Ally: Jogo de Amor escrita por Ella
" Sim, eu venho sentindo tudo
De ódio ao amor, do amor à luxúria
Do desejo à verdade.
Dê-me um pouco de tempo
Porque, ultimamente, eu tenho desejado mais.
Vamos brincar de esconde-esconde, para virar esse jogo
Tudo o que eu quero é o gosto que seus lábios permitem."
– De Nick, para Ally. De seus pensamentos.
***
Quinta, 16 de Julho. (Continuação)
Ally fica sentada espantada com o que Nick lhe conta. O fato de ele a ter visto nua a deixa muito constrangida, envergonhada e inibida:
– O que foi Ally? Está parecendo um tomate de tão vermelha. - Nick ressalta.
– Vo... Você me viu nua! - Sublinha tímida.
– Ora, tenha calma! - Ele ri. - Eu não pensei malícia quando a vi, só queria te ajudar, te aquecer. A Nane me mandou te deixar composta, e você também estava molhada, se dormisse daquele jeito ficaria doente. Relaxe! - Sorri marcante.
Com o olhar dele em sua direção Ally se esquiva mais:
– Ally não precisa fugir de mim! - Diz andando até ela.
– Como quer que eu fique? - Questiona séria. - Depois de tudo você acabou me vendo despida!
– Se eu não tivesse lembrado da minha camisa teria visto você 'despida'. - Faz um som de deboche no 'despida'. - Naquela hora que estava atrás de mim. - Informa. - Teria visto porque você simplesmente ia permitir. Necessitava permitir!
– Aff! - Ela reclama mordendo a mão.
– Vamos garota, se acalme, não tem por que ficar assim! Você tem um corpo espetacular Ally, sinceramente é o corpo mais belo que já vi, posso afirmar isso, afinal, o admirei com meus próprios olhos! - Sorri fofo. - Agora tome café da manhã, está sem comer desde ontem. Tenha um bom dia Ally! - Exclama sedutor e sai.
Ela se levanta ainda sem muita lucidez e pega uma xícara dentro do armário, ao virar vê uma garota entrando na cozinha:
– Felícia? - Sussurra. - Você é Felícia, prima de Nick, não é? - Pergunta.
– Sim, sou eu. Hum, não lembro seu nome... Cally, Mally, Nally, Sally, Wally... - Acentua irritante.
– É só Ally! - Detalha. - Eu... Eu achei que tivesse ido embora com sua mãe ontem.
– Não, eu vou ficar aqui.
– Ficar aqui? - Ally indaga confusa.
– Sim, aqui, no sítio, da minha família. - Ressalta. - A minha mãe foi para uma segunda lua de mel e meus irmãos e eu decidimos ficar aqui. Passar as férias ao lado da minha avó, minha tia, e claro, meu primo! - Sorri travessa.
– Vão ficar todo o resto das férias aqui? - Questiona.
– Eu e o Victor sim, mas o Joaquim vai para a casa do pai dele logo. Ainda bem, moleque chato. - Reclama. - E você? O que faz aqui?
– Estou aqui porque fui convidada pela Nane e pela Sophie, estou passando as férias com elas. - Informa séria.
– Então foi você que pegou o último quarto do corredor lá de cima!
– Sim, foi eu! - Sorri de lado.
– Eu quero aquele quarto, toda vez que venho aqui ele é meu! - Frisa. - Saia daquele quarto!
– Não. - Diz fria.
– Eu quero ele! - Fala grossa.
– O problema é seu! - Ally a responde, pega uma maçã e sai.
Num lugar mais afastado, longe da casa, Nick corta lenha para a lareira, está distraído e concentrado quando Victor aparece. Ele para na frente dele e fica o encarando sério:
– O que faz aqui? Era pra estar longe. - Nick sublinha grosso.
– Não sabe? Vou passar o restante das férias aqui. Joaquim vai embora logo, mas eu e Felícia vamos ficar até acabar. - Explica.
– Hum. Ah, o que deu em você ontem? Não veio com sua mãe, não é mesmo? - Questiona rancoroso.
– Não, uns amigos me deixaram aqui, exagerei no êxtase, mas passou logo. - Diz mordendo a boca. - Você bem que podia ter saído da frente da Ally ontem!
Nick para, o encara insensível:
– Como sabe o nome dela?
– Conversei com sua mãe, sei que vocês não são namorados, sei que ela é desimpedida! - Diz malicioso.
– Não mexa com a Ally! - O diz ríspido. - Entendeu?!
– Hum. Ok. - Resmunga sarcástico e sai.
O sol começa a se pôr, Ally está sentada no terraço brincando com Luna:
– Oi Ally. - Uma voz estranha a cumprimenta.
Ela levanta a cabeça e o encara:
– Eu quero pedir desculpas, fui um babaca ontem, estava fora de si. Me perdoa?
– Eu vou pensar Victor! - Se levanta com Luna nos braços.
– Está bem. - Acentua. - É sua gatinha? É fofa. - Ele impulsiona acariciá-la mas Luna fica arrisca.
– Ela não gostou de você! É melhor não tentar fazer carinho nela de novo. - Ally avisa rindo por dentro. - Luna tem uma aura sensível. Sente quem tem um bom coração! - Exclama e sai.
Sexta, 17 de Julho.
Depois do almoço, Ally lava a louça e se senta para ler na mesa da varanda, perto da piscina:
– O que está lendo? - Victor pergunta ao chegar.
– Só Mais Um Dia! - Responde grossa.
– Não conheço, de quem é?
– De Carol Bueno. É um dos meus livros preferidos! - O olha. - O que quer?
– Sai desse livro, entre na piscina comigo. - Pede mordendo a boca.
– Não, obrigada! - Continua lendo.
