Ally: Jogo de Amor escrita por Ella


Capítulo 32
Bons e Ruins




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/654966/chapter/32

 Segunda, 20 de Julho. (Continuação)
Depois de fracassar e falar para o Nick que 'gostaria de brincar mais vezes' daquele jeito, ao invés de contar que gosta dele, Ally sobe para o banheiro, toma banho, janta e vai dormir, sem muita conversa. No dia seguinte ela pensa que foi melhor ter ficado quieta, pois se tivesse falado algo teria parecido uma tonta.

Quarta, 22 de Julho.
Às 15h00 da tarde o pai de Joaquim vem o buscar, ele se despede de todos com muita fofura e vai embora. Ally está no sofá do terraço olhando umas fotos que tirou com a polaroid, quando Nick aparece:
  - São as fotos que tirou com Joaquim? - Ele pergunta sentando ao lado dela.

  - São. Ficaram bem engraçadas! - Diz sorrindo. - Me apeguei à ele, é uma criança linda! - Ressalta o olhando.

Nick pega a polaroid e tira uma foto dela:
  - Você sempre faz isso! - Diz puxando a câmera.

  - Sim. Porque eu sei que gosta! - Solta a câmera dela e tira outra foto.

  - Minha vez! Fique como está, seus olhos estão bonitos assim. Não pisque! - Ela bate uma foto. - Pronto. Ficou boa! 

  - Sim, verdade. - Sorri bobo. - Já que você tirou uma foto do que mais gosta em mim. - Aponta para os olhos. - Agora é a minha vez de tirar uma foto do que mais gosto em você! 

  - Que seria? - Indaga curiosa.

  - Sua boca. Claro! - Frisa. - Fique com o rosto reto, descole os lábios. Pronto, não se mova. - Pede e bate a foto. - Aqui está. - A mostra. 

  - Ficou legal! - Exclama. 

  - Sim, ficou! - A olha.

Eles estão bem próximos, os olhos se movem em sincronia e as bocas formigam:
  - Tenho que dar banho em Luna! - Ela diz em transe. 

  - Agora?! - Questiona sedutor.

  - Aham. - Resmunga tensa.

Ela sente o corpo tremer por ele estar a encarando atraente sem parar:
  - Eu vou lá! - Diz se levantando rápido.

  - Não esqueça suas coisas. - Ele informa por a ver saindo sem nada.

  - Ah! - Desastrada ela pega tudo e sai ligeiro. 

Nick fica rindo cativante, morde a boca e suspira se encostando no sofá.

O jantar acontece um pouco mais tarde, pois após Sophie tentar fazer algo diferente, a comida sai com gosto de queimado e aparência estranha, no final todos comem hambúrguer, mini pizza, e musse de chocolate como sobremesa. Com o tempo frio e úmido, as luzes da casa se apagam cedo, juntamente com as portas dos quartos que se fecham.
De 01h30 da madrugada começa a chover forte, logo se transforma em uma tempestade, Nick acorda e fica pensando deitado na cama por um tempo, olha no relógio e são 02h25, resolve se levantar e ir para a cozinha. Saindo do quarto ele ouve barulhos vindos do quarto ao lado, anda devagar e bate na porta:
  - Ally? - A chama. - Está tudo bem? 

  - Nick? - Uma voz trêmula responde. 

  - Sim. - Acentua.

Ally abre a porta:
  - Estou indo fazer um chocolate quente, se você quiser um, estou lá! - Ele diz sério.

  - Está bem, vou só pegar um robe. - Diz ligeiro.

  - OK. 

Minutos depois ela aparece na cozinha e se senta na mesa:
  - Seu chocolate. - Coloca na frente dela. 

  - Obrigada! - Sorri leve.

  - O que você estava fazendo no seu quarto? Ouvi uns barulhos de lá. - Ele pergunta curioso.

  - Eu... Derrubei o criado-mudo. - Responde tensa.

  - Como?!

Um trovão forte quebra o silêncio, ela olha para cima assustada:
  - Está com medo dos trovões não é? - Questiona.

