Magic escrita por Paul


Capítulo 31
Capitulo 31


Notas iniciais do capítulo

Certa vez, ouvi, não sei se era uma musica ou um poema, que dizia, que somos pequenas estações de trem.
Algumas funcionando mais que as outras, pois estas seriam aquelas pessoas que ou perderam demais aqueles que amavam, ou trocam amizades, amores de verdade, por passageiros que não pagam por suas passagens com o devido preço.
Eu particulamente, tenho pena dessas pessoas. Pois todas esquecem que o valor não esta em todas as trocas que elas fazem, mas em todos os valores que ficam, com aqueles passageiros que permanecem para sempre.

Soundtrack Invocação de Évora - Gold - IMAGINE DRAGONS
Paul e Vini com o arco - Let it go - THE NEIGHBOURHOOD
Paul e Vini na carro e escola Sweater Weather - THE NEIGHBOURHOOD
Évora entrando - Female Robbery - THE NEIGHBOURHOOD



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22 de Outubro

Finch não sabia como ele havia conseguido levantar e correr, a adrenalina correndo por suas veias. Cada pensamento girando em torno de uma maneira de ficar vivo.

Ele parou em meio à calçada e olhou em direção ao bosque, a sua frente. Ele não via mais nada vindo em sua direção. Mas ele ainda podia sentir algo no ar.

Seus passos ecoaram, pela rua vazia, enquanto ele voltava a correr.

...

As vozes ecoavam por toda a clareira. Todas repetindo a mesma coisa.

“Ex cineribus renascitur

Tenebris, apparuit

Et matre strigae

Cum primum de sanguine stillaverit in pavimentum cadere

De solo corpore trahemus

Post tenebras filia

Et regnabit in saecula

Hic manendum est, et nos invocare Elbora

Levant”

O chão abaixo de seus pés começou a vibrar, enquanto uma pequena rachadura se formava.

A mão esquelética se projetou para fora, da pequena rachadura. Ela se agarrou ao chão, como se estivesse tentando puxar o corpo, ao qual pertencia, para fora.

Os minutos se arrastaram, e então ela surgiu. Seu cabelo loiro caia apenas de um lado da cabeça, já que a outra, o crânio estava exposto. Seus olhos eram de um branco leitoso. Algumas partes de seu corpo, ainda possuíam pele, já a outra parte não possuía nada, apenas os ossos expostos. Aquilo que devia ter sido um vestido cobria apenas a região de seus seios.

Todos os presentes ficaram em silencio, enquanto ela levantava as mãos acima da cabeça, e seu corpo se reconstituía. Revelando uma linda mulher. Seu cabelo era de um loiro, quase branco, seus olhos eram verde esmerada. O sorriso era sedutor, mas ao mesmo tempo, um pouco ameaçador. O vestido vermelho caia perfeitamente em seu corpo, parando um pouco a cima dos joelhos.

— Finalmente acordei. – disse ela. Sua voz era suave, quase dócil, mas seu sorriso e olhos eram cruéis e frio.  

— Oh mãe. – disse uma das três bruxas. Seus olhos estavam vidrados na mulher a sua frente. – Grande mãe Évora. Eu sou Jasmine. Eu sou a líder do clã das filhas das Trevas. Eu e minhas irmãs temos o enorme prazer de lhe libertar de seu sono.

— Eu sei quem é você criança. – Évora estendeu as mãos e segurou o rosto de Jasmine, com as duas mãos. – E eu não preciso que você venha me bajular. – ela deu um pequeno sorriso, e beijou a outra, nos lábios. Évora puxou a cabeça de Jasmine para cima, a arrancando de seu corpo. Ela riu enquanto jogava a cabeça decapitada para o lado, com um olhar de desprezo.

As duas irmãs de Jasmine soltaram um grito, enquanto a cabeça de sua irmã, parava em frente a seus pés. O cabelo ruivo, cobrindo a expressão de horror, que cobria a face da decapitada.

Évora colocou as mãos na cintura e encarou todos os presentes, ali na clareira.

— Estão esperando o que? Temos um ritual para começar a preparar.

...

 

24 de Outubro

Segurei o arco com força. As pontas dos meus dedos, ficando brancos, em torno do cabo frio. Respirei fundo, enquanto o vento frio soprava contra meu rosto. Olhei para o ponto vermelho, e me concentrei, para tentar acerta-lo.

