Magic escrita por Paul


Capítulo 32
Capitulo 32


Notas iniciais do capítulo

There was a boy
A very strange enchanted boy
They say he wandered very far, very far
Over land and sea
A little shy and sad of eye
But very wise was he

"Nature Boy - Aurora"


Soundtrack - Cena da escola - Winter Bird - Aurora
Cenas dos lobos e da apresentação I went too far - Aurora



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24 de Outubro

A sala irrompeu em gritos, todos se debatendo, desesperados, tentando afastar os pássaros e fugir. Fiquei caído no chão, cobrindo os ouvidos, enquanto todos corriam porta a fora. Apesar daquele barulho, que continuava a ecoar na minha cabeça, percebi que não a explosão de vidro e os pássaros não haviam sido apenas na minha sala, mas sim, na escola inteira.

— Vamos lá Paul. – a voz de Mael parecia distante demais, mas senti suas mãos me puxando para cima e me forçando a ficar em pé. – Temos que sair daqui.

Tentei me manter em pé, enquanto o barulho na minha cabeça diminuía.

No lado de fora, todos corriam, enquanto vários pássaros os perseguiam. Isso ta me lembrando da cena daquele filme, acho que o nome é “ Pássaros” do Alfred Hitchcook.

— O que ta acontecendo aqui? Perguntou Mael, enquanto corríamos em direção a saída.

— Évora. – sussurrei, começando a ouvir minha própria voz.

Estávamos quase na metade do corredor, quando tudo atrás de nós explodiu. As portas, foram arrancadas dos trincos. Os armários, jogados pro alto. Algumas pessoas foram jogadas para frente, com a força da explosão.

— Alguém me ajuda. – o grito partiu do fundo.

Me soltei de Mael e virei, tentando enxergar em meio a nuvem de poeira, que havia se formado. Havia um aluno, preso em meio aos armários caídos.

— Vai lá. – Mael deu de ombro, enquanto eu começava a correr.

 Desviei de alguns pássaros e me derrapei no chão, parando de frente ao garoto.

— Minhas pernas estão pressas. Não consigo me mexer. – disse ele me encarando.

— Fecha os olhos. – enfiei uma das mãos por baixo, agarrando os armários. Usei toda minha força para joga-los pro lado.

— Como você fez isso? Perguntou o garoto me encarando.

— Não importa, vamos sair daqui. – respondi o ajudando a levantar. Passei um braço entono da cintura do garoto, e corremos pra fora.

Todos pareciam atordoados demais, muitos estavam feridos. Caminhei, tentando observar os estragos. As arvores haviam sido arrancadas do chão, parte do tronco de uma, estava pra fora de uma janela do segundo andar. Parte do chão do estacionamento estava rachado.

— O que será que aconteceu? Perguntou o garoto.

— Melhor você nem saber. – sorri, enquanto o colocava sentado, perto da picape. – Fica aqui. – o encarei.

— Como se eu fosse a algum lugar né. – disse ele dando de ombro. – E pra constar, meu nome é Miguel.

— Mesmo assim. – sorri. – Você viu os outros? Perguntei olhando para Mael.

— A Stelar e o Mitchel tão vindo ali. – disse ele apontando pra nossa esquerda. – O Vini e o Marck eu ainda não vi.

— Fique aqui, eu vou procurar eles.

— Estamos aqui. – a voz de Vini cortou o ar.

Girei, seguindo a voz. Então nossos olhares se cruzaram, e ambos sorrimos. Só percebi que estava correndo, quando meu corpo se chocou contra o de Vini.

— Ei. – disse ele, me abraçando com força. – Eu to bem.

— Certeza? Você não machucou nada?

— Não. Eu to legal. E você? Você parece horrível.

— Eu tava lá dentro, quando as coisas explodiram.

— Sabe maninho, eu também to bem. – disse Marck me encarando.

— Eu já ia te perguntar. – me soltei dos braços de Vini e abracei Marck. – Não me assustem assim.

— Não tive a intenção. – Marck me soltou e abriu um pequeno sorriso.

— Alguém pode me dizer o que aconteceu aqui? Vini colocou uma das mãos na cintura.

— Foi Évora. – respondi olhando pro chão. – Eu não consegui impedir ela. Foi minha culpa, como sempre.

