Ally: Jogo de Amor escrita por Ella


Capítulo 43
Hóspede




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Segunda, 31 de Agosto. (Continuação)
Tia Verônica maltrata Ally sem sentimentos, mesmo diante da situação dolorosa e triste ao qual ela passa:
  - Ti... Tia. - Gagueja chocada.

  - Ora, não me chame assim. Você não é minha sobrinha. Garota tosca! - A empurra.

  - Verônica, está ai! - Tia Magda exclama. - Allyson, você é uma insensível mesmo, ontem estava dormindo, e agora estava comendo como se não houvesse nada errado! - Reclama.

  - Eu... Eu não sabia que o papai... Ele estava estável quando vim para cá! - Explica tensa.

  - Imprestável! - A segura. - Nem procura saber o verdadeiro estado do pai, sua desprezível! 

  - Esta ai é uma desmiolada e covarde! - Tia Ariane a puxa das mãos de Verônica.

  - Mas... - Ally fica vulnerável.- Eu não sou esta pessoa ao qual insinuam, suas preconceituosas! - Defende-se grossa se soltando.

  - Não grite conosco sua mal educada, nunca recebeu uma surra para saber ter respeito! - Insinua fria Verônica. 

  - Tenho muita educação, respeito e empatia. Mas só as uso com quem vale a pena, não com urubus imundos e repugnantes. - Responde séria. 

  - Sua inútil! - A puxa e ergue a mão para batê-la. - Vou te dar a surra que merece! 

Ela move o braço rapidamente, Ally fica parada sem reação:
  - Você não vai tocar nela! - Nick afirma. 

Ele chega de repente, entra na frente de Ally e segura forte a mão de Verônica:
  - Ora, não aperte minha mão seu moleque! - Puxa o braço. - Quem você pensa que é?

  - É o mesmo rapaz de ontem! - Magda relembra.- Ele não me deixou acordar Ally!

  - E não vou deixar que a machuquem! - Segura Ally pelo braço. - Venha! - Caminha com ela.

  - Você está transando com este agora Allyson? Quem vai ser o próximo? Quem vai ser o próximo idiota que vai cair na sua conversinha? - Questiona Verônica. - Vagabunda! 

Nick para, a solta e volta:
  — Você não conhece a Allyson.— Grita. - Olhe para a porra da sua vida e a esqueça, já que a não suporta tanto assim. Faça um favor, desapareça! - Pede frio. 

Ele sai, pega Ally e a leva para uma sala, se escondendo das tias dela:
  - Sente-se! - Pede doce. 

Ela faz o que manda:
  - Desculpe a demora, eu dormi de 04h00 da manhã e só acordei com a minha mãe batendo na porta do meu quarto preocupada. Eu ia chegar mais cedo... Eu ia... Ally?! - A vê tremer de cabeça baixa. - Ally! - Se abaixa na frente dela.

  - Elas me odeiam, elas podem me ferir e fazer maldades diante de tanto rancor e crueldade! - Acentua em choque. - E se você não tivesse chegado? - O olha.

  - Não pense assim, esqueça elas! - Pede. - Vai tudo se resolver. - A abraça sentando ao seu lado.

  - Verônica me cuspiu, e disse que sou asquerosa! - Conta com o rosto sobre o ombro dele.

  - Não acredite, não acredite! - A abraça mais forte.

Ally não chora, mas treme de mágoa e raiva durante um certo tempo. Ainda sentados no sofá ela começa a se acalmar:
  - Temos que ir para a escola. - Diz soltando Nick.

  - Escola? Temos? - Indaga a olhando.

  - Sim! - Frisa.

  - Ally, não está em condições de ir para a escola, e não vai. Eu falei com sua mãe assim que cheguei e ela me disse que estava saindo para ir justamente na escola falar com seus professores e a diretora, avisar da sua ausência durante um tempo. - Explica. 

  - Ausência? Mas... E se eu quiser ir a escola? Tipo, amanhã! - Ressalta confusa.

