Entre Espadas e Sonhos escrita por PietroRey


Capítulo 7
Testes e segredos




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Após descansarem um pouco, os quatro decidiram ir em direção de onde parecia ter vindo o Tauren, que havia deixado um rastro enorme por causa das árvores que foram derrubadas por ele, estavam com as energias recarregadas então foi uma caminhada tranquila, passaram o tempo todo falando sobre o que havia acontecido anteriormente. Chegou um momento que já estavam próximos o suficiente para identificarem o templo que ficava ao meio da floresta, era um templo muito grande e parecia ser muito antigo também, sem pensar duas vezes Théo disse:

― Pessoal, vamos lá naquele tempo, deve ter algum mapa interessante lá, pode nos indicar algum lugar para ir.

Davis fez uma cara de deboche, porém não discordou, Lina acenou para Théo com a cabeça sinalizando que concordava com ele e Zuli apenas soltou seus ombros para baixo sinalizando que já estava exausto, foram se direcionando ao templo, cada vez que chegavam mais perto podiam notar o quão antigo era o templo e também o quão destruído estava, talvez pela fúria do Tauren ou até mesmo pelo passar do tempo. Havia algumas pilastras ao redor do templo todas idênticas umas as outras, pilastras em formato cilíndrico com uma espécie de escrita gravada em perto da parte superior que era finalizada com uma forma semelhante a um losango. Era sem dúvida um templo que quando estava intacto era estupendo, os quatro então chegaram aos portões do templo que já não existiam, era apenas um buraco que dava a uma escadaria que aparentava ser de mármore.

Já dentro do templo era possível ver diversas portas, como se fossem passagens, lugar esse que ainda era iluminado pela luz do dia, tinham diversas passagens, cada uma com um tipo de escrita na gravura igual a das pilastras que ficavam aos arredores do templo, e nenhum deles fazia ideia de qual idioma se tratava, nem mesmo Théo que era o mais inteligente do grupo. Então Davis disse:

― Certo nós não vamos entrar em nenhuma dessas coisas né?

― Porque não entraríamos? Respondeu Théo.

― Eu concordo com o Davis, eu ainda to cansado da batalha com aquele gigante com machado. - Disse Zuli se escorando em uma parede.

E no momento em que Zuli se escorou na parede, uma luz começou a brilhar de cada gravura que estava em cima das passagens, não era um brilho forte, mas também não era um brilho fraco, parecia que emanava alguma magia daquelas gravuras.

― Ei meninos... Olhem as gravuras, estão acesas. – Avisou Lina

Então era possível ver todas as gravuras acesas e eram um total de 5 passagens, as cores variavam de uma passagem para outra em sequência: vermelho, verde, roxo, marrom e azul. Todos ficaram com um olhar surpreso, não dava pra saber se estavam curiosos para entrar em alguma das passagens e descobrir o que havia dentro de cada uma ou se estavam com receio de estar ali, já que acabaram de enfrentar uma batalha nada fácil contra um Tauren.

― Pessoal, podemos entrar cada um em uma e ao voltarmos a esse ponto entramos na restante, o que acham? – Sugeriu Théo

― Ahh cara... Sério? – Respondeu Zuli com tom de voz como se não acreditasse que não iria haver um minuto de descanso sequer.

― Podemos fazer isso, e quem voltar primeiro para onde estamos agora aguarda os outros e sem dormir! – Disse Lina já cutucando Zuli.

― Então está decidido, eu vou por aqui e vejo vocês depois! Cuidem-se e se precisarem de mim gritem. – Falou Davis com um sorriso irônico no rosto e caminhando para dentro da passagem com a gravura vermelha.

― Espera ai! – Disse Lina indo atrás dele.

Porém no momento em que Lina foi segurar o braço de Davis que já havia passado foi parada por uma barreira invisível que após o contato da mão de Lina tomou um tom avermelhado, e no mesmo instante que sua mão tocava a barreira ela deu um pulo pra trás com um grito de dor, a barreira havia queimado de leve sua mão.

― Vocês viram isso?! – Perguntou Lina ainda assustada e com a outra mão protegendo a mão que havia sendo queimada.

― O mais estranho foi que na hora que você gritou o Davis nem sequer olhou pra trás. – Respondeu Théo

― Bom, devemos escolher uma não é? Afinal o Davis já foi na frente como sempre, eu vou por aqui, nos encontramos depois. – Disse Zuli entrando na passagem que havia a gravura na cor marrom.

