Dutch Love escrita por AfilhadaDeApolo


Capítulo 8
Burning fiercely




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– Karms... Eu acho que estamos perdidas. – Comentei visivelmente preocupada, ao verificar que tínhamos voltado, mais uma vez, ao mesmo lugar. – Estamos andando em círculos.

– Relaxa, Amy, vamos encontrar a saída. – Karma respondeu. Ao perceber que sua frase não causara em mim o efeito desejado, a ruiva revirou os olhos e me puxou para dentro de uma sala vazia.

– Você não pode e nem deve surtar no nosso primeiro dia aqui. Sério, mantenha a calma. Qualquer coisa ligamos pro Shane. – Karma tentou me acalmar.

– O problema é que eu esqueci o meu celular no quarto. – Respondi, verificando meus bolsos.

– É para isso que eu tenho o meu. – Ela disse, apanhando o seu aparelho e fazendo uma careta após olhar para a tela do mesmo. – Que está sem bateria. – Suspirou. – Droga.

– Que maravilha. – Falei ironicamente, enquanto tentava me lembrar de como havíamos parado naquele lugar. – E se tentarmos refazer nossos passos?

– Já tentamos isso, lembra? Os corredores são todos muito iguais, não deu muito certo. – Ela comentou, se referindo ao labirinto de corredores no qual nos encontrávamos.

– Ah, é. – Falei, me recordando. – E por que diabos essa área da universidade está vazia?

– Não faço a menor ideia. – A ruiva respondeu, vindo ao meu encontro. Talvez porque seja fácil se perder aqui. – Suspirou. – O que vamos fazer?

– Acho que só nos resta continuar tentando achar uma saída. – Respondi, fitando os grandes olhos verdes.

Karma assentiu e retribuiu o meu olhar. Ficamos nos olhando fixamente durante alguns segundos e, assim que percebi o clima que estava se formando, sorri e desviei os meus olhos dos dela.

– Vamos. – Karma segurou a minha mão e me puxou, fazendo-me ficar ao seu lado.

Saímos, por fim, da sala vazia, e continuamos e caminhar pelos infinitos corredores da faculdade holandesa. Após mais longos dez minutos, encontramos um corredor pelo qual não havíamos passado antes e, assim que o percorremos, achamos uma porta lateral que dava para os jardins.

– Graças a Deus! – Comentei aliviada, gerando uma pequena risada por parte de Karma. – Ah, nem vem! – Empurrei-a de leve. – Não venha tentar me convencer de que você não estava com medo de ficarmos presas naquele labirinto pra sempre. – Falei, com a sombrancelha direta arqueada.

– Ok, ok. – A ruiva fez biquinho e abaixou a cabeça, me fazendo rir.

– Acho melhor voltarmos para os dormitórios e nos prepararmos para a festa de boas vindas de hoje a noite. – Comentei, me lembrando do evento.

– Concordo plenamente.

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– Posso me arrumar junto com você? – Karma perguntou, assim que chegamos ao meu quarto.

– Claro que pode. – Respondi com um sorriso. – Mas acho melhor você pegar as suas coisas primeiro, não é?

– Er.. Claro. – Ela disse, esfregando a testa. – Já volto.

Assenti, e Karma partiu para o seu quarto. Assim que fiquei só, aproveitei o tempo e peguei minhas coisas de banho, partindo para o banheiro no segundo seguinte. Liguei o chuveiro e me despi enquanto esperava a água esquentar. Entrei de baixo da mesma após alguns minutos e suspirei ao sentir as gotas de água quente tocarem a minha pele gélida.

Não demorei muito no banho e quando saí do mesmo, coloquei meu pijama e parti para o quarto. Karma estava me esperando sentada em minha cama.

– Olá, srta. Raudenfeld. Não acha falta de educação ir tomar banho sem nem me comunicar antes? – O seu tom era de brincadeira.

– Muito boa tarde, srta. Ashcroft. Perdão, deveria tê-la avisado. – Respondi, séria. Nós duas rimos com a brincadeira logo em seguida.

– Minha vez. – Karma sorriu, e partiu para o banheiro.

Enquanto esperava a ruiva terminar o seu banho, separei algumas roupas para experimentar, tendo que escolher a que eu considerasse perfeita para aquela noite. Tirei o meu pijama com precaução, sempre atenta ao som do chuveiro ligado. Provei as peças e, por fim, fiquei em dúvida entre dois looks. “Vou esperar Karma sair do banheiro e ela me ajudará a decidir. ” – Pensei, segundos antes de avistar a ruiva saindo pela porta e adentrando novamente o quarto.

