Fallen escrita por Milly Winchester


Capítulo 27
A chama que nunca se apaga


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus cabritinhos lindos!

Dessa vez foi menos de uma semana kkkkk enfim, voltei! O capítulo de hoje tem algo muuuuito esperado por vocês, e para deixar vocês ainda mais ansiosos, se resume em uma palavra: DETH!

Antes, gostaria de agradecer à Hunter Pri Rosen, minha autora favorita de fics de Supernatural, pela recomendação. Você é incrível, muchacha! Obrigada por todo o apoio! Digo mesmo aos meus amiguinhos Himiko & Lucas Winchester Salvatore. Vocês são lindos e cheirosos. Amo muito vocês!

Também gostaria de agradecer pelos 105 acompanhantes aqui na fanfic. Muito obrigada, gente, sério! Vocês são os melhores leitores que uma autora poderia ter.

Agradeço todos os comentários no último capítulo, e não vou enrolar mais... Boa leitura!



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Maybe I'll crash into you

Maybe we would open up these wounds

We're only alive if we bruise

So I lay down this armor

I will surrender tonight

Before we both lose this fight

Take my defenses

All my defenses

I lay down this armor

 

A estrada que corria velozmente diante de meus olhos foi deixada para trás assim que o Chevrolet Impala mil novecentos e sessenta e sete ultrapassou a gigantesca placa tingida de verde que exibia e dava início a um nome — Sioux Falls, o atual lar de Jody Mills e o antigo do falecido Bobby Singer. Tratava-se de uma cidade memorável para Sam e Dean. Tive certeza disso quando pude contemplar os olhares vagos, distantes e nostálgicos de Sam e Dean assim que adentramos o pacato município. Os raios solares mornos que aqueciam os moradores e seus corações eram muito convidativos, assim como a cidade em si. Não me surpreendia Sam e Dean parecerem gostar tanto daquele lugar. 

Rumando à moradia da xerife Mills, uma música qualquer dos Beatles em um volume não muito alto preenchia o silêncio. Eu mantinha a testa descansando contra a janela e os olhos vidrados nas construções inusitadas e estranhamente elegantes pelas quais passávamos. A cada bela casa que eu vislumbrava, mais aumentava a minha estranha admiração por Sioux Falls. Talvez Bobby também tivesse isso. Eu o considerava um bom sujeito. Ele devia ser realmente importante para os meninos. 

Meus pensamentos são interrompidos quando pude sentir o automóvel freiando debaixo de mim e derrapando levemente pela rua deserta em direção a uma casa amigável provavelmente pertencente à xerife Mills. De longe, avistei uma garota que estava parada na calçada. Soube que tratava-se da filha adotiva de Jody, Alex, quando a mesma tirou uma mão de um dos bolsos e acenou enquanto estacionávamos. Jody devolveu o cumprimento com outro breve aceno, emitindo um grunhido logo em seguida por ter acidentalmente erguido o braço engessado. Me senti aliviada que havíamos parado um pouco — pela primeira vez, eu havia enjoado durante uma viagem de carro. Inusitado. Tossi enquanto saía do carro, acompanhada por Jody e os meninos.

Assisti a xerife Mills caminhar até Alex e abraçá-la desajeitadamente por conta do braço imobilizado. Poucos segundos depois, ela virou-se novamente para nós, os lábios crispados.

— Querem entrar para comer alguma coisa? Beber um café ou um chá? Uma água, quem sabe? 

Jody falava tão rápido que suas palavras pareciam mais um bolo de sílabas. Assisti a xerife pousar uma das mãos sobre os lábios, provavelmente arrependida por ter simplesmente saído vomitando as palavras. Reprimi uma risadinha e Jody suspirou, coçando a garganta para recomeçar. Sam estendeu a mão na direção da mulher e descansou-a sobre o seu ombro, impedindo que Jody dissesse mais alguma coisa. A mulher sorriu. 

— Obrigada, meninos — disse evasivamente e então, me encarou. — E você também. Eu poderia estar morta se tivesse decidido resolver o caso sozinha. 

Dean balançou a cabeça.

— Conte conosco — tranquilizou, comprimindo os lábios.  — Sempre que precisar.

— Ah, eu irei — Jody riu. — Não pense que vão se livrar de mim tão cedo.

Sam riu, o cenho franzido e alguns fios do cabelo castanho sacudindo com a brisa leve e passageira que me proporcionava alguns pequenos calafrios. 

— Isso é uma ameaça?

Jody também riu.

— Interprete como desejar. 