  - Eu só... Estou sim! - Se rende. - Eu escuto como se fosse uma voz muito grossa no meio dos trovões, por isso tenho medo, eu... Quer saber, esquece! - Suspira. - Você deve estar me achando uma tonta. 

  - Que nada! Às vezes eu penso que existem pequenas criaturinhas vivendo no meio das minhas roupas, e quando eu tiro alguma do lugar, milhares delas morrem. - Diz irônico. 

  - Seu idiota! - O insulta séria. 

Ele ri encantador, fazendo ela ficar envergonhada com tanta beleza:
  - Suas bochechas estão vermelhas! - Diz se apoiando abre a mesa na frente dela. - Está assim por causa do frio ou por minha causa? - Alisa as bochechas dela. 

  - Eu...

  - Não acredito! O que vocês dois estão fazendo aqui? - Felícia indaga entrando na cozinha. - Vocês me acordaram sabia!? 

  - Foi?! Que pena. - Nick debocha. 

  - O que é isso?! - Pergunta olhando para a xícara de Ally.

  - É chocolate quente que o Nick fez. - Ally responde doce. 

  - Eu quero! Nick querido, faz um para mim?! - Pede piscando os olhos.

  - Desculpe Felícia, vou dormir agora, vamos dormir agora. - Frisa. - Faça um para você. Vamos Ally! - A chama saindo da cozinha. 

  - Está bem! Pode ficar com o meu Felícia, não cheguei a tomar! - Diz meiga.

  - Saia daqui! - Ressalta grossa. 

Caminhando para os quartos os dois conversam baixo:
  - A sua prima é realmente muito... - Ally pensa na palavra.

  - Mimada! - Nick completa. 

Ela sorri:
  - Bem, é aqui! - Exclama na porta do quarto. 

Mais um trovão corta o céu, ela se assusta batendo nele:
  - Tenha calma, o teto não vai cair! - Ele ri. - Tente se distrair pensando em outra coisa, ou não vai conseguir dormir! 

  - Não tenho no que pensar. Bem, boa noite Nick! - Diz abrindo a porta. 

Ele se aproxima e a beija, toca os lábios ao dela por alguns segundos:
  - Boa noite Ally! - Sussurra ao soltá-la. 

Deitado na cama de seu quarto, Nick resmunga olhando para as paredes:
  - Agora ela tem no que pensar! - Morde a boca. 

Sexta, 24 de Julho.
Ally está voltando após cavalgar com Philippe quando vê algo estranho no banheiro e resolve se esconder; Nick está na porta segurando uma toalha, quando ela abre e ele entra. Ela fica esperando para ver o que está acontecendo, 10 minutos depois Felícia sai enrolada na toalha ao qual ele segurava, e um tempinho após ele também sai. Receosa ela decide revistar o banheiro, gira a maçaneta tremendo.

Sábado, 25 de Julho.
Ao entardecer Sophie e Nane decidem ir no supermercado, e Victor some mais uma vez. Caminhando para levar as roupas de Nick para ele Ally vê Felícia saindo de seu quarto enquanto ajeita a roupa, ela estremece por dentro, e decide voltar:
  - Ally? Essas roupas são minhas? - Ela escuta uma voz rouca a pergunta já de costas.

Séria ela vira, anda e o entrega sem dizer nada:
  - Você quer cavalgar depois? - Ele pergunta doce.

  - Não. - Responde fria e vira. 

  - O que houve? - Questiona segurando o braço dela.

Com expressão rancorosa e fechada ela não responde:
  - Vamos, diga! - Insiste.

  - Me solte! - Ordena grossa.

  - Não. - Ele a puxa para dentro do quarto e fecha a porta. - Pronto, estamos à sós, agora, me diga o que aconteceu! - Frisa sério.

  -   Caramba. Você é muito ridículo mesmo Nick! - Exclama debochada. - Eu vou sair daqui! - Caminha para a porta. 

  - Não. Você só vai sair daqui quando me disser o que está acontecendo! - Ressalta a puxando.

  — Você está transando com a Felícia debaixo do teto onde sua mãe e sua avó estão! — Ela grita zangada. 

