Ally: Jogo de Amor escrita por Ella


Capítulo 35
Luna




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Quarta, 29 de Julho. (Continuação)
Nick segura firme na cintura de Ally, aproxima o rosto para beijá-la, mas uma mão o tampa a boca:
  - Não Nick! - Ela frisa séria.- Não vamos nos beijar, não vamos!

Ele a solta e se afasta:
  - Está na hora de você aprender que existe os momentos certos, principalmente se a pessoa ao qual quer beijar, não quer ser tocada! - Ressalta fria. - Não quero que me beije. Por favor, entenda isso! 

Ainda com a expressão fechada ela sai do banheiro. Nick resmunga sozinho.

Quinta, 30 de Julho.
Felícia caminha tranquilamente até a cozinha para fazer um lanche após o almoço, na mesa encontra Nick sentado comendo panquecas com mel:
  - Você que fez? - Pergunta sorridente.

  - Sim. Não tem mais - Diz de cabeça baixa olhando o jornal. 

  - Ah! Você não faria para mim?! - Indaga tentando parecer meiga.

  - Você sabe fazer panquecas Felícia! - Acentua grosso. - Não vou lhe mimar mais do que já é.

  - Mas... - Resmunga. - Se fosse  para a Ally você faria! - Diz ríspida aumentando a voz. 

  - Sim. Faria! - Levanta o rosto. - Qual o problema? 

  - Como assim qual o problema?! Nick, você é meu primo! - Frisa fazendo drama.

  - E daí? - Resmunga.

  - AFF! Afinal, o que você viu naquela sonsa? - Indaga chata.

  - Boa tarde! - Ally diz doce entrando na cozinha. 

  - Boa tarde. - Ele responde sério.

  - Que tipo de pessoa fica falando 'boa tarde', 'bom dia', 'boa noite', 'tenha um bom dia', 'vai dar tudo certo!', o tempo todo? Aish, você é muito fingida garota! - Reclama irritada.

  - Eu só vim pegar algo para comer e você já começa a me insultar? Nossa, depois fala que eu sou a estúpida! - Ally retribui com uma maçã na mão. 

Sem fazer muita confusão Ally se vira para sair:
  - Estúpida e sonsa! - Felícia ressalta.

Luna aparece miando na porta da cozinha:
  - Além de tudo tem esta gata horrorosa ai, tem pelo por toda a casa só por causa desta imunda e fedorenta. - Sublinha.

Com força Ally volta e bate a maçã na mesa fazendo ela se partir em vários pedaços:
  - Olha aqui sua mimada imatura, estou ficando exausta da sua falta de noção. Você pode falar de mim, do meu cabelo, do meu rosto, do meu corpo, da minha personalidade, da minha falta de coragem, mas não se atreva a falar mal DA LUNA! - Aumenta a voz no final. - Existem mais de 7 bilhões de pessoas neste mundo, eu não sei porque precisamos aturar a sua existência! - Caminha lentamente fazendo Felícia andar para trás. - Estaríamos muito mais alegres e livres sem você nos atormentando, a sua tia, sua avó, seu primo e eu. Não lhe conheço muito bem, porém baseada nessas duas semanas que já se passaram posso afirmar que você é, MIMADA! Faça um favor, seja menos babaca, tome um chá de consciência e caia na real, você é uma garota bonita, contudo a sua falta de vergonha, caráter e surra a tornam desprezível. Tenha percepção do espaço, momento e situação em que você se encontra antes de falar alguma tolice novamente, não é possível que dentro da sua mente só tenha futilidades. Pense antes de agir, tenho certeza que assim você será mais adorada do que odiada como é atualmente. - Alerta zangada. 

  - Eu não preciso que me dê lição de moral garota! - Responde tensa. - Gosto muito de mim assim. E você, gosta de si mesma? 

  - Gosto sim. Afinal, se eu não gostar de mim mesma, quem vai gostar?! - Questiona fria.

  - E gosta da Luna?! - Pergunta sorrindo travessa.

Enraivecida e com força Ally a empurra contra o armário, balançando os copos:
  — Não se atreva a mexer com ela! — Grita. — Entendeu?!

Seu olhar a congela:
  - Ally! - Nick exclama ainda sentado na mesa. 

Ela o olha e solta Felícia:
  - Jogue isto no lixo! - Bate a maçã no peito dela e sai.

