As primeiras pessoas a ficarem sabendo da novidade foram Wilson e Cuddy. Alguns dias depois House fez comentários que o fizeram contar para Foreman e Chase também. Estavam todos bajulando a doutora Cameron e sempre preocupados com seu bem estar, pois sabiam que era uma gravidez de risco.

Ela não quis contar a seus pais nos primeiros meses, e nem comprar nada para o bebê. Ela dizia que não queria criar falsas esperanças e que as únicas pessoas que sabiam eram as que a estavam ajudando a se manter bem. House não fazia questão de contar a mais ninguém, sabia que se sua mãe soubesse viria imediatamente e não os deixaria em paz.

E isso traria seu pai junto e a única coisa que o deixava mais tenso em relação ao bebê que viria era o fato de ele se tornar um péssimo pai assim como o seu tinha sido. Então vê-lo não ajudaria House a tentar esquecer sua vida nada boa com o pai.

O primeiro presente do bebê foi comprado quando se constatou que era uma menina. Depois de saber isso e se debulhar em lágrimas, Cameron já estava mais do que apegada ao pequeno ser que crescia dentro dela. E aproveitando o momento, House a levou para uma loja de bebês e ela optou pelo típico sapatinho rosa.

Como as coisas estavam indo muito bem até ali, Cameron decidiu contar a sua família. Afinal, se essa pequenina também não sobrevivesse a esse mundo, ela teria com quem compartilhar a dor de mais uma perda. E ela começara a ter esperanças de que tudo desse certo desta vez.

House era o melhor profissional que ela conhecia e acreditava que se algo desse errado, ele faria o seu melhor para mantê-la a salvo.

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–Sua mãe me mandou o link de uma loja virtual. Quer que eu escolha alguma coisa para a bebê. – Cameron disse a House enquanto lia o novo e-mail que a mãe dele mandara.

–Ela é louca. E se você quiser a loja inteira, acredite, ela vai te mandar a loja inteira. – ele disse revirando os olhos.

–Ela quer saber pra quando é, disse que eles vão programar alguns dias para vir conhecer a neta. – ela disse com estranheza.

–Essa palavra ainda assusta, não é? – ele perguntou sorrindo.

–É. Mas torna tudo mais real, mais palpável. – ela concluiu deixando a mesa do chefe de lado e indo em busca de um pouco de chá.

–Tenho que cumprir duas horas de clínica. Sua consulta é hoje?

–É sim. Em meia hora. – ela respondeu conferindo o relógio.

–Perfeito! Cuddy não vai proibir um pai de ver sua filha pela máquina de ultrassom, não é mesmo? – ele disse erguendo as sobrancelhas.

–House você não pode usar a minha gravidez como desculpa para fugir da Cuddy. – ela disse séria com as mãos na cintura.

–Claro que posso! Tanto que já estou fazendo isso há alguns meses. – ele disse abrindo a porta e fazendo sinal para que ela passasse.

–Ah, seu cretino. – ela disse e dirigindo-se a própria barriga murmurou – Filha, não seja assim, por favor.

–Ah fique tranquila Allie. Ela vai ser assim com certeza! – ele disse rindo.

–House! – Cuddy chamou-o.

–Droga. – o médico murmurou segurando Cameron pelo braço para que ela esperasse junto com ele.

–Tenho um caso pra você. – a diretora disse lhe entregando uma pasta. – O paciente está sendo internado, pode reunir a equipe e começar a trabalhar.

–Farei isso em uma hora. – ele disse impedindo Cameron de bipar seus colegas. Cuddy ergueu uma sobrancelha em sinal de questionamento e ele se apressou em responder. – Temos uma consulta agora, oras. Depois que eu tiver certeza que está tudo bem com ela eu chamo os patinhos e daremos uma olhada nessa sua pastinha. Ok?

–Está bem, House. Mas só porque ela é importante. – Cuddy disse com um suspiro apontando para a amiga que sorria.

Cuddy ficou observando o casal se afastar e não percebeu quando Wilson se aproximou.

–Admirando a paisagem ou as pessoas? – ele questionou sorrindo.

–As pessoas que formam a paisagem. – ela respondeu. – Eu não me canso de ver essas cenas, sabia? – ela disse indicando House que já virava em um corredor mais a frente.

