Magic escrita por Paul


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Sobre eu já saber que metade do mundo me quer morto? Tranquilo...



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O crepitar do fogo me fez acordar. Minha cabeça doía, era como se alguém estivesse pregando um prego no meu cérebro. Abri os olhos, enquanto gemia de dor.
A fogueira produzia um calor agradável. Tentei me sentar, mas tudo girava, senti vontade de vomitar. Meu corpo começou a tombar pro lado.
– Ei, calma ai. - disse aquela voz melódica. Era aquele garoto, se aproximando e me ajudando a ficar sentado.
– Eu falei que você não devia ter batido nele com aquele galho. - disse uma voz feminina.
– E você queria que eu fizesse o que Beatrice? Perguntou o garoto parecendo frustrado.
– Você podia não ter me acertado em cheio na cabeça. - murmurei enquanto minha visão entrava em foco.
– Viu. - disse a garota.
Olhei na direção de onde vinha a voz.
A garota era bonita, sério. Seu cabelo castanho ondulado caia pesadamente até metade de sua costa, seus olhos eram de um azul incrível, era como estar olhando diretamente para o oceano. Seu rosto era simétrico, seus lábios eram do mesmo tom que os de Vini. Ela parecia ser Cherrokee.
– Ta, desculpa. - disse o garoto se largando ao meu lado. Ele estava usando um shorts jeans detonado. - Mas eu não sabia se você ia vir comigo de boa vontade. - ele abriu um sorriso tímido.
– As vezes meu irmão é idiota, então desculpa por ele ter te acertado com aquele galho. - disse a garota, sorrindo. - E infelizmente, eu cheguei meio atrasada lá. Então, desculpa por isso também.
– Quem são vocês? Perguntei, tentando não tombar.
– Eu sou Andrew, e aquela ali é minha irmã Beatrice. - respondeu o garoto, atirando um mashmellow na irmã.
Comecei a reparar em Andrew, vendo coisas que eu não tinha reparado antes. Havia uma pequena cicatriz em formato de lua ao lado da sobrancelha esquerda, seu rosto era jovial, dezoito anos, com certeza, sua pele era de um tom caramelo, assim como seus olhos. Seu cabelo era da cor de piche, e estava bagunçado.
Andrew olhou para mim e pediu desculpas com os olhos. Seus olhos pareciam ter ficado mais claros em meio a luz da fogueira.
– E você deve ser o famoso Paul Monters. - disse Beatrice.
– Famoso eu não sou, mas sim, sou o Paul. Mas como vocês sabem quem eu sou?
– Todo mundo sabe quem é você, cara. - respondeu Andrew.
– Como assim? Quem é esse todo mundo?
– Todo mundo que é algo sobrenatural, bruxas, lobisomens, vampiros, fantasmas e todo o resto. - respondeu Beatrice. - Muita gente quer você morto, outros querem te torturar e drenar seu sangue e as bruxas, bem, elas querem trazer aquele cara. - ela olhou pro irmão, pedindo ajuda. - Como é o nome dele mesmo?
– Daniel? Ducacamon? Eu sei que é alguma coisa com D. - respondeu ele confuso.
– E Daungher. - falei olhando pra fogueira.
– Esse mesmo. - disse Beatrice.
– Mas eu ainda não entendi porque elas querem meu sangue para trazer esse cara. Tudo bem que ele é filho das Trevas, mas o que ele tem de tão interessante?
– Você não sabe da profecia não é? Perguntou Andrew.
Virei o rosto e o encarei.
– Que profecia? Perguntei.
~ Agora tem uma profecia? Sério? Obrigado universo, com tanta gente no mundo? Por quê eu tive que ser o escolhido?~
– A profecia do escolhido, dã. - respondeu Beatrice revirando os olhos.
– Vocês por favor querem explicar o que é essa profecia?
– Ta, deixa eu ver se me lembro. - disse Andrew pensando por alguns minutos.
Sete por sete, ele minguara.
Ao longe, o uivo do lobo, todos haverám de escutar.
Quando o filho das sombras acordar.
Em Trevas o mundo cairá.
A chave em quatro se divide.
O sacrifício da alma destruirá
