A Canção dos Exilados escrita por Lucas do Mundo da Lua


Capítulo 3
As sequelas da guerra


Notas iniciais do capítulo

Desculpe pela demora em postar. Sou um escritor lento e, além disso, essa semana foi corrida pra mim. Vou tentar postar o mais rápido que puder aqui!
Este capítulo vai ser mais uma lembrança do Talon. Lá vamos nós!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/654738/chapter/3

Talon não tinha sido treinado para aquilo.

Ele deveria saber que Swain não mediria escrúpulos em manda-lo a uma carnificina, ele sabia; Swain só se importava com Swain. Mas fez aquilo por ela, pela garota de cabelos de fogo.

E isso foi seu quase-túmulo.

Desde o desaparecimento de seu senhor, o General Du Couteau, Talon concordou em serviu o Grão-General Noxiano, a pedido de Katarina, mesmo que odiasse a ideia.

No começo da invasão noxiana, Swain mandou seus dois melhores assassinos, Talon e Katarina, para eliminar os cidadãos mais nobres de Ionia. Navegaram até Ionia em navios de Águas de Sentina com um pelotão de militares noxianos. Quando embarcaram lá, o ataque começou.

De início, a dupla de assassinos eliminou todos os anciãos noxianos que encontraram pela frente; afinal, os seus guardiões estavam distraídos com a invasão, e a maioria avançou para defender sua querida Ionia; os que não foram, encontraram as furiosas lâminas de Talon e Katarina. O que eles não esperavam, era a resposta dos ionianos.

Os cidadãos de Ionia eram reclusos de guerra, até aquele dia.

Por buscarem excessivamente a iluminação, a magia dos ionianos era poderosa. Nenhum noxiano esperava por aquilo, mas perder uma guerra antes de batalhar? Aquilo não era Noxus.

Avançaram sem piedade avante os ionianos. Machados e espadas passavam por carne e osso. O cheiro da morte era cada vez maior. Talon se viu em uma completa carnificina. Ele era um assassino, matava seu alvo silenciosamente e saia sem deixar rastros, e não uma máquina de guerra noxiana que matava tudo o que via pela frente. Mesmo assim, olhou para Katarina e ambos avançaram para o meio da matança.

Foi fácil. Identificavam os alvos mais fortes e aniquilavam-no do jeito mais rápido possível. Mas Noxus era Noxus. Mesmo ganhando, queriam ainda mais. Foi quando trouxeram os zaunitas. Sentiu saudade do General Du Couteau naquele momento.

Talon e Katarina observaram tudo de cima de um templo. Não saberia mais identificar zaunitas de noxianos ou de ionianos; o que restava no final era apenas mais e mais corpos. Robôs tecnológicos criados apenas para matar, ciborgues, monstros de experimentos mal sucedidos. Tudo aquilo era Zaun. A última coisa que viu foi um franzino homem careca correndo e rindo o mais alto que podia, enquanto deixava um rastro tóxico de fumaça por onde passava. Ele ainda lembra do olhar de Katarina ao se virar para ele e dizer “vamos embora”. Era um olhar de decepção e tristeza. Ela nunca lhe olhou daquele jeito antes.

Eles não iriam fugir; apesar de tudo, eram noxianos. Queriam apenas reportar o estado da guerra para Swain, mesmo que este não aceitasse. Abriram caminho em meio a noxianos, ionianos e zaunitas. Sua enorme lâmina fatiava tudo ao seu redor, enquanto Katarina, com suas pequenas adagas, acertava qualquer um que estivesse no alcance de sua Lótus da Morte. Quando conseguiram chegar no final, na pequena cidade portuária, aquele brutamontes maldito apareceu na sua frente com seu enorme machado. Era Darius.

A mão de Noxus. O guerreiro mais temido. Um exemplo para Noxus. O queridinho de Swain. Darius deduziu que Talon e Katarina eram dois covardes e estavam traindo Noxus fugindo da guerra. Mesmo que Katarina tentasse explicar para seu minúsculo cérebro, Darius queria apenas fazer o que nasceu para fazer: matar. E isso incluía aqueles que traiam seu amado império.

Seu machado passou assoviando pelo ouvido de Talon, arrancando apenas seu capuz. Katarina jogou algumas facas, mas Darius nada sentiu, encoberto por aquela grande armadura rubra. De pés ligeiros, Talon rolou para o lado e deu uma saraivada de adagas, o que fez Darius apenas se virar para trás com ainda mais fúria. Os dois eram assassinos, e Darius apenas um gigante que só sabia matar. Ambos tiveram a mesma ideia.

