Ally: Jogo de Amor escrita por Ella


Capítulo 29
Estábulo




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Quarta, 15 de Julho (Continuação)
Com Ally atrás de suas costas nua tremendo de frio, Nick se enfurece com o primo:
– Victor. - Grita. - O que você está fazendo?

– Eu quero ela, eu quero essa garota! - Diz andando de um lado para o outro.

– Que droga, quantos comprimidos de êxtase você tomou!? - Questiona.

– Você não vai ficar protegendo ela! - Diz correndo até ele.

Ally se assusta e Nick a segura forte:
– Não corra Ally, além de você estar nua, vai ser pior! - Sussura.

Ela tenta se manter calma, respira ofegante:
– Victor, se acalme e me devolva essa toalha! - Pede devagar.

– Não! - Grita. - Quer essa toalha?! Já era. - Diz a rasgando. - O que vai fazer!? Ela não pode ir para casa assim, minha mãe e tia Isadora falariam para sempre, nunca mais deixariam sua mãe em paz! Me dê ela!

– Droga! Ele está descontrolado. - Nick reclama. - Ally... Ally eu preciso que me dê a permissão de olhá-la.

– Hum?! - Resmunga assustada.

– Eu preciso lhe tirar daqui, só que para isso necessita olhá-la. - Explica tenso.

As mãos dela começam a suar, sente vergonha e constrangimento, seu corpo está exposto e isso a deixa vulnerável:
– E... Eu... - Sussurra envergonhada.

Nick a sente tremer, e isso não o trás uma sensação boa, seu coração aperta e o inibe. Ally se impulsiona para falar que o permite a ver, mas ele se impõe:
– Espere. - Acentua.

Ele tira a camisa com cuidado para não se mexer muito e a expôr:
– Vista, rápido. Avise quando acabar. - Diz ligeiro.

– O que você está falando com ela? - Victor indaga estressado. - Quero o corpo dela Nick, saia da frente.

– Victor eu não quero bater em você, está desnorteado, seria injusto. Por favor se controle! - Nick ressalta. - Ally ande logo!

– Saia da frente! - Grita e corre para puxá-lo.

Com os braços firmes Nick o empurra forte:
– Ally! - Frisa nervoso.

– Pronto! - Ela responde baixo.

Ele vira rápido e a pega no colo:
– Aonde vai?! Nick! - Victor grita o vendo sair com ela.

– Para onde está me levando? - Ela pergunta intimidada.

– Se acalme! - Conclui neutro.

Caminhado uma certa distância Nick entra no que parece ser uma casinha e a coloca no chão:
– Onde estamos? - Ally pergunta confusa.

– Num estábulo. Usamos ele para guardar o feno reserva dos cavalos, poucas pessoas vem aqui. Não se preocupe! - Diz fechando a porta de madeira.

Ela fica olhando para tudo de braços cruzados, parece perdida:
– Antes eu não tinha esse problema! - Resmunga.

– Que problema? - Ele questiona receoso.

– Assédio. Eu era bem invisível, e quando me cantavam só ignorava, eu tinha uma adolescência bem calma, até que você apareceu. Os homens estão me vendo como uma mulher e com isso, me sinto... exposta... como um nervo. - Diz tensa se encostando numa pilastra.

– Bem... com o Victor você não precisa se preocupar. Não vou deixar ele te fazer mal, e ele está fora de si, geralmente não é assim. Garanto! - Diz se aproximando dela.

– Você... Você também usa... - Gagueja.

– Êxtase? Drogas? Não, não uso. Não gosto dessas coisas Ally. É como mentir, eu não minto! - Ressalta sério.

Ally o olha, e nota como estão vestidos, ela só com uma camisa curta, sem nada por baixo, e ele só com uma calça, sem camisa. Se sente envergonhada:
– E... E Agora? - Gagueja.

– O que?

– Vamos ficar aqui até quando? - Questiona saindo de perto dele.

– Bom, as minhas tias já chegaram, e elas não podem nos ver assim, ou vão falar para o resto da vida disso. Temos que esperar elas irem embora! - Explica.

