A Canção dos Exilados escrita por Lucas do Mundo da Lua


Capítulo 2
Um novo amanhecer


Notas iniciais do capítulo

O molde dos acontecimentos do decorrer da história precisam ser formados. Então, aqui vamos nós.



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Era como se uma nuvem negra pairasse sobre Demacia.

O grande sino do castelo tocou. Era um novo amanhecer. Um novo dia para Demacia, mesmo que a notícia de três dias atrás ainda abalasse a todos.

Garen levantou para o seu dever: defender seu reino. Não era honrado e defensor apenas porque falou algumas palavras de juramento, aquilo vinha com ele desde criança. Ver seus pais morrerem por mãos noxianas o fez ser o protetor dos justos, mas também um tanto quanto vingativo; a parte que mais detestava em si mesmo. Desde aquele dia, prometeu cuidar de sua irmã, e de seu povo. Vestiu seu casaco marro, seus braceletes de ferro, as grandes ombreiras de ferro, seu cinto com alguns bolsos, suas grevas por baixo da calça marrom, e botas de couro.

O líder da Vanguarda Destemida deveria entrar na sala do trono com seu novo rei. Então, se dirigiu até a torre de Jarvan IV. O povo demaciano ainda acordava naquela manhã, as poucas pessoas acordadas cumprimentavam Garen enquanto ele passava.

Um guarda real guardava as portas da torre de Jarvan IV. À frente, Shyvana esperava-o para subirem juntos. Ela agora era líder da Guarda de Elite Demaciana, e assim como ele, iria acompanhar o novo rei. Não se falavam muito, um “bom dia” já bastava. As escadas em espirais davam para o topo da torre. Chegando na porta do quarto de Jarvan, Garen bateu na porta.

– Entre, entre. Estou terminando de me vestir. – A voz do outro lado respondeu as batidas.

Jarvan IV se arrumava na frente do espelho. Garen estranhou; ele estava confuso em que camisa de lã usar.

– Diga-me Garen, qual a mais bonita: esta cinza, aquela marrom ou a preta? – Jarvan IV lhe perguntou.

– Hem? Acho que a marrom, meu senhor. – Respondeu Garen em uma expressão de desentendido.

– Ah, homens não sabem de nada. Shyvana, esta cinza, a marrom ou a preta?

– Bem... a cinza, meu senhor. – Shyvana respondeu em um tom de confusão.

– Senhor, não já devia estar pronto para sua coroação? – Disse Garen, quebrando aquele clima estranho.

– Ah, sim, sim. Com certeza, meu cavaleiro. – Jarvan IV respondeu como se houvesse saído de um devaneio. Se virou para os dois e deu um grande sorriso de boca fechada. – Com certeza. – Vestiu a camisa de lã cinza, andou pelo quarto e pegou sua armadura dourada. – Garen, me ajude a colocar isso.

Lá em baixo, a Vanguarda Destemida e a Guarda de Elite Demaciana estavam prontos para partirem. Jarvan IV já estava pronto. Depois dos três descerem a torre, Jarvan deu ordem para as duas forças militares avançarem na frente.

Em direção a sala do trono, Garen acompanhava seu senhor ao lado direito de seu cavalo. Shyvana estava ao lado esquerdo.

A sala do trono estava com suas grandes portas de ferro abertas. Após a Vanguarda Destemida e a Guarda de Elite Demaciana terem se posicionado aos redores da grande sala, todos os outros demacianos entraram. Os cidadãos sentaram nos grandes bancos de madeira; o lugar estava cheio. Ao centro, um longo corredor cortava o salão. O chão era coberto por um grande tapete azul, que se estendia até a escada para o trono. O Conselho Demaciano, regido pelos maiores líderes das maiores casas de Demacia, estavam sentados envolta de uma mesa redonda abaixo do trono, em frente aos bancos da esquerda.

Jarvan IV entrou no grande salão, escoltado por Garen e Shyvana. Uma salva de palmas ecoou enquanto passavam, todos acompanhavam com os olhos a cada passo que davam. Mesmo com gritos de incentivos e as palmas, Garen não podia deixar de sentir o clima tétrico que ali estava. Ao chegar na escada, Garen parou e ficou ao lado esquerdo da base dos degraus com sua longa e grossa espada apoiada no chão. Viu Lux num dos bancos da frente, e acenou com a cabeça. Shyvana ficou ao lado direito, com as mãos para trás; não precisava de armas para amedrontar.

Com passos confiantes, Jarvan subiu até o topo da escada, onde ficava o trono. Era um trono normal; todo de ferro com suas hastes banhadas a ouro. Atrás dele, uma bandeira do reino de Demacia estava pendurada.

Antes de se sentar, Jarvan IV fez seu discurso:

– Bom dia, meus cidadãos demacianos. Como vocês sabem, meu querido pai, Jarvan III, faleceu de causas desconhecidas há três dias atrás. Prestamos luto até hoje, quando percebi que devíamos seguir em frente. Um reino não se faz sozinho. E afinal, todo mundo morre um dia. - Jarvan deu um sorriso de canto. – Pois bem, segundo as regras do reino, eu sou o primeiro em ordem de sucessão. Hoje, vocês irão viver um novo reino, com um novo rei, com novas regras.