Começaram a correr de um lado para o outro para cansar o brutamontes. E funcionou. Darius, cansado de tentar acertá-los, deu alguns passos para trás, parou, e girou seu machado o mais forte que podia. Katarina conseguiu desviar fácil com uma técnica de pulo que seu pai lhe ensinara. A lâmina atingiu Talon.

Sentiu apenas o sabor do sangue escorrendo para sua boca antes de desmaiar. Tinha gosto de ferro.

De repente, um ioniano chega ali no momento. Como se nada houvesse acontecido, Darius corre em direção a ele, esquecendo-se dos dois assassinos noxianos. Katarina levantou seu amigo, o carregando pelos ombros e correndo para o barco mais próximo.

Recordava-se apenas de algumas imagens depois disso. O rosto de Katarina, o rosto de um médico, o som de seus batimentos cardíacos, a luz de teto do hospital, e, por fim, a escuridão.

Achou que a morte era aquilo; as trevas sem fim, onde poderia ver todo o mal que fez e tudo o que viveu. Mas, de alguma forma, conseguia ouvir, distante, mas ouvia, uma voz feminina, doce e sensual, que chamava seu nome, “Talon, por favor, me ajude. Eu preciso de você”, “Por favor, Talon”.

Então, Talon abriu os olhos.

Na verdade, conseguiu abrir apenas um dos olhos; não sabia o por que o outro não abria, era como se estivesse cansado. Não ligou. A primeira coisa que viu foi a lâmpada de teto. Ao tentar virar-se para o lado, sentiu uma dor agonizante do lado esquerdo do rosto, mas conseguiu. Viu flores murchas estavam sob o criado mudo. Do lado de fora, ouviu o que parecia ser a enfermeira falar para os outros médicos que ele estava vivo. Um médico entrou no recinto e começou a falar:

– Bem-vindo de volta, senhor Talon. Mesmo que não tenha sido na hora certa – o médico tirou as bandagens do rosto de Talon, mas sua expressão era fria; talvez o ferimento nem estivesse tão feio – está horrível. Precisa de alguns dias até que cicatrize. Até lá, não mova o rosto. Vamos te colocar sentado para conseguir comer e beber – a enfermeira ajudou o médico a bota-lo na posição – Sua volta é realmente impressionante. Achamos que estivesse morto pelo tamanho do ferimento. Enfim, espero que consiga lidar com a situação. Estamos com você – a expressão fria do médico não saiu de seu rosto. Suas palavras pareceram robóticas.

– Deixe... deixe-me ver o meu... o meu rosto – disse Talon, esforçando-se ao máximo.

– Eu lhe aconselho a—

– Me dê a... a merda do espelho e... deixe-me ver meu... o meu rosto – rangeu os dentes enquanto falava para segurar a dor.

– Enfermeira, traga o espelho – o médico pediu.

Ela levou o espelho até o rosto de Talon.

O corte havia sido da sobrancelha até o maxilar direito. A pequena ponta do seu nariz havia sido cortado, assim como seu olho esquerdo. Olhando-se no espelho, uma lágrima caiu do olho bom. Agora era um maldito caolho. Uma enorme cicatriz no meio de seu rosto, marcado para todo o sempre. Empurrou o espelho de sua frente, gritando de dor e angústia, chorando tanto o quanto podia.

– Eu lhe avisei – o médico disse, saindo da sala.

– Eu lamento muito – a enfermeira disse, mas antes que pudesse sair, a voz chorosa de Talon a fez olhar para trás.

– De que... de quem são essas flores? – Talon perguntou.

– Não identificamos, senhor. Ela sempre entrou no hospital com um manto azul dizendo que queria vê-lo, ou então Noxus precisaria de mais hospitais para os corpos – a enfermeira respondeu.

– Sempre? -

– Sim, quase todos os dias ela ficava ao lado de sua cama. Essas flores foram deixadas aí a uma semana atrás, senhor.

– Uma... se-semana atrás?

– Sim. Vou lhe buscar um pouco de comida – a enfermeira saiu em passos curtos e rápidos do local.

Então, Talon soube. Ela precisava dele, o mais rápido possível. E ele também precisava dela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigado por ler até aqui. Comentem o que acharam do capítulo!
Estou aceitando sugestão de capas para a fanfic...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Canção dos Exilados" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.