— Ei, não foi sua culpa. – disse Stelar, enquanto se aproximava com Mitchel e Mael. – Não teria como impedir ela, assim, logo de cara. Ela pegou a todos desprevenidos. E sim, ela também apareceu para mim.

— Como assim? O que ela te disse?

— Ela falou que vamos todos morrer. Que não adianta nossas defesas, e tudo o que vamos fazer. Daungher vai vencer.

— To começando a achar que isso é verdade. – levantei a cabeça e encarei meus amigos. – Quem  garante que não estamos caminhando direto pra morte?

— Paul, já estamos nisso, mergulhados até a cabeça. Não temos tempo para desistir. Olha em volta. Ta vendo essas pessoas? Então, se não formos lá, e pelo menos tentar, todas elas irão morrer, e nem ao menos serão capazes de saber o porquê. – Mael me encarou, seus olhos estavam sombrios, mais escuros que o normal. Era quase como se o castanho tivesse virado preto. – Você foi o escolhido. Vá e pelo menos tente. Se tivermos que morrer, iremos morrer tentando. E é isso que importa.

— Eu não acredito que vou dizer isso. Mas ele ta certo. – Vini deu um sorriso de lado.

— Ta. Eu sei, podemos sair daqui? Perguntei, olhando deles pra escola. – Tem alguma coisa me incomodando aqui.

— Tipo o que? Perguntou Marck, seguindo meu olhar.

— Eu não sei. Mas não quero que mais ninguém aqui se machuque. Então, podemos dar o fora daqui?

— Podemos.

Caminhamos em silencio em direção ao carro.

— Vini, será que você se incomoda de irmos andando a pé? Perguntei olhando pra picape.

— Claro que não, mas alguém vai ter que levar o carro. – respondeu ele me encarando.

— Eu levo. – Mael levantou a mão.

— Você?

— É, eu não vim de carro hoje, posso dar carona pra galera, e vocês dois vão andando.

Vini enfiou a mão no bolso da calça e tirou as chaves.

— Sem nenhum arranhão, ou você é um garoto morto. – disse ele, jogando as chaves pra Mael.

Segurei a mão de Vini e o puxei junto comigo.

...

28 de Outubro

Os últimos quatro dias passaram de modo lento, mas agitados demais. Minha casa estava começando a ficar pequena, para o tanto de pessoas, que haviam aparecido. Stelar havia convocado as primas Criens, eram umas oito no total. Todas garotas de mais ou menos dezoito ou dezenove anos. Vai por mim, não faça nenhuma piada machista com essas garotas. Tipo, eu fui apenas brincar e acabei com uma flecha na bunda, não levem isso na malicia, e levei um chute tão forte nas bolas, que eu acho que morri e voltei.

Beatrice, Andrew e Finch haviam saído para tentar reunir alguns lobisomens. E eles ainda não haviam voltado. O que já estava começando a me deixar preocupado, e ao Mael também. Ele não parava de andar de um lado para o outro, com o gremório na mão.

Marck e Vini passavam horas treinando com as espadas. Gente, isso soou tão errado. Deixa eu acertar. Eles passavam horas treinando combate com espadas.

Eu fiquei muito melhor no Arco. Sério, acho que já estamos prontos pra lutar. Mas você deve ta se perguntando, como estamos achando tanto tempo, com a escola e tudo mais. Simples, as aulas foram suspensas, até segundas ordens. Semana de provas? Cancelada. Mas a batalha? É não temos sorte em tudo nessa vida.

Sentei em meio à varanda, os primeiros pingos de chuva batendo contra meu rosto. O céu estava de um cinza escuro. O vento parecia mais frio a cada dia, e olha que eu mal sinto frio.

Eles surgiram no fim da rua, oito lobos cinza e castanhos. Andrew e Beatrice estavam na frente, com Finch logo atrás. Eles caminharam lentamente na direção da casa, e pararam no gramado. Abri um largo sorriso, enquanto eles voltavam à forma humana, só que o mais estranho, eles voltaram com roupas. Pulei a sacada, parando de frente pra eles.

— Meu deus, eu já tava começando a ficar preocupado. – abri os braços e abracei um por um.

