The Eyes Of a Panther escrita por Jibrille_chan


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora .__. E tá umpouco curto sim ;_;

mas vcs non reclamem 8D finalmente eu vou dizer o que acontece com o Aoi. E EU TROQUEI A LUA, OKKAY? E lua nova o.ov



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- Então eu vou te dar uma coisa. Esse anel... É um anel especial...


Eu estava confuso. Muito confuso. Já faziam algumas semanas que eu e Uruha saíamos regularmente, indo a algum lugar, jantando, almoçando. Mas nada de mais. O fato é que ele havia se tornado um grande amigo. E eu não queria perder essa amizade recém-formada. Era isso que eu argumentava com Kai e, mesmo que eu não quisesse, Ruki, que opinava do mesmo jeito.


- Mas Aoi... se você confia tanto nele, tem que contar.


- Ruki, você parece estar meio surdo. Não ouviu o que eu acabei de dizer?


- Isso serve de teste, Aoi. Se ele te recusar, ficar com nojo... ou com medo, dado o seu tamanho, é porque ele não é tão seu amigo assim.


- Ruki, não é tão simples. - Kai veio em meu socorro. - Uruha poderia ficar apavorado e contar a alguém.


Suspirei.


- Alguém aqui pensa como eu.


- Mas é exatamente esse o problema de vocês dois: pensam demais. - contra-argumentou Ruki, irritado. - Aoi, se você não se arriscar uma vez na vida, nunca vai saber se fez a escolha certa ou não.


Um segundo se silêncio seguiu-se às palavras do chibi.


- Ruki. Você ta lendo muito mangá shojo.


Ele me lançou um olhar assassino, e eu sorri. Mas meu sorriso morreu com as palavras seguintes de Kai.


- Por mais shojo que isso tenha sido, ele até que tem razão, Aoi. Um dia você vai ter que confiar seu segredo nele.


Suspirei, derrotado.


- Eu vou pensar. Ainda tem uns dias até a lua nova.




- Posso te contar uma história?


Uruha me olhou, intrigado. Estávamos os dois andando pelo templo do Kai. Era entardecer, e o sol começava a entrar no horizonte. Não me restaria muito tempo.


- Uma história? De que tipo?


- Hm... não sei como classificar. É baseada em fatos reais, por mais fantasiosa que seja.


- Interessante. Conte.


- Era uma vez um menino. Muito levado. Na sua adolescência, ele era o tipo que trocava de namorada e namorado a cada semana, não se importando com os outros.


- Parece alguém que eu conhecia.


Seu sorriso era triste, e eu sabia porquê.


- Mas, mesmo canalha, ele tinha alguns amigos. E um deles era neto de um sacerdote de um templo.


- Mas nem por isso menos safado.


- Pode apostar que não.


Rimos por alguns segundos, antes dele me pedir pra continuar.


- E, um dia, nesse templo, o sacerdote abrigou uma mulher, que era cigana.


- Ciganos? No Japão?


- Pra você ver como são as coisas. Olha só onde a pobre mulher foi parar.


- Eu achava que eles eram da Europa.


- Todo mundo achou. Mas acolheram a mulher no templo, deram uma cama e comida. No terceiro dia que ela estava no templo, o menino foi lá ver o amigo, e encontrou a tal mulher.


- E aí?


- E aí... que ela deu um anel pra ele. Com uma pedra preta, feito em prata, no formato de um felino.


- Tipo... igual ao seu?


- É, igual ao meu.


- E o aconteceu depois?


- A mulher simplesmente sumiu.


- E o menino?


- Ah, ele se ferrou. O anel tinha um brinde. Uma maldição. Toda vez que a lua ficava escura, ele tinha alguns problemas.


- Que tipo de problemas?


- Bem... Na noite de lua nova, quando o sol se punha por completo, ele se transformava...


- ... Em quê?


- Em uma pantera. Só voltava à forma humana Quando o sol nascia no outro dia.


Ele riu um pouco, e eu fiquei apenas observando.


- É realmente fantasiosa, mas... Não vejo como isso poderia ser "baseado em fatos reais".


- Eu sei que não. Por isso eu quis que você viesse aqui.


Ele ficou me encarando por um tempo, o cenho franzido e um sorriso ainda brincando em seus lábios. Eu o fitava de volta, sério.


- Aoi, o que...


- Daqui a pouco você vai ver.


Sentamos em um dos bancos, e eu fiquei vendo os últimos raios de sol desaparecerem.


- O que exatamente você quer que eu veja, Aoi?


- Se você tiver paciência...


- Você não tava falando sério daquela sua história, tava?


- Acho que sim.


- Mas, Aoi...


- Prometo não te morder.


Ele franziu o cenho, os lábios se entreabrindo novamente pra me repreender, embora sorrisse. Mas ele não teve tempo de brincar, repreender ou me chamar de louco. Eu apenas fechei os olhos, acostumado em sentir a dor de ter os ossos transformados, a anatomia mudando.


Sabia que seus olhos estavam em mim, do tamanho de pratos, mas eu estava me concentrando demais para não gritar de dor. Logo como veio, a dor se foi. Pulei para o chão, largando as roupas no banco, e me sentei. O reflexo de uma pantera me olhava dos olhos de Uruha. Ele estava imóvel, branco feito papel. Abaixei a cabeça, encarando o meu rabo. Acho que a pior parte... era ter um rabo.


- A-Aoi?


A voz dele era tão fraca que, se estivesse em minha forma humana, não teria ouvido. Ergui a cabeça, olhando-o.


- Você... você... É você?


Assenti, e ele pareceu se chocar um pouco mais, se é que era possível. Eu queria dizer que eu não iria fazer mal nenhum, que não queria que ele se assustasse tanto... Mas se algum dia uma pantera falasse, gostaria de ser avisado pra aprender com ela.


- Mas... mas.... - ele parecia buscar palavras, e tentar entender o que acontecia. - Como?


Ergui o... rabo, mostrando a ele o anel que antes estava no meu dedo, e agora reluzia ali. Ele olhava do anel pra mim, ainda atordoado. Passado algum tempo, ele acabou por sorrir.


- Pelo menos eu não tenho alergia de gato.


E, se eu pudesse, estaria rindo naquele momento. Com toda a certeza.



Continua...

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