The Eyes Of a Panther escrita por Jibrille_chan


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Pra Teh, que me subornou 8D

Pra Kayomi, que me aturou até 3 da manhã na casa dela 8D



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Acho que eu não me lembrava de ter me trocado tão rápido assim. Eram quase 10 horas da manhã, e eu saía de casa, apressado. E morrendo de sono, mas isso era só um detalhe. Suspirei, rumando para o templo de Kai. E no caminho eu ia pensando.

 

Não que eu conseguisse organizar os meus pensamentos muito bem estando quase morrendo de sono literalmente, mas eu me esforçava. O que me fazia sair assim e não me apoiar no primeiro poste e dormir era que eu tinha que me desculpar com Uruha. E com Kai também.

 

Suspirei, entrando no templo que já era meu velho conhecido, indo direto pra casa de Kai, rezando para todos os deuses que eu conhecia e não conhecia para que Uruha ainda estivesse lá. Parei de frente a porta. Certo, o que eu iria dizer? "Desculpe por eu ser um idiota"? É, soa bem.

 

Bati na porta, esperando. Kai abriu, uma expressão um pouco triste no rosto, e aquilo fez minha culpa aumentar. Ele ficou me olhando, me perguntando mudamente porque eu estava ali. Eu só... sorri.

 

- Posso te pedir desculpas por ser tão idiota?

 

Kai sorriu, aquele sorriso fofo e cheio de convinhas que sempre animava.

 

- Olha, eu não sei se deveria. Mas como eu sou um sacerdote que tem de dar o bom exemplo...

 

- Pfff...

 

- ... eu vou te desculpar. E... acho que você não veio até aqui, com essa cara inchada de sono pra pedir desculpas só pra mim, não é mesmo?

 

Fiquei encarando Kai.

 

- Foi pra pedir desculpas pra você, também. Não se menospreze.

 

Kai riu, abrindo mais a porta e me dando espaço.

 

- Ele ainda está na cozinha. Deve estar terminando o café.

 

- Obrigado, Kai. Por tudo.

 

Kai sorriu ainda mais.

 

- Eu sou seu amigo, Aoi. É isso que os amigos fazem... cuidam uns dos outros.

 

Abracei Kai, tentando demonstrar o quanto eu estava grato por tudo. Porque ele havia realmente cuidado de mim, me socorrido nos momentos difíceis... melhor do que muitos pais que haviam por aí. Não disse nada quando o soltei, apenas saiu pro lado de fora da casa.

 

Fui entrando devagar, indo até a cozinha. Uruha estava sentado à mesa, alguns farelos de pão no rosto, parecendo uma criança. Assisti ele levar o pão na boca e depois se virou na minha direção. E ele ficou ali, me encarando, aquele pão na boca. Eu até poderia rir da cena.

 

- Ahn... Kai falou com você?

 

Ele finalmente mordeu o pão, afirmando com a cabeça e o olhar se voltando para a mesa. Eu suspirei, puxando uma cadeira e me sentando do seu lado.

 

- Eu vim te pedir desculpas.

 

Ele engoliu o pão, me olhando de esguelha.

 

- Desculpas? Você manda um recado pelo Kai pedindo pra eu não te procurar mais e você me diz que vem pedir desculpas?

 

Eu abaixei a cabeça, as palavras dele me magoando um pouco.

 

- Eu sei que eu errei. Eu sei que eu fui um idiota. Sei de tudo isso. Eu só... queria fazer algo certo pelo menos uma vez. Sei que chegar aqui e simplesmente dizer "desculpe" não resolve... Mas são desculpas sinceras. Não queria que você ficasse chateado ou bravo comigo.

 

Um minuto de silêncio ficou pairando entre nós, enquanto eu me sentia observado. Ouvi Uruha deixar o pão na mesa e ergui a cabeça, vendo ele s virar de frente pra mim.

 

- Eu não deveria. O certo seria eu te encher de porrada e nunca mais olhar na sua cara. Mas eu realmente acho que as suas desculpas são sinceras.

 

Eu sorri, aliviado.

 

- Que bom.

 

- É, mas você vai ter que pagar uma massagem pra mim, porque eu to todo quebrado de ter dormido no chão.

 

Eu ri, minha mão indo arrumar uma mecha do seu cabelo que estava fora do lugar.

 

- Pago quantas você quiser, Uruha.

 

Ele ficou me olhando por um tempo, antes de sorrir.

 

- Bom saber disso. Vou te explorar mais vezes.

 

Nós dois começamos a rir. E naquele exato momento, eu soube o quanto Uruha era importante na minha vida. E o quanto eu estava perdido. Mas nada parecia importar, contanto que ele continuasse a sorrir daquela maneira pra mim. Egoísmo, eu sei... Mas acho que tudo bem.

 

 

 

- COMO ASSIM, BRIGOU COM ELE?

 

Fiquei momentaneamente surdo com a voz de Ruki, que me gritou isso assim que coloquei meus pés na casa de Kai, no dia seguinte. É, Kai já havia contado o que tinha acontecido para Ruki.

 

- Eu não briguei. Quase, mas não briguei. E não precisa me deixar surdo, Ruki.

 

- E EU ACHANDO QUE VOCÊ NÃO PODIA FAZER MAIS BESTEIRAS!

 

- Dá pra para de gritar, Ruki? Eu estou do seu lado.

 

O mais baixo amarrou a cara, enquanto Kai aparecia com uma bandeja e xícaras com chá quente.

 

- Mas então, você me vira e pede pro Kai falar pra ele não te procurar mais?

 

Suspirei, um pouco cansado.

 

- É. Só que depois eu voltei atrás.

 

- SABIA!

 

- Há-há-há. E quando é mesmo que você vai colocar Suzuki no seu sobrenome oficialmente?

 

- No dia em que você colocar Takashima no seu.

 

Engasguei com o chá. Mas engasguei feio, tanto que Kai teve que vir bater nas minhas costas.

 

- Você tem problema, Takanori?

 

Ruki riu, acabando com o chá.

 

- Não, Aoi. Mas sabe... começa assim.

 

- O que começa assim? - perguntei, com medo da resposta.

 

- Amor.

 

E no instante seguinte, uma almofada voava atingindo Ruki, que se contorcia de rir no sofá, sendo acompanhado na risada por Kai. Felizmente eles estavam ocupados demais para ver o rubor no meu rosto.

 

Ruki era mesmo um idiota. Afinal, Uruha era só um amigo muito importante. E mais nada. Pelo menos eu esperava que fosse. Porque se eu tivesse algo com Uruha... talvez eu conseguisse ser idiota o suficiente para magoá-lo, por algum motivo. E o que eu não queria, jamais, era magoar Uruha.

 

Mas isso não significava que eu estava apaixonado por Uruha.

.

.

.

Não é?

 

 

 

Continua...

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