Ally: Jogo de Amor escrita por Ella


Capítulo 16
Desculpas




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Ally o olha sem expressão, não repara na câmera na mão de Nick pois sua mente foca no que ele acaba de dizer:
– Você não ama seu pai? - Ressalta.

– Não. - Ele responde sério.

– Mais... O que sente por ele?

– Nada. Nem amor, nem ódio, nem raiva, nem mágoa, nem afeto, nem qualquer outro sentimento. Eu não tenho uma ligação com meu pai Ally, por esse motivo não tenho sentimento por ele. - Responde.

– O que aconteceu? - Ela indaga.

– Sou o filho mais novo, Noah tem 22 e Natan tem 20, eles sempre foram o orgulho do meu pai, eles sempre foram aqueles ao qual ele me mandava ser igual. 'Por que você não é igual aos seus irmãos Nicolas?', eu ouvi muito isso. Acontece Ally que ele nunca me entendeu, e por ele não me entender nunca o entendi, desde que era pequeno nossa relação não era boa, eu não me rendia fácil aos mandamentos dele e sempre disse o que pensava, conforme fui crescendo ele começou a me encher de questões, perguntava o que eu queria fazer na minha vida e como não minto falava que não sabia, enquanto isso acontecia meus irmãos estavam escolhendo o que queriam para vida deles, escolhendo por causa da pressão do meu pai. Depois que ele foi para o Japão, faz uns 5 anos, tudo ficou pior, ele me liga quase todo dia para saber se eu escolhi o 'meu caminho', é assim que ele fala, ele não pergunta se estou bem, como está minha saúde ou meu emocional, quer saber apenas das minhas escolhas e meu estado na escola. Não temos uma relação de afeto, ele não me deu carinho, amor e uma boa atenção como deu aos meus irmãos, porque não conseguimos ficar mais de uma hora perto sem brigar. Quando eu tinha 14 anos tivemos uma briga muito feia, no outro dia ele foi embora, e desde então só vi ele uma vez, no natal passado, não fiquei ao lado ou conversei com ele, pois a maioria das coisas que ele falava é o orgulho que tem dos filhos mais velhos, da esposa linda e como a empresa está indo bem. Toda vez que ele liga e eu digo que ainda não decidi minha profissão escuto muita reclamação, ele diz que eu vou virar um malandro, um ladrão, ou o filhinho da mamãe que é sustentado por ela. Eu não pretendo ficar em casa, só estou pensando bem sobre meu futuro, parece uma coisa fácil decidir porém não é, e isso ele não entende, usa o Noah e Natan como exemplo de vida e eu não suporto isso, porque eu os amo e ficar sendo comparado a quem ama não é bom. - Ele explica.

– Sua mãe disse que você e seus irmãos são bem próximos! - Ela Detalha.

– Sim, é verdade. Sempre fomos amigos, e agora que estão longe sinto falta deles, mas nos falamos diariamente. Não deixo a pressão do meu pai acabar com a nossa amizade.

– Você não tem nem um sentimento de mágoa por ele? - Pergunta.

– Não. Eu não criei laços com ele nem ao ponto de me magoar, eu não sofro com a distância. Você e seus pais tem uma relação muito forte, se amam e se cuidam por isso você sofre sem eles, já comigo é diferente. Uma vez eu tentei me aproximar dele porém não deu certo, minha relação com meu pai não é algo que tem que se resolver, além disso é tarde, não nos entendemos e nem nos aturamos por muito tempo. Eu sou neutro com ele e ele é neutro comigo, a única coisa que meu pai quer é poder dizer que tem orgulho de todos os filhos, que nenhum se desviou para um lado ruim, e a única coisa que eu quero é que ele pare de me perturbar e me deixe seguir meu caminho, tendo uma profissão ou não.

Nick para de falar e os dois ficam em silêncio por um tempo, até Ally se impôr:
– Eu sinto muito, por tudo isso.

– Está tudo bem. - Ele assegura.

– Mais você não queria ter uma boa relação com seu pai? - Ela pergunta sentida.

– Quem é que não quer ter uma boa relação com o pai!? - Questiona. - Mas eu tenho a mamãe, a vovó e meus irmãos, eu os amo e tenho o amor deles recíproco, minha vida está muito bem assim. Sou feliz Ally, não preciso de mais nada. - Acentua seguro das palavras.

Ela o olha e sorri, ele tira novamente uma foto dela:
– De quem é essa câmera? - Ela indaga.

– É sua! - Exclama.

– Minha?! - Ela se lembra de sua polaroid. - Minha câmera! É idêntica a ela, a polaroid que o vovô me deu! Mas ela está no lixo, quebrada... Você a quebrou! - Relembra.

– Sim. Comprei essa naquela hora que sai. - A entrega.

– Mais... Por que fez isso? Nem se quer pediu desculpas ainda... - Detalha encabulada.

– Eu comprei uma câmera para compensar a sua que quebrei e ainda preciso pedir desculpa? - Sublinha.

– Ora, é o mínimo que pode fazer!

– Está bem então. Desculpe. - Diz frio.

– Você não sabe pedir desculpas mesmo, continua sem empatia. - Ela ressalta se levantando e deixando a câmera no chão.

Ele se levanta:
– Ainda diz que eu não tenho empatia?! Eu cuidei de você hoje quando caiu, o que acha que é aquilo?

– Aquilo é só seu joguinho! - Exclama. - Você não consegue fazer algo sem ser um jogo Nick, pede desculpa frio e sarcástico depois de tudo que aconteceu.