 - Vamos, você consegue acertar. – disse Vini. Ele sorriu, sentado de cima da pedra, uma das penas caídas e a outra junta ao corpo. A jaqueta de couro, por cima da camisa do time, a calça jeans skinni, e o All Star, tudo isso me lembrando da primeira vez que nos vimos. Ta, tirando a jaqueta.

— Se você não calar a boca, eu não vou poder me concentrar, e para de sorrir, isso tira minha concentração também. – baixei o arco, e o encarei.

— Anda, só temos mais meia hora, antes da aula começar.

— Eu to tentando. – revirei os olhos.

Vini pulou da pedra e colocou a mochila ao lado dela. Ele se aproximou de mim.

— Se concentra. – disse ele ficando atrás de mim. Uma de umas mãos segurou a minha que segurava o arco. – Respira fundo, e mira no alvo.

— Você sabe que isso só vai piorar a situação. – puxei a corda do arco, e o virei de lado.

— Apenas ignora tudo, e se concentra.

— O.k.

Fechei os olhos e respirei fundo. Os abri lentamente e soltei a flecha, ela cortou o ar, com um zumbido e atingiu o meio do alvo.

— Viu como não foi difícil. – disse Vini soltando minha mão.

— Cala a boca. – peguei outra flecha na mochila e coloquei no arco. Dessa vez não fechei os olhos, apenas encarei o alvo e soltei a flecha. Assim como a outra, ela cortou o ar, e atingiu o meio do alvo.

Continuei assim até todas as flechas acabarem.

— Quanto tempo até a aula começar? Perguntei enquanto caminhava até a árvore, onde estava o alvo.

— Quinze minutos. - respondeu ele pegando a mochila. – Vamos.

— To indo. – guardei as flechas na mochila junto com o alvo.

— Você vai levar isso pra aula? Vini encarou o arco, em minha mão.

— Claro que não. Vou deixar na picape. – dei de ombro enquanto caminhava pro carro.

Vini segurou meu braço e colocou a mão livre em minha cintura. Ele aproximou o rosto do meu e me beijo. Retribui o beijo, colocando minha mão livre em seu peito.

— Eu amo você. – disse ele me soltando.

— Eu amo você. – sorri, dando um selinho rápido nele.

— Menos mal. Já pensou o que os professores iam pensar, sobre o arco?

— Iam pensar que eu ia sair matando geral. – respondi rindo. Abri a porta da picape e entrei.

— Você ta ficando bom. – Vini ligou o carro e deu ré, ele manobrou e dirigiu até sairmos na estrada.

— Não é estranho? Perguntei enquanto baixava o vidro.

— O que?

— Uma semana pro halloween, e tudo o que tivemos foi um ataque de um cara sorridente, o Finch e a Beatrice falando que os monstros estavam trazendo Évora pra ajudar na invocação de Daungher.

— Não reclame, podemos acabar sendo atacados por um super lobo mutante devorador de bundas inocentes.

— Bem, ele não nos atacaria então. – sorri de lado, pegando meu bloco de anotações. – Tenho prova de física hoje. Acho que vou me sair bem. Tive um tempinho pra estudar.

— E eu de História. – Vini deu de ombro, sem tirar os olhos da estrada. – Boa Sorte.

— Pra você também.

— Você vai no meu jogo, hoje a noite, não é?

— Claro, eu  não iria perder.

— O.K.

Ficamos em silencio, até avistarmos o prédio da escola. O estacionamento estava cheio, como sempre. Pra uma cidade pequena, havia muitos carros. Vini parou na vaga de sempre.

Saltei pra fora do carro e ajeitei a mochila no ombro esquerdo. Enfiei uma das mãos no bolso da blusa de frio, e com a outra, segurei a de Vini. Caminhamos pelo estacionamento. Tentei responder a alguns dos “Ois” e Vini a uns dos vários “ Boa Sorte no jogo de hoje”.

O fato de metade da escola já ter superado de nós dois sermos namorados, e essa metade nos shippar, é algo bem legal. Sério, é bom andar de mãos dadas e não ver todo mundo te olhando torto, fazendo piadinhas ou te agredindo, tanto verbalmente quanto fisicamente.

Deixei Vini com os garotos do time e caminhei pra dentro da escola.

— Aonde você tava? Perguntou Marck, assim que parei em frente ao meu armário.

— Eu te falei que ia treinar arco e flecha. – respondi abrindo meu armário.

— Disse? Marck franziu a testa, parecendo confuso.

— Sim, ontem e hoje, nas dez mensagens que eu te mandei.

— Mensagens? Marck tirou o celular do bolso e encarou a tela. – Tava no silencioso.