Sam sorriu mais uma vez. Acenei brevemente e me virei com o intuito de retornar ao Impala e retomar o meu enjoo desagradável. Um milhão de pensamentos fervilhando em minha cabeça, como o usual. Eu estava distraída, mas pude ouvir Jody dizendo a Alex para que entrasse dentro de casa. Contemplei Sam e Dean entrando no carro e quando eu estava prestes a fazer o mesmo, percebi que Jody me chamava. Franzi o cenho.

Me afastei do carro e me dirigi ao seu encontro. O semblante da xerife era praticamente indecifrável, mas parecia perdido. Claro que não tanto quanto o meu. Cruzei os braços, esperando que ela dissesse o que desejava. Jody ergueu as sobrancelhas e estendeu a mão até o meu braço, me dando um leve empurrãozinho. De início, não compreendi o ato, mas quando ela começou a falar, tudo passou a ficar mais claro e nítido. 

— Eu sei tudo que está acontecendo entre você e o Dean, e eu sei que você sabe, então... 

— Do que você está falando? — menti.

Jody semicerrou os olhos, fuzilando-me com os mesmos. Seu olhar caía sobre minha pele feito ácido sulfúrico, queimando-me e corroendo-me. Mordi o lábio. Tentar enganá-la não era a coisa mais inteligente ou prudente a se fazer. Ela já sabia de tudo. O que eu tinha a esconder, afinal? Suspirei, descruzando os braços e permitindo que eles despencassem e voltassem a ficar pendurados e estáticos ao lado do corpo.

— Você está certa.

Uma expressão terna surgiu no rosto da xerife Mills.

— Elizabeth, eu já fui nova como você. Já fui ingênua. Já escondi meus sentimentos, mas preciso que você entenda uma coisa — ela pediu, os olhos transbordando compaixão. — O amor é algo raro. Extremamente difícil de encontrar. Quando vi você e o Dean, eu soube, isso só observando a maneira como se olham. É amor. Ele ama você, e você também. Os dois sabem disso. Não há tempo a perder. O apocalipse está aí fora, então por que não se entregar? Ele pode fazer você feliz. Vocês podem ser felizes. Basta ser você mesma e conversar com ele. Conte tudo a ele. Diga o que sente. Tenho certeza de que ele compreenderá e sei que ele sente o mesmo. 

Suas palavras me atingiram como uma carga elétrica, um choque de realidade, uma granada capaz de explodir e fazer todas as dúvidas que moravam em meu turbulento coração evaporarem. Jody estava certa. Cada palavra que acabara de abandonar seus lábios ilustrava a mais pura verdade. O beijo meu e de Dean veio à minha cabeça. Podia sentir meu coração acelerando só de pensar nele, martelando dolorosamente contra as costelas em um ritmo descompassado. Podia sentir as famosas e tradicionais borboletas no estômago — que no meu caso, pareciam mais tiranossauros rex em meu estômago. Sorri.

— Obrigada — murmurei, estremecendo por conta do vento gélido e cortante que agredia minha face e fazia meus cabelos sacudirem, atrapalhando minha visão.

Afastei a mecha que caía sobre os olhos. Jody devolveu o sorriso e comprimiu os lábios, abrindo os braços — quer dizer, só um deles. Com cuidado e certa timidez, a abracei, espalmando as mãos sobre suas costas. 

— Boa sorte — ela sussurrou perto do meu ouvido.

Me distanciei dela ainda sorrindo e enterrei as mãos nos bolsos da jaqueta de couro. Observei Jody acenar — dessa vez com o braço saudável — e entrar dentro de sua casa aconchegante. Essa foi a deixa para que eu abaixasse a cabeça e, com passos pesados, marchasse até o Impala. Assim que o atingi, abri a porta de trás e lancei o corpo sobre o banco, fechando a porta em seguida. Suspirei e me ajustei, deslizando o traseiro pelo estofado creme do banco. Lancei uma breve olhadela para o retrovisor, e percebi que Dean me encarava através dele.

Os olhos esmeralda continuaram me fitando por alguns segundos, impassíveis. Eles escondiam inúmeras palavras e só um sentimento, cujo eu sabia qual era. Não vacilei. Persisti em encará-lo, e quando ele desviou o olhar, deu um leve tapa no rádio do carro, ligando-o e deixando em uma estação qualquer. O Winchester não se preocupou com que música tocava.

E assim, o motor do Impala roncou, denunciando que o motorista havia dado a partida. Meus olhos perderam-se pela estrada, cuja era iluminada por finos raios solares da manhã. O Impala deslizou facilmente por ela, infestado de calmaria, rumo à saída de Sioux Falls. A única coisa que passava por minha cabeça era a loucura que eu cometeria hoje. 

Confessar tudo a ele.