– Hey. – Falou, ao se aproximar de mim.

– Hey. Preciso da sua ajuda. – Pedi, com os olhos brilhando.

– Diga. – A ruiva se sentou ao meu lado.

– Estou em dúvida em qual roupa devo vestir para esta noite. Poderia me ajudar?

– Claro. Mostre-me. – Karma respondeu, sorrindo.

Eu logo me levantei e fiquei de frente para ela, mostrando a primeira peça. Eu vestia uma saia vermelha, com uma blusa curta branca e colada no corpo. Simples, porém, sexy.

– Você está linda. – Ela comentou, observando-me atentamente. – Qual é a próxima?

– Obrigada. – Senti minhas bochechas corarem ao ouvir o elogio. – Já volto. – Falei, fazendo menção de ir até o banheiro para provar a próxima roupa.

– Tem vergonha de mim agora? - Escutei Karma dizer às minhas costas, fingindo ressentimento. – Pode se trocar na minha frente se quiser, ok? – Ela riu.

– Ah, ok... – Respondi, ainda me sentindo um pouco envergonhada com a situação. Me despi o mais rápido que pude e, enquanto ia colocando a roupa seguinte, percebi que os olhos de Karma percorriam toda a extensão de meu corpo nu. “Oh, céus.” – Pensei comigo mesma, já um pouco nervosa. Terminei de me vestir e então me virei de frente para ela novamente. – E aí...?

– Nossa. – Ela comentou, surpresa. – Você está... deslumbrante. - Percebi a sua escolha cuidadosa de palavras. Ela parecia querer dizer mais, mas por algum motivo se conteve.

– Obrigada. – Disse, sentando-me ao seu lado. – Me ajuda com a maquiagem? – Perguntei, com um sorriso bobo.

A ruiva assentiu, divertida, e então nos dirigimos até o banheiro.

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Uma hora e meia depois, Karma e eu estávamos prontas para arrasar na festa. Tudo demorara o dobro do tempo que eu estimara, pois a ruiva não conseguia se decidir na escolha do sapato. Por mais que eu tentasse ajudar, o seu lado indeciso sempre prevalecia. Por fim, estávamos ambas de vestidos curtos, rendados e colados ao corpo. As poucas diferenças entre os nossos vestidos eram os seus detalhes, o comprimento e a cor. O meu era branco, o de Karma, verde. Ambos os cabelos estavam soltos e a nossa maquiagem era simples. Usávamos saltos de tamanho médio.

– O dever nos chama. – Comentei, saindo do quarto seguida por Karma.

– Vocês estão lindas, meninas. – Shane elogiou, checando os nossos visuais assim que nos encontramos no corredor.

– Obrigada. – Eu e Karma respondemos ao mesmo tempo.

– Você também está. – Retribuí o cumprimento. O moreno vestia uma camisa social azul escura, uma calça vinho e um colete da mesma cor.

– Eu sei. – Shane respondeu, rindo.

– Idiota. – Bufei e cutuquei meu amigo.

– Ai! – Ele reclamou, olhando feio pra mim.

– Vamos, crianças. – Karma comentou, rindo. Nos puxou e nos conduziu para aonde táxis nos aguardavam.

– Alguém sabe onde é essa festa? – Shane perguntou, assim que entramos no táxi.

Eu e Karma nos entreolhamos e negamos com um gesto de cabeça.

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Após quinze minutos, o carro nos deixou em frente a uma mansão, que começava a se encher de adolescentes aos poucos.

– Meu. Deus. – Karma e Shane exclamaram juntos, ao contemplar a imensidão do lugar.

– Será que a gente deve entrar agora? – Perguntei, meio sem saber o que fazer.

– Mas é claro! – Shane respondeu, ainda mais entusiasmado. Ele logo começou a caminhar a passos rápidos em direção a entrada da mansão. Eu e Karma o seguimos.

Ao adentrarmos a residência, ficamos ainda mais impressionados com a beleza interna do lugar. Apesar dela ser um pouco antiga, a decoração era totalmente contemporânea, dando-a um estilo bem requintado e jovial. Os cômodos eram grandes e extensos, me fazendo pensar em como deveria ser fácil se perder ali dentro. Eu, Karma e Shane fomos até a sala de estar e nos sentamos em um sofá vermelho no centro da mesma.

