O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana
Notas iniciais do capítulo
Olá leitores, como vão?
Nada a declarar hoje.
Boa leitura.
O pequeno filhote, que antes brincara por longos minutos, agora dormia profundamente sobre a cama, ao lado da dona. Eram quase três horas da tarde. As cortinas estavam meio abertas, semi iluminando o quarto. Luana estava quase dormindo também, quando sentiu as patas do cachorro arranharem-na. Ele mexia-se muito. Parecia estar sonhando.
– Ozzy... – Passou a mão sobre seus pelos macios, fazendo-o acordar assustado. – Estava tendo pesadelos, querido? Hum?
– Lua? – Perguntou Ellen, entrando no quarto.
– Ham?
– Ah, desculpa se te acordei.
– Tudo bem. Eu só estava cochilando.
– Hm... normal.
– O que? Eu dormir de tarde? Não, com certeza não é normal.
– Esqueceu que tá grávida, por acaso?
– E o que tem a ver?
– Tudo e mais um pouco. – Luana deu de ombros. – Pelo visto, o Ozzy estava dormindo também.
– E ele fica ainda mais fofo com essa cara de sono. Está vendo esses pelos todos assanhados? – Observou a ruiva, rindo fraco. – Aliás, que cheiro de comida é esse?
– Ah, sim. Foi por isso que vim te chamar. Eu fiz uns sanduíches.
– Opa! Cadê? – Entusiasmada, ela levantou-se da cama.
– Falou em comida, você já se alegra toda.
– Mas é claro.
– Vou comer contigo, por que se dependesse de você, tenho certeza que não sobraria um sanduichezinho pra contar história. – Luana sorriu com malícia, pois a amiga estava certa. E estranhamente, sempre estava.
...
Horas mais tarde, o trio e os convidados da noite já estavam no Tuca, treinando para o espetáculo que estava prestes a começar. Após o treino, alguns foram para o camarim. Outros, ficaram ali mesmo, no palco, conversando sobre tudo e todos.
– Ontem teve jogo. – Comentou Elídio.
– O Corinthians ganhou, não é? Eu assisti. – Anderson deu procedência. Sanna tinha um sorriso largo no rosto. Dos orgulhos que tinha, esse era um.
– Ei, Dani.
– Hã?
– A gente está conversando e nem parece que você está aqui.
– Perdão. O que era mesmo?
– O jogo.
– Faça-me o favor né, Elídio? Sabe bem que eu não curto isso.
– Pois é. Só que nós poderíamos estar falando das plantações de uva da Argentina, e você não estaria dando a mínima importância do mesmo jeito. – Anderson olhou-o confuso, com aquela expressão que ele conhecia bem. “Por que justo as plantações de uva da Argentina?” perguntou-se.
– Ah para de encher o saco, Lico.
– O que eu te fiz?
– Nada. Esquece.
– Então, o que há de errado contigo?
– Longa história.
– Agora que começou, vai ter que continuar. – Anderson se manifestou novamente. E Daniel os fitou por um bom tempo. Parecia lembrar de algo.
– Eu vou contar, mas só pra vocês dois. Ninguém mais deve saber por enquanto, ok?
– Ok. Sou todo ouvidos. – Disse Elídio.
– É tão sério assim que ninguém mais pode saber? – Perguntou o mais alto.
– É só nos íntimos em quem se confia.
– Prossiga.
Daniel passou os dedos pelos finos fios de cabelo, na tentativa de arrumá-los, ou quem sabe, em sinal de inquietação. Os fitou novamente, desta vez, com ainda mais intensidade.
– Pra início de conversa, eu já peço desculpas por estar sendo tão chato, mas é que não dá pra pensar em outra coisa senão nisso. E, bem, a questão é que vou ser pai. – Os outros dois mantiveram o silêncio. Mas logo, Elídio começou a rir, enquanto Anderson apenas o olhava com um sorriso discreto na face. – Qual o motivo da crise de risos?
– Ué. Não era pra rir? – Sanna disse às gargalhadas. Já Daniel, não demonstrou mais reação. Ameaçou levantar-se e ir embora.
– Espera, Dani. Elídio, para de rir. – Ordenou Anderson, autoritário.
– Um instante, você está falando sério? – Elídio perguntou, não tão surpreso quanto o outro barbixa.
– Estou.
– Eu sabia... – Anderson comentou baixo. Tão baixo que quase não se pôde ouvir. Daniel o fitou confuso.
– Como sabe? Quem lhe disse?
– Ninguém me disse. Eu simplesmente já desconfiava. – Ele ainda tinha aquele mesmo sorriso fechado no canto da boca, que insistia em ficar.
– Quem diria. Parabéns, cara. – Elídio agora tinha o semblante sereno, como se nesse instante, as piadas não tivessem mais razão para existir. Levantou-se para dar-lhe um abraço, um gesto de companheirismo que há tempos não eram demonstrados verdadeiramente um pelo outro. – E pensar que um dia desses estávamos fazendo trabalho de química pro colégio. A gente tá ficando velho.
– Mas Dani, você não me parece feliz com essa novidade. - Anderson questionou.
– Eu estou, eu juro. Já pensei muito sobre tudo, e só quero o bem desse bebê. Mas já não posso dizer o mesmo da Luana. Ela mesma me disse que não tem afeto nenhum por ele, que não está preparada, etc e etc. Já falou até em abortar. E eu simplesmente não tenho como não me entristecer com como ela age e com que ela diz.
– Espera, a Lua falou isso? – Anderson surpreendeu-se.
– Sim, ela falou.
– E o que vai fazer agora?
– Eu? Não sei. Mas como diz ela, vamos deixar que o destino nos mostre.
– Palavras bonitas. – Elídio disse com um sorriso meigo.
– Mas enfim. – Disse o mais velho, levantando-se. – Já são 20:55. Daqui a pouco o público começa a chegar e a gente ainda não tem se arrumado. Vamos. – Anderson estendeu a mão a Daniel, propondo ajuda-lo a se levantar. Assim que o fez, Andy deu-lhe um tapa nas costas. Daniel sabia bem o que o amigo queria dizer, apenas com esse singelo gesto. Era um simples "Força" ou um "Vai dar tudo certo".
O trio saiu do palco, em direção ao camarim, onde estavam os demais. Certamente, dali a alguns minutos, todas as cadeiras estariam devidamente ocupadas, como em todas as noites de quinta-feira.
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Eita nóis...
Não sei se onde vocês moram, as pessoas falam "eita nóis". Mas aqui nóis fala! Hahaha
Obrigada por lerem e até a próxima.