  - Você vai poder ir, mas se faltar as aulas algum dia, como hoje, eles vão saber que não é por causa de bobagens! - Esclarece. - Entendeu?! - Toca seu rosto meigo. 

  - Sim. - Resmunga balançando a cabeça.

Nick fica ao lado dela e não vai para a escola, isto não o preocupa. De 17h00 da tarde tia Clara chega no hospital, encontra Ellie na cafeteria e conversa com ela. Ally aparece com Nick depois de um tempo, e vê suas expressões abatidas:
  - Olá, sou a Clara, tia da Ally e irmã da Ellie! - Levanta a mão para cumprimentar Nick. 

  - Oi, sou Nick Blacker! - A cumprimenta.

  - Nick, será que eu posso conversar com você em particular? A Ellie também precisa falar com a filha. - Pede e explica.

  - Hum. Sim! - Responde. 

Os dois vão para um canto reservado e Ally fica com a mãe na cafeteria, sentadas numa mesa. No corredor Clara fala com ele:
  - Nick, eu soube que você é próximo da Ally e que sua família adora ela, é verdade? - O questiona.

  - Sim, é! - Assegura.

  - Ótimo! - Alivia. - Nick, preciso de sua ajuda. A minha irmã está tentando se fazer de forte e resistente quando na verdade está chorando pelos cantos e lamentando, minha sobrinha está triste, abatida, fraca, está sofrendo. Então, a questão é o seguinte, para a Ally ficar neste hospital direto não é bom, e ficar em casa sozinha também seria péssimo para sua saúde, até mesmo mental. Será que pode a abrigar na sua casa por um tempo? Se sua família a adora e você a trata com carinho não seria um problema, eu acho. Não quero a ver pior e companhia a fará bem, entende!? Quanto a Ellie, ela vai ficar na minha casa, digo, quando não estiver no hospital, e bem... talvez se pergunte agora, "E por que a Ally não fica na sua casa também?!", bom, vou lhe dizer o porquê, porque às minhas irmãs moram ao meu lado e vão praticamente passar o dia lá, agora que Ellie está vulnerável com o acidente de Marcelo vão tentar se fazerem de boas irmãs. Ah, a Luna vai ficar na minha casa também, para não dar trabalho. As tias paternas de Ally estão a atormentando, ter todas as pessoas da família te julgando e maltratando é apavorante. Bom, já falei demais, você me ouviu e agora responda. Ela pode ficar na sua casa? - Indaga esperançosa.

Ele a encara sério:
  - Sim, claro que sim! - Destaca. - Não será incômodo algum! - Detalha.

  - Nossa, que alívio! - Respira e sorri. - Muito obrigada Nick! - Agradece. - É um bom rapaz! 

  - Não é preciso agradecer, e obrigado! - Acentua educado.

Ela balança a cabeça:
  - Bem, vamos falar com Ellie e Ally. - Diz saindo.  

Na cafeteria Ally ouve a mesma explicação de sua mãe, que ela ficar sozinha não à fará bem e que precisa de companhia e carinho.
  - Eu entendi tudo, mas... O que o Nick tem haver com isto? - Indaga confusa.

  - Clara e eu queremos que fique na casa dele! - Conta. 

  - Na casa... dele? - Gagueja. 

  - Sim. Olha, voltaram! - Exclama os vendo. - E então? 

  - Diga você Nick! - Clara o convoca.

  - Hum... Você... - Gagueja constrangido. - Você vai ficar... Vai ficar comi... Vai para a casa Blacker Ally! - Acha as palavras.

  - Oh, obrigada querido! - Ellie se levanta e o abraça. 

  - Não é preciso agradecer! - Fica envergonhado.

Ally o admira e ele a retribui o olhar fixo:
  - Bem, é melhor irmos, temos que pegar suas coisas ainda. - Ressalta para ela.