Aquilo que o ódio menos esperar.
Andrew parou de falar e me encarou. A atmosfera ao nosso redor pareceu se condersar.
– Então é isso? Perguntei arqueando as sobrancelhas. - Que coisa mais sem graça. Eu pensei que seria algo mais catastrófico.
– Confeso que fiquei decepcionada também. - disse Beatrice dando de ombro.
– Mas fazer o que, é isso que ela diz. - Andrew jogou um Marsmellow para o alto e depois o pegou com a boca.
Meu cérebro começou a funcionar, ta, não que ele não funciona-se antes, eu sempre fui muito inteligente, mas vai por mim, tente pensar direito depois de ser acertado com um galho.
– Posso fazer uma pergunta? Olhei de Beatrice para Andrew.
– Fique a vontade. - disse Beatrice me encarando.
– Vocês falaram que tem muita gente atrás de mim,né? Querendo meu sangue e coisa e tal.
– Isso!
– Ta, então, o que vocês querem? Por que me trouxeram até aqui. - lancei um olhar carrancudo para Andrew. - Contra minha vontade.
– Maninho, que fazer as honras?
– Claro. - Andrew comeu outro Marsmellow e sorriu. - Então Paul, você gosta de ouvir histórias?
– Sim, mas vocês ainda não responderam a minha pergunta.
– Calma cara. - Andrew bateu o joelho no meu. - Vou chegar lá, mas relaxa okay.
– Ta, vou ficar de boca fechada.
– Obrigado. - Andrew esfregou as mãos no shorts detonado. - Bem, a uns dezoito anos atrás, meus pais fugiram da alcatéia dos Cheios, eles diziam que aquilo não era para eles, que a lei dos lobisomens era cruel e muito bárbara, e que eles não queriam que ver seus filhos crescerem em meio a tudo aquilo, então fugiram para a América. Mas na verdade, eles sabiam de um certo segredo, bem, na verdade, eles acabaram descobrindo aquilo. Meu pai cresceu ouvindo a história de um garoto que pertencia a todas as outras alcatéias, com poderes inimagináveis, mas claro, todos ficavam pensando que tudo não passava de lendas.
– Nossa, isso tudo é bem interessante, mas cada a parte que responde as minhas perguntas? Interrompi Andrew, que me lançou um olhar zangado.
– Você disse que ia ficar calado. - disse ele revirando os olhos. - Continuando. Bem,logo depois de eles terem descoberto que as histórias eram verdadeiras, eles se opuseram aos planos dos Alfas, que era praticamente, quando o garoto nasce-se, ele deveria ser encontrado e imediatamente e morto, e seu sangue deveria ser bebido pelos três Alfas, que dominaram as outras três alcatéias.
Claro, após uma pequena luta e nossos pais terem vindo para cá, eles começaram a procurar meios de achar esse garoto, assim que ele nasce-se. - Andrew parou de falar e me encarou. - Quatro anos depois de eu nascer, e Beatrice ter completado dois anos, nossa casa foi atacada, nossos pais nos esconderam no sótão, em meio a uma magia que disfarçava nossos cheiros, e lutaram, mas acabaram morrendo. - lágrimas brotaram nos olhos de Andrew. Ele as limpou e soltou uma pequena fungada. - Mas antes de morrer, minha mãe me fez prometer que eu te encontraria e te protegeria de todas as formas, até o dia da invocação.
– Wow, como assim até o dia da invocação? Perguntei assustado.
– Você está destinado a morrer, Paul. - respondeu Beatrice limpando algumas lágrimas. - Daungher está destinado a voltar.
– O destino pode ser mudado. - eu quase gritei aquilo. Meu cérebro havia voltado a doer, minha mente estava confusa, até demais, nada fazia muito sentido.
– É claro que pode, você vai mudar seu destino. - disse Andrew de forma encorajadora. - Você já começou a mudar. Nós sabemos disso, né Trice?
– Sim, quando você beijou aquele garoto, seu destino mudou.
– Pera, como vocês sabem que eu beijei o Mael? Vocês andam me espionando?
– Quem é Ismael? Perguntou Beatrice parecendo confusa.
