Dutch Love escrita por AfilhadaDeApolo


Capítulo 6
Together now




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Acordei na manhã seguinte com a luz do sol batendo em meus olhos. “Esquecemos de fechar as cortinas”. – Pensei assim que os abri, sentindo a sensação de cegueira momentânea em seguida.

– Argh. – Bufei baixinho, enquanto esfregava meus olhos até que eles se acostumassem com toda aquela claridade repentina. Assim que a dor cessou, percebi que estava envolvida na cintura pelos braços de Karma, e a ruiva dormia pacificamente. Me desvencilhei de seus braços devagar e me virei para olhá-la. Mesmo com o cabelo bagunçado, ela continuava linda. Sorri com o pensamento e beijei sua testa devagar, fazendo com que ela preguiçosamente abrisse os olhos e olhasse para mim.

– Bom dia, Bela Adormecida. – Cumprimentei-a.

– Brhm... Bom dia. – Ela disse em retorno, bem sonolenta. – Que... que hora são? – Perguntou, seguida de um bocejo.

– Não sei, pera aí. – Dito isso, estiquei meus braços em direção a escrivaninha ao lado da cama e apanhei o meu celular. – Merda! – Exclamei, ao ver as horas.

– Ai! – Karma reclamou. – Fale mais baixo, acabei de acordar.

– Melhor nos levantarmos ou chegaremos atrasadas na reunião. – Respondi, ignorando seu comentário anterior.

– Ah, droga. – Karma disse, desanimada. – Seria tão bom e confortável se pudéssemos continuar aqui... – Ela disse fazendo biquinho.

– Eu sei, eu sei. – Falei, com um suspiro. – Mas vamos. Temos que nos chegar a tempo... Voce sabe o quanto é importante estarmos lá. – Falei, me levantando em um pulo.

Ouvi alguns gemidos de reclamação por parte da ruiva, mas em menos de cinco minutos ela também já havia se levantado.

– Vai tomar banho primeiro? – Karma me perguntou enquanto coçava o olho esquerdo.

– Pode ser. – Falei, já adentrando o banheiro. – Prometo não demorar.

Karma apenas sorriu e assentiu. Logo me tranquei no aposento e liguei o chuveiro. Em poucos minutos, eu já conseguia sentir o vapor da água quente me invadindo por inteiro.

Dez minutos depois, sai do banheiro enrolada na toalha e com outra na cabeça.

– É... erm... esqueci de levar uma troca de roupa lá pra dentro. – Falei, constrangida.

– Não tem problema. – Karma respondeu, sem nem olhar pra mim. A ruiva estava com os olhos fixos em dois vestidos que estavam pendurados um ao lado do outro na frente do armário. – Qual eu escolho? – Ela finalmente se virou para mim.

– É... – Observei os dois modelos com muita atenção. O primeiro era vermelho estampado com algumas rosas pretas. O segundo era azul com algumas listras brancas bem discretas. – O primeiro. – Respondi por fim.

– Seria a minha escolha também. – Karma sorriu, apanhando o modelito e suas peças íntimas. – Minha vez de tomar banho. – Ela riu e passou por mim para entrar no banheiro. – Até já. – E depositou um beijo rápido em meu ombro (pelo fato de eu ser mais alta do que ela).

Senti minha pele se arrepiar toda com tal gesto, porém, por sorte, Karma não percebera. Assim que a ruiva entrou no banheiro, me livrei das toalhas que antes me cobriam e, quando pensei em escolher a roupa, lembrei-me de que eu não havia levado nada meu para o quarto da Karma quando chegara na noite anterior. “Droga!” – Pensei comigo mesma. Aproximei-me da porta do banheiro e dei algumas batidas insistentes.

– Amy? O que foi? – Ouvi o som da voz de Karma abafado pelo vapor d’água.

– Posso pegar um vestido seu emprestado? Tinha me esquecido da reunião, lembra? Então acabei não trazendo nada pra cá... – Tentei me explicar, ainda mais envergonhada do que antes.

