

Perto dalí, observando a movimentação na casa, Thomás joga o maço de cigarro que fuma fora. Liga o rádio bem alto, coloca o pé no acelerador e sai dirigindo desgovernado.