Ally: Jogo de Amor escrita por Ella


Capítulo 24
Entre Paredes




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Segunda, 15 de Junho.
Na escola Ally guarda o material dentro da bolsa após acabar à aula; foi um dia tenso estando tão perto de Nick depois do que aconteceu do dia anterior.
Ela sai do portão e é abordada por ele:
– Vamos. - Chama sério com as mãos nos bolsos da calça.

O encarando ela simplesmente o ignora e continua andando:
– Ei. - A segura pelo braço.

– Eu não vou com você Nicolas. - Ela diz fria.

– Eu sei que você está com raiva de mim e que quer distância, mas, a Nane mandou eu levar você como de costume, e avisou que se eu chegasse em casa sem você ou você chegasse sem mim, íamos levar uma bronca. A última coisa que quero é que minha vó brigue comigo novamente. Entre nesse carro Allyson. - Ele pede mantendo a expressão séria.

Ela suspira reclamando e entra no carro batendo a porta. Ele revira os olhos, respira forte e entra. No caminho Ally coloca o fone de ouvido e escuta música muito alto no celular, até que começa a cantar, e dançar com os dedos.

"Boys only want love if it's torture
Don't say I didn't, say I didn't warn ya
Boys only want love if it's torture
Don't say I didn't, say I didn't warn ya"
( Blank Space - Taylor Swift)

Nick sorri levemente vendo ela cantar distraída, e seus pensamentos começam a voar lembrando da bronca que levou da sua avó e de sua mãe quando chegou em casa no dia anterior por causa do modo como tratou Ally; elas viram tudo da sacada da escada porém pensaram que eles iam se acertar, então não interromperam.
O dia segue estranho e inibido, e permanece assim dia após dia, passando a semana rapidamente.

Sábado, 20 de Junho.
Depois do almoço Ally se consulta com Nane e à pedidos de Sophie não vai embora. Para o lanche da tarde as duas vão para a cozinha e planejam fazer algo saboroso:
– O que acha de um bolo de chocolate com ganache e chantilly? - Sophie enche a boca para falar.

– Acho uma ótima ideia! - Ally responde rindo meiga.

– Ótimo, o que prefere fazer? - Pergunta pegando a batedeira.

– Huum... Acho que o ganache e o chantilly. - Diz amena.

– Está bem, vou bater a massa.

Ana ajuda Sophie à fazer a massa do bolo enquanto Ally faz o ganache de chocolate. Ela derrete uma metade da barra no microondas e mexe para deixar tudo homogêneo, pega o creme de leite e despeja um pouco, misturando com cuidado para não sujar a bancada:
– Está bom? - Sophie pergunta vendo ela mexer concentrada.

– Deixe eu ver. - Ally mela o dedo e prova. - Sim, está! - Sorri.

– Será!? - Indaga Nick que chega do lado dela.

Ele mela o dedo e prova a encarando:
– Hum, está bom. Está com gosto de... chocolate quente, adoçado. - Sublinha de propósito.

– Então está ótimo! - Exclama Sophie.

Fingindo que não o ouviu Ally pega a batedeira para fazer o chantilly:
– Afinal, o que estão fazendo com todo esse chocolate? - Ele pergunta observando às três; Ally, Sophie e Ana.

– Estamos fazendo um bolo de chocolate com ganache e chantilly Sr. Nick. - Ana responde.

– Eu acho que vai ficar bom! - Ressalta caminhando até Ally.

– O que quer? - Pergunta séria enquanto bate o chantilly.

– Só olhando. - Frisa a admirando.

Após desligar a batedeira ele a questiona:
– Isso está bom?

– Não sei. - Responde levando a tigela até o balcão.

Nick chega por trás melando o dedo e prova:
– Sim, está bom. Prove! - Ele pega um pouco de chantilly com o dedo e passa no nariz dela.

Encarando-o séria ela passa o dedo no nariz, olha o chantilly, e o prova mordendo os lábios:
– Sim, está ótimo! - Exclama irônica e depois sorri de lado.