{...}

Apoiei a cabeça sobre a minha mão, fechando os olhos. Me sentia prestes a mergulhar na mais profunda letargia. Ouvi Sam suspirar e o imitei. Eu estava sentada ali há duas horas, provavelmente formulando o que eu diria a Dean. Sam dissera que ele estava em seu quarto e que não sabia o motivo. Eu estava tão nervosa... Sentia tremores percorrendo meu corpo inteiro só de pensar em falar com ele. Meu coração acelerava e os tiranossauros rex dentro do estômago vinham à tona novamente, isso tudo quando eu estava longe de Dean. Imagine quando estivesse perto. 

Só percebi que batucava com as unhas na mesa quando Sam colocou sua mão sobre a mim, forçando-me a parar. Abri os olhos e desgrudei a bochecha da palma da minha mão, confusa. Franzi o cenho. Os olhos de Sam transbordavam ternura. 

— Eu sei no que você está pensando.

Soltei um muxoxo de reprovação.

— Sabe?

Ele balançou a cabeça. Fechei os olhos, envergonhada. Sam segurou minha mão e eu me obriguei a encará-lo.

— Isso quase nunca acontece com o Dean. Ele não é do tipo que se apaixona fácil, sabe? — Sam ponderou, como se pensasse por alguns instantes. — Mas eu o conheço como ninguém, ele é meu irmão e consigo saber o que ele está sentindo somente pelo olhar. O modo como vocês se olham... É algo que nunca vi nos olhos de Dean. Algo novo e avassalador, e assim como está ocorrendo com você, isso também está o enlouquecendo. Acabe com isso e diga a ele o que sente. Não pense, apenas fale, seja sincera e seja você mesma. Eu tenho certeza de que tudo dará certo.

O conselho de Sam me faz automaticamente abrir um sorriso — um sorriso nervoso, mas considerei como um sorriso. O Winchester afagou minha mão e a soltou. Levantei da cadeira rapidamente e caminhei até Sam, puxando seus braços e obrigando-o a levantar. Ignorei o cenho franzido de Samuel e o puxei para um abraço desajeitado. De início, ele estranhou, mas logo pude sentir os braços fortes retribuindo o ato e envolvendo-me carinhosamente. Sam era como um irmão para mim. Certamente minha família.

Separamo-nos e eu sorri. Ouvi-o sussurrar "boa sorte" e dei-lhe as costas.

Mesmo com seu conselho e sabendo que Samuel tinha toda a razão, eu não podia negar ou ignorar o nervosismo que percorria meu corpo como uma carga elétrica. Enquanto eu subia as escadas, sentia todos os pelos do meu corpo se eriçando. Meu coração batendo dolorosamente contra as costelas, arrítmico e descompassado. A respiração ofegante e descontrolada. Os dedos gélidos e trêmulos. A cada passo que eu dava pelo corredor, mais nervosa eu ficava. Uma sensação terrível, a propósito, e ela só aumentou quando me vi parada em frente à porta do quarto de Dean. 

Calma, Elizabeth, eu disse a mim mesma. Ignorei tudo que tentava me deixar nervosa, tomei fôlego e bati algumas vezes na porta com força, a ponto dos nós dos dedos ficarem pálidos. Demorei para obter alguma resposta, mas quando ouvi Dean ordenando que eu entrasse, abri a porta com cuidado. 

Vislumbrei o caçador sentado em sua cama, as costas curvadas e o olhar fixo em um ponto desconexo do cômodo. O silêncio era gélido e constrangedor. Fechei a porta atrás de mim com cuidado, porém, não pude evitar o rangido que ela produziu. Suspirei, encarando Dean, que não ousou fitar-me. Mordi o lábio.

— Oi — ele disse.

Coloquei as mãos nos bolsos da jeans, dessa vez mordendo o lado interno da bochecha como uma maneira de impedir a mim mesma a começar a tremer. 

— Oi... Posso falar com você?

Silêncio. Depois de alguns dolorosos e torturantes segundos — cujos pareceram mais uma eternidade em função da situação —, o caçador balançou a cabeça. Fechei os olhos por alguns instantes e me obriguei a sentar do seu lado em sua cama. Não precisei me aproximar muito para sentir o calor de seu corpo. Ele ainda não me encarava, mas eu persisti nisto.

Respirei fundo e comecei:

— Dean, nós precisamos conversar.

O Winchester finalmente desviou o olhar que outrora fixava-se na parede até mim. Os olhos transbordavam uma falsa curiosidade. Me encolhi dentro da jaqueta de couro.

— Sobre?

Fitei-o, incrédula. Ele estava mentindo que não sabia de nada. Pisquei bem devagar, não querendo acreditar. Dean não demonstrou reação. Decepcionada, levantei e dei-lhe as costas, cruzando os braços e caminhando em direção à porta. 

— Ah... Você não sabe — murmurei. — Tudo bem. Conversamos outro dia.

