Os cretorianos ficaram boquiabertos. E não os culpava, afinal, estavam frente a frente com a princesa Astrid Hofferson, a única que conseguiria derrubar Athos e salvar o reino. Até Ítalo - um rapaz de olhos mel e cabelos ruivos, que aparentava ser o mais novo dali - estava mais que surpreso. Quando a princesa desapareceu, ele provavelmente ainda era um bebê, e, em tese, aquela era a primeira vez que a via.

A primeira a exibir algum tipo de reação foi Helena, que deu alguns passos em direção à princesa - ainda vou me acostumar a chamá-la assim - ainda com os olhos marejados.

Ela agarrou os braços de Astrid de tal maneira que, se fosse eu em seu lugar, teria me contorcido de dor.

A-astrid... é... você mesmo? - pergunta a capitã quase em um sussurro.

A loira nada disse. Apenas assentiu sem expressão definida no rosto e deixando uma pequena lágrima solitária cair, acarretando várias outras a medida em que sua prima a abraçava mais forte.

Um turbilhão de pensamentos invadiu minha mente, e eu tinha certeza de que não era o único. O que pareceram cinco minutos, foram na verdade meia hora, quando as duas se separaram ainda abaladas com todos os acontecimentos.

As aconselhei irem para casa, assim como todos ali presentes.

No dia seguinte não se viu Astrid e muito menos Helena.

Alana e Adisa - as irmãs loiras de olhos negros - informaram que elas ficariam o dia inteiro colocando anos de distância em dia - o que eu achava muito difícil. Decidi não atrapalhá-las e fazer minhas funções, afinal eu era o líder. E também por que a noite queria fazer uma surpresa para minha amada.

* * *

Já era quase noite em Berk, mas as donzelas cretorianas nem ligavam.

- O líder Strondus disse ontem que você era namorada dele? - perguntou Maia.

Ela tinha um estilo bem diferente, possuía cabelos bem negros, com uma mecha azul-esverdeada, assim como a cor de seus olhos. Portava pulseiras coloridas ao longo de todo braço e um pingente de pérola negra no pescoço, no qual não parava de mexer.

Asty ficou extremamente ruborizada. Ela não admitia, mas assuntos como esse - por mais bobos que fossem - a deixavam bem constrangida.

- Ah, sim - ela deu um risada sem-graça - Nós namoramos a quase... pra falar a verdade hoje faz três anos que estamos juntos. MEU THOR!! HOJE FAZ TRÊS ANOS QUE ESTAMOS JUNTOS. Como, Astrid Hofferson?! Como você pôde esquecer essa data que custou dois anos para fazer Soluço lembrar?

- Calma, Tity. - Helena tentava esconder o riso mais que tudo.

- Juro que estava na esperança de você ter esquecido esse apelido ridículo.

- Jamais. Acho que chegou a hora de fazer oque os gregos fazem de melhor: vamos improvisar.

* * *

- Scho que ficou bom - disse Alana, a irmã mais nova.

- É o dragão dele, não é? - perguntou Helena.

- É sim. Um Fúria-da-Noite. - disse Astrid por fim, segurando a miniatura feita de madeira entre as mãos com certo brilho nos olhos, observando o trabalho que traria orgulho a qualquer carpinteiro.

Ela estava tão distraída com o objeto que nem ouviu a batida rítmica que sóeu fazia na porta, até Helena abrí-la.

- Com licença, milady's, mas vou ter que tomar certa pricesa de vocês. - eu disse em frente a porta.

Ela guardou o meu futuro presente em uma bolsa e virou-se de maneira que eu pudesse olhar em seus olhos.

- Vá em frente - disse a capitã enquanto passava por minha namorada com um olhar de malícia.

A moça apenas revirou os olhos e saiu da casa. Assim que ela fechou a porta fiz questão de beijá-la ternamente, apenas para matar a saudade. Já se passavam das 23:00hrs, então não haveria nenhum bisbilhoteiro nos espiando, exceto as moças dentro da casa. Mas quem ligava? Cada centímetro daquela ilha sabia que eu amava aquela garota, e eu poderia gritar naquele mesmo instante, só para deixar bem claro -mas não queria correr o risco de ser apedrejado.

- Feliz aniversário -eu disse bem baixinho para que só ela pudesse ouvir.

- Feliz aniversário.

- Vem comigo. - eu pedi e nós fomos juntos até a praia.

De lá assobiei para Banguela que apareceu de onde eu não sei.

Ajudei Asty a subir e voamos para o meu destino. Durante o voo ficamos calados, apenas apoveitando o momento enquanto sentia arrepios a cada vez que ela apertava um pouco mais minha cintura. Era uma sensação diferente a cada vôo

Ao chegar em certo ponto que eu marquei mentalmente , pedi que a mesma passasse para meu lugar.