– Está se referindo a domingo, não está? Quer que eu peça desculpas? Ok. Me desculpe por ter ido na sua casa dizendo que só queria lhe fazer companhia quando na verdade queria transar com você! - Diz. - É isso que você acha que aconteceu não é mesmo? É assim que quer seu pedido de desculpa? Pois saiba que se eu pedir desse modo estarei mentindo pois não foi isso que aconteceu, eu realmente queria te ajudar e não deixar a solidão chegar até você num dia chato de domingo.

– Porém você acabou me levando para a cama Nick. - Frisa.

– Ora, não exagere. Peço desculpas, mas dessa vez é porque quero.

– Exagerar? Você me beijou sem minha permissão, e fez outras coisas mais, quase aconteceu uma besteira, agora pede desculpas, eu não aceito o seu pedido.

– Mais eu não pedi desculpa por te beijar sem permissão Ally, pedi por ter perdido o controle. Eu não peço desculpas por beijar alguém, eu beijo você e todas as outras garotas porque quero. Agora quando eu sei que exagerei faço o que acho melhor depois, pedir desculpa ou esquecer.

– Você é um idiota, sem empatia. Não vai mais me beijar Nick. - Ela afirma grossa.

– Ah, vou sim. Se eu lhe beijar aqui, agora, você não vai me empurrar, vai me deixar morder sua boca, apenas porque gosta de me beijar, gosta de como a seguro e aperto no meu corpo. - Ele se aproxima dela. - Tenho certeza que o dia de domingo não foi ruim assim como tenta insinuar Ally, sei que foi prazeroso para você, e se acontecer de novo e eu não parar dessa vez você não vai ficar se culpando, simplesmente porque você vai gostar e querer que não tivéssemos parado dá outra vez. Eu beijei e mordi sua boca e seu corpo, lembro de como ele tremia e de como sua respiração estava ofegante, você retomou a lucidez por pouco, imagine se não tivéssemos parado, ficamos perto Ally. Eu posso te beijar quando quiser e sua boca vai se render a mim, é assim que funciona, em qualquer lugar e qualquer momento.

– Cale a boca Nick! Você está errado, eu só queria me soltar de você. Seu beijo e seu corpo estavam me sufocando. - Ressalta exaltada.

– Não foi isso que pareceu, enquanto eu te beijava seu corpo vibrava em baixo do meu. Você só diz isso por se sentir constrangida.

– Eu nunca gostarei de te beijar Nick. Você tem gosto de vômito. Assim que você foi embora naquele dia eu tomei um banho demorado para tirar seu cheiro de mim e escovei os dentes mil vezes para seu gosto sair da minha boca! Você é nojento e totalmente ridículo Nicolas. - Ela mente totalmente envergonhada e vulnerável.

– Vamos ver se você realmente tem tanto nojo de mim assim. - Ele anda até ela.

Ally recua muito rápido, seu pé escorrega e acaba caindo na piscina, a água está muito gelada e o tempo bem frio:
– Ally! - Nick exclama. - Me dê sua mão.

Ele estende a mão para ajudá-la mais ela recusa e sobe pelo corrimão. Toda molhada e tremendo de frio ela pede:
– Nunca mais fale sobre domingo Nick. Entendeu? Nunca mais! - Caminha para a casa e entra.

Sra. Blacker a vê toda molhada e tremendo:
– O que aconteceu?! Ally, porque está assim? Está muito frio! - Reclama preocupada.

– A Ally escorregou e caiu na piscina. - Nick responde chegando por trás.

– Meu Deus, eu vou pegar umas roupas secas e uns agasalhos para você se esquentar. Nick, aqueça ela por enquanto! - Ela insinua de propósito e sai.

Nick olha para Ally que treme, sério impulsiona subir a escada, porém para, resmunga e volta, puxa ela e a abraça se molhando. Ela não o abraça de volta, fica com os braços abaixados:
– Eu não preciso de sua ajuda Nick. Estou bem! - Ressalta fria.

– Não precisa? Ok. - Ele a solta e sobe para o quarto.

Ela fica sozinha, tremendo sente sua garganta tampar engolindo algumas lágrimas. Depois de minutos Nick retoma a descer vestindo outras roupas, encontra Ally agasalhada na sala tomando chocolate quente; a olha sério:
– Querido, a Ally tem que ir embora. A mãe dela ligou e disse que seu pai chega hoje e vai fazer um jantar especial para eles. Leve-a para casa, está bem? - Sra. Blacker pede.

– Desculpe mãe, tenho um compromisso daqui a pouco, não posso levá-la. - Responde grosso.

– Que compromisso? Posso saber? - Indaga sua mãe.

– Vou sair, com meus amigos. - Ele diz e anda até a piscina.

Ele retorna a sala com a polaroid na mão:
– Onde está Ally? - Pergunta.

– Ela já foi, pedimos um táxi para ela. - Informa sua mãe. - O que é isso na sua mão?

– É a câmera dela, ela esqueceu. - Explica.

– Ah, não se preocupe, você a entrega na escola.

– Não temos aula essa semana, vão limpar a escola por causa da neve. - Ele sobe a escada.

– Então você a entrega quando ela vier se consultar com sua avó aqui em casa! - Grita.

Nick entra em seu quarto, e manda uma mensagem no celular.

"Thomás:
Hoje à festa vai ser imperdível!"

"Caio:
Eu não perco por nada. As melhores mulheres estarão nessa festa!"

"Nick:
Cancelando presença."

Ele joga o celular e a polaroid na cama e respira fundo.


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