  - Okay! - Se levanta. - Tchau mamãe, qualquer coisa me avise, tchau tia! - Se despede.

  - Tchau filha! - Beija sua testa. - Tente dormir e se alimentar direito, está bem?!

  - Humrum! - Resmunga.

  - Tchau querida, se cuide! - Clara a abraça. 

  - Até mais! - Nick acena com a cabeça saindo.

  - Até! - Os vê sair.

Na casa Fllower Ally pega as coisas sem prestar atenção, está confusa e avoada, sua consciência não está boa.
  - Vai levar estas roupas? - Nick a pergunta.

  - Vou, não, vou sim. Aff, não sei. - Reclama se sentando na cama. - Vamos deixá-las, já estou levando muita coisa! - Informa. - Eu, vou para o carro! - Diz e desce desconsolada.

Ele fica parado no guarda-roupa, respira fundo e se encosta na parede pensando em todos os sentimentos que passam em Ally.

Ao chegar em casa ele tira as malas dela do carro e as colocam no quarto de hóspedes, então Ally se lembra de algo:
  - Não trouxemos o Boo Bear?! - Indaga olhando as coisas por cima.

  - Hum... não, acho que esquecemos. Daria para vê-lo logo, é grande! - Nick Sublinha. 

  - E agora?! - O olha. - Eu... Eu fico abraçando ele, quando me sinto mal! - Se senta lamentando. 

  - Ora, eu estou aqui. - Relembra. - Pode me abraçar quando quiser! - Se aproxima com as mãos nos bolsos. 

Ela o encara:
  - Eu o aperto, esmago, acaricio e aperto mais um pouco. - Resmunga. 

  - Pode me apertar também! - Sorri leve. - Pode me apertar o quanto quiser, e até esmagar. Se isto for te ajudar, eu deixo! 

  - Hum! Obrigada! - Se levanta. - Bem, avise a Nane e Sophie que já desço, vou apenas tomar banho. - Comunica.

  - Ok. - Abre a porta do quarto. - Tem toalhas no armário do banheiro.

  - Eu sei! - Acentua.

Ele balança a cabeça e desce. No jantar o prato de Ally é cheio, porém não é esvaziado, ela mal toca na comida, apenas coloca na boca um gole de suco de laranja. Na sala da lareira ela vê TV sentada no tapete no chão, perto do fogo:
  - Ainda está aqui?! - Nick a questiona entrando na sala. - São quase meia-noite, está cansada, era para estar descansando em seu quarto! - Acentua preocupado.

  - Eu, estou sem sono. - Murmura.

  - Está sem dormir direito desde sábado, está com sono sim, sono e exaustão! - Frisa. 

  - Já disse que não! - Insiste séria.

  - Ally, vá dormir. - Pede preocupado. - Precisa descansar!

  - Me deixe aqui! - Teima.

  - Vou contar até três e você vai para o seu quarto dormir! - Ressalta. - Um... Dois... Três!

  - Não sinto sono. - Afirma teimosa.

  - Você é muito teimosa! Aaah! - Reclama. - Vai descansar sim! - A pega no colo.

  - Nick me solta! - Bate em suas costas. - Eu não quero dormir. Nick!

Ele sobe a escada a levando no ombro para o quarto:
 — Nick!! — Grita. 

  - Pronto! - A joga na cama. - Agora durma! 

  - Seu grosseiro! - Exclama quase chorando. 

  - Boa noite! - Fecha a porta do quarto.

O círculo que Ally fez para guardar todos os sentimentos foi quebrado quando ele a surpreendeu.
Às 02h00 da madrugada se ouve um choro muito forte ecoando nos cômodos da casa, Sophie, Nane e Nick acordam:
  - A Ally está sofrendo muito, eu vou falar com ela! - Nane diz para eles.

  - Não. - Nick se impõe. - Eu cuido disto! 

Ele entra no quarto e a vê enrolada no edredom chorando enquanto molha o travesseiro, Nick engole seco e caminha até ela:
  - A-a... - Fica sem saber o que falar. 

