Ally: Jogo de Amor escrita por Ella


Capítulo 15
Cuidado




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Olhando para Nick sujo Ally fica sem saber o que falar, Sra. Blacker que está na sua frente ao lado dele não parece surpresa e expressa uma reação diferente da qual eles esperavam:
— Bem, existem muitas maneiras dessa pulseira ter parado na calça do Nick, porém, como eu o conheço bem, sei que não foi num abraço ou um esbarrão. Não se preocupem, está tudo bem, afinal, vocês são jovens não é mesmo!? - Ela entrega a pulseira a Nick.

— Sra. Blacker, não foi nada demais, eu posso explicar. - Ally diz nervosa.

— Não foi nada demais Ally!? - Nick questiona erguendo a sombrancelha.

— Não se preocupe querida, está tudo bem, okay? Termine de tomar o seu café, você tem que ficar forte! - Sra. Blacker exclama sorrindo e sai.

Nick fica encarando Ally por uns instantes e logo sobe:
— Vou trocar essa roupa.

Sra. Blacker encontra com a vovó no quarto dela, fecha a porta e cochicha:
— Eu finalmente confirmei algo que eu estava suspeitando.

— Suspeitando? - Pergunta vovó. - Do que está falando? - Confusa.

— O Nick e a Ally estão juntos. - Diz empolgada.

— Juntos? Não, eles não estão juntos. - Vovó nega.

— Estão sim, eu achei uma pulseira dela na calça dele. - Sublinha.

— Ora, poxa vida, eu vou te explicar.

Sra. Clarisse explica toda a situação para ela, diminuindo um pouco a sua empolgação, porém a deixando esperançosa:
— Mais então se ele te disse isso tudo depois do quase acontecido, e dos tempos pra cá, então ele gosta dela. - Diz entusiasmada.

— Pode até ser, mas a Ally não gosta dele! - Vovó detalha.

— Ora mamãe, isso é um detalhe, vou cuidar para que isso mude, e você vai me ajudar. Você vai fazer consultas com ela aqui em casa, assim além de ajudá-la vai me ajudar. - Explica.

— Te ajudar? Afinal de contas, o que pretende Sophie? - Indaga Sra. Clarisse.

— Eu vou juntar o Nick e a Ally. Um precisa do outro, vou apenas mostrar isso a eles. Vou juntá-los ou não me chamo Sophie Lu Blacker. - Diz saltitando de euforia.

Ally está na sala observando a casa ao qual lhe acolheu no dia da tempestade de neve, ela não havia reparado em como é linda e grande. Deslumbrada com a beleza de cada cômodo ela é abordada por Sra. Blacker perto da escada:
— Ally, querida, será que pode levar essas roupas para o Nick? Acabei esquecendo de entregar para ele na cozinha. Acho que ele está no quarto dele, é lá em cima, perto do armário. - Ela pede.

— Posso sim! - Ally responde doce e sobe levando as roupas nos braços.

Ela observa cada cômodo e lembra do que Sra. Blacker disse, chega perto da porta e chama um pouco receosa:
— Nick?

— Pode entrar. - Ele responde.

Ela abre a porta e trava por o ver enrolado na toalha com água escorrendo pelo corpo, suas pernas congelam:
— O que quer aqui? - Ele pergunta.

— Sua mãe... me pediu pra mim trazer... suas roupas. - Responde constrangida.

— Pode me dar então. - Ressalta.

Totalmente sem nexo ela caminha até ele e estica os braços, ele pega as roupas tocando sua mão e ela a puxa, fazendo-o questionar:
— O que foi Ally!? Por que está tão vermelha?

— Hã, não sei do que você está falando. - Omite.

— Não devia ficar nervosa, meu corpo já não é mais tão estranho pra você. - Destaca.

— Sua roupa está entregue. - Ela acentua e sai.

Nick sorri e passa a língua entre os lábios. Ally se encosta na escada por uns instantes, descendo cada degrau avoada, ela não vê o skate após o último degrau, pisa nele e quase cai mas Nick a segura pelo braço:
— Tenha cuidado Allyson! - Frisa sério.

— Desculpa. - Abaixa a cabeça.

— Ally, está bem querida? - Sra. Blacker indaga por ter visto a cena.

— Estou sim! - Sobrepõe Ally.

— Nick, não deixe esse seu skate em qualquer lugar. Imagina se sua vó cai algum dia! - Exclama.

— Desculpe mãe, é que eu ia sair para encontrar os meninos mas, eu cancelei agora pouco. - Ele explica.

— Hum, está bem. - Ela olha para os dois e logo tem uma idéia. - Você gosta de skate Ally?