Dei um passo à frente e encostei os dedos na maçaneta fria da porta, preparada para sair dali e mergulhar em um mar de decepção, mas sua voz rompeu o silêncio mais uma vez e interferiu em meu ato.

— Espera.

Me virei para ele com a cabeça baixa e logo a ergui para encará-lo. Sua expressão não era impassível como antes, e sim, apreensiva.

— Eu também preciso falar com você.

Ele passou a língua pelos lábios.

— É... Sobre nós — ele sussurrou. — Eu...

— Você não tem a mínima ideia do que dizer, tem?

Dei um passo à frente, ficando mais próxima dele. Tentei controlar o ritmo do meu coração, mas ele parecia muito interessado em saltar para fora do peito. Dean deu um sorriso tímido. Cruzei os braços e devolvi o sorriso.

— É. Eu também não faço ideia do que dizer — concordei.

Ele sacudiu a cabeça. 

— Não sei por onde começar.

— Então... Eu posso? — apesar de não ter as palavras em mente, eu tinha a estranha sensação de estar pronta para aquilo.

O Winchester assentiu. Suspirei e mordi o lábio mais uma vez. Respirei fundo e contei até três, procurando relaxar. Senti meu coração retornar à velocidade normal de batidas. Ficar calma era a chave. Os conselhos de Jody e Sam retornam à minha mente. Descruzei os braços e passei a mão pelo cabelo rapidamente.

— Olha, eu não sei absolutamente sobre romance ou... Amor. Mas de uma coisa eu sei — encarei-o. Seus olhos brilhavam. — Você...

Toquei seu peito com o indicador.

— Melhor, nós... Nós sentimos algo um pelo outro. Estou certa?

Observei-o assentir mais uma vez.

— Eu não tenho a mínima ideia de como expressar o que eu sinto em palavras, e estou certa de que você também não, mas preciso entender isso. Preciso matar o que está me matando. Anular essa dúvida. Me entregar a isso. Dean... Eu estou tão cansada de esconder. Esconder o que eu sinto. Não consigo mais esconder. Eu só... Eu não consigo — suspirei, para então continuar: — Por favor, me ajude a entender o que é esse sentimento em meu peito. 

Dean me encarava. Seu olhar trilhou meu rosto — primeiro, meus olhos, e depois, meus lábios. Ele respirou fundo. Parecia nervoso. Fechou os olhos para depois abri-los novamente. O caçador levou uma das mãos até meu rosto e afastou uma mecha castanha que caía sobre ele até minha orelha.

— Se você realmente deseja entender o que é isso que você sente, não se preocupe... — seus olhos verdes revelaram um brilho oculto. — Eu vou ajudar você a entender. E só para constar... Eu também sinto isso. 

Foi inevitável não sorrir. Dean também sorriu. Por Deus, como eu o amava. Eu o amava muito. Não existia ninguém capaz de me fazer feliz como ele. Seus olhos e seu sorriso lindo me hipnotizavam. Ele era perfeito. Eu o amava mais do que tudo.

Estávamos próximos demais. Eu sentia o seu hálito fresco contra o meu rosto e meu coração batia em uma velocidade inimaginável. Eu estava estática, não era capaz de mover um músculo sequer, e eu estremeci quando sua mão tocou o meu rosto suavemente. Relutante, ergui o meu olhar até Dean, que me encarava incansavelmente. Eu sabia o que ia acontecer. Sabia que aquilo aconteceria novamente. Procurei repousar todos os músculos do meu corpo e fechei os olhos. 

Suavemente e quase que de repente, os lábios de Dean encontraram os meus em um beijo suave. Uma explosão de sentimentos tomou conta de mim. Seus lábios macios acariciaram os meus. A sensação era completamente indescritível. O desejo de entregar-me a ele, mais ainda. Queria dizer a ele milhões de vezes que eu o amava. Logo, ele aprofundou o beijo e eu correspondi. Ambos sabíamos que queríamos aquilo há muito tempo, e agora, estávamos ali. Finalmente admitindo e entregando-nos um ao outro. O ritmo no qual o meu coração batia desacelerou enquanto nossas línguas dançavam. 

Eu o amava. Eu o amava tanto. Não cansava de repetir isso.

Lentamente, nossas bocas se afastaram novamente, obrigando-me a abrir os olhos e encarar as órbitas esverdeadas e encantadoras do caçador, que também me encarava. Assim como eu, ele estava estático. Franzi o cenho.

— Por que fez isso? — perguntei, repetindo a sua pergunta da primeira vez.

Dean ponderou antes de passar a língua nos lábios e responder:

— Impulso.

Eu sorri. Espalmei a mão sobre seu peito e voltei a encará-lo seriamente.

— Você pode explicar?

Dean também sorriu. O sorriso mais lindo que eu havia visto em toda a minha vida. 

