O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 50
Capítulo 50 - Um grito agudo


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, como vão?
Chegamos nos 2/3, meus caros! 2/3!
Quando paro pra refletir no número de pessoas que acompanham esta história, penso da seguinte forma: Se elas estão aqui, então é porque dispuseram um pouco do seu tempo para ler minha narrativa. E gastar seu precioso tempo com coisas que eu faço, é pra mim um ponto muito gratificante. Eu, queria agradecer mais uma vez a cada um que tornou e torna isso possível. Afinal, sem vocês, o que seria desta fanfic? O que seria de mim? Sei que não seríamos nada. Então muito, muito obrigada!
Até me comovi aqui do outro lado. No entanto, vamos manter o foco no capítulo de hoje. Com relação a isso, lhes garanto que deixarei alguns emocionados. Já outros, em desespero.
Controverso, não? Mas é isso mesmo.
Boa leitura.



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Um dia frio. Chovia minutos atrás e agora uma fina garoa caía sobre as ruas. Luana saía do trabalho neste momento, e temia que chovesse ainda mais na volta para casa. Já no carro, e em meio ao trânsito lento e engarrafado, ela estava impaciente. Torcia muito para que logo chegasse em sua sala e pudesse se jogar no sofá, além de ser muito bem recebida por Ozzy, com pulos, lambidas e um balançar de rabo sem fim. Ela então recebe uma breve e objetiva mensagem em uma de suas redes sociais.

Daniel Nascimento: Preciso falar com você.

No trânsito parado e sem nada que a impedisse, Luana decidiu ligar para ele. Afinal, queria saber do que se tratava.

– Lua? – Era a voz, branda e suave, do barbixa.

– Sim?

– Viu minha mensagem?

– Vi. Por isso te liguei. Estou atrapalhando agora?

– Não, não. Estou no meio de um congestionamento aqui na Rebouças.

– Eu também. Mas então, o que queria falar comigo?

– Ah, sim. Eu quero dar uma passada no seu apartamento hoje. Quero que vá numa consulta comigo.

– Você vai se consultar?

– Bem, eu não, mas você sim.

– Eu? E que consulta é essa que eu não estou sabendo?

– Você vai fazer um ultrassom. E eu vou te acompanhar.

– Daniel Alves de Castro Nascimento...

– Desde quando você sabe meu nome completo?

– Desde que descobri a sua existência. E escute aqui, quem disse que eu vou fazer essa ultrassonografia?

– Eu disse.

– Mas você não manda em mim.

– Nesse caso, eu mando sim.

– Dan, eu já disse e vou dizer de novo...

– Não precisa dizer mais nada. – Ele a interrompeu. – Vou te buscar às 14:00 horas, no seu apartamento. Não sei preocupe, já agendei a consulta. Até mais, beijo.

– Ei! Espera! – Não adiantavam controvérsias, pois Daniel já havia encerrado a ligação. Luana bufou.

Não queria fazer tal procedimento, não mesmo. Por ela, já teria abortado há muito, muito tempo. Porém algo ainda lhe impedia de fazê-lo. Talvez o medo. O medo do que o namorado poderia pensar, e principalmente, do que ele poderia fazer. Estava claro que o barbixa não aprovava sua decisão e queria ter aquele filho, fosse como fosse.

...

Já era por volta das 14:11. No apartamento onde as amigas moram, a campainha toca. Ellen está na sala, e logo levanta-se para abrir a porta. Eis que surge Luana dos fundos da casa, correndo como uma bêbada, cochichando exaltada:

– Não! Nem pense em fazer isso!

– Por que está cochichando?

– Ssssshiiiiiii! Quieta!

– Tá! Calma! – Ellen diz, desta vez cochichando também. – Dá pra explicar alguma coisa?

– É o Daniel lá fora! Só pode ser!

– Como você sabe? O porteiro sequer ligou pra avisar que tinha alguém subindo.

– Justamente! O Daniel já é tão íntimo que com certeza pediu pra subir sem autorização. Mas que droga! Esqueci de dizer ao porteiro que ele não poderia subir.

– E qual é o problema dele entrar?

– Ele quer que eu faça um exame de ultrassom, e veio me buscar. Mas eu não quero ir, nem vou.

– Está certo ele! Você tem que ir mesmo. – Ellen aproximou-se ainda mais da porta, quando Luana a puxou pelo braço.

– Não! Ellen, não abra essa porta! – Mesmo com a insistência da ruiva, ela abriu a porta, sorridente.

– Oi, Daniel! Quanto tempo!

– Oi, Ellen. Como vai? – Respondeu ele, com aquele sorriso encantador que geralmente realçava suas maças do rosto.

– Vou bem. Desculpe a demora pra atender.

– Tudo bem. Posso entrar?

– Claro. – Logo que o barbixa entrou na sala, deu de cara com Luana.

– Boa tarde, senhorita.

– Boa tarde, Sr. Esperteza. – Respondeu ela, irônica.

– Pronta?

– Pronta pra que? Eu não vou.

– Vai sim. Não faça eu ter que me irritar. – Ele foi autoritário e sublime em seu tom de voz.

– Acho melhor deixar os dois sozinhos. – Disse Ellen, indo até seu quarto. Daniel acenou positivamente com a cabeça, como se agradecesse.

