Harry Potter e o Orbe dos Universos escrita por RedHead


Capítulo 9
O Terceiro Ano, Bono Silver e O Treinamento


Notas iniciais do capítulo

Ahhhh gente, vamos combinar que já é quase terça!

Eeeee finalmente perguntaram porque o Harry voltaria pra Guerra. Lady Anxious Shy, você é incrível! Então gente, eu não contarei o motivo da volta dos problemas do Harry (ainda MUAAHAHHAHAHHA), mas vai ter uma hora (maaaaais pra frente) que a merda vai bater no ventilador (perdoem a linguagem chula).

Mas, enquanto tudo são flores, vamos curtir os tempos de paz?

Boa leitura ♥



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O natal de 1999 chegou em um piscar de olhos. Gina teve seu primeiro jogo como titular algumas semanas antes contra os Puddlemere United, e por mais que tenham perdido o jogo por vinte pontos, ela foi quem mais marcou no jogo, garantindo sua posição de titular para os próximos jogos e começando uma pequena legião de fãs. Quando o novo milênio chegou, Gina já tinha aumentado seu contrato para mais três anos, e em fevereiro recebeu sua primeira coruja de um fã. Ron não ficou muito satisfeito com o sucesso que a irmã fazia com o público masculino, mas como Harry não tinha ficado chateado, ele guardou o ciúme fraternal para si.

Mione havia sido promovida e agora tinha sua própria dupla de estagiários. Ela ainda estava no departamento de Execução de Leis da Magia, e estava em frente aos estudos de mudanças das leis que favoreciam os bruxos de sangue puro. Seu trabalho era bastante exaustivo, mas altamente gratificante. Ela começou aí a fazer uma carreira política, e chegou a ter vários artigos publicados sobre ela e seus feitos nas revistas e jornais. A Femiwitch, uma reconhecida revista bruxa voltada ao público feminino a convidou para ser a capa do mês de julho de 2000. Essa foi uma das edições mais vendidas da história da revista.

O terceiro ano da Academia de Aurores começou com uma grande surpresa aos 11 aspirantes que sobraram da turma de Harry. O primeiro ano foi quase exclusivamente teórico, e os aspirantes não saíram do ministério nenhuma vez. O segundo ano consistia de aulas teóricas altamente exaustivas e treinamentos físicos mais cansativos ainda. Mas nada se comparava com o último ano. Assim que entraram na conhecida sala onde estudavam todos os dias, foram recepcionados pelo próprio ministro Shacklebolt ao lado do chefe dos Aurores, Bono Silver.

Quando um bruxo ou bruxa se começa a Academia, ele é um aspirante à auror, ou recruta. Se conseguir se formar, ele passa a ser um auror do ministério. A função deles é capturar bruxos das trevas, passando sempre pelo consentimento pelo Chefe do Esquadrão dos Aurores. De acordo com o sucesso em suas missões, um auror pode ser promovido a Auror Standard, Sophomore, e por fim, Sênior, nível I, II e III. Esses últimos são mais experientes e treinados, e lideram as missões em que uma equipe é necessária. Mas somente um auror por vez é o Chefe do departamento. O Chefe dos Aurores é responsável por tudo relacionado ao Quartel, e se reporta diretamente para o Ministro. Essas promoções eram totalmente devidas ao mérito, muitos aurores nunca eram promovidos a Standard em toda sua carreira, muito menos às outras categorias.

— Aspirantes, fico feliz em ver que chegaram inteiros até aqui. – Bono Silver era um homem baixinho e muito musculoso, de pele escura e sorriso fácil. – Fiquei sabendo por seus professores antigos que essa turma é especialmente talentosa, e se eles falam isso é porque realmente viram algo diferente em vocês. Como já devem saber, esse é o seu último ano, e além da parte teórica, agora vocês criarão experiência em campo. - Ele bateu as mãos e a porta atrás dele se abriu, deixando entrar 11 bruxos e bruxas, que se postaram em um semi-círculo atrás do Ministro e do Chefe. – Para seu treinamento em campo, cada um de vocês será adotado por um Auror Sênior. Senhores. – Ele se virou para os nove homens e duas mulheres atrás de si – Vocês têm até o fim do dia para me entregarem o nome de seu protegido, façam como quiserem para escolher o aspirante que desejarem.