— Sim, eu posso explicar — suas mãos se dirigiram à minha cintura. Estremeci. — O que nós sentimos... Chama-se amor. Não vou mais esconder isso. 

Senti meu coração mergulhado em uma paz profunda. 

— Eu amo você, Beth. Eu te amo. 

Sorri pela milésima vez no mesmo dia.

— Eu também te amo — murmurei.

Não fui capaz de me conter. Deslizei as mãos até seu pescoço e anulei qualquer espaço entre nós dois, selando o momento com um beijo caloroso. Todos os conflitos e os motivos da minha tensão constante pareceram se dissipar. Lúcifer, Abaddon, Helena... Todos pareciam não existir mais. Tudo que existia era eu e ele. Nós. Apenas nós dois. Sozinhos. Celebrando o fervente amor que sentíamos. Eu estava apaixonada, e queria gritar isso para os quatro cantos do mundo, para que todos me ouvissem. 

Enquanto nos beijávamos, Dean apertava minha cintura. Eu queria beijá-lo para sempre. As sensações que ele despertava em mim eram indescritíveis, e não havia ninguém capaz de substituí-lo. Eu o amava. 

E assim, a noite se passou. Deitados sobre a cama macia, permitimos que qualquer espaço ou peça de roupa que nos separava deixar de existir. Permitimos que o nosso amor nos consumisse. Celebramos o mesmo durante a noite inteira. Entregamo-nos àquela paixão e um ao outro. Deixamos que os nossos corações nos guiassem e que o que sentíamos fosse concretizado.

E após entregarmo-nos um ao outro, eu pude dormir ao seu lado. Fui capaz de contornar cada um de seus traços faciais com a ponta dos dedos e esclarecer a mim mesma o quanto ele era perfeito e o quanto eu o amava. 

Sua voz foi a última coisa que escutei antes de adormecer, sussurrando em meu ouvido:

— Eu te amo.

{...}

Desci as escadas, sentindo o cheiro da bebida magnífica chamada café invadir minhas narinas. Depois da noite inesquecível — e talvez um pouco picante... O quê? —, me surpreendi com o fato de que meu estômago roncava mais do que o motor velho do Impala. Segurei a mão de Dean — que também parecia faminto, visto que rumava ao andar posterior com pressa — e juntos, avançamos da biblioteca até a cozinha. Sam e Castiel nos esperavam sentados à mesa. Sam bebia uma xícara de café e Castiel saboreava alguns waffles. Senti as bochechas esquentarem e adquirirem uma coloração avermelhada. Os olhares dos dois caíam sobre mim e Dean como uma bigorna. Larguei sua mão rapidamente e adentrei a cozinha, constrangida.

— Bom dia — desejou Sam, um sorrisinho travesso e mais malicioso do que eu pensei que Samuel era capaz de ser enfeitando seu rosto. — Como foi a noite?

Paralisei, fuzilando o Winchester mais novo com o olhar.

— É, o que aconteceu? — perguntou Cas, de boca cheia.

Encarei o serafim. Ele mastigava os waffles rápido e seus olhos estavam arregalados. Ele realmente parecia não saber o que havia acontecido. Anjo inocente. Meus pensamentos foram interrompidos quando Dean começou:

— Ah, você sabe, Cas. Nós fize... 

Apressei-me e cobri a boca do caçador com uma das mãos, impedindo que ele dissesse mais baboseiras e completasse aquela frase vergonhosa. Corei e esbocei um sorriso nervoso, mantendo Dean calado e alternando o olhar entre Sam e Castiel — que nos encaravam, incrédulos.

— Foi mal! Impulso!

Olhei para Dean, que me olhava como se fosse muito normal relatar... Aquele ato. O que havíamos feito. Tirei a mão de sua boca. Meu rosto provavelmente ainda estava inundado de vermelho. Tentei esquecer o constrangimento que me assombrava e me sentei à mesa. Dean me imitou e apanhei uma xícara, enchendo-a de café. Pesquei um waffle da cesta disposta sobre a mesa cheia deles e mordi a fim de manter-me calada. O silêncio me deixava ainda mais envergonhada. Agradeci a todos os santos quando o telefone de Sam tocou.

Pela sua careta, foi fácil deduzir que era Crowley. Sam colocou no viva-voz e descansou o celular sobre a mesa.

— Bom dia, alce. Como vai?

— O que você quer, Crowley? — Sam sibilou.

Eu não podia vê-lo, mas pude jurar que Crowley revirara os olhos naquele momento.

— Por Deus, Samantha! Para que tamanha desconfiança?

— Você ainda pergunta... — foi a vez de Dean falar.