– Estávamos falando daquele Vinicius. - disse Andrew. - Você namora com ele não é?
Senti meu rosto corando, mas balancei a cabeça confirmando a pergunta.
– E beijou outro garoto? Beatrice abriu um pequeno sorriso. - Cara, sua vida amorosa é mais confusa que a minha.
– Maninha, você nem tem vida amorosa. - disse Andrew em um tom brincalhão.
– Por isso mesmo. - disse Trice rindo.
Olhei de um para o outro.
– Vocês querem parar de rir, o assunto aqui é sério.
– Cara, a vida já é chata, tudo bem que você é o escolhido, mas da um tempo para você mesmo, ou vai acabar surtando e vai virar um alvo fácil. - disse Andrew.
– Eu tava falando da minha vida amorosa, mas já que você viu por esse lado, vejo que to fudido de qualquer jeito. - sorri para ele. - Então, vocês estão aqui para me ajudar, certo?
– Isso. - disse Trice. - E você nem vai precisar pagar por nossos serviços.
– Sério?
– Sim, eu prometi isso aos meus pais. Então, de boa, vamos te ajudar de coração.
Senti vontade de levantar e abraçar os dois.
– Isso é bem legal. - foi tudo o que eu consegui dizer.
~ Vamos lá, quem quer ser o primeiro a me dar um tiro?~
– Vocês tem aonde dormir? Perguntei pegando um galho pequeno e começando a desenhar no chão.
– Temos isso aqui. - disse Trice traçando um círculo em torno de si mesma.
– Vocês tão morando no mato? - parei de desenhar.
– Depois de um tempo, vocês se acostuma, e é legal viver ao ar livre. - disse Andrew dando de ombro.
– A quanto tempo vocês " moram" ao ar livre?
– Deste que os nossos pais morreram. - respondeu Trice.
– Sério?
– Não, é zuera. - disse ela rindo. - Faz uns três messes só.
– Isso é muito tempo. - murmurei.
– Melhor que ir para um orfanato.
– Vocês podem ficar lá em casa se quiserem. - juro que saiu de boa vontade, afinal, tirando a paulada na cabeça, Andrew tinha salvado minha vida.
– Sério? Perguntou Andrew. Seus olhos brilharam de excitação.
– Sim, tem uns três quartos sobrando.
– Ah cara. - disse Trice se levantando. - Eu podia te abraçar agora. Eu não aguentava mais tomar banhos em rios e ficar lutando contra pernilongos gigantes de noite. Faz tempo demais que não sei o que é tomar um banho de chuveiro.
– Beatrice. - disse Andrew em um tom firme.
– Tudo bem, desculpa. - disse ela me olhando. - Olha, é bem gentil da sua parte, mas...
– Cala a boca e fala logo que vocês aceitam. - a interrompi. - E nem vem, não vou aceitar um " Não" como resposta.
– Isso é gentil da sua parte, Paul. - disse Andrew corando. - Aceitamos sim.
– Isso ae. - me levantei com dificuldade. - Agora eu posso ir para casa?
– Claro. - Andrew e Beatrice se levantaram.
– Obrigado.
Antes mesmo que eu pudesse dizer alguma coisa, Andrew tirou o shorts e começou a se contorcer.
Vai por mim, você não vai querer uma transformação de lobisomem.
No primeiro minuto, o garoto soltou gritos angustiantes, o som de seus ossos quebrando era desconfortável. Desviei o olhar enquanto ele começava a se transformar.
– Sobe ai. - disse Beatrice se aproximando de mim.
Quando voltei a olhar, Andrew havia se transformado no mesmo lobo branco de olhos castanhos, que havia afurgetados os outros.
– Co...como é? Olhei incrédulo para Beatrice.
– Só montar cara. - ela entendeu o braço e me puxou.
Olhei para os olhos castanhos de Andrew.
– Ta. - passei um perna por cima dele, enquanto o enorme lobo se abaixava, para me ajudar a subir.
– Segura firme.
Mal tive tempo de pensar em algo, tudo havia se transformado em um borrão.


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Notas finais do capítulo

Olha quem postou mais um cap?
Euuuu.
Ebaaa.
Leiam, e comentem, ou ñ posto o próximo.



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