Inibido e receoso ele respira lento, levanta o edredom e se deita ao lado dela, apoiando a cabeça de Ally em seu peito e a abraçando forte. Às lagrimas escorrem pelo rosto já vermelho dela e molham sua camisa; seu coração lateja e seu corpo treme. Nick acaricia o cabelo de Ally ao longo de todo o choro, até que aos poucos vai se acalmando e cessando. Ela adormece em seu colo, e ele a admira:
  - Se sua vida fosse calma assim como o seu sono, não teria motivos para chorar dessa maneira. - Sussurra a acariciando. - Desculpe eu... eu sei que não é um bom momento, e que é irritante ficar repetindo, mas... você é muito linda! - Murmura encantado. - Como consegue fazer isto? É impressionante o controle que ganhou sobre mim, minhas reações, meus atos, meus sentimentos! - Exclama. - Consegue fazer meu coração acelerar num estalar de dedos, como agora, apenas pelo fato de estarmos na mesma cama, e com você apoiada sobre um lado do meu corpo! - Cochicha. - Eu tenho grandes sentimentos por você minha garota, sendo mais sincero posso dizer que... que atualmente estou com medo do tamanho e dimensão deles. Medo do tamanho e dimensão destes... destes tais sentimentos! 

Após sussurrar enquanto admira Ally ele dorme, e se junta à ela num sono profundo.

Terça, 01 de Setembro.
Nick se mexe e vira para o lado, ao abrir os olhos vê Ally dormindo tranquilamente, a acaricia enamorado, levanta e abre a porta, saindo. No café da manhã Ally aparece às 09h30, está aparentemente descansada:
  - Dormiu bem? - Ele a pergunta simpático.

  - Hum... Até certo ponto não, mas depois que deitou ao meu lado e me abraçou, eu apaguei e... e consegui ter um bom sono. - Responde tímida.

Ele sorri bobo levemente:
  - Que bom! - Acentua. - Coma algo. - Pede.

  - Hum. - Olha tudo. - Estou sem fome! Vou me arrumar, pretendo passar o dia no hospital ao lado de mamãe. Ela não me deu mais notícias, e... estou um pouco preocupada! - Conta. - E você? O que pretende fazer hoje? 

  - Vou para a escola. - Responde. - Assim eu pego os assuntos das matérias e passo para você! - Explica.

  - Obrigada! - Se surpreende com o ato dele. 

  - Disponha. - Sorri. 

Assim como pretendem Ally vai para o hospital e Nick para a escola, um horário mais tarde. Ele presta atenção na aula, enquanto ela se preocupa com uma nova cirurgia no pulmão do pai. A tarde se passa, de um lado rotineira, e no outro angustiante.
Às 17h30 Nick chega da escola, não vê ninguém no térreo:
  - Mãe? Vó? Ally? - Chama sem resposta. 

Ele sobe a escada para o quarto, e vê Sophie e Nane em frente ao banheiro:
  - O que houve? - Questiona confuso. 

  - A Ally está dentro do banheiro, está passando mal e não abre a porta! - Sophie comunica preocupada.

  - Passando mal? - Indaga. - Como assim? 

  - Está mole, fraca, vomitando... - Explica angustiada.

  - Vomitando?! - Destaca. 

Na porta do banheiro ele a chama:
  - Ally, abra a porta! - Pede. - Ally, sou eu, abra! - Bate. 

  - Ela não responde, não sabemos como está! - Nane ressalta transtornada.

  - Ally, por favor, me diga se está bem! - Implora. - Allyson! - Aumenta a voz.

 — Estou bem!— Ally diz com a voz trêmula.

Ally está sentada perto do vaso sanitário, seu cabelo está sujo e seu rosto pálido. Novamente ela tem ânsia e vomita dentro do vaso com as mãos segurando nas bordas; tosse enjoada e forte arrancando da garganta os restos de vômito.


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