Ally: Jogo de Amor escrita por Ella


Capítulo 42
Injustiças




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Sábado, 29 de Agosto. (Continuação)
Nick a vê gritar e se contorcer nos braços dos seguranças, vai até ela correndo e ofegante:
  - Não precisam segurá-la, eu cuido dela! - Acentua. - A soltem. Por favor!

Vendo o carinho na voz dele eles a soltam:
  - Está bem, mas cuide dela. - Ressaltam.

  - Ok. 

Ela tenta correr novamente:
  - Ally! - A segura e toca o rosto.

  - Nick, o meu pai! - Ela chora de dor. - Ele...

Sentindo seu sofrimento ele a abraça forte, seu coração está doendo porque o dela também está:
  - Ally! - Escuta alguém a chamando. - Filha!

  - Mamãe. - Ela o solta e abraça sua mãe chorando. - Mamãe, por que isto está acontecendo com o papai? O que ele fez de errado? - Resmunga com a voz trêmula.

  - Nada querida, o seu pai não fez nada! - Assegura tocando o rosto dela. - Não pense besteira!

  - Já passamos por tantas injustiças, agora chegou mais uma. - Reclama. - Como isto aconteceu? Como foi o acidente? 

  - Os policiais me falaram que foi no começo da rodovia, um caminhão não parou no sinal vermelho e atingiu em cheio o banco do carona, o carro capotou três vezes até bater num poste. - Informa dolorosa.

  - Ele só estava vindo nos visitar! - Exclama chorando. - Ele só queria voltar para perto da família dele! 

  - Tenha calma querida, vai ficar tudo bem! - Diz esperançosa. - Temos que ter fé! 

  - Sim! Temos! - Frisa.

  - Com licença, Sra. Fllower? - A chamam.

  - Sim?! Sou eu! - Informa.

Nick observa inibido a situação:
  - Ah Ellie, é você! - O médico exclama surpreso. - Lamento muito que isto tenha acontecido com seu marido! 

  - Obrigada Cícero. - Agradece. - Foi você quem atendeu ele? 

  - Sim. Então Ellie, ele chegou desacordado mas seu coração está batendo, ele quebrou a perna esquerda em três lugares, quebrou uma costela e o um dos pulmões foi perfurado. Ele estava com hemorragia mas já estancamos, contudo ele perdeu muito sangue. Ainda tem algumas lesões espalhadas pelo corpo, a mais funda é uma na testa. - Comunica. - Ah, mais uma coisa, é importante, fizemos exames e chegamos a conclusão de que ele está em coma profundo. Infelizmente!  

Ally chora mais forte e abraça Nick escondendo o rosto em seu peito, ele toca seu cabelo receoso; olha o médico perplexo:
  - Meu Deus! O meu marido, o pai da minha filha, ele... Ele corre risco de vida Cícero? - Pergunta com a mão no coração.

  - Infelizmente sim! - Assegura. - Ele perdeu muito sangue, o pulmão está se contorcendo, eu... Eu sinto muito! - Lamenta.

  - Papai! - Ela treme de dor puxando a camisa de Nick.

  - Vamos fazer TUDO para salvá-lo Ellie. Confie, vai dar certo! - Tenta acalmá-las.

  - Obrigada meu amigo. Eu acredito em você! - Destaca.

Ele acena com a cabeça e caminha de volta para a UTI:
  - Querida, eu vou desmarcar todas as minhas consultas de hoje. - Diz para Ally. - Não demoro! 

Ela balança a cabeça:
  - Nick, cuide dela. Por favor! - Se sente dor em sua voz. - Por favor! 

  - Não se preocupe com isto! - Exclama. 

  - Obrigada! - Agradece e sai.

Ele permanece abraçado com Ally, fecha os olhos sentindo a dor dela atravessar seu coração. Suas pernas tremem:
  - Ally, se sente um pouco! - A leva para um banco. - Sente! - Pede doce.

Ela faz o que ele pede; está chorando, está sofrendo, está debilitada, está enfraquecida, está abatida, está frágil:
  - Ally! - Se abaixa na frente dela. - Minha garota, não chore assim! - Pede doce.

  - E... E se o meu pai morrer? - Questiona temerosa. 