— Hã... Sim, gosto bastante mas nunca aprendi.

— O Nick desistiu de uma carreira profissional e deu o lugar para os amigos dele porque disse que não é bom o suficiente, acredita?

Ally o olha.
— Mãe! - Nick impõe.

Ela entende seu olhar frio e sai. Ele pega o skate:
— Por que nunca aprendeu? - Pergunta para Ally.

— Hã? Ah, bem, nunca me ensinaram e nunca tive um skate para praticar sozinha. - Responde.

— Nós temos tempo até o almoço, gostaria de aprender agora? - Ele acentua.

— Agora?! - Indaga confusa.

— Sim, posso te ensinar. Não quer? - Ele permanece sério.

— Quero. - Reponta.

— Okay, então vamos. - Ele abre a porta.

No caminho Ally fica calada vendo a expressão congelada de Nick:
— Para onde vamos? - Questiona perdida.

— À praça. Lá tem um bom espaço para você aprender. - Ele detalha.

— Ah, okay.

Para não deixar o silêncio reinar novamente ela o interroga:
— Por que desistiu de uma carreira profissional?

— Eu gosto muito do skate porém, não quis tornar um hobby minha profissão. Já os meus amigos eram completamente loucos para alcançar esse sonho, eu só os ajudei com isso. Enquanto eu não sei o que quero pra minha vida prefiro não arriscar com algo que eu possa detestar no futuro. - Argumenta.

— Deve ser difícil não saber o que quer fazer na vida. - Ela impõe.

— Depende.

— Depende!? - Exclama.

— Depende de cada ponto de vista, do seu ponto de vista é difícil, no da minha mãe é normal, no do meu pai é uma malandragem e no meu é autoconhecimento. - Ele explica. - Bem, chegamos.

Nick a segura em cima do skate tentando lhe mostrar como se manter em pé na hora de andar:
— Ally, tente manter o equilíbrio. - Frisa.

— Eu não tenho um bom equilíbrio Nick! - Ela conta.

— Apenas vá com calma, está bem?!

Ele vê uns amigos ao alcance da vista:
— Você consegue se manter equilibrada? - Pergunta para ela.

— Sim. - Ally responde.

— Ok. Já venho. - Ele vai falar com eles.

Vendo que ele não está sozinho eles não se contém em perguntar sobre:
— Quem é ela? - Thomás indaga com tom de malícia.

— Ela?! Bem, isso não é dá sua conta. - Ele sublinha grosso.

— Nossa, calma. - Destaca sarcástico Júnior.

— Ela pode não ser da minha conta mas parece que é dá de Sidney. Olha lá! - Acentua Thomás.

Sidney conversa com ela parecendo explicar como andar no skate:
— Mais o que esse babaca está fazendo? Ela não tem equilíbrio. - Nick observa.

— Parece que isso não vai acabar bem! - Exclama Matheus.

Sidney tenta ajudá-lá porém acaba a derrubando quando a empurra. Nick vai até ela:
— O que você acha que está fazendo Sidney!? - Grita enfurecido.

— Não precisa gritar com ele, eu estou bem. - Ally se impõe.

— Bem?! Você se machucou Ally, para de ser boazinha com todo mundo. - Grita.

— Eu não sou boazinha só estou dizendo que estou bem, não precisa ficar gritando, ele só estava tentando me ajudar quando você me deixou sozinha. - Ela se levanta e tomba sem força e com dor no pé.

Nick a olha enraivecido:
— Não fala nada, por favor. - Ela pede.

— Ok.

Ela tenta andar novamente porém mais uma vez tomba:
— Você não vai conseguir andar assim, pare de insistir. - Ele diz e se abaixa. - Suba.

— O quê?

— Suba nas minhas costas. Não vou deixar você forçar seu pé. - Ele relata.

Ally sobe um pouco tímida nas costas dele, ele entrega o skate para Matheus e sai caminhando até em casa. Ela sente o cheiro de Nick e seu rosto doura. Ele sorri leve ao perceber a vergonha dela. Chegando em casa sua mãe logo faz perguntas ao ver a cena:
— O que aconteceu? O que houve?

— A Ally caiu por causa de um babaca, machucou o pé. Mãe você pegue o kit de primeiros socorros pra mim, e gelo. - Ele pede.

— Está bem. - Ela corre para pegar o que ele pediu.

Nick a senta numa cadeira na cozinha:
— Como está seu pé? - Pergunta.

— Está doendo. - Informa.

— Eu vou cuidar dele daqui a pouco, primeiro vou tratar esse seu machucado no pescoço. - Ele diz.

