Magic escrita por Paul


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Não responda seu nome para um garoto nu.



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Eu havia pedido para Mael me deixar ir sozinho pra casa. Mesmo após o beijo, eu havia passado o dia na casa dele. Talvez eu seja idiota por isso e por ter mentido pro Vini nas quatro vezes que ele me ligou. Mael e eu descobrimos algumas coisas, como que para a chave ser completa, ela precisava de outras quatro partes, eu não entendi muito bem aquilo. Mas eu ia descobrir. Também descobrimos que aquilo que atacou e matou o Gui, pode ter sido o Slender man. Sim, isso é extremamente ridículo e maluco, mas o mundo não é mais o mesmo que eu pensava conhecer.
O sol começava a se por atrás das cadeias de montanhas, a luz alaranjada que ele lançava, fazia com que as nuvens assumissem um tom avermelhado, o que me lembrou a descrição do céu no Tártaro. Eu não estava com pressa para voltar pra casa, na verdade eu até estava feliz por ficar um pouco sozinho, organizar os pensamentos sobre o que estava acontecendo tanto na parte "sobrenatural" quanto ao que estava se passando em meu coração.
O barulho de um galho se quebrando sobre os meus pés me tirou do meu mundo de pensamentos, e então percebi que o sol havia sumido, sendo substituído por copas de árvores altas, eu estava, de alguma forma,no bosque.
~ Wow, como eu cheguei aqui? Cara, isso foi sinistro, até um segundo atrás, espera, por quanto tempo eu havia andado sem direção?~
Todos os meus sentidos gritavam para eu dar meia volta e correr para fora dali, mas meu senso de direção era incrivelmente ruim, ainda sim eu não podia me perder se voltasse pelo mesmo caminho certo?
Bom...errado, quanto mais eu andava, mais confuso a trilha,ou seja lá o que aquilo era, ficava.
As árvores ficaram cada vez mais altas, e a vegetação mais espessa. Começava a escurecer, o que indicava a chegada da noite, eu comecei a entrar em pânico.
– Sério Paul? Sussurrei para mim mesmo. - Como você conseguiu se perder?
Continuei a caminhar torcendo para achar uma saída daquele lugar.
A luz prateada da lua quase cheia, que se infiltrava pelas frestas das copas das árvores, projetava sombras assustadoras.
Peguei meu celular com esperança de que mesmo naquele lugar eu conseguiria fazer uma ligação, mas estava fora de área.
~ Jura mundo? Por que nessas situações o celular tem que ficar fora de área? Agora eu vou morrer sozinho nessa floresta e só vão achar meu corpo depois de dias, típico. ~
Algo se moveu a minha esquerda.
– Ótimo, agora o Slender man me pega. E eu morro. - murmurei ligando a lanterna do celular.
Girei em torno de mim, tentando ver algo. Mas não havia nada ali. Talvez eu estivesse começando a ficar louco.
Continuei a andar, mesmo sabendo que ia me fuder de algum jeito. O barulho voltou, era como passos pesados, de algo correndo.
– Que...quem é? Perguntei apontando a lanterna na direção da onde havia vindo o barulho.
~ Se alguém quiser me dar um tiro, eu agradeço. To preste a morrer e tudo que eu consigo perguntar é " Quem é?".~
Não esperei pela resposta, sai correndo o mais rápido que consegui.
Aquilo estava me perseguindo, eu conseguia ouvir os passos atrás de mim.
– Socorro! -Gritei com toda a minha força.
Senti meu pé enroscando em alguma coisa no chão. Ai caralho, talvez seja um daqueles tentáculos.
Rolei no chão, ralando meus braços no cascalho que revestia o chão do bosque junto a terra.
O barulho dos passos diminuiu. Me levantei, me apoiando no tronco de uma árvore. Tentei olhar o que havia me feito tropeçar, mas estava escuro demais. A única luz que existia era a da lanterna do celular, porém ele havia se distanciado com a queda espero que ele não tenha quebrado. Então eles apareceram, meia dúzia de olhos azuis.
~ Aquele momento que seus perseguidores tem olhos mais bonitos que o seu. Okay, isso é uma hora estranha pra pensar nisso.~
Um rosnado, partiu de um deles.
– Mas que merda! -Recuei lentamente. Parei ao lado do meu celular, me agachei e o peguei, iluminando meus perseguidores.
Senti meu coração dar uma batida a menos dentro do peito, parecia que ele havia afundado dentro de mim. Meu olhar se encontrou com os olhares famintos dos lobos.

...