  - Não diga isso! - Se senta ao lado dela. - Ele vai ficar bem! Acredite! 

  - Está... Está bem! - Ainda chora muito de cabeça baixa. 

Ele a puxa, e abraça. Com a cabeça encostada em seu peito ela permanece chorando calma, até o tardar da noite. Sua mãe fica trazendo notícias do médico, pois ela acompanha de perto os processos. Às 02h40 da madrugada Sra. Fllower aparece novamente:
  - Filha, vá para casa dormir! - Pede. - Precisa descansar.

  - Eu não consigo! - Levanta a cabeça do ombro de Nick. 

  - Oh filha! - Lamenta. - Nick, vá para casa. Também precisa descansar! 

  - Eu estou bem! - Boceja. 

  - Vai para casa. - Ally manda. - Está cansado!

  - Já disse que estou bem! - Frisa.

  - Vai querido! - Sra. Fllower insiste. - Você volta amanhã! 

  - Está bem. - Resmunga se levantando. 

  - Pegue um táxi, está muito cansado para dirigir! - Sra. Fllower ressalta. 

  - Ok. - Entende. - Tchau, tente dormir! - Beija a testa de Ally.

  - Boa noite Nick! - Diz fofa.

  - Boa noite Ally! - Acena e sai.

  - Deixe eu me se sentar com você. - A mãe dela diz. - Pronto, agora tente dormir! - Se senta em seu lado. 

  - Okay! - Ally fica pensando no pai e volta discretamente a chorar apoiada em sua mãe. 

Chegando em casa Nick encontra a mãe na sala:
  - Querido! - Exclama ao vê-lo. - O que aconteceu com o pai da Ally?! 

  - Ele sofreu um acidente grave, está em coma e correndo risco de vida! - Frisa sério.

  - Meu Deus! Como assim? Como isto aconteceu? - Questiona assustada.

  - Ora mãe, eu não sei, pergunta para Deus, é ele quem sabe de tudo, É ELE QUEM FAZ TUDO!— Se altera.

  - Filho, do que está falando?! - Indaga tensa.

  - Por que isto tem que acontecer com a Ally!? Por que o pai dela tinha que sofrer um acidente!? Por que aquele caminhão tinha que BATER NO CARRO DELE?! — Questiona enfurecido. - É simplesmente a maior injustiça que já vi, a Ally não merece nada disso, ELA NÃO MERECE! Estou cansado da droga da injustiça na vida dela. Primeiro a família dela não a aceita, depois o avô morre, ai vem a porra da depressão e quando as coisas estão melhorando o pai dela se acidenta, POR CAUSA DE UMA INJUSTIÇA! Se aquele infeliz do caminhão tivesse respeitado o caralho do sinal nada disso teria acontecido. Mas não, está nos planos de Deus, se isso aconteceu é porque tinha que acontecer! - Reclama furioso. - POIS EU ESTOU CANSADO DESTE DEUS, DESTE DEUS QUE SÓ TRAZ DOR E SOFRIMENTO PARA A ALLY! — Grita. 

  - Nick, meu filho. Não fale assim, só porque está furioso com toda essa injustiça não precisa culpar e insultar Deus desta maneira! - Sophie pede assustada.

   - Eu sempre o respeitei, sempre tentei entendê-lo mas eu não consigo, NÃO CONSIGO ENTENDER COMO UMA GAROTA DOCE, BELA, ENCANTADORA, ESPECIAL, PURA E AMÁVEL PRECISA PASSAR POR TODAS ESSAS MALDITAS APROVAÇÕES!! — Grita e soca a parede com força. - Eu só quero que ela seja feliz, eu só quero que ela sorria e se divirta. - Abaixa a voz. - Eu gosto muito da Ally e vê-la daquele jeito mamãe, dói muito, é agoniante e doloroso demais! Eu não aguento ver ela sofrer mamãe, não suporto mais isto! - Se senta no sofá. - Meu coração está doendo!

  - Oh meu filho! - O abraça.

  - Eu quero acabar com a dor dela, quero acabar com a dor dela para acabar com a minha! - Começa a chorar. - Estou apavorado de dor!

  - Vai passar querido. - Acentua. - Isto, chore! Você está saturado de sentimentos, chore para esvaziar o coração, coloque tudo para fora! 

