Entre Espadas e Sonhos escrita por PietroRey


Capítulo 8
Descobertas e um reforço inesperado




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Depois de passar muito tempo sentado Théo teve um lapso em sua memória e se lembrou de ter ouvido seu pai lhe contar sobre uma linguagem diferente, usada por magos que tinha a mesma semelhança que as gravuras que encontrava, porém não sabia reconhecer o que aquilo que estava gravado queria dizer. Théo então resolveu pegar o artefato que lá estava, porém ainda não entendia para o que servia ou onde poderia utilizar por nunca ter visto algo parecido, achava ser um bracelete, porém era muito grande, então Théo ficou o segurando em sua mão e então notou que cabia perfeitamente nela, fechou o fecho que havia e no mesmo momento a orbe roxa começou a emanar energia e Théo caiu de joelhos no chão, começara a se contorcer de dor e a gritar, cada vez mais que Théo gritava a orbe brilhava mais, a orbe parecia se alimentar da dor e sofrimento de Théo que enquanto gritava de dor tentava abri o fecho desse artefato que era uma pulseira de mão, após gritos de dor e pedidos de ajuda Théo acabou desmaiando e então a orbe de maneira mágica expeliu o dourado da pulseira tornando a toda preta e parou de emanar energia, talvez estivesse apenas esperando alguém com força para despertar o que havia dentro da orbe e esse alguém foi Théo.

Lina após notar que o barulho havia parado começou a correr a procura de uma saída, em certo momento enquanto estava correndo, entrou em um salão verde, cheio de folhas, flores e uma pequena árvore ao seu centro, então desconfiada, Lina começou a andar vagarosamente pelo salão, se atentando a cada folha que pudesse se mover, a cada botão de flor que pudesse desabrochar para que não fosse pega de surpresa por nada, para sua sorte, pode notar que estava realmente sozinha ali e algo lhe dizia que não havia perigo, não dentro do salão, para ela o salão era uma espécie de refúgio, onde até as plantas encontraram um lugar para viver em paz em meio ao caos que parecia residir no templo, ela foi até a pequena árvore que havia no centro do salão e encontrou um ovo grande que estava em um ninho de vinhas em um buraco ao centro da árvore, Lina então retirou o ovo e colocou sua orelha nele, podia sentir que algo estava vivo ali dentro e resolveu devolver o ovo, quando ia colocar o ovo de volta nas vinhas notou que havia um par de brincos embaixo de onde o ovo estava, eram brincos com brancos com pedras verdes bem claras, tinha um formato estranho, o formato era igual ao das folhas da árvore onde estavam o ovo e os brincos. Ela colocou os brincos e resolveu então levar o ovo consigo, atrás da árvore havia uma pequena passagem que iluminava levemente o salão das folhas, Lina seguiu pela passagem e ao sair ouviu um grito:

― VOCÊ ESTÁ VIVA!! EU ESTAVA COM SAUDADES DE VOCÊ JÁ!! – Gritou Davis correndo em direção a Lina já a abraçando.

Lina não teve outra reação a não ser ficar parada, pois além de não enxergar direito onde estava graças ao sol, estava aliviada e feliz por ter conseguido sair daquele lugar estranho.

― Ei, diga algo, não está feliz em me ver? - Disse Davis se afastando levemente de Lina e sorrindo para ela.

― Estou sim, mas... Onde estamos e cadê o Théo e o Zuli? – Perguntou Lina

― Eu não sei... Acabei de chegar aqui depois de passar por algumas dificuldades lá dentro do templo – Respondeu Davis apontando para o templo que estava um pouco ao longe

― O que?! Como... Eu apenas segui em frente... Isso não é possível! Precisamos dar um jeito de voltar para a entrada do templo e encontrar os meninos. – Disse Lina assustada ao ver que estava longe do templo.

― Eu tenho até medo de discordar de você mas, não acho que seja uma boa ideia, do mesmo jeito que viemos parar aqui eles também podem aparecer, melhor descansarmos enquanto esperamos eles. – Sugeriu Davis.

― Você tem razão, espero que eles estejam bem. – Disse Lina se sentando ao chão e abraçando o ovo que havia trago da sala das folhas.