– Se eu tivesse lembrado de pegar minha roupa nada disso teria acontecido! - Resmunga.

– Aonde você esqueceu? - Pergunta.

– No meu quarto, em cima da cama.

– Ah, qual é o seu quarto? Talvez dê para eu pular a janela sem ninguém ver e pegar. - Informa.

– É o último do corredor, lá em cima! - Diz.

– Lá em cima?! - Indaga.

– Sim! - Frisa.

– É ao lado do meu! - Resmunga. - Não sabia! Bom, não dá para eu subir no 2° andar... Mas, eu posso ver se consigo alguma outra roupa...

A barriga de Ally ronca:
– E comida... - Ele brinca.

– Como pretende fazer isso? - Pergunta curiosa.

– Como já disse, pulando a janela! - Reponta. - Eu vou lá! - Diz indo até a porta.

– E se o Victor aparecer? Ou outro alguém? - Questiona com medo.

– Hum... Tranque a porta quando eu sair, e fique quieta, se alguém aparecer você se esconde lá em cima. - Aponta para o 2° andar do estábulo. - E me espera chegar. Ah, mais uma coisa, quando eu voltar vou bater 3 vezes na porta e dizer 'OK', ai saberá que sou eu.

– Está bem! - Diz tensa.

– Eu já volto! - Ele sussurra.

Assim que Nick sai Ally fecha a porta e se senta no feno no chão, ela fica batendo os pés e roendo as unhas nervosa. 10 minutos depois ela sente que vai pirar:
– Cadê ele!? - Resmunga.

Então ela escuta três batidas na porta, e alguém sussurra:
– OK.

Ela sorri e abre a porta, ele entra rindo:
– O que houve?

– Eu estava andando em silêncio então ouvi alguém vindo, pulei no primeiro quarto, era o de Nane, peguei uma roupa que estava em cima da cama rápido e me escondi pois ela apareceu de repente, quando ela saiu eu tentei pegar algo para comermos na cozinha mas minhas tias estavam lá com meus primos. - Diz rindo fofo. - Minha missão foi praticamente um fracasso!

O admirando boba Ally sorri:
– O que foi? - Ele pergunta vendo o olhar dela.

– Nada, é que você está rindo tão... Contente! - Detalha.

– É que foi engraçado para mim, só isso. - Explica. - Bem, aqui. Essa foi a roupa que consegui pegar! - A entrega.

– É um vestido, da Nane. - Diz observando. - Humm... Vou me trocar! Me... Trocar... - Algo vem em sua mente.

– O que foi?

– Eu vou ter que tirar sua camisa e...

– Eu fico lá fora! - Sublinha.

– E se alguém ver você?

– Hum... Verdade... Então vou ficar de costas, perto da parede. OK? - Acentua.

– O... Okay! - Engole seco.

Com os braços cruzados ele fica parado de costas perto da porta enquanto Ally tira a camisa dele e veste o vestido de Nane:
– Acabou? Posso virar? - Interroga curioso.

– Ainda não! - Responde.

– Vou virar! - Brinca.

– Não! - Frisa.

Ele ri:
– Pronto! - Conclui séria.

– Ficou grande em você. - Ele diz rindo.

– Sim, mas pelo menos tem sua camisa de volta! - Diz o entregando. - Droga! Eu esqueci de Luna! - Reclama.

– Aonde ela está?

– Deve estar no quarto dormindo. O problema é que ela acorda com fome e não tem como eu colocar comida para ela! - Explica.

– Não se preocupe! Tenho certeza que a Nane ou mamãe vão colocar a ração dela. - Diz calmo.

– Acha?! - Reponta.

– Sim! - Frisa.

– Bom, está bem. - Relaxa. - Então, não podemos aparecer assim?

– Eu sim. - Diz já com a camisa. - Mas você não.

– Por que? - Questiona.

– A minha tia Irene reclama de tudo e...

– Tia Irene? Aquela da festa? - Indaga surpresa.