— Desculpa, foi meio difícil convencer todo mundo. – Beatrice colocou uma mecha do cabelo pra trás da orelha e sorrio.

— Acho que vamos ter que fazer as apresentações. – disse Finch, que pela primeira vez, estava sorrindo, tipo, nada de sorriso forçado, aquele era um sorriso de verdade.

— É, acho que vamos. – disse Andrew. Ele se virou e olhou pros garotos e garotas parado um pouco atrás de nós. Eles pareciam ter nossa idade, o mais velho devia ter no mínimo uns vinte anos. – O moreno ali, é o Ighot. Ele é irmão do Jonh, que é aquele com a cicatriz na sobrancelha.

Olhei pros dois garotos, um era literalmente a cara do outro, só que com a diferença de idade. O Ighot possuía uma pele mais escura, como café com leite, só que com mais café. Seus olhos eram escuros, mas iam ficando cinza, conforme chegava perto da pupila. Ele possuía um corpo definido, pra um garoto com uns dezesseis anos, ele parecia malhar muito. O seu irmão possuía a mesma cor de pele, seu cabelo era escuro, com umas mechas brancas, sério, ficou legal nele. Seus olhos eram azuis, mas pareciam ficar verde perto da pupila. Ele devia ter uns dezoito, já que era alguns centímetros mais alto que seu irmão.

— Aquela é a Kalisto. – Andrew apontou pra garota negra. – Vai por mim, desse seis ai, ela é a mais forte.

— Não seja modesto Andrew. – Kalisto abriu um largo sorriso, revelando dentes alinhados, com presas afiadas.

Kalisto possuía um lindo cabelo cacheado, que caia até sua cintura. Seus olhos eram de um castanho mel, mas em certo ponto, eles pareciam ser vermelhos. Ela olhou pra mim e deu uma piscadela.

— Aquele loirinho ali, é o Tony. – Andrew acenou com a cabeça  pro garoto, que retribuiu com um largo sorriso.

~ Mael vai surtar, sinto cheiro de ex no ar. Nossa gente, isso rimou, vou tatuar na testa. Desculpa emoção demais. ~

Tony era aquele típico garoto americano, que eu costumava encontrar em Oklahoma. O cabelo loiro cortado curto, olhos de um azul piscina, corpo bem definido, sorriso perfeito. Meu deus, que menino lindo.

— Os gêmeos ali são o Erick e o Nathy.

Os garotos acenaram pra mim. Os rosto bruto, o cabelo preto cortado curto. Os olhos verde.

— E a moça ali, é a Jess. Assim como a Kalisto, ela não é fraca.

Jess era tão linda quanto Kalisto, o cabelo castanho caia em cachos até abaixo do ombro, seus olhos eram castanho. Ela juntou o indicador e o dedo do meio, e os levou até a testa, fazendo um sinal, enquanto sorria.

— Legal conhecer vocês. – dei meu melhor sorriso. – Nem vou me apresentar, acho que vocês já ouviram falar sobre mim.

— Você é o alfa. – disse Tony. – Pode se transformar pra gente?

— Ah, claro. – respondi sentindo meu rosto esquentar.  Tirei a camisa e respirei fundo, enquanto o formigamento começava.

Todos me encaravam, os olhos brilhando.

— Ele é real. – disse Kaslito , ela entrelaçou os quatro primeiros dedos da mão e os levou ao peito.

Soltei um longo uivo enquanto todos faziam o mesmo.

— Vocês sentiram isso? Perguntou Erick.

— Isso o que? Perguntou Nathy.

— O chão, tem alguma coisa vindo ai.  – Erick girou a cabeça, enquanto suas presas aumentavam de tamanho.

— Se preparem. Acho que é inimigo. – disse Kalisto. Ela se colocou na frente do grupo e se transformou em uma enorme loba castanha.

Algo corria montanha a baixo, fazendo todo o chão tremer.

Saltei sobre o grupo, me colocando ao lado de Kalisto. Estávamos pronto pra lutar.


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Notas finais do capítulo

Oiiii gente.
Então, super Sorry a demora e tal. Sério, to trabalhando pakas nesses últimos caps.
Espero que vcs gostem deles.
E que vcs estejam tão ansiosos como eu.
Amodoro vcs



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