~Stelar
Stelar havia cansado de tentar ligar para Paul, ela estava louca para saber o que havia acontecido na casa de Ismael.
Ela discou o número pela centésima vez, mas caiu na caixa postal novamente.
– Droga Paul. - murmurou ela jogando o celular em cima da cama. - Se você não aparece, eu vou até sua casa.
Stelar caminhou até o guarda-roupa e trocou a camiseta, colocando uma azul escura que caia de um ombro, deixando a alça do sutiã a mostra. Ela pegou o celular e colocou na bolsinha da Victoria Secret's.
Na verdade, Stelar tinha dois motivos para ir até a casa dos Monters, a primeira é pelo fato de ela estar louca para falar com o amigo, e o segundo, bem, o segundo era por causa do irmão dele, Marck, o qual ela estava começando a ficar perdidamente apaixonada.
Stelar caminhou rapidamente pelas ruas de Collen, o vento frio da noite balançava seu cabelo, fazendo com que eles dançassem em seu rosto. Ela sorriu enquanto virava a rua e avistava a casa.
Stelar levantou a mão e bateu na porta.
– Ah, oi Stelar. - disse Vinicius abrindo a porta. Seu rosto parecia angustiado. - O Paul não ta com você né?
– Comigo? Não, ele ainda deve ta na casa do Ismael.
– Não. - disse Ismael surgindo atrás de Vinicius. - Faz umas duas horas que ele veio embora.
– Ta. - disse Stelar entrando. - Ele deve ter passado em algum lugar. Já tentaram ligar pra ele?
– Já. - respondeu Marck com um olhar preocupado. - Mas só dá fora de área.
– Ele deve ta no bosque, lá é o único lugar da cidade que não pega sinal.
Ismael e Vinicius trocaram um breve olhar.
– Eu vi esse olhar. - disse Marck olhando de Vinicius para Ismael. - O que vocês tão sabendo que eu não sei?
– Sabemos o que atacou o Gui. - respondeu Ismael.
– Então falem. - disse Stelar irritada.
– É o Slender man.
...

Eu estava correndo desesperadamente, cada passo que dava o medo de ser o último aumentava. Na verdade, eu nem sei como peguei meu celular e comecei a correr.
Os lobos pareciam cada vez mais perto, um deles havia me machucado no braço, e estava doendo pra caralho.
E então eu vi meu fim, a floresta desaparecia dando lugar ao céu, ta, para o céu não é a definição correta, mas vocês devem ter entendido, era uma precipício de uns 4 metros de largura, a lua quase cheia em meio ao céu estrelado, parecia me olhar desapontada. "E esse é o herói que deveria evitar o apocalipse, que decepção humanidade, que decepção". Deslizei, parando a poucos centímetros do último centímetro de terra.
– Mas que merda. - olhei para a vastidão lá embaixo, as luzes da cidade se estendiam no horizonte, ta explicado porquê eu não consegui achar o caminho de volta, devo ter dado uma super volta.
Os passos dos lobos cessaram, eles estavam a dois metros de mim. Aqueles olhos azuis gélidos me encaravam, como se esperassem pelo menor passo em falso para me empurrarem penhasco abaixo. É, esse era aquele momento da vida em que você fica, eu pulo e morro ou tento lutar contra eles, vou ficar com a segunda opção. Estava preste a saltar sobre os lobos e lutar até a morte, quando um lobo branco saltou na minha frente. de onde ele havia surgido eu não sei?
O lobo possuía uma coloração branco acinzentado que parecia brilhar em meio a luz da lua, ele era maior que os outros, devia ter quase 1,89 em suas quatro patas. Ele estava avançando em cima dos outros que recuaram até sumirem de vista.
~ Ta, isso é mais estranho que minha vida. Um único lobo foi capaz de expulsar outros sete? Esse merece meus aplausos.~
O lobo branco se virou e me encarou, seus olhos eram de um caramelo intenso. Ele pareceu se contorcer.
Olhei incrédulo enquanto ele se transformava em um rapaz. E que rapaz. Seu rosto era forte com os traços marcados mas ainda sim era belo, os olhos castanhos caramelo me olhavam com uma certa curiosidade. Seu corpo era definido, com uma barriga tanquinho. Fiz o maior esforço para não olhar para baixo, o cara estava completamente nu. Ele devia ter no mínimo uns 18 anos.
Ele se abaixou e pegou um galho grande.
– Paul Monters? Perguntou ele me encarando. Sua voz era melódica, era como, bem, não da para descrever, mas era uma voz que você podia ouvir o dia todo e não cansaria
– So...sou eu. - gaguejei. - Quem é você?
Ele se aproximou levantando o galho. A última coisa que me lembro era da dor latejante que eu senti quando o galho se chocou contra a minha cabeça.


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Notas finais do capítulo

Genttttte, desculpa a demorar. Eu tava sem net, e ai fudeu tudo.
Espero que gostem



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