Do fundo do salão, um bispo se levantou e andou no grande corredor até o trono trazendo um objeto lindo e brilhante nas mãos. Jarvan IV se ajoelhou enquanto o bispo colocava a coroa do rei na cabeça do seu novo rei.

– Saúdem o Rei Jarvan Lightshield IV, o Exemplo de Demacia! – Anunciou o bispo.

– Vida longa ao Rei! Vida longa ao Rei! – Os cidadãos demacianos gritavam.

– Para comemorar, iremos fazer um festim hoje à noite. Demacia! Hoje e sempre! – Jarvan IV exclamou, sentando-se no trono, deliciando-se com as palmas e gritos.

– Demacia! – Responderam aos gritos o povo demaciano.

– Por Demacia. – Garen disse baixinho para si mesmo, abaixando a cabeça e batendo uma mão em seu peito.

O festim se iniciou com uma bela canção tocada por Taric.

A comemoração acontecia na sala do trono. Garen estava ao lado de seu novo rei, como de costume. Via todos dançando, cantando, bebendo e comendo, mas sua obrigação era para com o Rei, não tinha tempo para festas. Jarvan IV tomava um vinho em um cálice de prata, sentado em seu trono. “Até que é bonitinho”, Garen ouviu um sussurro que pareceu ser de Jarvan IV.

– Sua graça? – Ele perguntou.

– Ah, ei Garen. – Disse Jarvan, como se não soubesse que ele estava ali. – Descanse toda sua honra e orgulho, vá lá curtir a festa, acho que há tempos não faz isso. – Deu um gole no vinho. – Vá lá e chame Shyvana, quero falar com ela.

– Se assim sua graça quer. – Garen retrucou sem delongas. Mesmo que fosse seu dever, não se sentia confortável perto dele ultimamente. Era estranho.

Procurou Shyvana no meio de várias cabeças; não era tão difícil achá-la. Encontrou-a bebendo com os guardas.

– Silêncio! Sua graça tem um anúncio! – A voz de Shyvana soou com uma assustadora trovoada. Garen se virou subitamente ao ouvi-la.

– Obrigado Shyvana. – Disse Jarvan enquanto se levantava do trono. – Com um novo rei, vem novas regras, novas leis. Para começar esta nova era, aqui vai uma nova lei: qualquer ato contra a lei, não mais é apenas jogado na prisão. Agora, irão ser executados. – Jarvan terminou, esperando uma salva de palmas para ele. A surpresa foi que demorou um tempo para isso. Aquilo era o que todos em Demacia disseminava.

– Saúdem o novo Rei! AGORA! – Berrou Shyvana. Sua voz parecia ser duas.

Para o espanto de Garen, a salva de palmas varreu o silêncio do salão. Aplaudiam como se estivessem com medo. O Conselho Demaciano se retirou imediatamente.

– Perfeito. – Jarvan disse por fim, jogando-se no trono.

Garen se retirou do salão a passos longos. Aquilo era o cúmulo. O que aconteceu com o povo de Demacia? A justiça para todos, mas sem esse tipo de coisa? Morte? Execução? Garen não concordava com aquilo. Medo? Tirania? Demacia realmente iria se transformar naquilo?. Aquele não era Jarvan, não aquele que saiu de Demacia para colocar-se sobre a invasão de Noxus a Ionia. Garen tinha certeza. Aquele não era Jarvan IV.

No final da noite, Garen não fez nada para se divertir. Ao invés disso, ficou de olho no rei do outro lado do salão. As estranhas atitudes dele causavam desconfiança em Garen. E por que chamar Shyvana? Garen sempre achou que era quem Jarvan mais confiava. Talvez Garen estivesse cismando com seu novo rei?

Caminhou pelo salão até alcançar Jarvan, que estara na porta dos fundos falando com um estranho de sobretudo e tapa olho; lembrava muito um mercenário. Garen deixou para lá. Assunto do rei.

– Vamos, sua graça? – Perguntou Garen.

Jarvan se virou abruptamente, surpreso. Este de novo parecia não conhecer aquela atitude de Garen; ele fazia aquilo sempre, por que Jarvan estranhou?

– Hem? A sim, vamos. – Deu um sorriso sem graça para Garen e dispensou o estranho com um gesto.

Acompanhou Jarvan até sua torre. Deu um seco “boa noite, sua graça”, e foi para sua pequena casa.

Lux já havia ido para casa há tempos; não gostava de festivais. Saiu antes do anúncio de Jarvan, e estara em casa assistindo ao seu filme favorito: “Super Teemo – O Retorno”.

Assim que Garen chegou em casa, Lux perguntou sobre o festival.

– Esse Jarvan. Não é nosso Jarvan. Não é, acredite em mim. Ele autorizou a execução como punição. – Disse Garen, se jogando no sofá.

– Mas, o que!? – Lux demonstrou um verdadeiro espanto.

– Temos que investigar isso. Eu e você, irmãzinha. Mas agora, tenho que dormir. Ou pelo menos tentar.


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Notas finais do capítulo

Se a leitura estiver chata ou cansativa, por favor, comentem.



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