— Pois já pode escrever aí em sua prancheta o nome do senhor Potter como meu protegido. – A porta principal da sala, antes fechada, se abriu bruscamente assustando a todos. Charlotte vinha andando a passos largos em cima de seus saltos, os cachos balançando enquanto vinha altiva até seu chefe.

— Senhorita Olsen, não pode simplesmente adotar um aspirante se não se inscreveu junto com os outros Sêniores! – Bono Silver era mais baixo que Charlote uns vinte centímetros, mas isso não o tornava menos ameaçador.

— Meu querido chefe, como Auror Sênior nível III e com um currículo como o meu, acho que nós dois concordamos que sou tão boa tutora como qualquer um dos meus outros colegas. – Charlotte levantou os cabelos e os prendeu em um pequeno rabo de cavalo, deixando a cicatriz à mostra.

— E como saberíamos isso se a senhorita sempre se recusou a adotar protegidos? – O senhor Silver subiu dois degraus do palco que havia na sala para ficar na mesma altura que sua subordinada. – Desde que foi promovida a Sênior nível I eu tenho tentado te convencer a treinar os aspirantes, mas você sempre se negou, e agora...

— E agora uma de nossas melhores aurores quer treinar um aspirante. – Shacklebolt finalmente se pronunciou, interrompendo a conversa dos outros dois com sua voz potente. – Não vejo problema nenhum nisso, a não ser que algum dos aurores atrás de mim não vai ter um aspirante para treinar.

— O que não é todo ruim. – Um bruxo de bigodes longos e orelhas peludas falou, se dirigindo ao seu chefe. – Às vezes esses recrutas são mais difíceis que lidar que muitos bruxos das trevas, sem ofensas, crianças. Eu não ligaria de não ser babá de ninguém esse ano.

— Acho que estamos resolvidos, então. Agradeço a bondade de me ceder seu lugar, Hill. – Charlotte se inclinou levemente ao homem bigodudo, agradecendo-o. – E agora já não temos mais problemas, querido chefe, voltarei para a minha sala. Senhor Potter, me acompanhe, por favor, você não tem mais nada o que fazer aqui.

Harry seguiu a mulher até a porta na mesma hora, precisando se apressar para chegar ao fim do corredor ao mesmo tempo em que Charlotte.

— Não espere um treinamento mais fácil só porque fui amiga da sua mãe. – Charlotte se virou rapidamente nos saltos altos para encarar os olhos de Harry. – Como deve ter percebido, o senhor é meu primeiro protegido. E eu o escolhi porque em mais de vinte anos ensinando, eu vi algo diferente em você. Adormecido, escondido, mas eu vi. – Ela possuía um brilho fanático nos olhos castanhos. – Comigo você vai despertar esse poder que nem você sabe que tem. Vou te ensinar tudo o que sei, sobre política e história. Vou te treinar nas melhores técnicas de batalha, te ensinarei como duelar, como se portar. Você vai aprender comigo desde feitiços russos até rituais brasileiros, passando por magias antigas e esquecidas. Eu vou te transformar no melhor que você pode ser, porque eu sei que você pode ser melhor de todos. E acredite, Harry, eu só me enganei uma vez em toda a minha vida, e ganhei essa cicatriz para me lembrar disso. – Ela estendeu a mão, mostrando unhas compridas extremamente bem cuidadas. – Mas preciso que você aceite meus termos. Os dias começarão mais cedo e terminarão mais tarde. Você pode me questionar sobre tudo, mas nunca ouse me desobedecer. E então?