  - Foi isso que vi nela! - Ele exclama sorrindo por dentro. 

  - O... O que exatamente? - Gagueja receosa.

  - Tudo! - Frisa.

Sexta, 31 de Julho.
O clima entre Ally e Felícia é tenso, as duas não se falam, pois a paciência entre ambas está por um fio. Como previsto na TV o clima amanhece nublado com grandes nuvens cinzas, na parte da tarde começa a chover, porém nada muito forte. Na sala Sophie vê um canal de culinária quando Nick senta ao lado dela:
  - Estou pensando em fazer isso para o jantar - Acentua para ele.

  - E o que é? - Questiona.

  - Berinjela assada coberta com cebolas roxas caramelizadas! - Informa. - Vou perguntar para Ally o que ela acha da ideia! 

  - Por falar nela, onde aquela garota se encontra? - Indaga. 

  - Foi dar uma volta pelo sítio. - Responde concentrada na TV.

  - Mas está chovendo! - Ele exclama. 

  - Sim, está! - Diz fora de si, hipnotizada. 

  - Aff! - Se levanta. 

Caminhando lentamente Nick a procura começando a ficar preocupado:
  - Cadê essa garota?! - Resmunga.

De repente a vê na chuva, dançando. Ally colocara o celular tocando música no chão do coreto de madeira, para ficar seco enquanto dança. Ela parece estar desligada de tudo, a chuva escorre pelo seu corpo e o vento gelado não a incomoda, os movimentos são sempre sensuais e envolventes, com partes divertidas e bruscas. Ele se esconde atrás de uma árvore para a admirar. Ao som de Apologize do Eddy Kim ela bate os pés e mexe a cintura, em Real Love de Clean Bandit & Jess Glynne, ela balança o cabelo, pula e se move com emoção, como se toda a dor, raiva e angústia ao qual sente saísse nos bruscos movimentos e em quando grita vigorosamente 'Real Love', porém, em I See Fire do Ed Sheeran Ally imagina um parceiro, mãos seguram num ser inexistente, rodando de olhos fechados e ao som de cada toque da música ela se transporta para outro mundo, e como num estalar de dedos acorda, quando alguém a toca; Nick toma o lugar de seu par imaginário, a segura na cintura e encara enquanto a gira no meio da chuva. Um impulso dos braços os separam, ela o afasta e pega o celular:
  - Qual o problema? Não quer dançar comigo!? - Ele questiona sendo deixado sozinho.

  - Não. - Ressalta fria. 

  - Por que? - Insiste.

  - Porque isto não vai acabar bem. - Acentua sem olhar para trás. 

Sábado, 01 de Agosto.
Nick está sentado numa cadeira da mesinha do terraço observando a chuva que ainda cai:
  - Eu vejo fogo.... Eu vejo chuva... - Resmunga pensativo. 

  - Eu vejo o paraíso! - Felícia acentua aparecendo do nada.

  - O que quer? - Questiona sério. 

  - Você! - Frisa atirada.

Ele resmunga e se levanta:
  - Ainda com esta história menina?! - Está cansado das conversinhas dela.

  - Não sou uma menina Nick, sou uma mulher, e eu sei que você me deseja! - Diz caminhando até ele.

  - Não mais! - Diz segurando a mão dela que toca seu peito. - A minha atração por você acabou faz tempo, me-ni-na, não resta mais nada. 

  - Você não parece mais o mesmo, está completamente diferente. - Sublinha inibida. 

  - Não completamente, mas eu mudei bastante sim. Agradeço por isto ter acontecido! - Conta. - É algo que precisava acontecer. 

  - Vamos Nick, eu sou uma mulher, me beije e me agarre! - Se insinua o puxando.  

  - Será que você não entende um não!? - Indaga grosso apertando forte a mão dela. 

  - Nick! - Ally chama correndo na chuva. - Nick, eu preciso... preciso de sua ajuda! 

Se afasta de Felícia:
  - O que houve? - Pergunta a vendo molhada e ofegante.

  - Eu... Eu não encontro a Luna. Já procurei em todo lugar mas... ela sumiu.- Informa cansada. - Por favor... Me ajuda, foi a Baby quem me deu ela, eu... eu não vivo sem a Luna! 

  - Tenha calma! - Pede. - Explique, como ela sumiu? 