Ele chora com a cabeça encostada em seu peito:
  - A injustiça é uma droga! - Soluça angustiado.

Domingo, 30 de Agosto.
Nick chega no hospital às 08h30 da manhã, passa na recepção para pegar o crachá que lhe dá permissão de entrar em diversos setores ao qual Sra. Fllower pediu para ele e Ally, vai para o setor 3 e vê Ally encostada na parede de um dos  corredores cirúrgicos. Ele a observa, ela parece triste e abatida, porém não chora, está apenas de cabeça baixa:
  - Nick, chegou! - Sra. Fllower exclama o vendo. - Estou indo para o meu setor agora, tenho que trabalhar! - Lamenta.

Ela está com os olhos inchados e pele pálida, Nick deduz que é de chorar e não dormir:
  - Eu volto assim que puder! - Avisa. - Ah, tente fazer a Ally comer algo e dormir um pouco, por favor! Ela não fechou os olhos nem um segundo! - Informa preocupada.

  - Está bem. Não se preocupe! - Ressalta. 

  - Obrigada querido! - Agradece e sai.

Ele caminha até Ally:
  - Moça! - Chama.

  - Oi Nick! - Cumprimenta baixo levantando a cabeça.

  - Sua mãe pediu para eu te fazer comer algo. - Conta. - Vamos para algum lugar! 

  - Eu agradeço a preocupação, mas não quero sair do hospital. O papai está fazendo uma cirurgia agora! - Comunica.

  - Então vamos para a cafeteria do hospital! - Sugere. - Precisa preencher seu estômago com algo, ou ficará doente!

  - Está bem! - Cede.  

Fraca e devagar ela vai com Nick até a cafeteria. Se sentam numa mesa longe de todos, mesmo com poucas mesas estando ocupadas:
  - O que quer comer? - Ele pergunta calmo.

  - Eu não sei, estou sem fome. - Responde baixo.

  - Eu sei! - Exclama meigo. - Mas precisa se alimentar. Eu vou escolher algo para você, apenas tente comer! - Pede.

Ela balança a cabeça:
  - Okay.

Quando a comida chega Nick lhe mostra as coisas que pediu:
  - Olha, tem torradas, ovos, cereal, iogurte, leite, café e maçã. Escolha algo! - Pede esperançoso.

  - Eu... - Olha tudo. - Não tenho apetite!

  - Por favor minha garota! - Insiste. 

  - Está bem. - Cede. - Quero o cereal e o iogurte! 

  - Ok. - Ele a entrega. - Coma tudo o que conseguir! - Sorri um pouco alegre.

  - Okay! - Diz.

Ally ingere uma quantidade pequena, apenas para dizer que comeu. Nick a leva para a área de descanso no hospital e se sentam no sofá; estão sozinhos:
  - Tente dormir! - A pede doce. - Sua mãe disse que está sem dormir desde ontem.

  - Não estou cansada! - Informa.

  - Está sim! - Assegura. - Eu consegui dormir uns minutos apenas mas pelo menos fechei os meus olhos. Você não encostou os seus nem um momento! - Frisa.

  - Não tenho sono! - Insiste de cabeça baixa.

  - Ally, não fique com a cabeça baixa o tempo todo. Olhe para mim! - Ressalta tocando seu rosto.

  - Eu não quero! - Comenta.

  - Por que? - Questiona.

  - Porque se eu o olhar, vou chorar! - Detalha.

  - Então chore, não segure a dor dentro de você! - Diz sábio. - É melhor colocar para fora!

Ela o olha e lágrimas escorrem no seu rosto, encosta a cabeça no ombro dele debilitada. Nick a acaricia o rosto enquanto sente a mesma dor e sofrimento de antes, porém agora tudo parece mais fácil de se controlar, os sentimentos estão estáveis, foi tudo abrandado nas suas lágrimas da noite passada. Após um tempo Ally adormece, ele fica sentado apenas a vendo dormir, está admirando sua paz, paz que só consegue ver dormindo, pois acordada seu rosto é de medo, dor e sofrimento. De repente ouve vozes altas, barulhos e bagunça:
 — Onde está a Ellie? E aquela imprestável da Allyson? — Ouve.