  - O quê?! - Indaga confuso.

  - Eu vi vocês saindo do banheiro ontem, e agora ela saindo do seu quarto arrumando a roupa! - Diz alterada. 

  - Ally, eu não tenho nada com a Felícia. Eu não transei com ela! - Explica com gestos.

  - Está mentindo. - Assegura. 

  - Eu não minto! - Afirma frio.

  - Eu achei uma camisinha no banheiro.— Grita grossa. - Os únicos homens que tem nessa casa é você e Victor, mas o Victor mal fica em casa, e a única mulher que tem para você transar sem ser eu, é a Felícia Nicolas! O que me diz?! Estou vendo coisas?! - Indaga irritada. 

  - Eu não sei como essa camisinha foi parar naquele banheiro, mas não é minha Ally. Acredite em mim! - Frisa rancoroso.

  - Mentiroso, você é um mentiroso Nicolas! - Ela grita chateada. 

  — EU NÃO MINTO! - Ele diz super grosso e forte. - Olha, ela me pediu a toalha porque tinha esquecido, quando fui a entregar ela me puxou e ficou se insinuando para mim nua. Eu dei um fora nela, mas aquela garota ficou me atormentando, então a beijei, porém a soltei logo, depois ela saiu do banheiro e eu sai em seguida.

  - Quer que eu acredite que você a soltou? Você fica louco por qualquer mulher que passa na sua frente. Aproveitou sua priminha e finalmente deu à ela o que ela tanto queria de você, assim você também ganhava alguns minutos de prazer! - Diz ríspida.

  - Mais que droga! - Reclama.

Ele a pega forte e encosta na parede batendo-a as costas:
  — O ÚNICO CORPO QUE EU QUERO É O SEU ALLY! — Ele grita estúpido. 

Felícia abre a porta na hora, e fica os encarando:
  - Sai daqui garota! AGORA!— A expulsa insensível.

  - Vai ficar querendo a droga do meu corpo, seu mentiroso imprudente! - O empurra. - Mesmo com provas não admite as coisas que faz Nicolas. É um fracassado! - O insulta grossa.

  - Por que você simplesmente não acredita em mim?! Hein?! - Questiona irritado. - Será que é demais um pouco de confiança?! 

  - É, quando se trata de alguém tão estúpido, medíocre e insolente que é você! - Responde saindo de perto dele. - É nojento e deplorável! - Fala de boca cheia. 

  - Vamos ver se acha mesmo isso! - A agarra forte pela cintura enquanto a beija.

Ele a morde a boca, porém não é correspondido, nem no beijo, ou no prazer. Ela sente repugnância e raiva, o vendo a beijar de tal maneira diante do ocorrido a deixa saturada, até que ele sobe a mão por dentro do vestido dela alisando seu corpo. De forma impiedosa e rigorosa Ally o empurra e o dá um tapa doloroso:
  - Não toque em mim! Você é asqueroso! - Ressalta tremendo de fúria. 

Ela cospe no chão e sai batendo a porta:
  — ALLY!— Ele grita enfurecido. 

Descendo as escadas correndo Ally sai da casa e monta em Philippe. Felícia que está no terraço a vê saindo, um pouco depois Nick aparece:
  - Viu a Ally? - A pergunta ofegante.

  - Ela saiu correndo, subiu no Philippe e sumiu. - Diz séria. - O que aconteceu? 

  - Não é da sua conta. Garota irritante! - Responde grosso.

  - Será dá conta da sua mãe quando ela chegar e ver essa marca de tapa na sua cara! - Diz fria e sai. 

Na beira de um rio Ally para e desce de Philippe:
  — Seu idiota! — Grita. - Você é um idiota Nicolas!  

Sem ninguém para ouvi-la toda a raiva vem á tona:
  - Eu não posso acreditar que a droga do meu coração bate forte por alguém como você! Nojento, ridículo e intolerante. Tenho raiva de você, tenho repugnância de você! - Joga uma pedra. - Seu filho da mãe!