Zuli ao notar que não havia mais perigo Zuli pegou sua égide e começou a bater com ela contra as paredes procurando um pedaço mais frágil onde pudesse tentar quebrar, pois não havia saída na sala que ele estava, diferente dos salões onde Davis e Lina estiveram que uma porta de pedra havia aparecido. Ele continuava a bater nas paredes e não tinha sucesso, todos os lugares que tocava se mantinham firmes e intactos, Zuli então se cansou e largou sua égide no chão, ao larga-la no chão uma pequena rachadura apareceu e imediatamente ele se postou em cima de seu escudo e começou a fazer força contra o chão, o que não era nem de longe uma boa ideia, pois se ali fosse um fosso ele cairia sem chances de se segurar em qualquer lugar, Zuli ficou fazendo força com seu peso por cerca de 10 minutos, na esperança de encontrar uma saída, quando a rachadura se partiu, deu lugar a um buraco pequeno com uma caixa dentro, ficou assustado e levemente decepcionado, pois esperava uma passagem para sair dali ou algo parecido.

Zuli encarou a caixa e resolveu pega-la, a terra passava pelas suas mãos já avermelhadas de tanto fazer força desde a luta contra os soldados de terra, as pedras que caiam de cima da caixa enquanto ele puxava faziam barulho ao tocar no chão e fazia eco por toda sala. Ele estava aflito, pois não sabia o que poderia acabar encontrando dentro daquela misteriosa caixa, poderia ser uma caixa simplesmente vazia, pois não era tão pesada, podia ser também uma caixa mágica que só pudesse ser aberta por magia ou por quem havia selado ela, eram inúmeras possibilidades e cada vez que Zuli pensava em uma nova ficava mais tenso, o medo de abri-la aumentava mesmo sabendo que não tinha escolha, ele estava sozinho em uma sala sem saída e quando pensou que poderia ficar ali para sempre resolveu abrir a caixa.

Pegou sua égide, colocou em seu braço esquerdo e ficou em posição de guarda, com o outro braço foi até a caixa, suas mãos tremiam e suavam de nervoso, tentava abrir a caixa levemente para não ser surpreendido, porém não conseguia e em um único movimento abriu a caixa inteira e rapidamente foi para trás de seu escudo com medo do que podia acontecer, ali ficou por alguns instantes e nada aconteceu, foi vagarosamente olhando para a caixa e não havia nada demais ali, nada brilhando, nada saindo da caixa, no primeiro instante era apenas uma caixa. Zuli então largou sua égide e foi olhar de perto, dentro da caixa havia um par de luvas de metal, porém eram muito leves então imaginou que fosse frágil, tirou a espada de sua égide e golpeou uma das luvas, com a mesma força que golpeou a luva ela repeliu o golpe e a espada na mão de Zuli voou para longe, ele então não teve dúvidas, colocou as luvas e foi atrás de sua espada, voltou à caixa e viu que havia uma chave de pedra embaixo de onde as luvas estavam, pensou então que talvez houvesse uma porta ali naquela sala onde precisaria apenas achar a fechadura para então abri-la, porém estava um pouco escura a sala e não iria conseguir encontrar facilmente, mesmo assim ficou a procura da fechadura, olhava atentamente para cada parte das paredes e até mesmo do chão, pois após achar as luvas em um fundo falso no chão poderia achar também uma fechadura para um possível sótão.

O tempo passava e Zuli continuava a procura da fechadura, quando percebe um pequeno feixe de luz na sala onde estava e começou a procurar mais rapidamente de onde vinha essa luz, pois poderia ser a fechadura que ele tanto procurava, já estava ali a procura da fechadura a mais de uma hora, sem dúvidas sua atenção já não era a mesma de quando começara a procurar, Zuli então pensou em uma forma mais fácil de achar a fechadura, usando seus dedos que estavam protegidos pelas luvas de metal, pois ao passar pela fechadura o contato do metal com o desnível da fechadura faria barulho e assim ele acharia o local, então começou a passar sua mão pela parede, arranhando ela levemente, deixando a marca por onde seus dedos passavam, até que ouviu um barulho, esfregou bastante a luva para que ficasse marcado o local onde possivelmente era a fechadura que procurava, calmamente se abaixou um pouco para olhar pelo buraco e não via nada, apenas um clarão em seus olhos, Zuli na esperança de sair daquela sala de uma vez por todas rapidamente pegou a chave e a colocou no buraco ela entrou sozinha e virou-se, destravando uma passagem ali mesmo, Zuli esperava a parede se mexer porém nada aconteceu, ele percebeu que a chave havia girado então tentou empurrar a parede onde estava a chave, levemente ouviu um barulho como se pedras estivessem se movendo então se afastou um pouco, no momento em que se afastou a parede caiu para o lado de fora da sala e uma grande luz surgiu em seus olhos o cegando momentaneamente e junto disso ouviu um grito:

― AAAHHHHH!!!

Zuli colocou sua mão na frente dos olhos e devagar foi saindo da sala onde estava e ouviu uma voz ao longe:

― Haha! Você se assustou e logo com ele? É só o Zuli.

― É o Zuli?

