A Canção dos Exilados escrita por Lucas do Mundo da Lua


Capítulo 4
A espada quebrada


Notas iniciais do capítulo

Queria me desculpar pela demora em postar capítulos. Esse último mês está muito corrido pra mim, escola e trabalhos, e tenho que me focar já que é o último bimestre. Consegui escrever esse capítulo. Obrigado por acompanharem!



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Riven estava com uma armadura que ela achava ridícula, porém, era confortável.

O metal dela era todo negro. Seu elmo, que em nada parecia com um, estava mais para um capacete futurista, e o resto de sua armadura ajustava-se tão perfeitamente ao seu corpo que de longe parecia um collant. Aquilo tudo para os ionianos saberem que ela pertencia a Elite Carmesim, que obrigou-a a usar aquela armadura. Mesmo fazendo parte do clã, eles não participaram da invasão. Riven foi enviada para liderar um pelotão de poderosos militares noxianos contra a resposta de Ionia para a invasão.

Não havia muitas dificuldades em abater guerreiros ionianos; aqueles que não sabiam usar magia, usavam partes de armadura e lâminas, que nem afiadas pareciam estar, apenas para provarem que defenderiam sua amada cidade sobre qualquer circunstância. Riven observou isso e sentiu um pouco de pena, mas apenas por um breve momento. Sua grande lâmina passava por entre os corpos, leve como uma pena. A vitória já era quase garantida, se não fosse pelo comando de uma mulher que fazia suas lâminas dançarem ao seu redor, e uma iluminada que faria de tudo para expelir os inimigos com sua poderosa magia. Elas estavam a frente de toda tropa noxiana, liderando mais guerreiros e magos, que pareciam ser mais poderosos. Inimigos à altura de Riven era o que ela mais queria. Avançou em direção as próximas vítimas, caminhando lentamente, com um sorriso de canto no rosto, e segurando sua espada o mais forte possível.

Os noxianos pararam de se mover subitamente e um repentino silêncio se formou pela coluna de soldados de Noxus. Sem entender, Riven virou-se para ver o que houve. Um rugido foi ouvido, e logo os soldados abriram um grande corredor. Todos os noxianos viraram-se para contemplar as aberrações zaunitas que caminhavam por entre eles.

– Que a chacina comece! – Rugiu uma criatura com aparência de um lobo. Todos os zaunitas o seguiram, mas não porque ele era o líder, mas porque queria contemplar suas vítimas. Ele deu um sinal e todos os zaunitas atrás dele avançaram em direção aos ionianos.

Riven não entendeu por que Noxus mandara mais reforços, sendo que a vitória nem tão longe estava. Ela apenas subiu em cima de uma torre e observou tudo lá. Seres deformados, ciborgues, meio-ciborgues, criaturas que nem Riven podia descrever, sentenciavam todos os ionianos que ficassem em seu caminho, atacando-os com armas tão tecnológicas que o tempo de resposta era quase inexistente. Mas um zaunita em específico destruiu seu coração noxiano.

Ele era careca e corria como um louco, seu rosto parecia estar deformado e carregava uma espécie de recipiente que liberava pesados gases tóxicos. Sua risada era tão alta quanto os gritos de desespero e morte. Os olhos de Riven acompanharam o zaunita, que não ligava se estava matando ionianos ou noxianos; para ele, tudo que ficasse em seu caminho viraria um amontoado de carne podre. Riven desceu de onde estava e correu como nunca para acabar com a raça daquele desgraçado. Mas era impossível, já que por onde passava ele deixava o rastro tóxico, impossibilitando Riven de persegui-lo por muito tempo. Riven tapou o nariz e a boca e parou para olhar em sua volta.

Viu tudo que não queria. Para ela, aquilo não era guerra, nem batalha, nem nada. Era apenas uma grande carnificina sem escrúpulos. Aquilo era além de seus princípios, mesmo para uma alma noxiana. Sempre soube que Noxus era um império que gostava de uma boa guerra, mas de guerra - todos armados, um contra o outro, em uma batalha justa - não aquilo. Até Talon e Katarina, que estava em cima de um telhado, não pareciam estar contentes com aquilo. Então, ela se decidiu.

Acordou e levantou-se abruptamente. Sentiu que estava suando, mesmo o vento frio daquela noite batendo como facas em sua pele. Aquele pesadelo a dominava desde que tinha escolhido se exilar. A risada, os gritos de desespero, o cheiro da morte... era como se tudo tivesse acontecido ontem. Sentou-se e tentou respirar mais lentamente, inspirando e expirando, inspirando e expirando, inspirando e expirando. Varreu o lugar em volta com os olhos e lembrou-se onde estava. Era chamado Floresta dos Solitários. Riven deu uma leve risada ao falar o nome em voz alta. Já fazia duas semanas que estava ali, e o lugar era bastante deserto, quase que morto. De vez em vez, Riven ouvia as árvores conversarem, ou talvez fosse apenas sua alma solitária clamando por outra.

Mas algo faltava ali. Se levantou, limpou suas roupas surradas, baixou o capuz e andou em volta do lugar. Alguma coisa não estava certa...

Claro, como pôde ser tão estúpida? Sua espada quebrada não estava ao seu lado, como de costume. Em passos rápidos, procurou por todo o local em busca, sem sucesso. Sentou-se e fez uma tocha e partiu a procura de sua espada quebrada.

Sua tocha caminhava pela escuridão da Floresta dos Solitários. Ela era bastante importante para Riven, mesmo que tenha tentado quebra-la. Mas a espada se recusou a quebrar-se por inteira, e Riven a entendeu, e continuou a carrega-la mesmo no exílio; ajudava a lembrar o que já foi e o que não quer voltar a ser. Ouviu barulho de metal contra metal, e começou a seguir o som. Talvez sua espada não sabia fugir.

O barulho ficava mais alto a medida que se aproximava. Tirou um punhado de folhas de sua frente e um grande campo verde apareceu. No centro deles, dois homens lutavam.

Pareciam-se com samurais. Ambos tinham cabelos amarrados para trás e suas espadas eram finas, afiadas e longas. Se moviam com leveza, e a dança das espadas era linda de se ver; parecia que um sabia exatamente onde o outro iria atacar. Mas aquela batalha não era como as outras. Os dois usavam técnicas de vento. Três cortes rápidos. Riven usava aquela técnica não há muito tempo, e aqueles dois pareciam dominá-la perfeitamente. Será que algum deles estaria com sua espada?

Saiu de dentro da densa mata e se revelou para os dois, que não pareceram ver que ela estava ali. Então, Riven tentou gritar. Antes de qualquer som sair de sua boca, uma mão - que não parecia ser humana – a agarrou e a levou de volta para a Floresta dos Solitários.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler até aqui. Por favor, deixem seus comentários sobre o que estão achando e o que deve ser melhorado.



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