– Sim, ela mesma. Ela já não lhe tratou muito bem porque eu estava sobre você naquele dia, imagina assim. Eu e você aparecendo juntos, estando você com um vestido velho da Nane e eu com uma camisa amassada e com seu perfume. Ainda tem a tia Isadora, ela é a mais velha dos irmãos da minha mãe, não teve filhos, não sabe como criar alguém, fica falando mal de qualquer coisa que pareça ser "errado". Se elas nos verem desse jeito será o fim da paz da minha mãe e da minha avó. - Explica.

– Ah... - Resmunga. - E os seus primos? Quem são?

– Como assim quem são?! É a Felícia, o Victor e o Joaquim. Eles são filhos da tia Irene, por isso estão aqui, só que eu acho que o Victor não veio com a mãe. Ele deve estar escondido em algum lugar, se acalmando. Se tia Irene o vê assim, é o fim dele. - Diz debochado.

– Nossa! - Faz cara de surpresa. - Eles são filhos dela?! Não imaginei. Você disse que os irmãos não dão atenção ao Joaquim, fiquei pensado apenas nisso!

– Não dão não. O Joaquim vive com a babá e Felícia e Victor no meio do mundo.

– E o que sua tia faz sobre isso?

– Ela está ocupada com o novo casamento, não cuida de nenhum. Ela é o tipo de mãe que não vê os filhos crescendo, só visa o dinheiro, por isso quer que a filhinha dela se case comigo! - Comenta.

– Ca... Casar? - Gagueja.

– Sim. Tia Irene colocou isso na cabeça de Felícia, por esse motivo ela não sai do meu pé! - Relata.

– Vocês já tiveram algo?

– Não. Quer dizer, eu já fiquei com ela algumas vezes... - Ele olha para Ally, e ela parece estranha. - Mas não foi nada demais. Até porque, ela beija mal.

Os dois riem:
– Então, me fale sobre a sua família. - Diz se sentando no feno. - Você conhece boa parte de minha família. Me fale sobre a sua!

– Eu já falei que além dos meus pais, só tenho uma tia que gosta de mim! - Ela reponta.

– Me fale sobre essa tia então. - Pede.

– Okay. - Ela se senta na frente dele. - O nome dela é Clara, tia Clara, ela é única tia que fez as filhas dela gostarem de mim, são as únicas primas que tenho que gostam de mim. - Frisa. - Ela é a irmã mais velha da minha mãe, ela sempre deu apoio a mamãe, deu apoio quando todos nos criticavam e continua dando pois não pararam de me julgar. Quando eu era pequena, muitas vezes aconteceu de eu estar brincando com essas minhas duas primas e os filhos das minhas outras tias chegarem e cantarem:
" Bastarda, Bastarda, Bastarda
Ninguém gosta de você
Foi abandonada..."

– A minha mãe me pegava, saia de perto delas, e chorava comigo no colo. - Ele percebe que lágrimas caem do rosto dela. - Quando isso acontecia na casa do meu avô, ele dava uma bronca em todos e os deixava sem sobremesa. - Ela ri fofa.

– Como você está se sentindo? Sobre o seu avô?

– Estou bem, eu sei que ele está sempre comigo, com isso não fico mais chorando nos cantos, eu o amo, e sinto muita a sua falta. Eu sempre o terei em meu coração, isso me fortalece.

Nick sorri:
– Me fale dos seus pais.

– Hummm... A mamãe, sabe o nome dela? - Questiona.

– Não. - Sorri.

– É Ellie, foi o vovô que escolheu, ela é doce, engraçada, cuidadosa, carinhosa... Já aprontamos muitas coisas juntas. Uma vez quase colocamos fogo na cozinha fazendo panquecas. - Ri meiga. - O papai, Sr. Marcelo, bem, ele é amoroso, preocupado, com tudo, principalmente com os estudos, é divertido e doido. Quando eu tinha 10 anos ele me esqueceu no Shopping com a Baby, e depois que se recordou e me buscou, me encheu de sorvete, chocolate, doces e ficou repetindo "Eu amo você filha, eu e sua mãe a amamos", porque ele simplesmente ficou com medo que eu ficasse com trauma. Sabe, eu poderia estar naquele orfanato até hoje, ou ter sido adotada por pessoas que não gostassem de mim, ou me maltratassem, mas eu tive o privilégio de ser adotada por duas pessoas maravilhosas, tenho os melhores pais que poderia ter, e agradeço sempre por isso. Eu recebo amor! - Acentua.