  - O que está havendo? - Resmunga.

Ele a coloca deitada no sofá, tira o casaco, a cobre, alisa sua bochecha e sai da sala:
  - Aonde estão essas desprezíveis?! - Uma mulher indaga alto acompanhada de varias pessoas.
 
  - Com licença, procuram a Ally e Sra. Fllower? - Nick a questiona educado.

  - Sim, a Ellie e a Allyson. Sabe onde estão? - Pergunta alterada.

  - A Sra. Fllower está atentando as pacientes dela e a Ally está dormindo! - Informa.

  - Dormindo? Está ai dentro? Ora, vou acordar esta imprestável. Em vez de lamentar pelo acidente do pai vai dormir! - Diz caminhando até a porta.

  - Wow. Não! - Ele entra na frente dela. - A Ally está chorando desde ontem, só conseguiu dormir agora depois de chorar por horas, você não vai atormentar ela! - Frisa grosso.

  - E quem é você para me dar ordens moleque?! - Indaga estúpida.

  - Isto não é da sua conta senhora! - Sublinha frio. - Vocês são as tias da Ally não são?

  - Somos! Por que? - Interroga.

  - Não vão perturbá-la. Eu não vou deixar! - Assegura. 

  - Ora moleque mal educado. Saia da nossa frente! - Uma tia ordena.

  - Vão embora, agora! - Ressalta alto e insensível. - Sumam da vida da Ally. Vão! 

Elas se inibem e ficam temerosas:
  - Nós vamos, mas porque estamos sem tempo. - Elas saem apressadas.

Ele respira fundo na porta e torce para encontrá-la ainda dormindo, entra na sala e a vê adormecida, suspira aliviado. Durante todo o tempo que Ally dorme, ele fica ao seu lado no sofá, admirando sua beleza e pureza, até que devagar ela começa a acordar:
  - Olá! - Diz fofo.

  - Oi. - Se levanta. - Dormi quanto tempo? - Pergunta com voz de sono.

  - 5 horas. - Responde.

  - Nossa! Bastante. - Acentua.

  - Sim, sua mãe apareceu aqui e suas tias também! - Conta.

  - Minhas tias?! - Indaga e o olha.

  - Sim, elas quiseram lhe acordar, mas eu não deixei! - Informa.

  - Obrigada. - Sorri leve. - Sabe se meu pai acabou a cirurgia?

  - Sim, acabou. Ele está no quarto, estão esperando para ver se a cirurgia deu certo. - Explica. 

  - Hum. Vai dar! - Pensa positivo.

  - Sim. - Se olham. - Sua mãe conseguiu umas roupas, quer tomar banho?

  - Gostaria. - Detalha.

  - Então vamos, vou acompanhá-la até os banheiros. - Se levanta do sofá.

  - Okay! - Se põe em pé.

Eles passam o resto do dia no hospital, Ally não consegue mais comer e nem dormir. O dia acaba com Nick indo embora e ela passando a noite no hospital novamente, esperando o pai acordar, do coma.

Segunda, 31 de Agosto.
Ally finalmente tem um pouco de fome e resolve ir a cafeteria comer algo, ela pede torradas e leite quente, se senta na mesa e começa a comer devagar. Nick ainda não tem chegado, e isto a deixa preocupada, são 11h37 da manhã:
  - Você está ai sua imprestável! - Chegam até ela.

  - Tia Verônica! - Ressalta assustada e se levanta.

  - O seu pai tem uma parada cardio respiratória e você está aqui comendo tranquilamente! - Diz grossa e estúpida.

  - O quê!? - O copo de leite cai e quebra. - Parada cardio respiratória?! Ele está bem?! - Questiona preocupada. 

  - Agora está! - Frisa grossa. - Estaria melhor ainda se você estivesse no lugar dele, sua imprestável, delinquente e desprezível! 

  - Ti... Tia. - Gagueja inibida. 

  - Por que você não troca de lugar com ele Allyson!? Aproveita e morre. É a melhor coisa que pode fazer! - Acentua insensível. - Morrer!

Tia Verônica se aproxima ríspida e cospe no rosto dela:
  - Asquerosa! - Exclama com nojo.


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