Com o lanche pronto o bolo quase se acaba por completo. No jantar Ana prepara torta aos 4 queijos, arroz com brócolis, salada de legumes, batatas gratinadas, ovos recheados, macarrão com ervas finas e cenouras grelhadas, para beber faz sucos de laranja, abacaxi com hortelã e melão com leite. Tudo delicioso e maravilhoso.
Às 19h00 Sophie recebe uma ligação e desliga atordoada:
– Querido, eu vou ter que ir na empresa resolver um problema que deu na planta dos prédios Blue Dolphins. Não sei que horas vou chegar, talvez tenha que reorganizar todo o parque. - Explica pegando a bolsa.

– Está bem mãe. Tenha cuidado! - Diz preocupado.

– Sim querido! - Beija sua testa. - Tchau Ally querida! - Beija a testa. - Tchau mãe! - Também a beija.

– Tchau Sophie, tome cuidado! E boa sorte! - Grita vendo ela já saindo.

– Tchau filha, qualquer coisa avise. - Ressalta. - Bem, já que você pode chegar mais tarde hoje, vamos retomar à nossa consulta lá no meu quarto querida? - Nane pergunta amável.

– Sim! - Ally responde doce e sobem.

Uma hora depois as duas descem rindo e encontram Nick na sala vendo TV:
– Vai embora agora querida? - Nane reponta.

– Sim. Já está na hora! - Diz pegando a bolsa.

– Não tem como você ir embora agora! - Nick frisa sério. - Olhe pela janela, está uma tempestade horrível lá fora. - Ele se levanta e caminha até ela. - Vai ter que passar à noite aqui.

Ela fica o olhando:
– Bem, vamos esperar um pouco, se a tempestade não cessar, nós vemos o que fazer! - Diz Nane alisando as costas de Ally para ela não se preocupar.

Uma, duas, duas horas e meia se passam e a tempestade parece apenas piorar; Ally olha pela janela agoniada:
– E então? - Indaga para Nane. - Conseguiu falar com ela?

– Sim. Ela disse que tudo bem você dormir aqui. Não se preocupe, sua mãe sabe que sair nessa tempestade é perigoso. Relaxe agora, está bem? - A abraça. - Vou pedir para Ana arrumar o quarto de hóspedes para você.

– Está bem! - Sorri leve.

Ally suspira vendo a chuva escorrendo no vidro da janela. De 23h00 vai para o quarto, coloca uma roupa que Ana deixou para ela dormir, e se deita. Enquanto isso no quarto ao lado Nick tenta dormir, porém passa horas revirando na cama, até que finalmente adormece. Em sua mente começam a passar flashes de Ally, flashes dela mordendo a boca, flashes dela dançando, flashes dela beijando os homens na barraca do beijo, flashes dela o provocando, ele sente o corpo dela tremendo e ofegante, o cheiro, o beijo, até que o celular toca e ele acorda atormentado. A tempestade que piorou faz da noite fria e úmida.
Nick desce para a cozinha, abre a geladeira e pega um pedaço de bolo de chocolate que sobrou, começa a comer e a voz de Ally vem em sua mente:
" - É chocolate quente droga! Seus lábios são quentes e seu gosto adoçado como chocolate quente!"

Ele tira o garfo da boca e sorri, então escuta um barulho, olha para porta e vê Ally entrando. A olha de baixo para cima lentamente; ela está usando uma camisola de seda curto:
– O que faz aqui? - Pergunta se aproximando bem devagar.

– Eu acordei por causa dos trovões e... e... e não consegui voltar a dormir, ai vim beber um pouco de água. - Ela diz totalmente tensa e intimidada. - Achei que estivesse dormindo, são 2h00 da madrugada. - Engole seco.

– Bem, não estou. - Frisa chegando mais perto. - Que roupa é essa que está usando? - Observa cada detalhe do corpo dela.

– Foi... Foi a Ana que deixou, pra mim usar para dormir. - Explica. - Eu... Eu acho que ela nem reparou que roupa me deu.

– Hum.