– E como está a convivência de vocês? - Pergunta encantado.

– Está melhor. Tenho passado bastante tempo com a mamãe e o papai disse que vai tentar vir próximo mês. Além disso, tenho falado muito com ele pelo celular. - Informa sorridente.

– Bom saber!

Eles ficam se olhando, até que escutam alguém do lado de fora:
– Tem alguém ai! - Ally exclama assustada e se levanta.

– Eu vou ver quem é. - Ele caminha até uma brecha da porta. - É a Nane e minhas tias. - Informa. - Se elas perceberem que a porta está fechada vão saber que tem gente escondida aqui. Eu vou abrir a porta e nos escondemos lá em cima. - Ressalta.

– Okay. - Ela fica tensa.

– Vá subindo. - Nick abre o trinco e sobe.

Os dois ficam escondidos atrás de uma montanha de feno, bem colados, nisso elas entram no estábulo, ficam olhando tudo e conversando. Ally treme angustiada, Nick a puxa por quase estar aparecendo e ficam se olhando, ele nota que o vestido dela está bem acima, até que ela abaixa envergonhada. Quando as tias saem, Nane fica por último, como que de propósito. Ela pega as portas e finge que vai fechar, mas fala:
– Não apareçam antes delas irem embora! - Ressalta e sai.

Espantados eles descem e Nick tranca a porta:
– Como ela soube que estamos aqui? - Ally indaga assustada.

– A Nane sabe de tudo! - Ele exclama.

– Como vamos saber que elas foram embora? - Questiona.

– Eu vou ficar olhando da janelinha lá de cima, dá para ver o carro delas saindo! - Diz esperto.

– Okay, vou ficar aqui mesmo. - Ela acentua.

– OK.

Ally se deita no feno e ele sobe. Um tempo depois Nick desce:
– Ally... Ally elas foram embora. - Diz chegando perto. - Dormiu! - Suspira.

Ele a pega nos braços e sai do estábulo, chegando perto de casa começa a chover os molhando, porém ela não acorda. Passando pelo terraço Nane aparece:
– A leve para o quarto, a deixe composta e desça aqui. - Diz séria.

– Está bem. Ah, vovó, vocês deram comida para a Luna? - Relembra.

– Sim, duas vezes!

– Ok.

Caminha e abre a porta do quarto com ela nos braços:
– Olá Luna! - A vê se espreguiçando no chão.

Ele a deita na cama e sorri a admirando enamorado. Depois de uma conversa com Nane ele vai dormir. No outro dia cedo Ally desce para a cozinha e vê Nick e Nane em pé perto do armário:
– Ally, preciso falar com você! - Nane diz séria.

– Nane, eu posso explicar tudo que aconteceu ontem... - Diz tensa.

– Não precisa querida, o Nick já fez isso ontem de noite. Quero saber como está se sentindo depois daquilo. - Explica.

– Ah, bem, estou bem! - Responde.

– Que bom! Fiquei com medo quando a vi nos braços de Nick. Bem, tome café e aproveite essa bela manhã. - Diz doce.

– Está bem Nane! Bom dia! - Exclama meiga.

– Bom dia querida! - Ela sai da cozinha.

– Nossa! - Ally resmunga.

– O que foi? - Nick questiona.

– Nada, é que foi tensa a situação de ontem e... Agora sei que foi Nane quem me trocou! - Diz aliviada.

Ele sorri de lado:
– Não foi a Nane quem lhe trocou ontem de noite... Foi eu! - Frisa.

– O quê? - Indaga surpresa.

– Você estava molhada e com frio, então te tirei aquele vestido, te enxuguei, peguei um pijama no seu guarda-roupa e te vesti, depois sequei seu cabelo e lhe cobri! - Conta se aproximando dela.

– O... O quê? - Gagueja. - Me secou?! Vo... Você me colocou até calcinha! - Frisa.

– Sim! - Ele levanta a sobrancelha sorrindo de lado.

Ally se senta numa cadeira espantada.


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