– Vamos! Venha Ally. - Tira o livro dela e a puxa.
– Não, meu livro! - Reclama. - Me solta Victor! Será que você não entende um não?! - Pega o livro do chão. - Interrompa a minha leitura outra vez, e estará morto! - Assegura e sai.
Enquanto isso Nick os observa de longe sem eles saber. As horas vão passando, Sophie decide fazer waffles com frutas para o lanche da tarde, Ally e Joaquim admiram encostados na bancada da cozinha aberta Nane e ela preparem delicadamente cada um. Victor e Felícia conversam em pé no terraço:
– Eu vou ficar com ela. Ally é uma tonta, vai se render à mim. - Ele frisa.
– Eu já falei para ficar longe da Ally. - Nick diz grosso chegando de repente.
– Não. Você me falou para não mexer com ela. - Sublinha irônico.
– Fique longe dela! - Frisa.
– Por que? Me dê um motivo para ficar longe da Ally. - Pede chato. - Vamos Nick, pare de me encarar e me dê um motivo!
– Quer um motivo? Ok, esse é seu motivo!
Ele caminha até Ally, a puxa e a beija, encostando os lábios e os abrindo devagar. Ela fica confusa por um momento, porém logo se rende, junto à ele. O que era para ser só um 'motivo' para Victor, se transforma, e os coloca em transe. Tocando o rosto dela suavemente, Nick a beija já sem chão, se beijam enamorados, toques doces e lentos. Sophie, Nane e Joaquim se encantam, mas Victor e Felícia se enraivecem. Se soltando lentamente Ally o olha com os olhos brilhantes, ele aprecia o gosto dela enquanto ainda o sente na boca. Vendo todos ao redor, e principalmente Victor e Felícia, ela permanece séria e caminha para o jardim, ele respira fraco pausadamente e vai até Victor:
– Esse é seu motivo! - Fala grosso.
No jardim Ally senta num banco com a respiração oscilando calmo, e fica avoada pensando, coloca a mão no peito e sente o coração disparado:
– Seu coração está acelerado?
– Sim... - Respira. - Está.
Ela morde a boca suave e amena:
– É bom beijá-lo?
– Sim, é. - Abaixa a cabeça confusa. - Eu... Seu filho está... Ele está me fazendo enlouquecer...
– Calma querida. - Sophie pede meiga. - Está tudo bem!
– Não está não, é complicado. - Explica com as bochechas rosadas.
– Não querida, é vocês dois que complicam! - Ela escuta um barulho vindo de casa. - O que é isso?
– Não sei.
Elas se levantam e vão ver, chegando vêem Nick e Victor brigando:
– O que está acontecendo? - Ally indaga confusa.
Nick se distraí com ela e Victor o acerta abaixo do olho:
– Nick! - Ela coloca a mão na boca.
– Agora chega, parem com isso! Felícia cuide do rosto do seu irmão. - Sophie grita. - Ally, será que pode cuidar do Nick para mim? Por favor!
– Está bem. - Diz tensa.
Os dois se sentam no terraço, ela no batente e ele no chão. Com um algodão e soro fisiológico Ally cuida do machucado dele, delicadamente:
– Por que estavam brigando? - Pergunta receosa e calma.
– Começamos a brigar depois que te beijei, o que acha!? - Insinua brando a admirando.
O coração dela acelera novamente, e permanece calada:
– Você não me empurrou, se fosse o Victor também teria deixado a beijar? - Pergunta quase afirmando.
– Não. - Impõe. - Eu sabia que era você!
Ele sorri leve:
– Como sabia? Não deu tempo de você ver quem era. - Detalha.
– Eu sabia. Pelo modo como me segura, pelo seu perfume e pelo modo como me beija! - Diz vermelha e envergonhada.
– Como é? - Indaga curioso.
– Você... Você tenta sentir o meu gosto o máximo que conseguir. - Esconde o rosto que formiga. - Toca meus lábios devagar e depois os pressiona, e... os seus lábios sempre estão quentes!
Com algo disparado dentro do peito, Nick sorri doce ao ouvir tal descrição:
– E você sabe como me beija? - Questiona.
– Não, você nunca me falou! - Diz tentando não olhá-lo por estar parecendo um tomate.
– Você me toca suave e doce, como se estivesse apreciando cada segundo. E você sempre é delicada, como uma flor! - Acentua bobo.
Ela o olha encantada e frágil:
– Você... Você gosta de me beijar, não é? - Ele pergunta carinhoso.
– Sim! - Diz abaixando o rosto.
Luna aparece e começa a se acariciar em Nick. Ally sorri meiga:
– Ela gosta de você! - Diz tímida. - Ela não gosta de todo mundo!
– Eu sei! - Frisa brando e doce. - Se eu te beijar agora, você vai retribuir, certo?
Ally fica com o rosto baixo, ele recebe aquilo como resposta. Docemente Nick aproxima o rosto ao dela, suas bocas estão formigando e seus corações descontrolados. Ele toca os lábios ao dela:
– Nick, pare de brincar! - Felícia grita. - Sua mãe está te chamando! AGORA!
Os rostos deles se afastam, mas Ally se aproxima envergonhada e o beija a bochecha suavemente:
– Pode ir, está melhor! - Diz amável após beijá-lo.
Ele sorri bobo, se levanta e sai. Quando ela se põe em pé e vira Felícia está a encarando:
– Ele é meu! - Ressalta grossa, saindo em seguida.
Ally a ignora, sorri levemente, abaixa a cabeça e morde a boca:
– Senti o coração dele disparado! - Sussurra tocando os lábios com a mão.
***
"Me acalme
Me cubra
Me abrace
Seu beijo, meu rosto
Seu corpo pressionado em meu peito
Sinto seu coração disparado."
– De Ally, para Nick. De seu coração.
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