— Sabia. – fechei a porta do armário e segurei o livro com as duas mãos, na altura da minha virilha. – Eu tenho prova agora.

— Boa sorte.

— Obrigado. – sorri e sai andando em direção a ultima sala do corredor.

Sentei na primeira carteira, perto das janelas e da mesa do professor. Encarei o céu cinzento. Definitivamente, eu estava começando a odiar cinza. Dias de sol estavam cade vez mais raros, as vezes o sol aparecia por uma ou duas horas e depois se escondia atrás das nuvens cinzas e pesadas.

Abri o livro e encarei as paginas. O fechei novamente, sem a menor vontade. Ei sabia, uma olhadas nas palavras escritas, e eu iria mal na prova, porque meu cérebro ia ficar centralizado naquelas palavras, e acabaria esquecendo tudo o que eu havia estudado.

— Ansioso? Perguntou Ismael.

Levantei a cabeça lentamente e sorri para ele. Seu cabelo estava curto. Pera, quando ele havia cortado o cabelo? Seus olhos encontraram os meus, e ficamos nos olhando por alguns segundos. Me perguntei se ele estava com frio ou apenas tentando esconder alguma coisa, com aquela blusona de frio. Até lembrar que eu também estava de blusa de frio.

— Olha, voltar pra escola, depois de cinco dias, e ninguém te parar no corredor, pra perguntar se você estava bem, é um grande passo.

— Do que você ta falando? Ismael largou a mochila, na carteira do lado e sentou na mesa do professor.

— Sei lá. Do que estávamos falando mesmo?

— Eu só perguntei se você tava ansioso. – respondeu ele dando de ombro.

— Pra matar Daungher e salvar o mundo ou pra prova? Perguntei um pouco alto demais, e o povo que tava na sala, se virou e me encarou.

— Pra ambos.

— Talvez essa seja nossa ultima semana aqui. – disse dando de ombro. – Então, acho que um pouco de ansiedade pela prova é até bom.

— Você estudou? Mael cruzou os dedos e os pousou sobre as coxas.

— Até demais. – dei de ombro.

— Como vai o lance do arco? Você ta tendo progresso?

— Sim, mas por que tantas perguntas? Nos vemos quase quinze horas por dias. – o encarei, com as sobrancelhas arqueadas.

— Sei lá. – Mael soltou um pequeno suspiro e desceu de cima da mesa. – Isso só é estressante. Ser  bruxo e ter que estudar.

— Olha, experimenta ser um lobisomem, ter a responsabilidade de tentar salvar o mundo, e ter cabeça pra estudar. – dei um pequeno sorriso.

— Você sabe o que a profecia diz, não é?

— Não sei, eu escutei muita coisa nesses dias.

— Ela diz, que não importa o que aconteça, Daungher vai acordar e alguém vai morrer. Tudo bem que com a morte ele vai estar super fraco, mas mesmo assim. É como tentar vencer a guerra mundial com apenas oito pessoas.

— Ei, eu sei disso. Mas a profecia também diz, que só assim seremos capazes de matar Daungher, antes que ele renove suas forças, e mate o mundo todo.

O sinal ecoou pela sala e o professou entrou, com uma pilha de folhas na mão.

— Bom dia turma. – disse ele, parando ao lado de sua mesa.

— Bom dia! Respondemos todos em uma só voz.

— Bem, espero que tenham estudado, e boa sorte na prova. Vocês tem até o final dessa aula para termina-la. – disse ele, começando a distribuir as provas.

Encarei as questões sobre eletricidade, e era como se as letras estivessem se movimentando sobre a folha, trocando de lugares, formando palavras estranhas, como em outra língua. Senti meu cérebro começando a doer.

— Professor? Levantei a mão e o encarei.

— Diga Monters. – respondeu ele me encarando.

— Posso ir no banheiro? Não to conseguindo enxergar direito.

— Isso é algum truque pra você colar? Ele me encarou, como se estivesse me avaliando.

— Não.

— Vá logo, e não demoro.

— Obrigado. – levantei rapidamente e corri pra fora da sala. Minhas pernas pareciam feitas de gelatina.

Sabe aquela sensação de ter o ar sendo puxado dos seus pulmões? Então, a cada passo que eu dava, era como se algo suga-se meu oxigênio de meus pulmões.

Encostei nos armários, uma das mão encostada na superfície fria do metal, a outra, agarrando a camiseta. Levantei a cabeça, tentando respirar.