Bebi um gole do café e dei mais uma mordida no waffle. Crowley suspirou, produzindo um som abafado e irritante na ligação. Estreitei o olhar e encostei a cabeça no ombro de Dean, de mau humor apenas por ter que escutar a voz desprezível do demônio que eu tanto odiava.

— A questão é que eu vim em paz, companheiros. E vim trazer uma informação que tenho certeza que é de vosso interesse. 

Semicerrei os olhos.

— Do que você está falando? — perguntei.

— Saudações, Lizzie — ironizou o rei do inferno. — A novidade é que meus lacaios descobriram o paradeiro de Abaddon.

Dean riu amargamente. Descolei a cabeça de seu ombro para beber mais um generoso gole de café. Já estava sentindo falta de suco de maçã, mas como não dormira muito durante a noite, café era a melhor opção para me manter acordada, disposta e alerta. Franzi o cenho. O Winchester mais velho passou a mão pela nuca, ainda emitindo uma gargalhada carregada de escárnio.

— E por que diabos isso nos interessaria? Caso você não saiba, Crowley, Abaddon está aliada à Lúcifer. Ela é perigosa e não temos a mínima ideia de como matá-la — relembrou o caçador.

— Esquilo, eu não terminei — repreendeu o demônio, bufando em seguida. — Abaddon está em um hotel há três dias. Meus demônios que mantiveram os olhos nela disseram que ela não está fazendo nada além de literalmente mofar naquele hotel, como se estivesse verdadeiramente entediada. Eu só pensei que talvez a princesa voodoo aí pudesse dar um jeito de usar os Avada Kedavra's que ela tem na manga contra a vadia ruiva.

— Isso não vai matá-la — contrapus.

Provavelmente, Crowley revirou os olhos novamente onde quer que ele estivesse.

— Eu não sou idiota, Elizabeth. É claro que não vai matá-la! — guinchou o rei do inferno, aparentemente irritado comigo. — A minha ideia é encurralá-la, levar ela até o esconderijo sujo onde vocês moram e torturá-la a fim de conseguir algumas respostas que ela está nos devendo.

— Respostas? Que respostas?

O demônio riu.

— O que aconteceu para você estar tão avoada hoje, princesa?

Lancei uma olhadela a Dean. Ele me encarou de volta no mesmo instante. Dei um sorriso nervoso e terminei de comer o waffle, permanecendo em silêncio. Samuel riu e eu quis agredi-lo repetidas vezes quando ele revelou ao demônio:

— Beth e Dean se acertaram.

Crowley suspirou pesadamente.

— Finalmente! Jesus, vocês estavam começando a ficar chatos... Espera... Ah, não! Agora vão ficar melosos e mais chatos ainda! Droga... Eu mereço.

— Cale a boca, Crowley — ordenou Dean antes de roubar a minha caneca de café para beber.

Fiz cara feia e um biquinho de reprovação, mas o Winchester ignorou. Quem ele achava que era para roubar meu café precioso? Bufei, impaciente. Eu ainda ia acabar batendo nesse cara. O rei do inferno pigarreou para então prosseguir:

— Recapitulando... Talvez ela saiba alguma maneira de derrotar o Lúcifer. Sam me contou que vocês duas fizeram um acordo por um objeto, certo? Poderiam perguntar a ela para que serviria ele. Talvez fosse uma arma... Vai saber. Qualquer resposta já serve de auxílio.

— E por que ela responderia, se ela está do lado de Lúcifer? — apoiei a bochecha sobre a mão e o cotovelo sobre a mesa.

Crowley suspirou novamente. Reprimi o riso. Acabei descobrindo que adorava deixar Crowley irritado. Aliás, eu pagaria cinquenta dólares naquele exato momento só para ver a reação de Crowley diante das minhas perguntas idiotas. Ele provavelmente tinha o rosto redondo inundado de vermelho e veias expostas e salientes em sua testa. 

— Porque ela não quer morrer! — esbravejou, irritado. — Isso não é meio óbvio?

Dessa vez não consegui conter o riso. Dean me devolveu minha caneca e eu bebi um gole antes de responder:

— Ok, Crowley. Nos dê logo essa localização e suma da lista de chamadas do Sam. Já não aguento mais ouvir a sua voz.

— Mandona... — o rei do inferno sussurrou com escárnio. — Palace Hall, em St. Charles, Missouri. Boa sorte, princesa voodoo, e tente não ser morta. Me liguem quando o serviço estiver completo... Vou adorar ajudar a escalpelar a vadia ruiva.

A ligação foi encerrada. Mandona? Eu?

Bufei.

— Tem certeza de que quer fazer isso, Beth? — indagou Dean.