  - Quando eu acordei ela estava dormindo, fui escovar os dentes e ao voltar ela não estava mais lá. Achei que talvez tivesse saído para fazer as necessidades, como faz muitas vezes, mas às horas foram passando e ela não aparecia então resolvi procurá-la. Já olhei em muitos lugares e não a encontrei, são tantos estábulos, galinheiros, pastos e... ela pode estar em qualquer lugar com esta chuva. Eu não sei o que fazer! - Diz temendo e preocupada. - Vamos embora amanhã!

  - Calma, vamos achá-la. Felícia avise a minha mãe sobre isto! - Pede sério. 

De baixo da chuva os dois saem pelo sítio, chamam por Luna e olham em cada canto, buraco, e trecho, porém nem um sinal acham, Ally se desespera e seu coração dói:
  - Vamos voltar para casa. - Ele diz já cansado.

  - Não! - Exclama. - Temos que a encontrar!

  - Ally, estamos procurando há quase três horas, você precisa descansar e se aquecer! - Chama a atenção. - Nós vamos achá-la, agora precisamos ir para casa!

Triste e angustiada ela faz o que Nick pede. Subindo o terraço vê Felícia com algo branco nos braços, a bolinha branca começa a se mexer e arranhá-la:
  - Luna! - Acentua correndo até ela. - Luna, meu amor! Você está bem? - A abraça e sorri, porém para diante da situação. - Entre, vá comer! - A coloca no chão. - O que a Luna estava fazendo com você Felícia?! - Questiona séria.

  - É simples, você me humilhou quinta, então quis me vingar, fazer você perder um pouco o chão. - Responde sarcástica. - Peguei a Luna na escada quando estava descendo para a areia, a escondi e esperei você notar sua falta.

  - Você quis me fazer enlouquecer?! - Indaga irritada. 

  - Sim! - Fala fria.

  - Sua desgraçada! - Ally a dá um tapa dolorido.

  - Você me bateu! - Exclama com a mão no rosto.

  - Faço bem pior que isso. - Ressalta grossa.

  - Sua vagabunda, da próxima vez eu mato a Luna! - Grita.

  - Isto se você estiver viva. - Informa totalmente fria.

Ally a bate duas vezes e joga na parede, puxa pela blusa e a estapeia o rosto com vigor, a jogando várias vezes na parede faz com que bata a cabeça. Descontrolada e voraz Ally deixa seu rosto vermelho e inchado e sua cabeça latejando:
  - Eu vou te matar! - Resmunga sem controle.

Vendo-a desequilibrada Nick fica tenso e inibido:
  - Ally, pare com isto! Ally!

Ela a puxa forte e bate na parede duas vezes seguidas:
  - Ally! - Ele a segura. 

  - Me solta! - Se mexe vorazmente nos braços dele. - Nick!

  - Por favor, se controle! - Pede. - Ally!

Se soltado dele ela o encara arfando e exausta:
  - Está do lado dela! - Grita.

  - Não é nada disto! - Ele tenta se explicar. 

  - Fique com ela Nick, vocês dois se merecem! - Frisa e sai correndo na chuva.

Felícia está encostada na parede com o rosto marcado e a cabeça sangrando:
  - Você está bem? 

  - Bem?! O que você acha Nick?! Olhe para mim! - Diz alterada. 

Ele coloca a mão na cabeça respirando fundo:
  - O que você está esperando?! - Indaga grossa.

  - O quê?! 

  - O que você está esperando que ainda não foi atrás dela seu imbecil?! Vai logo! - Ressalta. 

  - Mas... - Resmunga.

  - Vai Nick. Anda logo! - Grita. 

Seguindo pela primeira o conselho de Felícia ele corre a procura de Ally:
  - Felícia! - Victor exclama ao a ver. - Está bem?

  - Vou ficar! - Suspira.

  - Por que mandou o Nick atrás dela? - Indaga.

  - Porque você está certo, e eu me perguntei os olhando, "Como estes dois ainda não estão juntos?". - Explica.

  - Você agiu certo! - Sorri. - Venha, vou cuidar de você.

Na chuva que molha sua roupa, cabelo e sapatos Nick observa tudo ao redor para achar Ally, e passando a vista rapidamente vê um tom roxo perto do rio; suspira aliviado:
  - O que você está fazendo aqui?! - Ela questiona ao vê-lo. - Será que não posso ficar sozinha!?