Zuli olhou para o lado, viu Davis e Lina e gritou:

― Amigos! Eu estou aqui! Oii!

Zuli começou a correr em direção a seus amigos enquanto Lina se levantava e Davis acenava para ele, ao chegar perto de seus amigos Zuli mostrou suas luvas e disse o quão poderosa elas eram e perguntou onde estava Théo, Davis e Lina disseram não saber quando ouviram um leve barulho.

― Zuli você já chegou com porquisse. – Disse Davis.

― Eu não fiz nada, porque você sempre coloca a culpa em mim? Foi você que soltou pum e fez barulho – Respondeu Zuli já dando risada de Davis.

― Meninos parem com isso... Vocês precisam me respeitar, eu sou uma garota sabiam? – Lina falou brigando com os dois.

― Nós não falamos nada demais Lina, eu sei que você é uma garota, ficou até mais bonita com esses brincos novos. –Respondeu Davis e Lina no mesmo instante ficou corada de vergonha.

Zuli sentou- se no chão para descansar e pode ser ouvido novamente o mesmo barulho.

― A Zuli qual é cara, de novo? Você precisa parar de vez com isso. – Disse Davis já tapando o nariz com a mão.

― Mas eu não fiz nada! – Respondeu Zuli.

― Meninos, olhem! – Disse Lina surpresa com algo.

Lina apontou para o ovo que havia trazido da sala das folhas, o ovo estava com rachaduras na lateral e era possível ouvir alguns grunhidos vindos de dentro do ovo. O ovo levemente ia se rachando e abrindo, algumas cascas da parte de cima do ovo já iam caindo, porém nenhum dos três teve coragem de chegar perto. A criatura que estava nascendo então bateu com a cauda no ovo e tirou uma parte da casca deixando sua cauda para fora, sua cauda era fina e comprida, tinha um tom azulado e levemente escuro na ponta. O animal começava a se mexer de maneira mais constante dentro de seu ovo e suas patas já haviam saído do ovo, ovo agora estava cobrindo apenas seu corpo e sua cabeça, e os três olhavam com muita atenção e se aproximando aos poucos, pareciam estar apenas o animal se mostrar para poderem falar algo e não atrapalhar ele ou assusta-lo, quando Davis soltou uma piada baixinho:

― Ei pessoal, acho que é um bicho ovo isso ai. – E deu risada

No momento em que riu, o ovo chocou por completo e o pequeno animal soltou um grunhido e esticou suas asas, seu pescoço e balançou a cauda tirando o um pedaço do ovo que havia ficado preso, então Davis disse:

― Retiro o que eu disse, isso é uma salamandra com asas.

― Ela é toda azul, até os olhos são. – Disse Zuli

Lina não falou nada, porém foi a primeira a se aproximar da criatura, ao chegar um pouco perto demais a criatura se moveu para trás e abaixou sua cabeça, Lina então se agachou e estendeu sua mão, a criatura então andou até mais perto dela e colocou a cabeça na mão de Lina e começou a esfregar. Lina pegou a criatura no colo e ali ficaram, como se não passasse de um filhote de cachorro ou algo do tipo.

― Ô Lina, não é melhor se afastar um pouco desse lagarto estranho? – Disse Zuli um pouco relutante quanto ao animal que havia nascido.

― Caramba! Deixa eu ver mais de perto essa salamandra. – Davis disse todo empolgado e colocando sua cabeça bruscamente por cima do ombro de Lina

A criatura então espichou a cauda e abriu suas pequenas asas e grunhiu para Davis cuspindo um pequeno fogo, como um isqueiro, Davis caiu no chão ao ir para trás com o susto que tomou.

― Vocês viram isso? Digam que viram isso, ela cuspiu... – Ia dizendo Davis   

― Fogo! – completou Lina ― Gente, isso só pode ser um filhote de dragão! – Disse Lina meio em dúvida, porém bastante surpresa.

― Dra-dra-dragão?! – Perguntou Zuli

― Isso é demais!! Espera só até o Théo ver a Safira. – Disse Davis.

― Espera ai, você acaba de ser atacado e já vai dando um nome como se fossemos ficar com ela, e porque o nome Safira? Não sabemos se é macho ou fêmea. – Respondeu Lina para Davis, meio nervosa e afobada.

― Ela me atacou, só pode ser fêmea, vocês mulheres são todas nervosinhas. – Disse Davis com um sorriso irônico no rosto.

― Nervosinha? Agora você vai ver só. – Disse Lina se levantando indo pra cima de Davis.

― Vocês dois não vão começar com isso né... Eu não sei cuidar de dragão pessoal. – Falou Zuli enquanto ficava sentando ao lado da Safira olhando Lina correr atrás de Davis.


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