– Claro que pode, sua boba! – Ela respondeu, divertida.

– Obrigada. – Sorri, mesmo sabendo que ela não poderia ver.

Abri, pois, o seu armário e comecei a dar uma “vasculhada” no mesmo, em busca de algo que fosse do meu gosto e me servisse. Após alguns minutos de desespero, com medo de não achar nada, acabei encontrando um vestidinho casual e simples, do jeito que eu queria. A parte de cima era branca e a saia era azul clara, com uma fita branca ao redor da cintura. Coloquei minhas roupas íntimas e corri para experimentá-lo. Terminei de ajustá-lo ao meu corpo e fui para a frente do espelho ver como eu tinha ficado.

– Você está linda... – Karma disse, se aproximando de mim com um olhar encantado.

– Obrigada. – Agradeci o cumprimento, já sentindo minhas bochechas corarem. – Você também está. – Falei, só agora reparando o quanto a ruiva estava magnífica naquele vestido.

– Obrigada. – Ela sorriu. – Quer um sapato emprestado também? – Ela me indagou, com a sombrancelha arqueada e um olhar divertido. Ao perceber o meu embaraço, Karma apenas riu. – Claro que quer. Vem cá. – Ela falou, me puxando para perto de onde os seus sapatos estavam. A ruiva deu uma boa olhada em todos eles e finalmente apanhou um branco com um pequeno salto, e o colocou em minhas mãos. – Aposto que vai ficar lindo! – Ela me animou, enquanto pegava um preto com um salto um pouco maior para si.

Ambas provamos os sapatos ao mesmo tempo e, quando nos pusemos de pé, havíamos ficado praticamente da mesma altura.

– Adorei. – Karma riu, recostando a cabeça em meu ombro. Ficamos assim por alguns segundos enquanto nos admirávamos no espelho.

– Maquiagem? – Perguntei, já indo até o banheiro.

– Simples!

– Yep! – Concordei com o seu comentário.

Os minutos seguintes foram divertidos, ambas começamos a nos maquiar e, quando uma de nós errava em alguma coisa, a outra caçoava, e vice-versa. De maquiagem feita, apanhamos os secadores e escovas e, com cuidado, secamos e penteamos nossos cabelos. Em menos de meia hora estávamos lindas e prontas para a reunião universitária.

– Melhor corrermos. – Chequei as horas novamente.

– Relaxa, Aimes. Não estamos na Inglaterra. – Karma disse, descontraída. Olhei para mesma com um olhar de desaprovação, fazendo ambas rirmos.

– Será que vamos conhecer mais alunos hoje? – Perguntei, enquanto organizava minhas coisas em minha bolsa.

– Não tenho ideia. – Karma respondeu, terminando de arrumar a sua.

– Espero que não. Não gosto de gente. – Falei em tom de brincadeira, enquanto ambas saíamos do quarto.

– Uuuui. Tive sorte de você gostar de mim, então?! – Karma deu um empurrão de leve em meu ombro.

– Com toda certeza, srta. Ashcroft. – Respondi, enquanto entrávamos no elevador.

– Espero que a sua companhia valha a pena, srta. Raudenfeld.

– E já não valeu por ontem? – Falei, fitando seus olhos. – O que seria de você sem eu para te proteger dos assassinos em série que poderiam aparecer no meio da noite? – Falei, me fingindo de ofendida pela falta de reconhecimento por todo o meu “esforço”.

– Você também estava se cagando! – Ela retrucou, rindo.

– Ok, ok, eu me rendo. – Falei, também rindo, enquanto encenava uma cena de rendição.

O elevador logo chegou no térreo e ambas saímos apressadas do hotel, entrando no primeiro táxi que vimos. Ao nos acomodarmos no veículo, Karma passou o endereço para o motorista e logo estávamos a caminho da faculdade.

– Pronta? – Ela perguntou, enquanto segurava minha mão.

– Pronta. – Sorri em resposta.


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