A mãe dele aparece com o kit e o entrega, Nick se senta numa cadeira na frente dela:
— Nick, seu pai ligou. - Avisa sua mãe.

— Eu ligo para ele depois. - Responde.

Nick puxa a cadeira de Ally deixando ela mais perto, levanta seu rosto e limpa o machucado do pescoço com um algodão umedecido, depois abre um band-aid e coloca, ela o olha atentamente. Ele pega o saco de gelo e pousa em cima no pé, passa um gel e massageia após, enrolando uma atadura por fim:
— Como está agora? - Pergunta.

— Melhor. - Diz. - Não dói tanto.

— Ok, só não force seu pé, tipo subindo escadas. - Ele aconselha.

— Mais, eu preciso ir no banheiro. - Ela comunica calma.

— Então espere.

Ally se levanta e caminha até a sala, ele pega ela no colo por trás fazendo-a se assustar:
— Nick! O que está fazendo?! - Indaga assustada.

— Você disse que precisava ir ao banheiro, vou te levar e não vai precisar forçar o pé. - Ele diz.

Ele sobe a escada a carregando até o banheiro, a desce e sai para o quarto. Ela entra e fecha a porta, coloca a mão no peito e cochicha:
— Não faz isso comigo Nick!

Seu coração bate forte e suas mãos tremem tensa e nervosa. Ela sai distraída do banheiro, para ao ver a escada abaixo dos seus pés, Nick aparece por trás:
— Nick! Você por acaso pretende me levar até lá em baixo? - Pergunta.

Ele permanece calado a olhando fixo, ela se silencia, ele a coloca nos braços novamente e a leva até a sala. Sua mãe aparece:
— Ally querida está ai! - Exclama. Como está?

— Estou melhor! - Responde.

— Que bom querida! Nick, ligou para o seu pai? - Pergunta.

— Vou ligar agora. - Ele diz subindo as escadas.

— Okay. Querida, quer fazer o almoço comigo? Já que hoje é um almoço especial por causa de sua presença achei que gostaria de fazê-lo comigo.

— Sim, na verdade adoraria fazê-lo com a senhora. - Ela diz alegre.

— Que maravilha! - Comemora eufórica Sra. Blacker. - Ah, me chame de Sophie e não use o termo 'senhora', use 'você'. - Ela explica no caminho para a cozinha.

Na cozinha Sra. Blacker conversa com Ally:
— Então querida, eu estava pensando em fazer uma torta de legumes, macarrão ao molho branco, grossos pedaços de queijo grelhado, uma salada oriental, bolinhas de queijo com orégano e para concluir panquecas recheadas com palmito e cogumelos. Para a sobremesa pensei em salada de frutas com leite condensado e brigadeiro e bolo de chocolate com prestígio. O que acha?

— Acho tudo delicioso! - Ally exclama.

— Tem algum desses que você nunca fez ou que não saiba fazer? - Pergunta.

— Acho que só a panqueca e a salada. - Ela responde.

— Então eu faço eles.

— Eu vou fazer as massas, da torta e do bolo.

Enquanto as duas fazem o almoço Nick surge do nada:
— Mãe, eu vou sair.

— Aonde vai?

— Eu não demoro. - Ele diz saindo.

Ela olha para Ally e sublinha:
— Sabe Ally, o Nick é um bom rapaz, às vezes grosso e exibido, porém tem um belo coração. Ensinamos ele a lutar pelo o que quer e a não mentir, o único problema é a falta de afeto do pai.

— O pai? - Ela ressalta.

— Sim, eu vou te contar.

As duas conversam até a hora de arrumar a mesa. Vovó desce, e Nick chega bem na hora, lava a mão e senta junto à sua mãe. O almoço é calmo e saboroso, Sra. Blacker coloca praticamente todo o crédito em Ally.

Com às horas passando e a temperatura caindo Nick pergunta por Ally:
— Mamãe, cadê a Ally?

— Está na piscina querido, está lendo na grama.

— Essa garota adoro ficar no frio.

Ele vai até ela sem fazer barulho, porém ela o percebe chegando:
— Sua mãe ficou preocupada com você.- Diz e o olha. - Demorou a chegar.

— Ela sempre se preocupa demais. - Ele se senta perto dela.

— Os pais e as pessoas que nos amam se preocupam conosco exatamente porque nos amam, assim como nos preocupamos com eles porque nós os amamos. - Ela impõe.

— Sabe Ally, eu não tenho nenhum sentimento pelo meu pai. - Diz.

Assim que Ally o olha ele tira uma foto dela com uma polaroid mini vermelha.


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