– Deixa eu falar uma coisa com você? Hum? – Aproximou-se dela, segurando-a pelo queixo e olhando-a fixamente. Ele ainda tinha aquela barba rala, que agora tornara-se um pouco maior. Aquele homem de barba... se tornava ainda mais seduzente. Entrelaçou sua mão à dela e direcionou-a até o sofá. – Lua, eu vou dizer de novo. Talvez por essa vez que seja definitiva. Veja bem: nós mais do que ninguém, sabemos que esse filho não foi planejado, como você mesma já disse várias e várias vezes. Nos descuidamos, isso é fato. Mas se você sentisse essa alegria que eu sinto, então você pensaria diferente. Só que a minha felicidade simplesmente evapora quando eu vejo o rancor nos seus olhos, quando lhe ouço dizer blasfêmias e absurdos sobre esse assunto. É decepcionante, porque eu quero muito e você não. – Ele pôs a mão sobre seu ventre, enquanto tirava os cabelos ruivos que cobriam seu rosto, e prosseguiu.

– Está sentindo? Ham? É nosso filho, Lua. Deixa ele nascer. Deixa ele ficar com a gente. – Foi somente então que os olhos de ambos começaram a lacrimejar. Ela aproximou-se ainda mais dele, dando-lhe um abraço apertado, enquanto ensopava seu ombro com suas lágrimas.

– Me desculpa. – Dizia com a voz embargada. – É que é tão difícil aceitar essa ideia e ver o lado positivo disso tudo. Eu sei que pode ser algo maravilhoso, que pode ser algo bom. Sim, eu sei, mas é que... tem as objeções, e eu não sei explica-las. – Ele foi o primeiro a desfazer o abraço que durara tanto. Fitava seus olhos castanhos nos dela, verdes e avermelhados. Secou suas lágrimas, acalmou seu pranto.

– Vai ficar tudo bem, ok? – Ela afirmou com a cabeça. – Você vai confiar em mim? – Ela afirmou novamente. Desta vez, houve uma pausa em suas palavras. – Você vai tê-lo? – Assentiu por fim.

A vitória era dele. Mas não sorriu. Não precisou. Desta vez, a felicidade veio em lágrimas.

E Luana enfim concordara. Concordara com a ideia que antes considerava improvável. E por quê? Por que concordar só agora? Simplesmente pelo fato, de querer vê-lo feliz. O sorriso daquele homem, era a cura certa para seus tormentos. Ela queria vê-lo alegre, satisfeito. Não queria romper os laços que havia criado com ele, não queria vê-lo distante, tão ausente como nos últimos dias. Queria tê-lo consigo, não importasse o que fosse.

Por isso, ela prometeu em sua mente, a si mesma, que faria o possível e o impossível para ter aquele filho. Ela aguentaria cada mês, cada ânsia, cada dor e cada lágrima que derramasse. Os instintos maternos surgiriam com o tempo. Isso só facilitaria tudo. Estava resolvido. E era assim que ia ser.

Ambos sentiam a necessidade de mais um abraço. Aquela vontade que não se supre com tão pouco. Um que fosse verdadeiro, que fosse forte, caloroso. Daqueles que nunca mais se quer sair. E assim fizeram.

– Então, você vai se arrumar agora. Vai tomar um banho bem demorado, pra esfriar a cabeça, e nós vamos fazer esse ultrassom. Vai ser memorável, tenho certeza. – A outra abriu um discreto sorriso, que ele conhecia bem.

Levantou-se e foi até o banheiro, como ordenado.

Após a saída de Luana, Daniel levou as mãos ao rosto. Suspirou aliviado. Logo avistou Ellen, surgindo no cômodo, com uma expressão aflita.

– Deu certo. – Duas pequenas palavras que para a morena, já significavam grande coisa. Ela foi a seu encontro, abraçando-o assim como fez a outra.

– Parabéns, meu caro. Você conseguiu a façanha que ninguém mais conseguiu.

– Nem tem noção da alegria que eu sinto agora.

– Eu posso imaginar. Quer um copo d´água? Um café? Alguma coisa?

– Vou aceitar um café. - Ellen foi e voltou em pouco tempo. Assim que o entregou, deixou-o só novamente. Ela achava que era disto que ele precisava. E estava certa.

O líquido estava quente. Um tanto amargo, mas a seu gosto. Hora ou outra, Daniel caminhava compassadamente por cada um dos quatro cantos da sala. Explorava uma ou outra decoração, bebia um gole de café, dava outra volta, ia até a janela, e voltava. Pegava uma das fotos nas refinadas molduras, sorria, e bebia mais um gole. Passou tempos assim, na vastidão do silêncio, onde os únicos sons vinham de sua mente inquieta.

Em determinado instante, Daniel ouviu um grito. Um grito agudo, que vinha do banheiro. Era a voz de Luana. Ele assustou-se. Largou o quadro e correu naquela direção, enquanto seu nome era exclamado por diversas vezes.


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Notas finais do capítulo

Tensos? Curiosos?
Acho que é muita emoção pra um capítulo só. Mas não é disso que o povo, gosta?
Obrigada por lerem e até a próxima!



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