Katherine Cullen

— Ele ligou mais uma vez – Renesmee disse parada na porta do meu quarto. – Não acha que devem conversar?

Já faziam três longos dias que havia ocorrido a briga na floresta, e depois que sai de lá digamos que algumas poucas arvores foram quebradas devido a briga que o lobo e o vampiro tiveram, me odiei por me importar com isso, até que colocasse em minha cabeça que o único motivo da minha preocupação era a ligação. Apenas a ligação. Depois disso, o telefone de casa não para de tocar, Dean liga de meia em meia hora perguntando por mim, querendo falar comigo. Já Paul vem até aqui e fica sentado na varanda até que alguém o mande embora, e essa função fica muitas vezes para o meu pai, que estava lidando com isso bem melhor do que eu.

— Não – respondi, enfiando a cabeça no travesseiro. – O lobo ainda está na varanda?

— Sim – respondeu. – Quero chama-lo para entrar.

— Posso pular a janela sem sofrer nenhum arranhão. – ela se aproximou, sentando na ponta da cama.

— Não acho que seja justo o que está fazendo com Paul.

— Mãe! – a repreendi. – Você acha justo o que fizeram comigo? Lembra o motivo pela minha rebeldia à alguns meses atrás?

Lembranças de tempos atrás invadiram a minha cabeça como tsunami, lembranças pela qual eu lutava para serem esquecidas. Eu havia enlouquecido, não só pelo fato de que viraria uma loba, mas pelo fato de que estaria ligada a uma matilha para toda a minha vida, e não era nada disso que queria para mim. Quando comecei a lidar com a minha aproximação com a matilha me conformei e fui, aos poucos, me acostumando com isso. E agora, me aparecem mais duas linhas pela qual estou presa, a bastante tempo, mesmo sem saber.

— Ele não escolheu – ela disse. – Assim como o seu pai também não.

— Não é o que eu quero para mim – falei. – Quero poder escolher o que fazer da minha vida, estar presa a matinha já é o suficiente.

— Você tem todas as escolhas necessárias, e foi por isso mesmo que ele não contou, tenho certeza.

— Eu não vou falar com ele – respondi, fechando os olhos. – Por favor, me deixe sozinha.

Ela ficou ali durante algum tempo, não sei quanto, e depois desceu as escadas.

Abri os olhos depois de ouvir as batidas desesperadas na porta do quarto, levantei-me da cama para abri-la dando de cara com Sam, com uma expressão não muito boa.

— Aconteceu alguma coisa? – perguntei.

— Sei que Paul contou que tivemos alguns ataques nos últimos dias – ele disse. – Sei também do que esta acontecendo com vocês. Mas os animais, responsáveis pelo ataque, montaram um plano, e vão nos atacar essa noite. Não temos condições de lutar sozinhos nessa, mas também não podemos pedir ajuda aos Cullen. Eles são muito mais fortes que nós, e só podem ser mortos se o coração for arrancando de dentro de seu corpo.

Meu coração estava quase sendo arrancado de dentro do meu corpo de tão forte que batia.

— Onde quer chegar com isso, Sam?

— Precisamos de um elemento surpresa – ele disse. – Precisamos que seja você!