Ally percebe que ele fica mais próximo:
– Eu... Eu vou dormir. - Gagueja.

– Mais você disse que não consegue dormir. - Ele sorri já na frente dela. - Você sabia que estamos praticamente sozinhos nessa casa Allyson?

Nick vai andando devagar e ela começa a se esquivar:
– Hã!? - Resmunga atordoada.

– A Nane me ligou faz mais ou menos uma hora e disse que foi buscar minha mãe só que por causa da tempestade elas decidiram dormir num hotel, a Ana está dormindo no quarto dela, que é bem afastado daqui, ela não escuta nada que acontece na cozinha. Somos apenas eu e você Allyson! - Frisa mordendo a boca.

Ela pensa em perguntar o que ele quer, mas fica receosa e decide ficar quieta:
– Allyson, as minhas "amigas" não estão aqui, não tem como eu amenizar meu desejo, e depois do sonho que eu tive... está difícil me controlar. - Ele a avisa a encarando marcante.

– So... Sonho!? - Gagueja. Seu coração está à mil e sua boca seca de tensão.

– Aaah, não mexa a boca garota! - Ele a pega pela cintura e coloca no balcão.

– Nick, o que está fazendo!? - Indaga assustada.

– Quer mesmo saber!? - A olha intimidador.

– Nã... Não. - Ela trava.

– Seu corpo está tremendo, sua boca está entreaberta, você está totalmente nervosa. - Acentua.

Ela tenta se manter calma, deixa a boca o mais fechada possível:
– Não faça isso, não feche a boca. Eu estou louco para beijá-la, louco para morder seus lábios, e isso só me atiça mais. - Morde a boca.

– Você está fora de si. - Ela ressalta.

– Não. Estou quase sem autocontrole! - Ele a puxa ficando bem entre as pernas dela. - Você sabe como é ter o desejo acumulando dentro de si Allyson?! Eu vejo você todo dia entre as paredes dessa casa, não é fácil conviver com seu corpo e sua boca.

Um trovão muito forte a assusta e as luzes da casa piscam:
– Está com medo da tempestade!? - Questiona segurando-a a perna e o corpo. - Você fica linda assustada! Seu corpo inteiro vibra!

– Nick, me deixa ir dormir! - Pede muito nervosa.

– Não fale, não fale Allyson. Não mexa a boca! - Reponta. - Estou avisando!

– Ni... Nick!

Com a mão ele a aperta mais:
– Eu estou enlouquecendo. O seu corpo, o seu beijo, o seu gosto, eu consigo sentir! - A cola mais. - Estou mandando não se mexer! - Frio e malicioso ele fica a olhando.

Os corpos ofegantes deles entram em ritmo; Ally está muito desnorteada:
– Você não vai me deixar ir dormir mesmo!? - Ela indaga ligeiro.

– Não! - Responde grosso.

Nick a segura forte e a beija, ele a pressiona cada vez mais, segura em sua cintura e encosta na parede. Sem controle ele a beija insaciável, voraz e insensível, devora sua boca e sua língua, passa a mão subindo por dentro da camisola e a puxa colando os corpos, morde os lábios dela com muita força várias vezes, segura a cabeça e alisa o corpo. Ele a deixa sem ar no final e prende seu lábio com os dentes mordendo dolorido. Ally fica sem conseguir respirar depois que ele a solta num impulso o corpo e a boca.

– Vo... Você. - Ela gagueja arfando.

– Eu avisei Ally, eu lhe avisei. Eu estava tentando me controlar, mas você não parou de falar! - Explica ofegante.

– Não... Eu... - Fica sem nexo.

– Está sangrando. - Avisa já recuperando o fôlego.

– O quê!? - Indaga espantada.

– Sua boca, está sangrando. - Frisa.

– Eu... Eu não posso acreditar nisso. - Se encosta no balcão respirando devagar.

Ele a pega e coloca em cima do balcão:
– O que está fazendo? - Ela questiona o batendo assustada.

– Tenha calma! - Ressalta. - Eu só vou cuidar da sua boca! - Diz pegando uma maleta dentro do armário.