Ergui o olhar até ele. Seus encantadores lumes esmeralda me observavam, transbordando apreensão e uma evidente preocupação. Esbocei um sorriso de canto e depositei um tapinha gentil em seu ombro, sacudindo a cabeça a fim de tranquilizá-lo. Sam e Cas também me encaravam com certa preocupação. Alternei o olhar entre os três rapazes, tentando transmitir confiança — apesar de que eles não pareciam acreditar muito em mim. 

— Mm-hmm — assenti despreocupadamente. — Eu cuido disso. A vadia me irritou o suficiente para a Elizabeth Turbo dar as caras. 

Dean riu com a piada, mas logo, seu sorriso se desmanchou em um semblante sério.

— Não me responsabilizo se os donos do hotel quiserem cobrar os danos que você fará ao lutar com Abaddon — sua expressão séria tornou-se uma de puro sarcasmo.

— Tudo bem — sacudi a cabeça. 

Dei outro tapinha gentil em seu ombro e levantei da cadeira com a caneca em mãos. Carreguei a mesma até a pia da cozinha e deixei lá. Samuel podia lavar a louça dessa vez  — eu normalmente lavava. Fiz uma careta enquanto caminhava até as escadas do bunker.

— Pão duro... — murmurei, com a intenção de que Dean não escutasse.

— Ei! Eu ouvi isso! — vociferou o Winchester.

Gargalhei e rumei ao andar posterior a fim de tomar um longo e relaxante banho.

{...}

Desferi um chute na porta, arrombando-a. O retângulo de madeira foi escancarado em minha frente, permitindo que eu visse o ambiente por dentro. Tratava-se de um simples, porém elegante quarto de hotel. Meus olhos ágeis como os de um lince varreram o local, a procura de um único e preciso alvo — Abaddon. Ergui as sobrancelhas com ironia quando eles atingiram a ruiva, despreocupadamente sentada — lê-se atirada — em uma poltrona e bebericando um pequeno copo cheio de whisky. Assim que me viu, o demônio abaixou o copo que escondia sua boca e revelou os lábios tingidos de vermelho, que logo também se curvaram em um sorriso mais maléfico ainda.

— Oi, docinho — disse mansamente, endireitando a coluna e sentando corretamente sobre o móvel. — Como vai?

Esquadrinhei o quarto novamente. Os móveis refinados de madeira e a música clássica tocando pelo lugar deixava tudo ainda mais clichê. Pisquei os olhos que eu tentava a todo custo não revirar e voltei a encarar a vadia ruiva. Ergui a mão e movi-a para o lado, fazendo com que o copo de whisky que se encontrava nas mãos do demônio voasse para longe e colidisse com a parede à minha direita. O vidro quebrou-se e espatifou-se no chão, espalhando em inúmeros e pequenos cacos. Dirigi o olhar até Abaddon novamente, que fez uma careta.

A ruiva espalmou uma das mãos sobre o peito, como se estivesse verdadeiramente ofendida.

— Jesus, para que tanta violência? — ironizou, sorrindo.

— Vai pro inferno — desejei entredentes.

Abaddon deu de ombros e levantou da poltrona, dando-me as costas. Deu alguns passos aleatórios pelo quarto, fixando o olhar em diversos pontos desconexos do aposento. Eu já estava começando a ficar irritada.

— Muito corajoso da sua parte vir aqui para me capturar. Bateu a cabeça? Esqueceu das doces torturas que lhe proporcionei? — uma risada carregada de amargura escapou dos lábios escarlate do demônio. — Você não é páreo para mim, lindinha. Aliás, sua esperança é, de fato, inspiradora.

Franzi o cenho ironicamente.

— Tem certeza disso?

— Depende... A que está se referindo? — a ruiva pareceu compreender meu desafio.

Estreitei o olhar e sorri, sardônica. Observei a sobrancelha erguida de Abaddon. Quis estrangulá-la ali mesmo, mas ao lembrar de que isso não era esperto da minha parte — ou possível —, me contive. 

— Acha mesmo que eu não sou páreo para você? — dei um passo a frente, sibilando em um tom intimidador. — Não acha essa suposição um pouco precipitada?

— Essa é a questão, lindinha — Abaddon suspirou. — Não é uma suposição. Já vi sua covardia diante de meus próprios olhos.

— Bem... Então acho que isso passará a ser apenas uma suposição — ameacei.

Provavelmente prevendo o que eu faria, Abaddon girou nos calcanhares em um piscar de olhos, erguendo a mão a fim de me lançar para longe, mas eu a impedi, imitando-a. Bloqueei seu mojo demoníaco com meus poderes, mantendo-a privada de qualquer tipo de defesa. Com a outra mão, realizei um gesto veloz, e diante dele, a ruiva voou para longe, tendo o mesmo destino que seu copo de whisky. O demônio chocou-se contra a parede rústica com tanta força que resultou em uma cratera na parede. Não liguei para as consequências — Abaddon era um demônio e estava naquele hotel, ela provavelmente matara os donos do mesmo, portanto, decidi não me preocupar. Assisti a ruiva gemer, já no chão, encostada na parede danificada. Ela ergueu o olhar até a mim, os olhos pegando fogo e transbordando ódio e desdém. 