– Vou pegar alguma coisa para beber. – Avisei os meus amigos e me dirigi até um pequeno bar no outro lado da sala. Sentei-me em um dos bancos e fiquei esperando o bartender.

– Hey! – Ouvi uma voz feminina e familiar me chamar.

– Reagan! – Comentei, ao ver a morena ao meu lado.

– O que vai beber hoje? – Reagan perguntou, em um tom desafiador.

– Eu ainda não sei. – Confessei.

– Sugiro que experimente um Coquetel Paradise. É doce e não tem muito álcool, mas é gostoso, bom para começar a noite.

– O que é você? Uma especialista em bebidas agora? – Brinquei, cutucando seu ombro.

– Meu tio era dono de um bar, então eu sei muita coisa sobre drinks. Até fazer alguns, inclusive. – Ela comentou, sorrindo.

– Isso é incrível. – Respondi, também sorrindo. – Poderia me ensinar algum dia? – Perguntei, fitando seus olhos negros.

– Eu adoraria. – Ela retribuiu o meu olhar.

– O que as senhoritas vão querer para esta noite? – O bartender interrompeu o nosso contato visual.

– Um Coquetel Paradise e uma dose de tequila, por favor. – Reagan fez os pedidos.

– É pra já. – O moço sorriu, começando a preparar o que lhe fora ordenado.

– Ei! Não era para começarmos devagar? – Resmunguei.

– Eu não gosto de perder tempo. – A morena sorriu, maliciosa.

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POV Karma

Amy tinha saído já há alguns minutos para pegar uma bebida, deixando eu e Shane “a deriva”. Pela ainda pouca quantidade de pessoas na mansão, eu esperava que Amy não demorasse muito a voltar, porém, era o contrário que estava acontecendo.

– Ei, o que foi? – Fui tirada de meus pensamentos pela voz do moreno ao meu lado.

– Nada. – Respondi, seca.

– Você parece preocupada. – Ele comentou, se aproximando de mim.

– Eu só estava pensando no porque Amy estar demorando a voltar do bar. – Olhei para Shane.

– Ah, deixa disso! Talvez ela tenha encontrado alguém interessante por lá. – Ele brincou, em tom malicioso. Bufei com tal comentário e me levantei do sofá.

– Eu vou até lá verificar se está tudo bem. – E saí, decidida, indo em direção ao bar.

Na medida que eu ia chegando perto, a figura de Amy ficava mais nítida, e a da mulher ao seu lado, também.

– Hey, Aimes. – Falei, ao me aproximar dela.

– Ah, oi, Karma. – A loira deu uma rápida olhada em mim, mas logo voltou a fitar a morena a sua frente. – Essa é Reagan. Acho que você se lembra dela.

– Sim, eu me lembro. – Comentei, olhando para a moça. – Oi, Reagan.

– E aí, Carmen? – A morena respondeu, fazendo com que eu ficasse extremamente irritada.

– É Karma. K-A-R-M-A. – Soletrei, para ver se assim ela entendia.

– Ah, ok. Desculpe. – Ela disse, ainda não dando importância para a minha presença ali.

– Estou atrapalhando alguma coisa? – Perguntei, cutucando Amy. Quando a minha amiga ia abrir a boca para responder, Reagan falou primeiro.

– Por que não volta para lá e conversa com Shane? Você largou ele sozinho.

– Acho que não. – Respondi, apontando para o moreno que já não mais se encontrava sentado no sofá avermelhado. Ele estava no centro da pista de dança, aproveitando a música com um rapaz de cabelo ralo e musculoso.

– Esse Shane... – Amy comentou ao ver a cena. – Não perde uma. – Ela riu.

– Eu quero uma dose de vodka, por favor. – Me dirigi ao bartender, que logo me trouxe a bebida.

– Ei, ei, ei! Vai com calma! – Amy falou, ao me ver virando a dose de uma vez só.

– Eu sei me cuidar. – Respondi, ríspida.

– Acho que deveríamos ir dançar. – Reagan comentou, se levantando. – Me acompanha, Amy?

– Claro. – A loira respondeu, se levantando e acompanhando a morena.


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Notas finais do capítulo

Feliz Ano Novo, galera! Que o ano que vem seja repleto de surpresas boas para todos nós!



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