– O quê!? - Resmunga.

– Fui eu que fiz isso em você, eu só vou cuidar desse corte. - Explica pegando o algodão.

– Isso é ridículo Nick, você me agarrou e machucou a minha boca. - Frisa irritada. - Você não consegue se controlar!

– Ally, eu sei que você gostou, então não reclame. Estou tentando te ajudar, quer ficar com a boca sangrando? - Indaga grosso.

– Me ajudar!? Você tem tentado fazer isso esse tempo todo e olha aonde estamos. - Destaca.

– Sim, é verdade. Eu tenho fracassado muito nas minhas tentativas de ajuda à você, mas pelo menos eu consegui lhe soltar hoje! - Grita ríspido. - Agora fique quieta, deixe eu limpar sua boca!

Com um algodão úmido ele tira o sangue dos lábios dela. Os dois estão bem perto um do outro, Ally vai ficando tensa e enraivecida com a situação:
– Abra a boca! - Ele pede.

Ela o encara séria e o empurra, desce do balcão e corre para o quarto. Nick fica com as mãos apoiadas no balcão e cabeça baixa, morde a boca sentindo o gosto dela e sorri leve.
Ally chega no quarto e bate a porta, fica andando de um lado para o outro, coloca a mão na boca, senti o corpo tremer e deita na cama eufórica, se enrola dos pés a cabeça no edredom nervosa; seu coração está palpitando descontrolado, suas pernas bambas, suas mãos geladas, o estômago borbulhando, a pele suando frio:
– Como meu coração pode ser desse idiota?! - Resmunga cochichando. - Como!? Oh meu Deus, oh meu Deus! - Sussurra envergonhada lembrando do acontecido e esconde o rosto vermelho.

O dia amanhece, Sophie e Nane chegam e encontram Nick na cozinha comendo cereal:
– Bom dia filho! - Sophie beija sua testa.

– Olá mãe, vão tomar café da manhã? - Ele pergunta educado.

– Já comemos no hotel querido. - Nane responde.

– Hum, está bem. - Ele coloca o prato na pia. - Eu vou na Sweet Cakes comprar um doce, querem algo?

– Não querido, mas... compre algo para Ally. - Detalha sua mãe.

– Ok. Ah, falando na Ally, quando ela acordar não perguntem o que houve com a boca dela. - Ele pede.

– Por que? O que aconteceu? - Questiona Nane preocupada.

– Ontem de noite... Nos encontramos na cozinha e eu perdi o controle... A beijei e a mordi forte demais. - Explica tenso.

– Nicolas!– Grita sua mãe. – Você machucou a Ally com um beijo!?

– Pediu desculpa à ela!? - Interroga Nane.

– Não. Depois eu falo com ela. - Ele diz e sai.

Às 8h40 Ally acorda e sai do quarto:
– Bom Dia querida! - Sophie à cumprimenta.

– Bom dia! - Responde doce.

– Vai tomar café agora ou vai tomar banho primeiro? - Pergunta.

– Vou tomar banho primeiro. - Diz.

– OK. Ah, tem um probleminha, estão ajeitando um cano nesse banheiro e no meu, a Nane está usando o dela então.... Ah, já sei, use o banheiro do quarto do Nick, ele saiu e não vai chegar agora. Pode ficar tranquila! - Diz e sorri. - Pode ir lá.

Um pouco tensa Ally entra no quarto dele e vai tomar banho, quando sai o encontra perto da cama:
– Nick! - Exclama surpresa.

Ele fica a olhando e abre espaço para ela passar, porém quando ela chega perto ele entra na frente. Ally trava enrolada na toalha:
– Minha mãe mandou eu comprar um doce para você. - Ele a entrega uma caixinha.

Quando ela estende a mão para pegar, a toalha se desenrola um pouco e ele segura; os dois se olham em transe:
– Obrigada. - Ela pega a caixinha e corre para o quarto.

Ally se senta no chão; sua tensão e nervosismo ficam ocultados entre as paredes.


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