O corredor estava vazio, tudo parecia normal, até as luzes do teto começarem a piscar e parecer que tudo estava escurecendo ao meu redor. Senti o ar se condensando ao meu redor, a temperatura parecendo cair bruscamente.

— Esse é a chave? A voz feminina partiu de algum lugar do corredor. Bem, na verdade, era como se ela estivesse vindo de todas as direções. – Não passa de um adolescente fraco.

Tentei encontrar a dona da voz, mas não havia mais ninguém ali no corredor.

— Quem é você? Perguntei encarando as portas, que dão pro estacionamento.

As portas de saída se abriram lentamente. Uma leve rajada de vento carregou folhas secas de carvalho, pra dentro do corredor. Desejei estar com meu arco. Mas como sempre, nada esta ao seu favor, quando um tipo de coisas dessa acontece.

— Você deveria saber. – disse ela. Seus passos ecoaram pelo corredor, enquanto ela entrava graciosamente pela porta. Seu cabelo loiro balançava com o vento, que começava a ficar forte. Seu corpo era perfeito, cada curva em seu devido lugar. Seus olhos brilhavam, como se existisse luz dentro deles. – Todos me conhecem, muitos já estudaram sobre mim. – Ela sorriu, revelando dentes brancos e bem alinhados.

— Évora. – sussurrei a encarando.

— Isso mesmo. – ela parou a poucos metros de mim e cruzou os braços, as longas unhas vermelhas, batendo contra a pele de seus braços. – Eu precisava conhecer pessoalmente o escolhido, o garoto, do qual todos estão falando.

— E eu estou louco para cortar sua garganta, com minhas garras, também estou louco para impedir que Daungher levante. – a fuzilei com os olhos, enquanto meu coração começava a bater mais forte, e a adrenalina começava a correr por minhas veias.

— Você é valente, mas não passa de um garoto assustado. – uma Irauna cruzou o corredor e pousou no ombro dela. – Vocês podem se preparar, irem pra lutar, morrer tentando. Mas diga Paul, quando o momento chegar, e você tiver que sacrificar alguém que você ama. Quem será?

A cada palavra dela, a raiva explodia dentro de mim. Só percebi que havia corrido, quando ela me jogou contra os armários, com um simples balançar de mãos.

— Escuta aqui garoto. – Évora me encarou, nossos olhares se fuzilando. Ela aproximou os lábios da minha orelha. – Eu sou muito mais velha que você, também sou muito mais poderosa. Você acha mesmo que poderia me atacar. – ela riu, o que fez todos os meus pelos se arrepiarem. – Se eu fosse você, acordaria agora.

— Como?

A luz me cegou assim que abri os olhos, todos dentro da sala estavam olhando pra mim, inclusive Mael que franziu a  como se estivesse perguntando o que estava acontecendo. Algo se agitou dentro de mim, um incomodo. Então veio o barulho, era como se milhares de sirenes estivessem tocando dentro das minha cabeça. Levei as mãos aos ouvidos e gritei, de um jeito que eu nunca havia gritado na vida. Me joguei no chão, ainda cobrindo os ouvido, quando as janelas explodiram, todas de uma vez, em milhões de cacos de vidro. Todos gritaram enquanto vários pássaros pretos invadiam a sala.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente, sim, eu to postando esse cap de madrugada. Pq ultimamente, eu venho tendo vários problemas com Insonia, crises de ansiedade, e TDAH. O que é um dos motivos pra eu demorar pra postar. Não to contando isso pra ninguém ter pena de mim. É só pra poder justificar minhas demoras.
Meu melhor amg, pediu pra eu colocar a Soundtrack nas notas iniciais, pq assim já da para as pessoas lerem as cenas com as mscs, sem precisar vir aqui em baixo pra ver elas.
Desculpem a demora, é que, eu começo a escrever, ai algo me ataca, e some tudo da minha mente, e pra encontrar inspiração é super dificil. Agradeçam as coisas que citei ai em cima.
Espero que vcs gostem do cap.
Deixem suas criticas e elogios também.
Eu já comecei a trabalhar na segunda temporada. Que eu não postarei, como uma história continua, eu vou postar ela como uma nova história. Então, no ultimo cap, eu posto o link pra vcs já correrem lá, e lerem.
Gent, em breve, eu vou ta postando uma fic sobre zumbis, bruxas e apocalipse, junto com meu amg, então, se vcs puderem dar uma forcinha, quando começarmos a postar, ajudaria muito.
Obg.
E desculpem, por deixar isso daqui enorme.
BJS



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