— Ora, sua insolente...

O demônio tentou reerguer-se, mas eu corri até ela e bloqueei seus poderes novamente. Incapacitada, ela deu-me espaço e eu posicionei a mão em seu pescoço, fazendo-a deslizar verticalmente pela parede. Quando ela já estava no ar, quase sendo estrangulada por minha mão hábil, aproximei meu rosto do dela perigosamente, a fim de ameaçá-la e intimidá-la. Para minha surpresa, pareceu fazer efeito, pois mesmo que oculto, havia um certo medo reluzindo em seus olhos.

— Tente alguma coisa e eu juro que acabo com a sua raça podre — sibilei.

Abaddon tentou assentir, mas o aperto em seu pescoço era forte demais para que a permitisse sacudir a cabeça. Arranquei as algemas com armadilhas do Diabo entalhadas de dentro do bolso interno da jaqueta e prendi as mãos da ruiva com elas. Ela deslizou de volta ao chão e ofegou, estática. O demônio parecia realmente surpreso com a minha coragem e com a reviravolta que eu havia acabado de praticar. Puxei-a pelo quarto e juntas, caminhamos para fora dele. Antes de avançar pelo corredor com a refém, fechei a porta do quarto — particularmente, um ato educado da minha parte.

Eu e Abaddon deixamos o hotel pela porta dos fundos, que ficava próxima ao almoxarifado do mesmo — onde encontravam-se os carrinhos das camareiras e diversos produtos de limpeza. O Impala nos esperava do lado de fora. O Winchester mais velho aguardava escorado no capô, e assim que viu que havíamos abandonado o Palace Hall, caminhou na nossa direção para possivelmente, me ajudar com a ruiva. Foi isso que aconteceu.

Dean me auxiliou com o demônio e juntos, a colocamos no banco de trás do carro, ignorando as caretas de escárnio e as baixas reclamações vindas da ruiva. Ela era verdadeiramente insuportável, e por mais cruel que isso soasse, eu estava até um pouco ansiosa para obter uma pequena vingança e torturá-la em troca de informações.

— Vocês vão pagar por isso — sibilou Abaddon, quando já estávamos todos dentro do automóvel.

— Nos seus sonhos... — murmurei, me virando rapidamente para dar um generoso soco no rosto do demônio que o fez ficar desacordado.

Retornei à posição correta no banco do carona e cruzei os braços. Só então percebi que Dean me fitava. Virei-me para encará-lo, de cenho franzido. Um sorriso brotou no rosto do Winchester.

— Droga, você é incrível.

Dean inclinou-se e depositou um beijo suave e veloz em meus lábios, pegando-me de surpresa. Assisti o caçador dar a partida no carro com um sorriso enfeitando meu rosto.

{...}

— E então? Temos a encomenda?

— Às suas ordens — respondi, revirando os olhos.

Acenei com a cabeça. Dean entendeu o recado e abriu a porta larga que dava ao recinto cujo desejávamos visitar. Dei um passo à frente e me aproximei da parede, deslizando a mão por ela. Assim que encontrei o interruptor, pressionei o pequeno botão para cima, o que fez com que o cômodo inteiro se iluminasse. O rei do inferno se associou à mim e juntos, caminhamos em direção à pequena atração que enfeitava aquele quarto do bunker. Abaddon.

A ruiva ergueu a cabeça, revelando as íris tão tingidas de vermelho quanto seus lábios. Os dentes cerrados como os de um lobo faminto denunciaram a raiva que ela então nutria por mim. Lancei uma olhadela para Crowley, que sorriu e enterrou as mãos nos bolsos de seu sobretudo ônix. Assisti-o dar mais um passo à frente para encarar Abaddon e então sibilar:

— Olá, darling. Sentiu a minha falta?

 


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Notas finais do capítulo

Vocês estão surtando que nem eu estou? Espero que sim... Eu estou surtando DEMAIS.

Gente, estou tão emocionada... Amo esses dois! Para adocicar essas notinhas finais, aqui está uma fotinho da cena Deth: https://twitter.com/winxchestwr/status/770032209407475712

Espero que vocês tenham gostado e não esqueçam do comentário, por obséquio! Faz muita diferença e me inspira para postar o capítulo mais cedo.

Fanfic está entrando, digamos que na "reta final". Faltam apenas oito capítulos para o fim :( É, eu sei que dói, mas é a vida.

É isso. Espero que vocês tenham gostado! Beijocas.

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