Harry não falou nada, apenas apertou a mão estendida de Charlotte, selando o compromisso que ela lhe ofereceu, a boca seca e o coração acelerado pela vontade de começar o treinamento o quanto antes.

***

A nova rotina de Harry provou ser muito rígida. Quando Charlotte falou que seus dias seriam mais compridos, ela não estava brincando. Às sete horas em ponto Harry já estava na sala da tutora, com dois copos de café na mão: um preto com açúcar para si mesmo e outro com leite e creme para sua nova chefe. Ela passava para Harry fatos pouco conhecidos sobre a história política-bruxa e trouxa para Harry e outras teorias até as nove e meia da manhã, quando as aulas conjuntas da academia começavam e se estendiam até o meio dia. Harry tinha meia hora de almoço até ter que voltar para a sala da auror, e a partir daí Harry nunca mais teve dois dias iguais.

Charlotte conhecia muitas pessoas, e sempre que podia levava Harry para que pudesse conversar com elas. Ele foi apresentado à um professor trouxa casado com uma bruxa que sabia sobre conexões de guerras mágicas e não mágicas como ninguém. Conheceu também uma velha senhora brasileira que aparentava ter mais de cem anos, capaz de fazer quase tudo com um caldeirão, algumas ervas e um fio de cabelo da pessoa a ser beneficiada (ou não). Ela o levou, inclusive, para aprender algumas azarações desconhecidas da maioria da população com Dimitri Rusmanov, campeão mundial de duelos por sete anos seguidos. Nesse dia em especial, Harry precisou ser levado ao Saint Mungos e quase perdeu a mão esquerda por um feitiço lançado pelo russo. Gina ficou furiosa, e quase jogou um vaso de plantas na cabeça de Charlotte quando ela disse que era normal essas coisas acontecerem no treinamento, mas foi impedida pela senhora Weasley, que atirou o vaso antes da filha – com flores e tudo mais.

— Espero que entenda, Harry, que prometi te fazer o melhor que você pode ser, mas em momento nenhum prometi que terminaria com todos seus membros inteiros. – Charlotte falou enquanto saia do quarto do hospital ainda molhada e com algumas flores espetadas na roupa.

Harry entendia isso, por isso não ficou bravo com a chefe em nenhum momento. Mas depois desse dia, ele sentiu que ela passou a trata-lo com mais cuidado, explicando mais as coisas antes de simplesmente manda-lo fazer o que fosse. Em janeiro, ela o levou para o nível nove, o departamento de mistérios.

— A magia é apenas mais uma lei física, Harry, só um pouco mais difícil de ser explicada. – Ela o guiava pelos corredores desertos e escuros do local, por mais que não fossem nem duas horas da tarde. – Assim como uma tempestade deixa marcas, a magia também faz isso, só que de maneira mais sutil. Não existem duas impressões mágicas iguais, por isso alguns bruxos conseguem reconhecer o autor de algum feitiço se já tiver entrado em contato com a mágica desse autor em algum momento em seu passado.

— Dumbledore meio que me explicou isso uma vez, quando ele me levou para procurar uma horcrux em meu sexto ano. – Harry sempre se surpreendia com o quanto o ex-diretor sabia, mesmo depois de morto.

— Sem dúvida que Dumbledore desenvolveu essa habilidade. – Charlotte sorriu um de seus raros sorrisos quando ouviu o que Harry disse, e quando parou em frente a uma simples porta de ferro com um número 6 em seu batente ainda estava com os lábios levemente repuxados. – Hoje você vai aprender a reconhecer magia. Quando ela acabou de ser executada, é mais fácil. O verdadeiro desafio está em magia que foi feita anos, séculos atrás. Você já está andando comigo quase diariamente há alguns meses, portanto, minha magia já é familiar. Algumas horas atrás eu enfeiticei alguma coisa dessa sala. Seu trabalho hoje é reconhecer o que foi enfeitiçado. Como sempre, estarei te observando, e só se pronuncie quando tiver certeza.