  - Ally, eu só não queria que fizesse uma burrada, o modo como estava a batendo ia acabar a levando para o hospital, se não pior! - Explica se aproximando. 

  - Então por que você não está lá com ela?! Eu só quero ficar sozinha nesta droga de chuva, eu só quero ficar sozinha! - Frisa enraivecida.
 
  - Se acalme! - Pede calmo. - Tente se acalmar!

  - Eu estou calma! - Grita fazendo eco.

  - Tem certeza? - Ironiza.

  - Vai embora daqui! Vai fazer o que sabe melhor, vai cuidar da Felícia, fazer os curativos dela e acariciá-la! Anda Nick, vai conquistar as garotas e brincar com os sentimentos delas! - Grita. - É isto que você sabe fazer de melhor! - O eco permanece.

Com as mãos na cabeça e ritmo estável ela cochicha:
  - Vai fazer isso e me deixa aqui na chuva!  

Ao tirar as mãos dos olhos e levantar o rosto ele a beija, porém seus lábios se tocam por alguns segundos pois ela o empurra bruscamente e tampa a boca irritada. Os olhos enraivecidos de Ally encontram o olhar doce de Nick, devagar a raiva vai cessando pelo encantamento. Lentamente ele se aproxima, toca a mão dela para tirá-la da frente da boca, mas ela volta a tampá-la; toda a raiva e irritação passam, Ally está vulnerável e enfeitiçada.
Suave e carinhoso Nick abaixa o braço de Ally, fazendo sua boca ficar exposta, se aproxima e a levanta o queixo; seus olhares entram em sincronia, seus corações aceleram descontrolados, suas mãos tremem e seus corpos gelam, porém nada relacionado a chuva. Ofegante e receoso ele encosta os lábios ao dela, abre a boca muito devagar e fecha os olhos ao pressionar os lábios; levantando ainda mais seu rosto pelo queixo, Nick a toca doce, movendo os lábios suavemente, sem agitação. Quando a solta Ally suspira baixo enamorada, ele admira seu belo perfil e sorri bobo, a beijando novamente. Ela se rende num beijo de verdade por falta de autocontrole, o toque da boca dele em seus lábios e sua mão a segurando na cintura fazem com que perca a dimensão.
Vendo-a entregue Nick afasta o rosto brincando, fazendo ela procurar por seus lábios de olhos fechados, sorrindo encantado ele a cola mais ao corpo e volta a beijá-la e morder delicadamente sua boca. Com a chuva escorrendo pelo rosto eles param lentamente puxando os lábios, e se admiram no último raio de luz do dia; ele a abraça forte sentindo seu perfume.   

Depois de um tempo, já na casa, eles tomam banho, se aquecem com moletons, jantam e vão dormir. No quarto Ally resmunga em baixo dos edredons e abraçada com um travesseiro já que não trouxe seu urso de pelúcia. Ela passa a mão nos lábios e os morde recordando:
  - Eu não consigo mesmo, não consigo resistir! - Sussurra e morde a boca sentindo o gosto de Nick. - É... É tão bom beijá-lo, meu coração parece que vai explodir, sinto meu corpo tremer! - Esconde o rosto envergonhada. - Nunca pensei que gostaria de alguém como ele. - Morde os lábios. - Como faço para esconder? Esconder que ele tem meu coração dentro de um potinho. - Suspira. - Eu... Eu queria ler mentes!  Aish, seria maravilhoso saber o que se passa na cabeça dele. Se bem que... O modo como está me beijando ultimamente é tão... - Relembra sentindo o beijo. - Tão doce! - Sorri meiga apertando o travesseiro.

Domingo, 02 de Agosto.
Levantando da cama depois de uma ótima noite Ally sente falta de uma pantufa quando vai calçar, olha para os lados e vê na boca de Luna:
  - Me dê amor! - Pede doce.

Luna sai correndo e passa por uma brecha da porta que está aberta:
  - Luna, me devolva! - Grita meiga correndo atrás dela.

Ao abrir a porta do quarto quase bate em Nick que caminha para o banheiro. Eles se encaram:
  - Bom dia! - Diz tímida.

  - Bom dia Ally! - Sorri e a beija a bochecha. - Dormiu bem? Eu acho que sim! - Exclama sorrindo cativante.

Ally perde a fala diante da absurda beleza ao qual Nick amanheceu. Seus olhos verdes brilham dez vezes mais que o normal!


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