- Qual o motivo?

- Quer fazer o favor de obedecer?!

- Não brique com fogo, querido.

Eu apenas revirei os olhos enquanto trocavamos de lugar e eu ajustava a calda de Banguela para o modo automático.

Eu tirei um pequeno pano de um dos meus bolsos e comecei a vendá-la.

- Ta legal, agora você está começando a me assustar. Por acaso isso é um sequestro?

- É, talvez. - disse em tom divertido.

Não podia ver seus olhos vendados, mas tinha a mais completa certeza de que ela revirara os olhos por baixo do pano.

Eu a virei de frente para mim e fiquei a encarando por um certo tempo.

- O que foi? - ela perguntou um pouco desconfortável.

- Pos que você se apaixonou por mim? Quer dizer, eu sou um magricela, inútil, perneta e não tenhonnada de interessante. Nem bonito eu sou.

Ela segurou meu rosto entre as mãos de maneira que eu "olhasse em seus olhos".

Deu ruim.

- E quem disse que isso importa? E se importasse, vamos reformular: você não é e nunca vai ser inútil. Você é ótimo escritor, inventor, e tenho certeza de que será o maior líder que Berk já viu. Seu charme é essa sua perna de metal aí - ela disse em meio a um sorriso. - Você é a pessoa mais interessante que eu já conheci em toda minha vida, ninguem perde assunto perto de você, é realmente incrível. E beleza nunca inporta quando existe amor verdadeiro. Mas só para esclarecer, eu te acho lindo.

- Você é incrível, garota! -exclamei enquanto a abraçava - E fique sabendo que eu nunca teria chegado onde cheguei se você não estivesse o tempo todo ao meu lado.

Ela ia falar alguma coisa, mas assim que avistei meu destino logo falei sem dar chance a ela:

- Mas, chega de papo por que temos uma noite esperando por nós.

Banguela pousou suavemente em um campo gramado . Eu desmontei, não sem antes dar um selinho na minha Little Princess e a ajudei a descer. Ou pelo menos tentei, já qje assim que ela colocou os pés no chão, um certo dragão literalmente jogou-a encima de mim, fazendo ambos irmos de encontro a grama por conta do orvalho.

- Banguela! - ralhei com ele que se divertia com a cena.

- Por acaso está ficando mal-criado igual ao dono? - provocou a loira ao meu lado.

- Fala como se fosse eu a mimar ele, e não você e minha mãe.

- Hum!

- Hum nada!

- Por acaso não tem medo da morte não? Se joga de um penhasco. Dizem que é mais eficaz.

- Ah, Thor. Eu mereço.

A segurei pelas mãos e a levei exatamente ao local que eu queria, fazendo-a tropeçar algumas vezes e levando aguns tapas.

Quando estavamos posicionados, retirei sua venda observando seus olhos brilharem intensamente em um azul elétrico inexplicável.

O que havia a sua frente era uma ilha repleta de rosas brancas - sabia que eram suas favoritas - por todos os lados, com uma queda d'água de tirar o fôlego a leste e uma praia de areia branca e fofinha. No centro dela, havia uma cesta de piquenique encima de uma toalha ao lado de uma barraca montada estrategicamente no local.

- Você... fez tudo isso pra mim? - ela perguntou incrédula.

- O que você acha? Três anos são muita coisa. Tinha que ser algo espececial.

- Poxa, me sinto até sem graça -disse ela abaixando a cabeça.

- Pos que?

Ela tirou o meu presente da bolsa e confesso que fiquei surpreso. Não esperaca algo do tipo vindo dela, então meu coração foi tomado por um felicidade incrível. Abracei-a e depositei um beijo terno em seu lábios.
Mais feliz que eu só Banguela, que pulava como louco em Astrid e imitava a pose da miniatura.

- Agora é hora do meu presente.

- Espera aí, tem mais?

- Nunca subestime a mente de uma espinha-de-peixe, minha querida. Se lembra da noite em que você me entregou aquele pergaminho? Foi a noite em que eu encontrei essa ilha. Sem duvida alguma é a mais linda do arquipélago, eu eu queria você fosse a primeira pessoa a vir aqui comigo - uma pedrinha foi direcionada à minha cabeça - Ai! Pessoa, Banguela. PESOA!

Gritei, causando risos em Asty.

- Voltando ao assundo, eu queria nomeá-la com um nome mais que especial.

- E já save qual vai ser?

- Sim. Vai ser Astrid.

Ela me olhou noamente incrédula, pulou em mim e beijou-me. Um beijo que causou a mim sensações jamais sentidas antes.

- Por que tudo isso?

- Apenas para que você saiba que eute amo, Little Princess.

- Mas disso eu já sei - e me beija novamente - eu também te amo, meu Viking teimoso.