Grita alto:
  — Aaaaaaaaaaaaaaah! Eu nunca mais vou deixar você me beijar, sentir meu gosto! Foi a última vez, foi a última! Vou te tirar da merda do meu coração, e esses sentimentos malditos vão morrer com a porra da minha inocência!— Reclama totalmente alterada. — Eu odeio você Nicolas Blacker! Eu odeio esses desgraçados sentimentos bons e ruins!

Às horas passam, o jantar chega e Ally não aparece em casa, Sophie e Nane ficam preocupadas. Quase 22h00 da noite ela surge:
  - Ally querida, onde estava? - Nane pergunta angustiada.

  - Estava pensando um pouco distante daqui. - Diz amarrando Philippe. 

  - Estávamos preocupadas! - Sophie diz trêmula. 

  - Desculpem! Não queria preocupá-las. - Pede sentida e com a voz rouca de gritar.

  - Tudo bem!  Vá jantar agora querida! - Ressalta Sophie.

Subindo no terraço Ally vê Nick na cozinha a olhando:
  - Estou sem fome! - Diz o encarando de volta. - Vou para meu quarto descansar. Boa noite! 

Ela sobe para o quarto e joga um livro que está na escrivaninha na parede enraivecida. 

Domingo, 26 de Julho.
Após acordar Ally vai para o banheiro escovar os dentes, e se depara com Nick escovando os dele, ela o encara fria e desce para o banheiro do térreo.
No almoço Sophie prepara uma lista de comidas saborosas:
  - Ally, será pode avisar ao Nick que o almoço está pronto? - Ela pede arrumando a mesa.

  - Aham. - Resmunga largando o livro.

  - Eu acho que ele está na sala de treinamento. - Informa.

  - Sala de treinamento? - Indaga confusa.

  - Sim, de luta. Era do pai dele. - Esclarece. - É no final do corredor 2 querida! 

  - Okay! 

  - Nas férias sempre tem os dias bons e ruins, mas tinha que ter esse ano!? Esses dois estavam tão bem. Rezo para se acertarem! - Sophie fica resmunga quando Ally sai.

Ela caminha devagar e entra na sala cuja porta está aberta. De imediato o vê batendo em um saco de pancadas enfurecido, sua raiva parece possuí-lo, com socos sem controle e absurdamente fortes ele o estoura e joga no chão.

Ofegante e cansado Nick a encara:
  - O almoço está pronto. - Ela diz séria, com a voz ainda rouca e sai o deixando sozinho.

Ele permanece parado com a respiração arfando. Depois de muito tempo ele aparece na cozinha, almoça e se banha. Com o sol já baixo no céu e a nevasca cessada, ele decide sair:
  - Mãe, onde está a Ally? - Pergunta por não ter a visto mais.

  - Saiu com Philippe. - Diz sentada na sala lendo um livro de receitas.

  - Hum. - Resmunga. - Eu vou cavalgar com o Victor. - Diz sério.

  - Está bem. Cuidado querido! 

Os dois saem e correm montados em seus cavalos, na metade do percurso eles conversam:
  - Você sempre ficou em segundo Victor! - Nick se gaba. 

  - Só porque você nunca me deu espaço Nick. - Ressalta. 

Eles riem:
  - Olha, o que é aquilo?! - Victor indaga. 

  - Onde? 

  - Lá em baixo, no meio da neve, parece o... Philippe! - Se surpreende.

  - Philippe?! Mas...

Eles se olham e descem dos cavalos. Nick corre e começa a olhar tudo ao redor:
  - Ally! - Exclama quando a vê e corre.

Ela está inconsciente sobre a neve, sua cabeça e boca estão sangrando, os braços ralados assim como as pernas, seu corpo vibra gelado, e sua pele reflete o pouco sol que tem de tão branco:
  - Allyson, acorde! Allyson acorde! - Pede. - Por favor, acorde! Abra os olhos Ally, abra os olhos! Por favor, abra os olhos! Ally, por favor, abra os olhos, abra os olhos Ally! Por favor! Por favor! Abra os olhos! Por favor! - Nick pede calmo apesar de estar apavorado de medo. — Por favor! Fique comigo, abra os olhos! Por favor, por favor!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ally: Jogo de Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.