Ao voltarmos a Berk, encontramos todos no porto. E aquele foi o único momento em que tive o pressentimento de estar me esquecendo de alguma coisa importante.

- O líder Soluço e a princesa Astrid. - gritou alguém, fazendo com que os que ali se encontravam abrissem caminho.

- Oh, droga! Você não sabe o quão horrível é ser chamada de princesa o tempo todo. - sussurrou ela indignada.

- Princesa eu não sei - disse em tom irreverente - Agora, chefe, líder, mestre, autoridade...

- Tá legal, já entendi.

- Vosa excelência...

- Espinha de peixe.

Infelizmente quando abri a boca parra protestar, minha mãe apareceu a nossa frente.

- Bom dia, querido. - disse me abraçando - Bom dia, Asty.

- Bom dia Val. - respondeu minha namorada, também abraçando a mais velha.

- Eita, os apelidos pegaram! - exclamei.

- Não é só você que pode! - disseram as duas juntas, se olhando e rindo logo em seguida.

Era incrível. As duas tinham uma sincronia perfeita, que ia muito além de uma ligação de nora e sogra. Se Astrid fosse morena, ou minha mãe fosse loira, as duas se passariam por mãe e filha facilmente.

- Mãe, qual é a dessa algazarra toda?

- Asty, oque você está fazendo com os neurônios desse rapaz? - perguntou minha mãe em tom divertido - Seus amigos estão voltando daquela missão em qua você os mandou.

- Dessa nem eu me lembrava - disse Astrid pensativa - Agora faz todo sentindo todos esses dias de silêncio e calmaria. Nada de brigas, gritarias, incêndios...

- tinha até me esquecido dessa desculpa... digo, dessa missão que os fez ir àquela ilha bem distante.

- ELES CHEGARAM! - gritou Sven - Acabou nossa paz!

E lá estavam eles. Melequento, Perna-de-peixe, Eret - que por mais incrível que pareça fazia parte da turma agora - e os gêmeos.

Mas junto com eles havia mais alguem. De um Dragão prateado e impecável, dssceu aquela pessoa que eu não imaginava ver por um bom tempo.

- Heather! - exclamou a moça ao meu lado.

A morena veio na direção da Hofferson e a abraçou como se fossem irmãs.

- Nossa, Astrid - disse Melequento - nem parece que sentiu minha falta.

- Ah, claro. Quase morri de saudades. - disse a loira, sarcasticamente.

- Espera, você não tava caidinho pela Cabeça-quente? - perguntou Eret, confuso.

- Fazer oque, cara? As gatinhas amam o Melequento. - disse ele piscando para Heather que o ignorou completamente.

- Soluço, eu não queria parecer indelicado - disse Perna-de-peixe - mas o que essa gente toda está fazendo aqui em Berk?

- Hum... algumas pessoas aqui são gregas - disse Cabeça-dura pensativo - e outras são romanas. Dá pra ver pelas roupas.

Ficamos todos boquiabertos. Cabeça-dura e inteligência eram duas coisas que realmente não batiam.

- E como sabia disso? - perguntei incrédulo.

- Sabia de quê? - ele me devolveu com outra pergunta.

- Ah, ótimo. Acabaram os quinze segundos de inteligência. Agora só mês que vem.- Astrid ironizou.

- E por que estão aqui? -indagou Perna - Gregos e Romanos podem ser um risco para a paz de Berk.

- Antes esse fose o problema, Perna. Dagur está subcomandando ataques contra Roma e Cretória. E seu próximo alvo é Berk.

- Uma semana fora e a gente perde as únicas coisas legais que acontecem nessa ilha? Eu desisto de questionar a Odin sobre o desastre que e minha vida. - Cabeça-dura saiu indignado em direção à sua casa.

- E vocês não sabem nem da metade. - eu.

- Aí, Astrid, qual é a da "princesa de Cretória? - Melequento.

- Astrid é uma princesa. E o tio sela quer matá-la. - eu.

Ficamos em silêncio por uns trinta segundos.

- Que. Coisa. Mais... Maneira!!! - Cabeça-dura desistiu de ir para casa e voltou para a conversa.

- Imagina que mameiro se a gente fosse morto pelo nosso tio! -sua irmã entou em sua linha de raciocínio.

- Gêmeos. Foco.- os retirei da linha.

-Vem cá. Tem bastante gente aqui,e o clima ta meio tenso. Que tal fazermos uma pequena festa. Tipo um jantar diferente, coisa pequena.

- sem querer me intrometer - disse Helena - Mas por que não fazemos uma comemoração grega.

* * *

Nota pessoal: rever os conceitos gregos de "coisa pequena".

O grande salão tinha gente brotando do teto. O local estava tão cheio que eu não conseguia nem andar direito. Na verdade, não conseguia nem respirar.

Todos estavam lá, exceto as gregas, Astrid e Heather. E sério, naquele momento eu queria ser uma mosquinha só para saber o que elas estavam aprontando.

Foi quando eu perdi o dom da respiração.

- Uau.

Foi a unica coisa que consegui dizer.

As gregas estavam ao redor de uma princesa cretoriana dentro de um vestido longo e branco, com um abertura que partia de seu joelho esquerdo. Era preso na cintura por um cinturão de ouro e algumas pulseiras do mesmo material nos braços. Seus cabelos presos em um rabo de cavalo com a franja solta e sua head- band na cabeça.

Ela estava magnífica.

Só havia um pequeno problema: o maldito decote. Os homens ali presentes a devoravam com os olhos, e com razão. Astrid sempre fora a guerreira mais desejada de Berk, e alguns até diziam que ela era amaldiçoada por Freya, por ser mais bela que a própria deusa.

Mas maldições a parte, aquela mulher estava me deixando louco. Parecia que ela estava fazendo um joguinho, só para me provocar e me fazer submisso.

A festa estava rolando muito bem - tirando o decote. Alguns caras passaram da linha no vinho, mas nada muito grave. O que estava mais me irritando era o fato de que de cinco em cinco minutos aparecia alguem dando em cima da minha namorada. Cá entre nós, será que ninguem desconfia que ela é namorada do líder?

Um romano chegou perto dela. Ele claramente estava bêbado e estava se engraçando demais para o lado de Asty. Eu já ia mandá-lo vazar, quando Astrid se viro e o abusado deu um tapa em cheio em seu traseiro.

E a loira deu um tapa em cheio em sua cara.

O tapa foi tão forte - e merecido - que derrubou o infeliz no chão, fazendo-o ficar por ali mesmo.

Puxei Astrid para um canto isolado do salão onde ninguem pudesse nos ver e pudessemos conversar a sós.

- Aquilo foi culpa desse seu decote. - disse irritado.

- Vai dizer que não gostou...? - ela revidou provocante.

- Aqueles caras estavam te devorando com os olhos!

- Ai meu Thor, ele ta com ciúmes. - ela disse co vos de bebê.

- Estou mesno! Não quero nenhum idiota passando a mão na MINHA namorada.

- Ah é? Então por que você não vem e pega a SUA namorada?

Eu a agarrei pela cintura e sussurrei em seu ouvido:

- Você me enlouquece, garota.

Eu lhe roubei um beijo intenso, como nenhum nunca havia sido antes. Aquele beijo era diferente de tudo o que eu já havia experimentado.

Mas como tudo que é bom dura pouco, logo fomos interrompidos por um brusco abrir de portas, que eu tinha certeza vir de Bocão. Ele estava respirando ofegante como se tivesse acabado de participar de uma maratona.

- Dagur... eles estão... estão invadindo a ilha.