Ela abriu a porta com uma chave de um molho que levava no bolso, e assim que entraram, ela trancou a porta novamente. A sala por dentro era imensa, e possuía dezenas de prateleiras abarrotadas das coisas mais variadas.

— Magia conhecida costuma nos atrair mesmo sem sabermos o motivo. – Charlotte falou enquanto abria as cortinas do lugar. – Mas quando o objeto enfeitiçado está no meio de muitos outros, nos confundimos. Veja o que quero dizer. - Com um aceno de varinha, ela trouxe uma mesa de ferro com seis objetos diferentes e enfeitiçou um deles para que trocasse de cor. – Agora, quero que feche os olhos. Respire, sinta o ar em sua volta. A magia é tanta que se confunde, se camufla e se esconde. Mas se concentre nos objetos que estão na mesa. Imagine que em volta de cada um exista um campo gravitacional único, procure visualizar esse campo.

Harry estava com os olhos fechados, se sentindo meio estúpido por estar tentando imaginar círculos coloridos em volta dos objetos que ele sabia estar lá. Estava quase falando para Charlotte que ele não conseguiria fazer essa tarefa quando sentiu.

— Eles têm... alguma coisa diferente. Eu não sei explicar. Mas parece que eles soltam brisas, mas não exatamente assim...

— Isso que você está sentindo é a magia presente no objeto. – Harry a ouvia falar, os olhos ainda fechados. – Toda pessoa mágica tem uma presença, uma sensação. É algo perto de radiação térmica, mas não exatamente isso. E é única, exclusiva de cada bruxo ou bruxa, por isso conseguimos diferenciar o que foi enfeitiçado por alguém e o que não foi. Agora, com os olhos ainda fechados. Eu embaralhei os objetos que estavam nessa mesa. Aponte para mim a caixa que eu havia mudado de cor.

Harry obedeceu. Procurou buscar com seus sentidos os sinais que havia sentido antes, e os comparou com os objetos ainda em cima da mesa. Mas algo estava estranho, ele não sentia mais seis objetos em cima da mesa, e parecia que ele sentia alguma coisa conhecida em sua nuca, como um déjà vu...

— Está atrás de mim. – Ele disse com convicção e abriu os olhos. Encontrou Charlotte sorrindo, a varinha empunhada mantendo a caixinha enfeitiçada flutuando atrás de sua nuca.

— Não esperava menos de você. – Ela repôs os objetos em seus devidos lugares com outro aceno – Agora vá, quero que me traga o outro objeto que enfeiticei para mim. Iremos embora quando você o achar.

Foi preciso quase seis horas de extrema concentração, mas por fim Harry encontrou o cabideiro que Charlotte havia enfeitiçado. Harry estava muito orgulhoso de si, por mais que soubesse que se a magia não fosse tão recente ele provavelmente não teria conseguido. Charlotte explicou que reconhecer magia é algo que se treina, não é exatamente um dom com que se nasce, mas ainda assim uma técnica difícil de ser aprendida, que exige muita concentração e prática para chegar à perfeição.

Quando voltou para seu flat aquela noite e desabou exausto na cama, Harry não deixava de se perguntar se algum dia conseguiria fazer como Dumbledore, e descobrir o que deveria ser feito apenas por reconhecer traços de um feitiço.

 


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Notas finais do capítulo

Ahhhhh meus amores!!!! Terça acaba tão rápido né?

Mas enfim! A promoção maluca continua; se tivermos 6 comentários nesse capítulo, eu posto mais um. Se não, vejo vocês terça que vem.

Mas sério, não deixem de comentar e falar o que vcs estão achando, o que tá maneiro, o que tá uma bosta... É isso que deixa a história a nossa cara.

Beijos vermelhos, meus amores, e boa semana