The Eyes Of a Panther escrita por Jibrille_chan


Capítulo 7
Capítulo 7 - Reminiscences II


Notas iniciais do capítulo

Especial pra Teh, porque ela que pediu/ameaçou/mandou/ordenou
Te adoro, cunhada fofa!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/6537/chapter/7

Reminiscences II

Yuu foi pra casa mais cedo naquele dia. Estava transtornado e assustado. Chegou e foi direto pro quarto, fechando a porta. Encostou-se nela, tentando tirar o anel do dedo esquerdo a todo custo. Mas não importava a força que fazia, ele nem sequer se movia.

Correu para o banheiro que ficava no quarto, ensaboando a mão. Mas nada. Bufou, irritado. Bom... Não poderia acontecer nada. Não é?

~*~

O último raio de sol começava a se esconder. O moreno se jogou no chão, uma dor incontrolável percorrendo seu corpo. Parecia que todos os seus ossos estavam sendo esmagados, e que sua pele estava se rasgando. Dor. Era só isso o que conseguia sentir.

E, tão de súbito quanto havia começado, a dor se foi. Yuu abriu lentamente os olhos, arfando. Algo estava muito estranho ali. Olhou para as suas mãos... mas elas não eram mais mãos. Tentou se levantar, mas também não conseguiu totalmente.

Não queria acreditar no que estava acontecendo. Porque aquilo simplesmente... era impossível. Ele devia ter adormecido no quarto. Mesmo que não se lembrasse. Qualquer coisa para dizer que aquilo não era real.

Mas e se fosse? E se não conseguisse mais voltar ao normal? Foi até o banheiro, quase caindo várias vezes, já que não estava acostumado a andar em quatro... patas. E seu horror só aumentou quando viu seu reflexo na porta do boxe do banheiro. Uma pantera negra o encarava, assustada.

Ele tinha que sair dali. O que seus pais fariam se o vissem daquela maneira? Foi até a porta do quarto, mas só para lembrar que a mesma estava trancada. E que agora ele não tinha mãos para destrancá-la e abri-la. Seu desespero só aumentou, até que ele percebeu a janela aberta. Era sua única chance.

Pulou a janela, com cuidado para não chamar atenção. Foi caminhando pelo telhado do vizinho, percebendo como seu senso de equilíbrio estava muito melhor. Quando finalmente chegou ao chão, foi correndo direto para o único lugar que conhecia que poderia abrigá-lo. O templo do avô de Yutaka.

~*~

10 anos depois...

Abri os olhos, levando um certo tempo pra perceber que eu estava na minha casa, na minha cama, e dez anos mais velho. Sonhos como aqueles eram comuns pra mim, talvez uma forma da minha mente sempre me lembrar do que havia acontecido.

Naquele dia eu corri até o templo do avô de Kai, desesperado. Kai, como uma criança inocente que era na época, havia me acolhido pensando ser um gato grande e sem lar. Acho que toda a safadeza dele de hoje era pra compensar a inocência absurda dele na infância.

Mas lógico que ele me acordou delicadamente com um grito ecoante no dia seguinte ao se deparar comigo, nu, deitado na porta do templo onde antes ele tinha deixado um gato tamanho extra-grande. E depois daquilo, eu nunca mais voltei pra casa dos meus pais.

Eles vieram me procurar, preocupados. Mas eu não queria falar com eles. Conversar com eles só me faria mudar de idéia, e eu não queria aquilo. Na ocasião eu não sabia se aquilo era temporário, se seria todas as noites... então preferi não correr o risco. Achei melhor que eles ficassem pensando que eu era o filho revoltado e problemático que sempre aparentei ser.

Fiquei os três anos seguintes morando no templo do avô de Kai, até juntar algum dinheiro e alugar uma casa simples. Nesse tempo também fui aprendendo a lidar com aquela maldição e com a solidão. Porque eu só tinha duas pessoas em quem confiava: Kai, e Ruki, que acabara ficando sabendo por acidente.

Toda a vez que eu começava a me envolver com alguém, eles sempre ficavam otimistas. Mas eu nunca tive esperanças. Por medo. Medo de ser rejeitado mais uma vez. Porque por mais que eles tenham vindo atrás de mim, meus pais não se esforçaram tanto assim pra me fazer mudar de idéia. Não que eu merecesse. Mas eu queria.

Me virei na cama, cansado mentalmente. Talvez afastar as pessoas tenha se tornado um hábito. Tão normal quanto respirar. Mesmo com quem não merecia tanta frieza, como Uruha. Mas já era parte da minha natureza. Tão arisco quanto um gato de rua.

Ri da minha comparação, pegando o travesseiro e colocando na cara. Tinha que parar de ser tão idiota com quem não merecia.

Reminiscences II - Fim

The Eyes of a Panther - Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É, eu sei que está curto u.u Mas eu vou compensar no próximo.
8.......D

QUEM QUER LIMÃO????? *apanha*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Eyes Of a Panther" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.