― Então está bem, Théo escolha a sua, eu irei seguir pela passagem da gravura verde, boa sorte meninos. – Disse Lina entrando na passagem de gravura verde.

― Vou por este lado, nos vemos em breve pessoal. – Finalizou Théo entrando pela passagem com a gravura roxa.

E então cada um seguia por um caminho diferente, sem conseguirem manter contato um com o outro e nem voltar para aonde partiram, em todas as passagens pelas quais passaram havia uma barreira com o tom da cor semelhante ao da gravura acima da passagem. Dentro de cada uma dessas passagens era possível sentir uma energia diferente, não era um ambiente comum como na parte externa do templo, o percurso de cada caminho escolhido por Davis, Lina, Théo e Zuli era iluminado com tochas que iam acendendo sozinha, como se fosse um truque de um feiticeiro que domina o elemento fogo. 

Théo seguia prestando muita atenção em qualquer possível detalhe por onde andava e então se deu conta de que aquilo não passava de um labirinto com entradas diferentes, agora precisava descobrir até onde levava essa espécie de labirinto. Caminhou por cerca de 10 minutos até que se deparou com um grande salão no meio do labirinto, havia um pedestal de rocha com algumas gravuras em sua base e corpo, Théo então foi chegando mais perto e na medida em que chegava mais perto, as tochas do salão se acendiam. Ao ficar a menos de dois passos do pedestal, todas as tochas tiveram uma chama mais alta por alguns instantes e depois se mantiveram acesas.

No pedestal havia uma espécie de bracelete com uma pedra roxa no seu centro, porém a pedra era grande demais para ser um bracelete, Théo ficou por muito tempo analisando o salão e todo detalhe que encontrasse, perdeu um bom tempo só procurando algum sinal de saída no salão que não havia outro caminho a não ser o de volta. Théo então sentou-se no chão de frente para o corpo do pedestal e ficou encarando as gravuras procurando entende-las.

Enquanto isso, Lina estava aflita e com um pouco de medo, não sabia aonde aquilo levaria ela e isso a deixava muito incomodada e insegura caminhou o tempo todo já segurando no punhal de seu florete para caso algo acontecesse ela pudesse se defender e atacar o mais rápido possível, as paredes ao seu lado pareciam tremer, foi quando então elas começaram a se mover, as paredes estavam encurtando o corredor por onde Lina seguia, Lina então começou a correr, Lina sempre foi bem ágil, bastava haver uma saída a frente que ela a alcançaria, as paredes então começaram a diminuir o espaço cada vez mais rápido, como se estivesse brincando com Lina para ver quem seria mais rápido, enquanto corria Lina começava a refletir sobre o que estava ocorrendo.

― Será que todos os corredores são assim? Isso parece uma espécie de teste. – Pensava Lina enquanto corria através do corredor.

As paredes estavam cada vez mais perto de Lina, quando ela vê ao longe uma fenda no final do seu caminho, aquela era a saída que ela estava à procura, isso lhe deu mais energia para continuar correndo até o final e lhe colocou um sorriso no rosto, aquilo era um ótimo sinal vindo de Lina, porém não seria tão fácil assim escapar deste lugar, havia um buraco imenso no chão que separava Lina e a fenda que ficava no final do corredor, Lina não hesitou, ao chegar à ponta do chão em que pisava Lina pulou já gritando em direção a fenda, foi quando uma brisa muito forte soprou, e levou Lina rapidamente até a fenda e no momento em que ela entrará lá as paredes pararam, como se tivessem perdido uma corrida que o maior prêmio era sobreviver.

No corredor que supostamente ficava a direita de Lina, era possível ouvir estrondos, como se estivessem estourando bombas dentro de uma caverna e lá estava Zuli quebrando vários soldados formados de terra e apareciam de todos os lados. Incansavelmente apareciam mais e mais soldados de terra e cada vez maiores, Zuli estava sendo cercado aos poucos, porém cada vez que acabava ficando encurralado dava uma investida com a sua égide pra frente para sair do local onde estava e tentar de alguma maneira resistir ao que parecia inevitável, os soldados então pararam de surgir e Zuli foi derrubando um a um.