–Eu também não. Meu amigo tem sido surpreendente com tudo isso que tem acontecido na vida dele. Eu realmente fiquei preocupado no começo, quando ele me contou sobre o bebê. Eu estava esperando ele surtar a qualquer momento, ter uma overdose de remédios ou simplesmente fugir, sumir do mapa. – Wilson confessou.

–Ah, ele pode ser um cretino na maior parte do tempo, mas não faria isso com ela.

–Eu já estava preparando um discurso motivador para Cameron se isso acontecesse e uma maneira de encontrar o House e xingá-lo de tudo que eu pudesse. – ele disse fazendo Cuddy rir sendo interrompida por seu celular. Atendeu rapidamente e se voltou para Wilson.

–Se importa em cancelarmos nosso jantar de hoje? A babá me ligou, Rachel ainda está com febre, acho melhor ficar com ela eu mesma. – ela disse preocupada com a filha.

–Eu acho que podemos jantar na sua casa. – ele sugeriu animado.

–Mesmo? Mas eu terei que ficar com ela, e...

–Lisa, eu faço o jantar, está bem? Você cuida da Rachel e eu fico lá com vocês. Pra mim está ótimo assim. – ele disse fazendo-a sorrir.

–Pra quem demorou a aceitar a Rachel até que você está se saindo muito bem doutor Wilson! – ela exclamou feliz.

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–Obrigada meninos! – Cameron exclamou dando um abraço em Foreman e em Chase. Seus amigos haviam comprado presentes para sua pequena que chegaria em algumas semanas.

–Tem certeza que é uma menina, não é? Porque não sei se a loja troca presentes depois de um mês da compra. – Chase disse se referindo ao macacão cheio de flores que ele havia comprado.

–Tenho sim, Chase. E caso não for, não tenho nenhum problema com o fato do meu filho usar um macacão florido. – ela disse os fazendo rir.

–Mas eu tenho senhorita. – House disse entrando na sala e fazendo uma expressão séria.

Cameron lançou um olhar assassino a ele que deu dois passos para trás.

–Ignore o que eu disse. – e se dirigindo aos homens num sussurro bem audível – Ela anda assassina com todos esses hormônios, melhor não contrariar.

–Muito engraçado você, Gregory. – ela disse séria.

–Viram só, nem minha mãe me chama assim. – ele disse fazendo os outros rirem.

Cameron pegou os presentes e foi deixa-los perto das coisas de House para que não se esquecesse de levar embora.

E foi nesse momento que ela sentiu uma coisa inusitada.

–Oh. – ela murmurou quando percebeu o que acontecera. Voltou-se calmamente até a sala do lado, onde House, Chase e Foreman estavam conversando. –Greg. – ela chamou tímida.

Ele se virou no meio de uma risada e congelou sua expressão quando percebeu o que estava acontecendo.

–A bolsa estourou. – ela disse com pânico na voz.

–São 35 semanas ainda. Não são? – Foreman perguntou preocupado.

–São. – House sussurrou e quando olhou nos olhos de Cameron ambos viram toda a confiança dos últimos meses ir embora.

A hora havia chegado.

Tudo foi rápido demais e seu medo que algo saísse errado era maior do que qualquer coisa. Cameron achava que tivera sorte por ter acontecido em seu horário de trabalho, afinal tivera três médicos prontos a ajuda-la instantaneamente.

Enquanto House a conduzia para o setor de maternidade do Hospital, Chase ia à frente para preparar o que fosse necessário e Foreman entrava em contato com o obstetra dela. Cuddy também foi avisada e correu ao encontro da amiga as pressas para que nenhum obstáculo fosse criado.

Cameron sabia que o bebê estava bem, em perfeitas condições, ele iria nascer saudável. Mas muitas coisas poderiam acontecer nas próximas horas e ela tentava não pensar em todas as péssimas possibilidades.

Quando seu médico a examinou e decidiu que o parto seria normal House suspirou aliviado. Se o médico fizera essa opção era porque Cameron tinha condições de cumprir sua parte. Agora cabia a ele supervisionar a equipe para que todos fizessem o seu melhor.

–Vai ficar tudo bem. – ele disse dando um beijo na testa de Cameron.

–Greg, eu confio em você. – ela respondeu com tamanha certeza no olhar, que Gregory House se sentiu invencível.