Quando imaginou que tivesse acabado aquela bateria de guerreiros de terra, eis que surgem mais cinco guerreiros de terra com o tamanho de um elefante, Zuli não tinha opção a não ser tentar fazer com que eles mesmos se batessem um jovem garoto não seria capaz de derrubar cinco guerreiros formados de pura terra, então ele tentou se mover o mais rápido possível entre as pernas das criaturas para que acabassem se chocando, porém enquanto as criaturas se batiam mais tremores aconteciam, o que fazia que Zuli se movesse mais devagar, e quando houve outro tremor Zuli cai por cima de sua égide e um dos soldados de terra se prepara para pisar em Zuli quando ele se vira com a sua égide toda manchada com uma terra mais escura e uma parede de terra aparece junto de sua égide, Zuli parecia estar como numa oca protegido pela terra que fazia parte agora de sua égide que estava protegendo do golpe do cavaleiro de terra e aos poucos começava a balançar todo o lugar a sua volta e em um piscar de olhos a parede sumiu e Zuli imediatamente fechou os olhos e se postou para trás da égide novamente, ao abrir os olhos ele pode perceber que as criaturas de terra haviam sumido e ele havia acabado de despertar seu elemento, Terra!

No primeiro corredor onde Davis entrará tinha tochas ao longo do caminho com chamas que pareciam se enfurecer com a presença do jovem no lugar, Davis ia andando apenas procurando pelo final do corredor que parecia não ter fim. Quando deu de cara com uma parede, parede essa que não se via que estava ali mesmo havendo tochas acessas, e então todas as tochas se apagaram e apenas uma se acendeu muito distante de Davis, ele só podia ver um ponto de luz muito ao longe, e então um vulto passou na sua frente o empurrando, Davis então caiu no chão, porém não conseguia enxergar nada, nem mesmo a sua própria mão a frente de seu rosto.

Davis então começou a gritar: ― Seja lá quem for que esteja aqui, acenda já essas tochas e venha me encarar!

Davis então se levantou e sacou suas espadas já esperando por algo, porém nada aconteceu, Davis golpeava o vento com esperanças de acertar algo ou encontrar uma saída quando algo segurou uma de suas espadas e então pôde ser ouvida uma risada.

― Hahahahahaha!! Tolos, deviam ter corrido todos vocês!                         

― Como você sabe que eles estão aqui? Quem é você! Vamos apareça! – Disse Davis provocando a misteriosa voz a aparecer para ele.

― Eu sei de tudo o que acontece aqui e nesse mundo seu garoto idiota, quando eu aparecer na sua frente irá implorar para nunca ter me aparecido, acabarei com vocês um por um, e deixarei você por ultimo para que possa ver todos os seus amigos morrem! - Disse a voz misteriosa de modo furioso.

― Você nunca encostará um dedo em mim e nos meus amigos, você ainda não me conhece direito. – Respondeu Davis.

Enquanto Davis respondia a voz misteriosa, sua espada que estava sendo segurada começou a ficar vermelha e quente como uma espada que estava prestes a ser forjada e então uma labareda correu pela lâmina inteira e Davis puxou sua espada com força e então conseguiu soltá-la. 

Quando conseguiu balançar sua espada as chamas começaram a dançar na sala fechada iluminando-a toda e atingindo qualquer coisa que estivesse a sua frente, elas ficavam maiores e mais intensas na proporção em que Davis se enfurecia, quando soltou um urro de raiva o teto da sala foi tomado por chamas com a forma da espada de Davis, eram centenas de espadas que no fim de seu urro vieram abaixo, porém a sala estava vazia, Davis pode notar que seja lá quem havia falado com ele nunca esteve ali na verdade.

Eis então que um pedaço da parede se moveu e uma luz começou a brilhar, uma porta de pedra havia se aberto e era possível ver a tocha que se mantinha acesa que Davis havia visto, a tocha não passava de um pedestal que segurava um colar prata que tinha pingente com uma pedra vermelha em formato de lágrima, pegou o colar e ficou o encarando contra a luz da porta que acabava de ser aberta, podia ver uma pequena chama viva dentro do colar, como se respondesse ao seu toque, Davis não teve dúvidas e pendurou o colar em seu pescoço e seguiu para a porta. Ao atravessar a porta o sol brilhava forte em seu rosto, Davis no alto de uma colina o que não fazia sentido para ele, pois ao olhar para o horizonte podia ver o templo um pouco distante a sua esquerda, porém nada era mais intrigante para ele do que saber quem era que havia falado com ele na sala do templo.


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